No Olho Da Tempestade escrita por P r i s c a


Capítulo 5
Proposta


Notas iniciais do capítulo

Esse e o próximo capitulo NÃO faziam parte do plano original... os desenvolvi recentemente e, devo dizer, são meus favoritos até agora xDDDDDD

Decidi torturá-los um pocuo mais antes do desfecho e estou adorando cada segundo disso. Espero que também gostem!!!



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Estava deitado em sua cama, esperando o sono se lembrar dele quando decidiu que falaria com Reborn.

Era isso! O arcobaleno era a falha na lógica de Haru. Havia um tempo Reborn se referira a ela como parte da família. E se o bebê dizia que alguém era da família, ninguém, nem Juudaime podia contrariar. Afinal, fora assim como todos os guardiões e com o próprio Tsuna de certo modo. Aquilo o fez relaxar.

Confirmaria com o pequeno de manhã, sem falta. Afinal...

...não...

...não era possível que Reborn só tivesse cogitado aquilo pela chance de Haru realmente se envolver com Tsuna.... ou era?

Seus olhos fecharam. Estava finalmente sentindo os efeitos do almejado sono...

E ele desejou abri-los durante cada segundo do infeliz pesadelo.

ooo

“Agora é extremamente oficial...” murmurou Ryohei aos colegas quando avistara o jovem Braço Direito cambaleando até a sala. “...ele e Haru brigaram.”

Gokudera estava, inegavelmente, um lixo. Havia bolsas embaixo dos olhos, o cabelo estava amassado e as roupas lhe pareciam grandes, desengolçadas. E o pior... ele não retrucava.

“OI! CABEÇA DE POLVO!” chamou o Sasagawa, segurando o colega pelos ombros. “Ela te deixou, foi?”

Tsuna se arrepiou da cabeça aos pés. Ryohei estava pedindo para ser explodido na frente da sala, da irmã, da namorada, mas... Gokudera... não... reagira.

E o olhar do de cabelos prata buscou o chão.

O pesadelo tivera poucas, simples e súbitas cenas que o abalaram consideravelmente. Era quase como se estivesse assistindo a seu futuro... E Haru estava nele, trabalhando para Tsuna e nada mais. E sim, nesse futuro ela o deixara...

...Porque ela morria.

A vida na máfia... lhe fora curta.

“HIIII, SERÁ QUE ELE ACERTOU?!?” agora Tsuna se perguntava quando os dois haviam começado a sair oficialmente.

“Não.” Dissera o pobre e desmontado rapaz. Uma mera dica de irritação se manifestando na voz cansada e rouca. “Só tive um pesadelo. Não se preocupe, Juu-”

“VOCÊ TEVE UM PESADELO NO QUAL A HARU TE DEU UM FORA?!”

Agora ele seria explodido. Sem dúvidas. Hayato se virou pra Ryohei perguntando-se como Hana o suportava e, ao pensar isso... baixou as dinamites (Tsuna estava quase fugindo pela janela).

Kurokawa Hana.

O único vínculo dela com a máfia (ignorando sua amizade com Kyoko)... era o Guardião do Sol.

Aquilo... o fez sentir um estranho desconforto.

O sinal tocou e, pro alívio do jovem Vongola, Gokudera se acomodou em seu lugar tão logo o professor entrara em sala de aula. E lá ele ficou quieto durante todo o dia. Sem falar... sem atacar o professor verbalmente... e sem celular.

Mas não havia qualquer atenção do rapaz à aula... ou à crescente preocupação de seus amigos quanto ao seu comportamento.

Não.

Na cabeça prateada de Hayato Gokudera, somente perguntas borbulhavam.

O que Tsuna achava sobre o namoro deles? Era contra? E quanto à todos os perigos? Podia não caber a Juudaime se preocupar com muitos detalhes daquilo, mas o que o estava revirando os miolos.... era Ryohei.

Era a lógica. Hayato Gokudera precisava da lógica.

E ela não estava presente ali.

Ele não tinha receio de colocar a Kurokawa em perigo?

O sinal tocou. E durante todo o intervalo, Gokudera se mantivera calado, observando o casal barulhento, remoendo-se por dentro na tentativa de decifrar o que via.

Porque, em seu raciocício... Se Ryohei realmente amava Hana... ele agiria pensando na segurança dela. Não?

Ou seria o Guardião do Sol... um extremo egoísta?

Nas aulas que sucederam o intervalo Hayato pegou o celular. Queria falar com Haru, mas ainda não tinha certeza sobre o quê. Ele queria arrumar um jeito de assegurar o lugar dela na família e havia muitos modos de se fazer isso. Ela teria, claro, que arrumar um jeito de desapegar de Juudaime enquanto estivesse perto do Chefe, o que seria bem difícil. E teria de suportar estar junto de alguém a quem não amava dessa forma.

Sim, Gokudera cogitara a ideia de pedir para que ela saísse com ele. Era simples e ele, apesar de todo o orgulho, precisava admitir que a suportava o suficiente para aceitar sua companhia pelo resto da vida., mas... ele deveria fazer?

Era próximo dela o suficiente para saber que ela não era do tipo que mente pra si mesma. E nem para outras pessoas. Haru não ia gostar da ideia de namorar com alguém enquanto ainda sentisse algo por Tsuna.

‘Não seria justo desu~’ podia imaginá-la dizendo.

Mas e se fosse a única forma? Podia ser só uma faixada, Gokudera não pediria pra ela fazer qualquer coisa além do que já fazia e de como agia com ele. Ele estava... meio satisfeito com aquilo. Claro que, se ela mudasse de ideia, digamos, hipoteticamente... se Haru viesse a se apaixonar por ele no processo, e ela quisesse... se pedisse, bom, não é como se Gokudera fosse recusar ‘passar para o próximo nível’.

O Braço Direito do Chefe deve sempre ser alguém flexível e ele... ele se... importava (sim, essa era a palavra) com Haru o suficiente para fazer o sacrifício.

Suas bochechas ficaram quentes. Precisava voltar pra realidade.

Aquilo lhe parecia um bom plano, parecia mesmo... até ele ter o pesadelo.

Se o fizesse... não estaria apenas sendo tão... extremamente egoísta quanto Sasagawa Ryohei?

Gokudera olhou para a caixa de texto, à espera de algum recado a ser enviado...

...e apagou a tela, guardando-o na mochila.

A decisão estava tomada.

E seria para o bem dela... ainda... que também fosse sentir saudades.

Na hora da saída, se despediu de todos e caminhou sozinho até o apartamento. Sentia-se bem melhor, como se houvesse... amadurecido um pouco. Não que ele precisasse de mais maturidade, ele era um gênio afinal, mas... estava satisfeito em ter tomado sozinho uma decisão que fazia as pazes tanto com a determinação de seu chefe, quanto com o bem estar de Haru.

Seu celular vibrou.

Falando em 'Haru'...

Hayato encheu o peito de ar e soltou devagar. Depois sorriu. Eles tinham apenas mais três (o tempo do colegial) até terem que se despedir... Hayato também prometera a si mesmo que aproveitaria cada segundo deste tempo.

A mensagem que a mulher o havia mandado era imensa... Provavelmente algum desabafo frustrado por culpa da tal menina bruta, de novo.

'...Tsuna-san vai lutar muito pra manter as coisas assim... e não posso fazer nada além de entende-lo... e aceitar com gratidão, ainda que não a sinta de verdade.' Foram palavras da própria Não-tão-estúpida mulher.

Bom, pelo menos ele podia confiar que Haru estava com a cabeça no lugar certo. Mesmo que por um motivo diferente, a mulher era tão devota ao chefe quanto ele próprio e assim ela permaneceria enquanto seu amor por Tsuna durasse. Chegava até a ser engraçado o quão irreal aquilo soava... ‘Haru com a cabeça no lugar certo’. Haha.

Antes de conseguir ler a primeira linha, Haru o liga.

"Impaciente..."

E tão logo atendeu...

“TSUNA BAKAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA!” rugiu a morena.

Hayato parou estático na porta de seu apartamento, encarando o celular enquanto Haru vomitava uma cachoeira de angústias.

“HARU NÃO QUER SABER O QUE TSUNA-SAN DISSE! HARU QUER FAZER PARTE DA FAMÍLIA, CUSTE O QUE CUSTAR DESUUUUUUUU~!!!”

....eh...?

Parou. Piscou algumas vezes, ainda encarando a tela a uma distância que protegesse seus tímpanos.

...EHHHHH?!

ooo

Discutir era divertido. Brigar era aceitável, mas... ouvir os eternos desabafos frustrados da Haru era in-su-por-tá-vel.

Depois de tomar banho e se vestir (tempo no qual deixara a idiota se esgoelando sozinha), Gokudera ligou a chamada em vídeo e largou celular em seu suporte na escrivaninha pra se acomodar em sua cama. Os cabelos prateados, ainda um pouco úmidos, estavam presos e ele procurava seus óculos. Quando Haru vomitava as frustrações, não importava o que dissesse, o que fizesse, o quanto xingasse, ela não responderia e continuaria a falar e falar e falar até se acalmar e Hayato não tinha interesse em discussões nas quais não pudesse levantar a própria voz. Em casos assim (só acontecera uma vez) ele ligaria o vídeo pra poder checar o quão calma ela estaria (ou não) de tempos em tempos, abriria um bom e grosso livro sobre O.V.N.I.s e o leria sem prestar atenção em um ‘A’ da garota.

Suspirou bem devagar ao ouvi-la insultar o grande Juudaime pela vigésima vez.

Ele devia ter sabido. Devia ter suspeitado. Haru com a cabeça no lugar certo era algo que, simplesmente, não existia.

“Haru esteve falando com Kyoko-chan e Hana-chan pra matar as saudades quando percebeu que Hana só estaria na máfia por causo do Ryohei-san...” continuava a cuspir as palavras.

Opa. Resistiu ao impulso de olhar para a tela. Quanto mais interesse Haru achasse que ele tinha, mais tempo ela falaria. Mas aquilo chamou sua atenção... No mesmo dia que ele parara pra observar a peculiaridade que era a Kurokawa e o Cabeça-de-grama, Haru também o fizera. Che, parecia até que estavam sincronizados.

“Haru está tão brava desu~! O que Tsuna-san falou a respeito disso?! Haru sabe que Hana assusta, mas isso não é desculpa desu~! Quer dizer que se Haru decidir namorar um guardião ao invés do chefe Haru pode ficar na famiglia?! QUAL A LÓGICA DISSO?!” explodia, jogando a bagunça do quarto para todo canto em frustração.

Haha. Era até engraçado. Era quase como se o universo cospirasse para que aquela sua ideia equivocada de trazê-la pra família desse certo. Ainda assim... era engraçado, realmente hilário.

Tão cômico que ele podia até brincar com aquilo...

Podia. Mas não faria.

Mas sua decisão já estava tomada... O certo, correto, o melhor a fazer seria aproveitar o gancho daquela conversa pra desiludi-la e trazê-la de volta para o bom-senso da determinação de seu chefe.

Sim, era isso o que ele tinha que fazer. Gokudera sabia disso...

Mas então por quê...

“Haru está quase convencida a casar com um guardião só pra continuar com vocês! Esse é o plano da Haru desu~!”

...por que ele decidira brincar?!

“Casa comigo, então.” deixou escapar. Fácil. Desinteressado. Como se fosse simplesmente o óbvio. Era brincadeira. Uma piada! Há-há-há. Mas as consequências seriam bem reais e ele sentiu isso tão logo as palavras deslizaram para fora dos lábios, caindo na realidade como uma rocha de duas toneladas, Gokudera imadiatamente se arrependera do que dissera.

POR QUE, CÉREBRO?! PORQUE O TRAI TÃO INDIGNAMENTE?!

Crack. O silêncio dela estourava seus tímpanos.

Ele pensou que ela desligaria... Que riria e zombaria e considerou até mesmo vê-la ralhar e eles brigarem por causa daquilo e isso já seria ruim o bastante...

Mas a reação... a verdadeira reação de Haru... fora muito pior:

“Tá. Haru aceita.”

Ah, merda.


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Notas finais do capítulo

DAM DAM DAM!!!! *raios e trovões ao fundo*
Quanto mais Goku-chan tenta sair de uma enrascada, mais eu piso nele até o último fiozinho prta estar submerso xDDDDD

O próximo fica ainda melhor [pra mim], então SE CUIDA GOKU-CHAN!

MWUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHAUHA!!!!

A propósito, aumentei a censura por causa de uma ou outra palavrinha, só pra garantir xD