Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 2
Pai


Notas iniciais do capítulo

Meninas muito obrigada pelos comentários, como sempre, eles me estimularam a escrever. Obrigada, espero que gostem.



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Por Edgar

Eu sentia uma felicidade tão grande que parecia que não caberia dentro de mim. Laura estava comigo e a cada dia eu a admirava e a amava mais. Sonhava com um grande futuro ao seu lado. E esse futuro parecia cada vez mais doce agora, já que ela estava grávida.

Eu seria pai... Um bebê, que tanto sonhara, o fruto do nosso amor, uma criança que eu veria crescer e guiaria nas questões da vida. Tinha certeza que se tornaria um homem de bem, um homem que melhoria o nosso país, ou quem sabe uma mulher, já que como Laura dizia não sabíamos se era menino ou menina.

Eu estava nas nuvens, não me cansava de olhar, tocar e beijar a barriga de Laura. Na minha imaginação sentia o bebê se mexer, mesmo ela dizendo que ainda era muito cedo, que o bebê estava na barriga dela, e que não sentiu nada.

Um dia, estava andando pela rua do Ouvidor, quando passei por uma loja de artigos para crianças. Havia roupinhas de bebê. E eu me encantei por um macacãozinho com detalhes azuis. Meu primeiro impulso foi comprá-lo. Mas não sabia se era menino. Entretanto, resolvi não voltar de casa com as mãos vazias. Comprei uma roupinha branca, que serviria tanto para menino quanto para menina.

Quando cheguei em casa, mostrei a Laura. Ela ficou encantada, e percebi que chegou a derramar uma lágrima, eu entendia, e percebi o quanto ela estava mais sensível por causa da gravidez.

Mesmo com certos problemas com o meu pai. Laura e eu oferecemos um jantar aos nossos pais em nossa casa. O objetivo era anunciar a gravidez dela. Os quatros ficaram exultantes.

Já faziam planos para o menino. No caso do meu pai, ele nem pensava na possibilidade de ser uma menina. A baronesa não mostrou preferência pelo sexo. Mas se dizia orgulhosa da filha, que engravidara e quem sabe em breve lhe daria os 5 netos que ela havia pedido um tempo atrás. Assunção estava bem sorridente, como médico se mostrou atento e fez perguntas sobre a saúde da filha. Era claro que ele queria acompanhar Laura na gravidez. Ela estava receosa, por ser algo tão íntimo. Mas ele a convenceu, era o seu primeiro neto e ele queria participar de tudo. Minha mãe foi outra que ficou encantada e já dava conselhos maternais a Laura junto com a minha sogra.

Antes das visitas saírem, meu pai ainda me deu um cumprimento, exaltando a minha masculinidade, orgulhoso que eu já contribuía para continuar a família. Já D. Constância falou algo parecido a Laura, que ela daria origem a uma linhagem pura.

Nós sabíamos que ambos estavam felizes, mas essa conversa de linhagem e pureza não nos agradava. Estávamos felizes em ter um filho, não por causa da pureza do seu sangue, mas por que nos amávamos e sonhávamos em ser pais, em amar o nosso filho, e torná-lo uma pessoa de caráter. Era uma questão de sentimento, não de sangue e obrigações.

O tempo foi passando e a cada sensação nova o sentimento era indescritível. A primeira vez em que eu realmente consegui sentir o bebê se mexendo na barriga do meu amor foi magistral. Meu coração parecia que pularia da boca, eu quase engasguei, enquanto Laura me olhava satisfeita.

Um dia encontrei Guerra na rua. Nós ainda estávamos brigados. Eu entendia que ele era um jornalista disposto a mostrar a verdade doesse a quem doesse. Mas ele podia ter me avisado que publicaria uma denúncia contra o meu pai. Eu ficara magoado, mas ao vê-lo se aproximar de mim, resolvi não fugir:

– Edgar, que bom encontrá-lo – ele falou tentando sorrir.

– Não sei se posso dizer o mesmo, Guerra – fui duro com ele

– Quero que você entenda que eu não queria te ... – o interrompi

– Você poderia ter me contado antes, era só isso que eu pensei que faria como meu amigo, nunca iria pedir para não publicar a matéria. Mas eu queria estar preparado, aquilo afetou a mim e a minha família.

– Eu entendo... mas fiz pela verdade, era uma causa justa, um político corrupto... um jornalista tem que seguir a verdade, você já foi jornalista, Edgar, sabe disso...

– Só tome cuidado com as pessoas envolvidas... só um aviso era o necessário ... pra não me sentir traído.

– Tá bom, eu pensarei mais se descobrir algo sobre o seu pai ...

– Guerra, você fez o certo, meu pai era culpado, e não é por ser meu pai...

– Sinto muito... pelo o que seu pai fez. Como está sendo tudo? Você com ele? – ele falou consternado

– Eu saí da fábrica, sinto vergonha do que ele fez. Estou trabalhando como advogado, e já consegui uns clientes muito bons. As coisas não estão ruins. Estão ótimas para falar a verdade. Laura está grávida- falei sorrindo, Guerra era o meu melhor amigo e sentia falta de conversar com ele.

– Parabéns, Edgar- ele me abraçou - Uma notícias dessas precisa ser comemorada. Vamos ao bar Guimarães.

Nós conversamos animados sobre os últimos acontecimentos. Falei de Laura e das mudanças com a gravidez, ele mostrava um extraordinário bom humor e foi quando pensei em lhe fazer um convite:

– Guerra, estava pensando...O que acharia de ser o padrinho do meu filho? A Isabel, amiga da Laura, será a madrinha. Você quer? – ele era o meu melhor amigo, não havia pessoa melhor para esse convite.

– Eu ficaria honrado, Edgar – inicialmente ele parecera assustado, mas depois se mostrou firme e sorridente.

Quando voltei para casa, Matilde me informou que Laura estava no banho. E resolvi ir vê-la mesmo assim. Adorava olhá-la na banheira, e como a barriga dela que já se destacava, a sensação de vê-la se banhando era muito melhor.

– Como está a mãe mais bela do mundo? – falei e ela pareceu se assustar

– Edgar... que petulância entrar sem ser convidado... – ela disse se passando por ofendida

– Desculpe, o que posso fazer para me corrigir? – respondi sorrindo cavalheiro

– Um beijo será suficiente dessa vez... – ela sorria encantadora

Me aproximei dela e a beijei com carinho, em seguida, dei outro beijo em sua barriga:

– Você também merece um beijo, filho. Desculpe a intromissão.

– Você está perdoado por nós dois, meu amor- ela riu.

– Como foi seu dia, meu amor? -perguntei

– Tirando o fato de eu estar mais pesada, e redonda... foi ótimo, hoje ele se mexeu bastante. Mas consegui dar minha aula tranquilamente. Não tive nenhum enjoo, faz um tempo que não tenho enjoos, o que é ótimo. - ela falou satisfeita

– Minha mulher é guerreira mesmo. Dando aulas com essa barriga.

– E por que não daria aulas, Edgar? Eu estou muito bem, essa barriga não me impede de nada. Não estou doente - ela falou meio aborrecida

– Eu sei, meu amor. Se dar aulas te alegra, continue dando aulas- falei tentando melhorar o clima- Sempre vou te apoiar.

– E o seu dia, como foi? – ela perguntou, parece que tinha conseguido melhorar o clima

– Foi bom, venci o processo. E ahh.. .encontrei com Guerra.

– E brigou mais uma vez?- ela estava curiosa

– Não, tivemos uma ótima conversa, até o convidei para ser padrinho do nosso filho ... espero que não se importe.

– Claro que não. Acho que Guerra será um ótimo padrinho. E é maravilhoso que vocês voltem as boas, também estava sentindo falta dele- ela falou compreensiva e sincera

– Laura ... eu estava pensando ... a sua barriga não te impede de nada, né? Até de ... – sussurrei algumas palavras picantes em seu ouvido

– Claro que não – ela me olhava sapeca

Fui para cima dela, me molhando todo e a beijei, mas depois de alguns instantes, ela falou:

– Bem, Edgar. Acho que essa banheira não cabe, eu, você e o bebê... – ela parecia estar se sentido desconfortável e eu me levantei apressado, não queria fazer mal a ela nem ao nosso filho - talvez essa barriga me impeça de fazer aqui, mas que sabe em outro lugar – ela sorria, ainda parecia disposta

A ajudei a se levantar, depois nós fomos para o quarto, onde pudemos realizar os nossos desejos de maneira mais confortável.


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Notas finais do capítulo

Então o que acharam? A situação está boa? Querem que os problemas aconteçam logo? kkkk
Comentem para me animar a escrever, sou bem dependente de comentários.



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