POv.Percy

–O que quer dizer?-Perguntou o primordial Ponto se levantando da pedra em que estava sentado.

–Eu quero dizer... Que está na hora do segundo round.-Respondi indo em sua direção.

Girei meu bastão produzindo um redemoinho e joguei o redemoinho em sua direção, mas ele o desviou com apenas um tapa. Os outros dois começaram se preparar para o ataque, mas com um estalar de dedos meu, eles congelaram no tempo.

–È só o que sabe fazer?Jogar um ventinho em mim?-Perguntou de forma sarcástica enquanto formava uma bolha mágica e a atirava em mim.

–È você?Revidando com um tapinha?Já vi quem é a mulher da relação. -Respondi acertando a bola com o bastão e mandando-a bem longe. -È a bola vai pra fora do campo!

–Como se atreve a me insultar!Sou um primordial, sou mais antigo que o seu pai de seu pai!-Respondeu com raiva enquanto lançava uma onda em minha direção.

–Pois é!Você está fora da validade. -Respondi parando a onda e devolvendo ela para seu dono que não gostou muito de engolir água.

–Não é possível!Como é que esse imbecil usa minha própria onda em mim e eu ainda quase me afogo?-Perguntou a si mesmo incrédulo.

–Bem... Sem querer interromper sua linha de pensamento, mas já o fazendo, eu poderia dizer que, o feitiço virou contra o feiticeiro, e levando em consideração que eu sou, ironicamente, filho de Poseidon você já deveria esperar por isso...- “Nossa!Falei como um filho de Atena falaria.” Pensei.-...Mas vamos deixar de papo furado não é mesmo?.-Falei colocando o bastão em seu pescoço com a mão direita. Ele me olhou com medo nos olhos por um instante, mas logo seu olhar de medo mudou para um olhar de desafio.

–Você não pode me matar semi sei lá o que!-Ele disse cuspindo sua ultima centelha de coragem.

–Matar?Quem disse que eu vou te matar?Eu sou um anjo, não mato pessoas. -Falei com convicção.

–O que pretende fazer então anjo?–Ele falou com desprezo.

–Bem... Eu posso te castigar. E pelo que eu percebi você precisa de um castigo a altura. Então eu... -Comecei a pensar, mas ele me interrompeu.

–Você o que?-Vai me prender na escuridão?Vai me mandar para o Tártaro?Vai me colocar ao lado daquele idiota que tem as tripas como comida de pássaros pela eternidade?Que seja!Isso só vai alimentar a minha sede de vingança e um dia é exatamente isso que vou fazer. Eu vou me VINGAR de você!-Ele disse entre dentes.

–Nossa!Como você é dramático.Já pensou em escrever uma dramaturgia?Sério!Iria fazer muito sucesso. –Falei sarcasticamente pensando de que forma eu poderia castigá-lo.

–E você já pensou em ser piadista?-Perguntou ele enquanto pensava em escapar, mas ele não sabia de um detalhe: Eu podia ler cada pensamento que passava por sua cabeça, então, sua fuga não era uma opção.

–Não adianta tentar me ameaçar meu caro, isso não vai funcionar. Tentar dar um golpe em mim também não é uma coisa sensata para você, já que você está com um bastão místico em seu pescoço, e por fim, usar água contra água não é uma tática muito inteligente da sua parte sabia? -Falei deixando-o surpreso.

–Como... Você leu minha mente?-Ele perguntou, mas sua mente já afirmava então respondi o óbvio em resposta.

–Dããã...Percebeu agora foi?

–E você percebeu que eu estava apenas te distraindo?-Ele disse abrindo um sorriso.

–Me... Distraindo?-Perguntei confuso.

–È desde que você colocou esse bastão no meu pescoço e caso não tenha notado, um dos meus aliados não está mais... Congelado. Pra falar a verdade, nem eu tinha notado até então... -Ele falou olhando para o local em que eu congelei o primordial e o titã. Virei minha cabeça e percebi que o que ele falou era verdade. O Primordial Èrebo não estava no local em que eu o deixei. Virei minha cabeça de volta para questionar o primordial que eu tinha rendido, mas quando olhei para o primordial Ponto não o vi.

–Mas como... Ele estava... E agora... -Não consegui concluir nenhuma de minhas frases porque eu estava muito confuso e indignado.

De repente, ouvi uma risada maligna em minha mente.

“Não achou que iria sair ganhando, achou?” Falou em meus pensamentos o primordial Èrebo. ”Bem... Pra falar a verdade, achei sim. E achei que você ia sair perdendo também sabia?” pensei em resposta. “Vejo que é mesmo um idiota! Esqueceu-se de que eu estava com o plasmavital, portanto, esqueceu que não conseguiria me deixar paralisado não é mesmo?”. Droga!Tinha me esquecido disso. ”Onde está você seu covarde? Onde está você e seu amiguinho? Achei que você queria me matar. Será que eu estava enganado?” Perguntei provocando-o, mas em vez de deixá-lo zangado eu o fez rir. O que ME deixou muito zangado. ”Está rindo de que? Conte-me a piada e talvez eu possa rir com você!” Perguntei em pensamento enquanto fechava os punhos com força. ”Na verdade, você é a piada. Não notou?” Ele respondeu dando mais uma de suas risadas. ”Notei que você tem medo de mim e fica me enchendo o saco por pensamento... Não tem coragem de fazer isso pessoalmente?” Perguntei pressionando-o a aparecer.

–Tudo bem, mas só porque você pediu. -Ele respondeu aparecendo na minha frente com um cajado em mãos, que pelo que eu senti, irradiava muito, mais muito poder.

–Que gentileza!Mas se não se importa, eu gostaria de saber onde você arranjou isso ai e também, gostaria de saber onde está o plasmavital. Importa-se em satisfazer minha curiosidade?Hein?-Perguntei já imaginando a resposta.

–Não me importo e só existe uma resposta para essas duas dúvidas. O plasmavital é o cajado. E olha só que ele faz. -Ele disse apontando o cajado para o titã Oceano que ainda estava imobilizado e atirando uma espécie de raio no mesmo. Quando o raio atingiu o titã, ele imediatamente se desintegrou.

–Mas... Você o matou!Você matou seu próprio aliado!-Falei boquiaberto.

–Na verdade eu não o matei, a voltagem não foi grande o suficiente para matá-lo. Eu apenas o desintegrei e o mandei para o tártaro. Eu poderia apenas te-lo deixado com um buraco no peito até que ele se recuperasse. Mas ele não serve pra nada em meus planos agora. -Ele falou com frieza.

–Ok... Hãn... Você é mais doido do que eu pensava. -Falei olhando para meus amigos que agora estavam desmaiados depois de lutarem entre si. -Espero que exista um hospício para primordiais. Você vai precisar...

Ele me olhou com ódio nos olhos e mirou seu cajado em mim, atirando um raio que me jogou pra fora da arena. Tentei me levantar, mas meus machucados que estavam ruins antes, ficaram piores agora.

–Você vai engolir todos os seus insultos agora ser inferior!-Falou chegando perto de mim e atirando outro raio que, dessa vez, me jogou para o meio da floresta.

Olhei ao redor procurando os semideuses e os monstros que estavam lutando por ali, mas só vi arvores e ouvi apenas o som de pássaros.

–Onde estão todos?-Perguntei a mim mesmo num sussurro não muito silencioso.

–Mandei que meu aliado, o primordial Ponto, desse um jeito de mudar essa guerra de lugar... Todos devem estar lutando na área dos chalés agora e... Ah!Eu queria te mostrar um truque que eu aprendi. –Disse ele segurando o cajado firmemente com as duas mãos. De inicio não aconteceu nada (o que me fez achar que ele tinha realmente um parafuso a menos), mas depois de uns 23 segundos o cajado começou a brilhar e a se dissolver, mas não parou por ai. Quando se dissolveu por inteiro começou a entrar na mão do primordial até que parou de brilhar.
Ele olhou para mim com um sorriso vitorioso no rosto o que me deixou preocupado. Levantei do chão com dificuldade e segurei meu bastão com força. Olhei para ele e senti que ele emanava poder, mas como eu não tinha opção eu o ataquei. Ele prevendo meu ataque, atirou outro raio de suas próprias mãos em mim, fazendo com que eu me chocasse em uma árvore e largasse o bastão, o que, me deixou vulnerável porque eu não tinha forças físicas para combatê-lo.

Olhei para o lado e vi meus seguidores bastante machucados caindo e se levantando vindo em minha direção para tentar me socorrer. Viro o rosto e olho para frente sentindo que algo ruim iria acontecer. Minha visão começa a ficar embaçada por causa do desgaste que eu estava sofrendo.

Levanto os olhos para meu adversário e digo:

–Nem doeu idiota!-Ele da uma risada e diz:

–È o seu fim!-Ele levanta uma mão em minha direção ainda rindo e lança outro raio mais forte.

Eu apenas fecho os olhos e escuto uma voz feminina gritando. Abro os olhos e vejo uma imagem desfocada da garota que gritou.

Por um instante, fecho os olhos e me lembro do meu pesadelo. Quando abro meus olhos novamente, minha visão não está mais desfocada,mas o que eu vi,congelou a minha alma e me fez querer ficar cego pelo resto da minha vida.

Caído no chão, com um buraco no peito e sangrando muito, estava o corpo dela. O corpo da pessoa que eu mais amei nessa vida e por quem sempre senti muito carinho, apesar das circunstancias. O corpo de... Annabeth Chase.

Continua...