Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 3
Proteção


Notas iniciais do capítulo

Meninas muito obrigada pelos comentários. Eles me fizeram escrever esse capítulo. E esse capítulo é dedicado a todas que comentaram. Espero que goste.



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Por Laura

Eu estava grávida, e as sensações eram incríveis, a emoção por ter uma vida crescendo dentro de mim era como se estivesse no paraíso. Os enjoos me incomodavam no início, mas não diminuíam a felicidade que eu sentia. E depois eles até passaram.

Sentir meu filho se mexendo e crescendo era algo surreal. E não me importei quando a minha barriga aumentou, pelo contrário, cada vez que percebia o crescimento do meu ventre, mostrava que a espera seria menor. Que a expectativa de ter o meu filho em meus braços seria saciada logo. E como era grande essa expectativa, eu não me cansava de imaginar como seria o meu bebê. Se seria parecido comigo ou com ou pai. Além disso, haviam os olhares encantados de Edgar para mim, seu cuidado comigo, o que aumentava a minha estima

Edgar estava sendo maravilhoso, era um pai e marido babão sempre preocupado e querendo me mimar. Sempre tocando, beijando e conversando com a minha barriga.

Isabel e eu ficamos ainda mais unidas. Com nós duas grávidas, vivíamos compartilhando as nossas experiências, e até comparando as nossas barrigas. A verdade é que a dela era maior, já que engravidara uns pouco mais de 2 meses antes de mim. Era uma cena engraçada quando saíamos juntas, até parecia faltar espaço na calçada para as nossas barrigas.

Eu e Edgar seríamos padrinhos do filho de Isabel, enquanto ela e Guerra seriam padrinhos do nosso. E eu já me preocupava com meu futuro afilhando, e minha futura comadre.

Isabel se recusava a me falar quem era o pai do seu bebê. Pelo o que ela havia dito do janota que a seduzira, eu devia conhecê-lo, e não achava justo ele não arcar com as suas responsabilidades. Mas Isabel não queria conversar sobre o assunto.

Entretanto não me dei por vencida, se ela não queria falar. Ainda assim, eu poderia descobrir. Por causa de um poema comecei a ter pistas de quem era o pai e depois de juntar os fatos cheguei a conclusão de que era o meu irmão. Por uma jogada do destino, o filho de Isabel também era o meu sobrinho.

Isabel se recusava a contar ao Albertinho e a pedir qualquer ajuda dele, mesmo após ele descobrir a sua gravidez. Edgar acabou passando por cima dela e contou a verdade ao meu irmão. Até que entendia o ponto de vista dele, ele dizia que se tivesse um filho, teria o direito e queria saber dele em qualquer circunstância.

Mas a confusão se armou na vida de Isabel depois dessa revelação. Minha mãe ficou possessa com o vislumbre de um neto mulato. Ela rebaixou minha amiga ao nível de uma vagabunda, de uma golpista, e não de uma mulher enganada e seduzida. As duas tiveram diversas discussões, e eu achava incrível a capacidade de Isabel manter sempre a cabeça erguida.

Minha mãe chegou a dizer que o filho de Isabel não importava, que filho da “escurinha” não seria neto dela. Somente o meu filho era seu neto, e esperava que Isabel não fizesse escândalos, senão a baronesa acabaria com ela.

Por mim, convenci Albertinho a ajudá-la financeiramente. Mesmo Isabel não querendo contato com ele, ele começou a procurar emprego, e aparentemente não estava sendo bem sucedido. Mas eu sabia que meu irmão não estava fazendo muito esforço nesse sentido. Esperava que quando o bebê nascesse, ele tomasse pelo menos um pouco de juízo.

O clima no Rio também estava ficando alarmante. Com a campanha da vacinação obrigatória, a população, na sua grande maioria mal informada sobre a vacina, se manifestava com protestos, confusões com a polícia e até depredando e quebrando coisas da cidade.

Um dia eu estava conversando com Edgar sobre as minhas aulas e ele disse:

– Mas amanhã a senhora está proibida de ir á biblioteca – ele falou em tom brincalhão, mas eu me ofendi.

– Tá fazendo valer seus direitos de marido, Edgar? Dando ordens? – comentei dura

– Não, meu amor, não é isso. É ... que ... – ele começou a gaguejar assustado – só de ... pensar que alguma ...coisa aconteça com você. Eu tenho que te proteger... ainda mais agora com o nosso bebê .

– Meu amor, eu posso me proteger – minha raiva já havia passado, e falei calma até mesmo compreensiva.

– Não quero você na rua com essa confusão- ele continuou firme

– Não quero ser colocada num cabresto. Eu estou grávida, é algo natural. Não... – disse teimosa

– Laura não é brincadeira, a situação é grave, tem muita confusão na rua, você pode se machucar- ele falou tentando me acalmar, mas isso só me irritou mais.

– Edgar, não serei prisioneira nessa casa!- gritei firme – Agora me dá licença, vou tomar banho.

Eu entrei na banheira, e fiquei pensando na nossa discussão. Talvez eu estivesse sendo muito dura, Edgar só queria proteger a mim e ao nosso filho. Brigar com ele me deixou tão triste. Talvez devesse negociar alguma coisa. Não queria ficar brigada com ele. Talvez pudéssemos chegar a algum acordo.

Quando me levantei da banheira, vi Edgar me esperando com um roupão, ele cobriu o meu corpo e disse de maneira suave:

– Meu amor... Entenda. Eu tenho medo por você, pelo nosso filho que ainda está aqui... –ele acariciou a minha barriga

– Eu sei, Meu amor. Sei que é perigoso, mas não quero ficar presa, vou tomar cuidado.

– Eu entendo ... mas... – o interrompi abraçando-o, ficamos um tempo calados sentindo nosso calor

– Eu não quero ficar presa aqui, e você não quer eu corra riscos, e se durante essa confusão, você me acompanhar nas minhas saídas? Acha que conseguirá me proteger? – eu ri

– Claro, meu amor. Comigo você estará protegida- ele me olhou galante e sorrindo

Depois me beijou de leve, mas deixando transparecer a profundidade dos seus sentimentos, em seguida me carregou em seu colo e disse:

– Em meus braços você sempre estará protegida, e eu nunca deixarei nada ruim acontecer com você.

Edgar me levou até nosso quarto e com cuidado me colocou em cima da cama:

– Meu amor, eu não gosto de brigar com você. O que eu senti foi quase como se tivéssemos nos separando- confessei

Ele veio para cima de mim sorrindo, e com cuidado, beijou a minha testa, as minhas bochechas, o meu nariz e por fim a minha boca:

– Nada no mundo vai separar a gente. Nós só teremos briguinhas bobas, e sempre resolveremos as nossas coisas. Eu te amo, Laura. E nunca deixarei nada nos separar- ele disse intenso

– Eu te amo, Edgar. – respondi com intensidade olhando bem em seus olhos

Nós beijamos de maneira urgente e após o beijo nos amamos com calma.

Eu estava deitada nos braços de Edgar, ele fazia carinho em meus cabelos, enquanto eu acariciava o seu peito. Escutamos batidas na porta, já era noite, e não esperávamos nenhuma visita, então não nos levantamos, quem sabe a pessoa desistia e ia embora. Mas as batidas continuaram, e Edgar se levantou, vestiu sua calça e camisa, colocou um robe por cima e mesmo com os cabelos bagunçados foi atender a porta.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Então quem será essa visita inesperada pertubando o nosso casal? Já serão os problemas?
Espero que tenham gostado, e claro, comentem sempre, os comentários me deixam tão feliz e sempre me animam a escrever.



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