Lado A Lado - Novos Rumos escrita por Cíntia


Capítulo 26
Escalada


Notas iniciais do capítulo

Meninas, quase que eu não consigo colocar o capítulo hoje, viu? kkk. Meu tempo de escrita foi um pouco mais curto, o numero de comentários me desanimou, demorou para atingir a regra dos 10 que vale e vai valer até o final kkkk.
Muito obrigada as 14 meninas que comentaram no ultimo capítulo ( um numero menor do que o habitual, mas é bom saber que vcs permanecem fieis, valeu)
Sei que muitas querem ver Laura e Edgar juntos, mas eu ainda tenho que mostrar e estabelecer algumas coisas, não vai demorar muito pelos meus planos, mas também não deve ser tão logo. Assim guardem a ansiedade, e não deixem de comentar, comentários me animam e me fazem escrever mais, a falta deles o contrário, e se vocês pararem de comentar, eu desanimo e escrevo mais devagar como hoje, fazendo com que essa fase e o reencontro de Laura e Edgar demore mais.
Vou deixar vocês com esse capitulo, esperem que gostem, mas se não gostarem, não deixem de comentar, nem que seja para me estimular a escrever mais e passar logo dessa fase.



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“Eu estudei pra trabalhar. Não foi para ficar enfurnada dentro de casa, escolhendo o cardápio do jantar , tricotando cachecol pra marido.”

Laura em Lado a Lado

Por Laura

Um pouco depois do nascimento de Cecília , houve um período de acontecimentos nebulosos entre Isabel e D. Amália. Mas as coisas se resolveram, e eu estava aproveitando o tempo com a minha filha, pois em breve voltaria a trabalhar.

Certo dia, eu estava com ela e Pedrinho no quarto, nós fazíamos carinhos nela e brincávamos quando perguntei ao meu filho:

– Sua irmã é bonitinha, né, meu amor?

– É - ele me respondeu sorrindo

– E você gosta dela? - perguntei

– Gosto ... mas queria um menino- ele me falou com aquela sinceridade infantil

– Ai, meu amor. Mas Deus não quis assim... Por que você queria tanto um menino?

– Para bincar comigo.- eu havia entendido o que ele achava e tentei lhe dar outra visão

– Quem disse que por ser menina, ela não vai poder brincar com você? Eu e seu tio Albertinho brincamos muito - o coloquei em meu colo e o beijei - na verdade, Pedrinho, eu vou pedir uma coisa para você, é muito importante, filho. Viu? - ele parecia interessado- A Cecília é a única menininha da casa, e eu não quero que ela fique sozinha, então peço para você e Neto sempre brincar com ela. Não a deixe sozinha por aí. E ahh, sem o seu pai aqui, você é o único homem da família, o meu homenzinho, quero que a proteja sempre. Você pode fazer isso, meu amor?

– Sim, mamãe, eu vou bincar com ela. E vou poteger ela e você de todos os perigos- ele falou valente, eu não resisti e o enchi de beijos, meu menino era maravilhoso.

Assim fazia a aproximação de Cecília e Pedrinho. O ensinava na medida do possível a cuidar dela, já que ele ainda era um menininho de 2 anos, e eu não o deixava segurá-la no colo a menos que um adulto o ajudasse. Mas ele já podia distraí-la e fazia isso com muito gosto. Quando eu a amamentava, ele nos olhava admirado. Me perguntava várias coisas com jeito curioso. E eu procurava ser muito carinhosa, para ele não sentir ciúmes da irmã, e sim amá-la.

Isabel, D. Amália e Lauro me ajudavam muito. E viviam paparicando a menininha da casa. Mas muitas vezes, eu me sentia triste, culpada... Queria que Edgar estivesse com a gente, queria ele atencioso conosco nesses momentos, o queria babando pela filha, emocionado. Entretanto, ele nem sabia da existência de Cecília e não havia um dia que eu não pensasse em contar a ele e que não sentisse a sua falta. Só que pela paz que eu havia conquistado, ele não poderia saber.

O tempo foi passando e eu voltei a dar aulas. Eu a levava comigo, e as professoras ficaram encantadas com Cecília. Com seus sorrisos e gritinhos de satisfação. Quando o fim do ano e as férias chegaram, elas ficaram entristecidas, pois minha menina não voltaria comigo no ano seguinte. Todas se despediram emocionadas no ultimo dia letivo daquele ano de 1907.

Os cabelos de Cecília já começavam a nascer, e os fios eram loiros, os olhos também eram verdes como o do pai, e seus traços me lembravam muito os dele. Assim como Pedrinho, ela era a cara de Edgar, e tinha certeza que se ele a visse ficaria orgulhoso, pois eu estava muito orgulhosa da minha menina agitada e sorridente, que curiosa olhava pro mundo, e tentava pegar as coisas a sua volta.

Em dezembro, nós comemoramos o aniversario de Neto e em Janeiro o de Pedrinho. De certa forma, também era uma comemoração desses meses de paz.

Já fazia quase um ano que eu havia partido, e imaginava como Edgar estava, se sofria, se sentia falta da gente, ou se juntara a Catarina e a filha. Só de imaginá-lo com aquela mulher, meu peito parecia que ia explodir de tanta dor. Eu pensava nela cínica sorrindo, vencedora por ter me afastado e ter conseguido o meu marido, o meu amor. Pensava nele esquecendo a gente, apaixonado novamente por ela. Mas tinha de admitir que se ele estivesse com ela seria natural, já que o deixara. Isso me corroía por dentro. Mas provavelmente ele iria arrumar outra família.

Pouco antes das aulas começarem, fizemos o batizado de Cecília. D. Amália e Lauro ficaram tão felizes quando os chamei para serem os padrinhos dela. E orgulhosos batizaram a minha menina.

No momento do batismo, eu ainda senti um aperto no peito, já que Edgar devia estar lá. Mas depois, na festa de comemoração, que fora oferecida com o dinheiro da madrinha a contragosto meu, e recebeu o pessoal da pensão, as professoras da escola, seus filhos e maridos, eu procurei esquecer.

Entretanto houve um incidente chato nela, Neto veio até a mim e me perguntou o que era um bastardinho. Ficamos assustados, mas ele acabou entregando Marta, ela o havia chamado assim.

D. Amália ficou furiosa por ela chamar o seu menino desse jeito e a expulsou da pensão. A ameaçou também, disse se ela espalhasse fofocas sobre mim e Isabel, iria se ver com ela, e nós já sabíamos do poder econômico e moral que ela tinha na cidade. Não seria bom tê-la como inimiga.

Pouco após a volta do ano letivo, D. Amália ficou doente, o que nos preocupou bastante. Eu, Lauro e Isabel trabalhávamos, e com ela debilitada, não tinha ninguém para cuidar das crianças, da pensão e dela mesma, já que estava bem fraca. Isabel decidiu que se ausentaria do serviço para cuidar de tudo. Eu e Lauro a ajudávamos após o nosso expediente.

Só que depois de uma semana de faltas, Isabel acabou perdendo o emprego. E quando D. Amália se recuperou, ela começou a procurar um novo. Sua busca não foi longa, já que a nossa senhoria ofereceu um trabalho a ela.

Segundo D. Amália, ela já estava idosa e há muito tempo precisava de ajuda com a pensão e com o resto dos seus bens. Isabel havia sido muito eficiente quando ela esteve doente, e ela achava que era a mais indicada para a tarefa. Eu concordei com isso, e apesar de um pouco resistente no inicio, Isabel aceitou o novo cargo.

E de certa forma se tornou a administradora das posses de D. Amália, que era mais do que pensávamos. Ela tinha várias casas e terrenos na cidade. Além de duas fazendas de café nos arredores. Era uma fortuna considerável.

E Isabel descobriu irregularidades em alguns desses bens. Uns inquilinos e o responsável por uma das fazendas enganavam D. Amália há algum tempo. Ela não era muito boa em contas, por isso não fora difícil ludibria-la. Mas com Isabel tomando conta das coisas, a situação mudou. Ela despediu o administrador da fazenda, e colocou alguém mais confiável em seu lugar. Quanto aos inquilinos, ela fez com que eles pagassem tudo o que deviam.

D Amália ficou mais tranquila e seu tempo livre aumentou. Ela se distraia e brincava bastante com as crianças, cuidava com desvelo de Cecília que ainda era um bebê, o seu xodó, a sua afilhada. E às vezes, ela pedia para eu, Isabel ou Lauro lermos para ela.

Numa dessas ocasiões, eu tomei coragem e a pressionei. Queria saber sobre a sua instrução. Descobri que ela realmente sabia ler e escrever, mas muito mal. Ela havia tido aulas por pouco tempo quando criança e teve alguma dificuldade, o pai dela que era muito conservador, achava que a instrução não era importante para as mulheres, e acabou com as suas aulas antes que ela adquirisse proficiência na leitura.

Assim, em meu tempo livre resolvi mudar essa situação. Nem que fosse para se distrair D. Amália precisava ler e escrever melhor. Passei a dar aulas para ela. E meses depois, ela já lia livros no quarto sozinha. Nada era mais recompensador do que vê-la lendo sem dificuldade e o seu sorriso ao fazer isso.

E mesmo com a falta, e a culpa que sentia em relação a Edgar, eu tinha paz, meus filhos cresciam felizes e saudáveis, me sentia útil, independente, fazendo o que sempre sonhei, trabalhando com educação, ensinando e mudando a vida das crianças e até de adultos como D. Amália.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Já houve certo avanço no tempo, e bem coisas importantes já começaram a ser colocadas. Me digam o que acham, o que pensam que irá acontecer, o querem, não deixem de comentar, recomendar, participar, mesmo desanimadas, pois isso me desanima e vai demorar mais para essa fase passar.



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