“ – Bom trabalho, Gajeel –  Falou Jose.

- Não tão rápido, Mestre. Aqueles lixos não vão agir só com aquilo...

...Levy...

-Então eu deixei um presentinho extra...

...LEVY...”

- LEVY! – Pulei da cama e suava frio. Sentia as lágrimas chegarem –  Levy...

- Teve novamente um pesadelo, Gajeel? – Lily, deitado em uma almofada parecia ter acordado.

- H-hai. – Fui em direção ao banheiro, me despi, entrei no box e deixei a á água fria escorrer pelo meu corpo.

- Foi o mesmo pesadelo de ontem?  – Lily falava do meu quarto.

- Hai...

Faz tempo que estou tendo este pesadelo, que não passa de uma lembrança que venho tentando esquecer. Naquela época, quando eu ainda era da Phantom Lord, eu fiz aquilo com ela e ainda não posso me perdoar. Como eu pude fazer aquilo a ela? Uma pessoa tão doce e meiga, que nunca fez nada para mim além de trazer felicidade... Como?

As lágrimas que caiam do meu rosto se misturavam com a água que caia em meu corpo.

Terminei o banho e vesti a roupa que sempre uso. Saí do banheiro e encontrei Lily comendo um kiwi. Deixei-o e peguei um pedaço de metal que havia eu um canto do meu quarto. Fui à guilda.

Ao entrar, não vi nada de diferente. Não me importei e fui a uma mesa no canto da guilda para poder comer o ferro.

Depois de algum tempo, percebi uma certa baixinha ao meu lado. Não queria olhá-la. Talvez assim ela fosse embora, mas foi em vão e acabei deixando-a “um pouco” irritada.

-Ei Gajeel. Oi? Estou falando com você, GAJEEL!!! – Ela gritava em meu ouvido, então tirou de mim o pedaço de metal que eu comia e o jogou fora.

- Ei? Quem fez isso? - disse fingindo que procurava algo.

- Fui eu, Gajeel .

- Quem? – eu continuava a insistir, mas não foi uma boa ideia.

- GAJEEL!!!  - disse ela, já irritada.

- Yoo, Baixinha.

- Já disse para não me chamar de baixinha!

- Só se você crescer um pouco mais. Assim pelo menos terá tamanho para falar comigo. - eu falei, sem medir minhas próprias palavras.

- NANI? Só vim ver se você estava bem! Podia ser um pouco mais educado.

- Como posso ser educado com alguém que nem consigo ver? Agora que você já viu como estou, por que não vai embora?- eu disse, pegando outro pedaço de metal.

- Hai! Eu vou e espero que fique bem aí, sozinho. Baka!

 Pude ver lágrimas em seus olhos quando ela saiu. Aquilo deu um aperto no meu peito, não acreditava em minhas próprias palavras... Como eu podia ser tão estúpido?

Mas esse era o melhor a ser feito, não poderia a ver ferida novamente, por isso eu devo me afastar dela.

- Yoo Mira, me vê o de sempre. – falei sentando em um banco próximo ao balcão.

- Hai. - ela me entregou a bebida com um sorriso que desapareceu rapidamente . - Por que fez aquilo, Gajeel?

- Nani? - tomei um gole da bebida.

- Não finja que não sabe. Por que falou aquilo para a Levy?

- Não é da sua conta, Mira. - O que estava havendo comigo? Eu nunca havia falado assim com Mira.

- Sinceramente, Gajeel. Você rejeita a única pessoa que te dá amor e carinho; a Levy só quer o seu bem! Por que faz isso com ela?

- Já disse que não é da sua conta! – disse, me levantando e fui em direção ao subsolo da guilda, apesar de nunca ter ido lá.

- Espere, Gajeel. 

- O que foi? – parei por um instante.

- Só tente se desculpar com Levy assim que ela chagar da missão. Talvez possa ser sua única chance.

- O quer dizer com isso, Mira?

- Ela não vai esperar muito tempo. Pare de ser o orgulhoso que é e desculpe-se com ela, senão vai chegar um dia que você não terá mais nenhuma chance. - saiu antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.

“ O que esta acontecendo? Eu estou até levado uma bronca da Mira! Será que o que eu fiz foi tão ruim assim?”  - pensei enquanto continuava a descida. Ao abrir a porta, descobri que era a biblioteca da guilda. “Cara, não existe um lugar onde não tenha rastros daquela baixinha?”. Mesmo indignado com minha própria afirmação, desci as escadas até chegar a uma escrivaninha que se encontrava no centro da biblioteca. Em cima do móvel, encontrei um livro, que mais parecia um álbum de fotos. E de fato, era. Sentei-me em uma poltrona não muito longe de onde eu estava e comecei a ver as fotos. Pareciam ser fotos da guilda antigamente, quando todos eram muito pequenos e pareciam felizes. Fui virando as páginas até que uma foto me chamou a atenção: era a foto da Levy e aqueles dois seguidores dela.

Puxei a foto para ver mais de perto.

 “Kawaii.”

- Eles parecem bem felizes, certo?

- Mestre?! – tomei um susto e cai da poltrona. - O que está fazendo aqui?

- Sou o mestre da guilda e tenho total liberdade de vir aqui, assim como vocês, entretanto, vim especialmente para falar com você.

- É sobre a Levy? – sentei-me novamente.

- É. Mira me falou o que você fez, mas eu queria saber o porquê.  E antes que você abra a boca, sim, isto é da minha conta.

- Hmm... Sabe aquele tempo, quando eu estava na Phantom?

- Claro, nunca me esqueci e nem irei esquecer. É por isso que esta assim, Gajeel?

- Bem...

- Não importa – começou ele - o que você tenha feito à guilda... O que você fez a Levy e aos seus companheiros, eu não perdoarei. Porém Levy parece que nunca se importou com isso: Por que você mudou. Eu penso que você também não deveria se importar tanto.

- Você não sabe o quanto eu sofro com isso e a cada dia que passa me arrependo ainda mais! Ainda não consigo acreditar que ela me perdoa...  Eu tenho medo, Mestre, medo de machuca-la novamente. Eu... – senti lágrimas chegarem, mas as contive.

- Gajeel, todos nós cometemos erros e ainda teremos muitos pela frente, por isso não deve se culpar por algo que está no passado. Erga a cabeça, não seja orgulhoso e olhe para o presente. O passado não importa mais. O futuro é um mistério, mas o hoje é uma dádiva e é por isso que chamamos de presente.

- Mestre...

- Vá falar com ela. – essas foram as últimas palavras de Makarov antes de sair da biblioteca.

- Levy...