No Olho Da Tempestade escrita por P r i s c a


Capítulo 4
Famiglia


Notas iniciais do capítulo

Em agradecimento à recomendação [ainda que um tento acidental] da Anna Nyan *gritos histéricos KYAAAA~* postarei o capitulo hoje.
Não vou cortá-lo porque ele é mais curto mesmo, então nem precisei... tive uma ideias 'supimpas' pro próximo cap e vou trabalhar nelas hj pra postar segunda [se Deus quiser]

espero que gostem!



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A veia saltada em sua testa latejava.

Idiota.

“Aquilo foi tão... dangerous desu~~!! Ela chegou do nada atrás da Haru enquanto guardava as coisas dela e queria trancá-la dentro do armário!!!!Tão.... tão bruta desu~~!

Haru era... uma idiota.

Ele ria. E isso a deixava brava, porque Haru não via a aura sinistra que emanava dele ao finalmente ouvir da menina a história que escutara da Sasagawa. Não, ela estava ocupada demais fazendo trabalho para se dar ao luxo de prezar por sua própria estúpida segurança! Claro que Gokudera não ria dela (dessa vez), mas ria de raiva. Durante dois dias a idiota começara a ser bullinada e não soltara um ‘A’ a respeito. O que ela achava que eles fariam, explodir a menina? Bom, sim, provavelmente... mas ele tomaria todo o cuidado para fazer parecer que era um acidente!

“Haru estava tão assustada desuuuuu~~~!”

BEM FEITO! Um susto desses servisse de lição pra ela. Talvez assim a Mulher Estúpida aprendesse a de fato contar quando a alguém a estivesse maltratando e não esperar que ele, por sorte, ouvisse a Sasagawa murmurar um “Pobre Haru-chan...” enquanto lia uma mensagem da garota. Sim, Haru precisava aprender uma lição.

Haru era, sem dúvidas, uma mulher muito idiota.

“Che. E o que você fez, Estúpida?”

“Haru se apoiou no fundo do armário, deu um mortal e pousou atrás da bruta. Depois ela empurrou a bruta e trancou ela no armário da Haru.” Falou quase que desinteressadamente.

...

HEIN?!

“Haru avisou que ela sabia se defender desu...” murmurou baixinho, mas claro que ele ouviu.

“E DO DIABOS QUE É QUE VOCÊ ESTÁ COM MEDO AFINAL?!”

“HAHI!” ela finalmente se virara na cama para encarar a tela do celular de frente “A BRUTA PODE ESTAR ESTRAGANDO OS LIVROS DA HARU ENQUANTO ESTIVER TRANCADA, É CLARO!”

...Idiota...

Ela era uma idiota! Ele era um idiota por estar se preocupando tan-

Espera. Volta.

“A garota ainda está no seu armário?”

“Bom, não é como se Haru fosse besta de abrir pra conferir... E já estava na hora de sair então... Haru foi.”

...

“BHUHUAHAHAHAHA...!” ele já estava quase engasgando com seu risoto. Estúpida, tão estúpida... Não dava para não rir imaginando a cara da garota, porque de todas as meninas tontas e de aparência frágil, de todas as bobas alegres e irritantes, a Bruta levara uma dessas da Haru. A informação em si era um absurdo. Era uma cena que ele pagaria pra ver.

Sim, Miura Haru era muito idiota... mas graças a Deus, havia gente mais idiota que ela. Idiota o suficiente para se meter com ela.

Ele terminara de jantar. O assunto da menina bruta estava encerrado, havia algumas horas.

“Raiz de 3 sobre 4 i” respondeu enxugando as mãos depois de lavar e guardar seu prato. E olhou para a tela apoiada no suporte de celular que deixara em cima de uma pilha de livros de culinária mais sua enciclopédia A.M.N.I. A morena, deitada na colorida cama, aparecia de cabeça para baixo, com o celular apoiado no que parecia ser a cabeceira da cama dela. Estava com um camisetão insanamente grande e comprido com o nome da universidade na qual o pai dela era professor (que ele descobrira ser o que ela usava de pijama) cercada por pilhas e mais pilhas de livros, sem mencionar os papéis, tecidos e outras coisas de corte e costura  espalhados por todo quarto.

Mulher mais bagunceira, pensou sem perceber que sorria.

Depois do assunto sobre a bruta, a linha de conversa dançou entre a festa/reunião que Kyoko estava planejando, o preço dos legumes, filmes, cosplay, O.V.N.I.s em diante até ela finalmente virar a página do caderno e perceber que não havia sequer começado a tarefa de casa.

E fora mais ou menos ai que haviam parado, com Haru fazendo o dever usando o guardião da tempestade, futuro Braço Direito do Décimo Vongola como uma calculadora humana.

Tsk.

“Mais alguma pergunta ‘ultra dificil’ que precise da minha atenção?”, disse, carregando o celular e o suporte até seu quarto, onde, jogando-se em sua própria cama, arrumou o travesseiro naquela posição que descobrira ser a única que acomodava o celular e o suporte de modo que a mulher pudesse vê-lo sem ele ter que ficar ajeitando a tela de minuto em minuto e deitou de bruços, fitando a tela e a menina que aparecia nela. Haru estava distraída de novo e não o escutara. Aquilo com certeza o irritaria não fosse pela oportunidade de vê-la esfregando a tampinha em forma de ursinho da lapiseira em sua orelha, coisa que ela fazia para pensar. Gokudera dera um rápido toque na tela e salvou a cena, outra das muitas que vinha colecionando em seu “estoque da chantagem”.

Oi, tira essa lapiseira da orelha, mulher!”

“Hagi! Você não tirou foto disso, tirou?”

“Huhuhuhu... talvez.”

A garota bufou revoltada.

A morena ouviu um miado e logo Uri surgiu na tela, curioso, assustando a Gokudera e juntando bochechas com o dono até que ambos apareciam no display. Haru sorriu, virando celular na vertical e dando um toque na tela (sempre mirando a testa do garoto porque gostava de imaginar que o estava dando um peteleco) e salvou a imagem. Fez um bico decepcionado. Outra cena indesejavelmente fofa com o baka mostrando a língua no ultimo segundo, já prevendo que ela pretendia fazer. Aquela era a milésima foto constrangedora que falhava em tirar. Mas sorriu, pelo menos nessa ela também via Uri.

“Isso é tão injusto... desse jeito a Haru nunca vai ter o próprio estoque de chantagem desu~~”

“É porque diferente de você eu não sou idiot-AHHHHH URIIII” e teve que tirar o gato do quarto antes que ele voltasse a usar sua cara para afiar as garras. Aquele traidor parecia estar do lado da mulher estúpida e não a do seu dono como o esperado de uma boa arma Box/bicho de estimação. Com certeza Haru havia conseguido sua foto de chantagem...

Quando reajeitou a tela esfregando a bochecha agredida e voltou a se acomodar de bruços em sua cama Haru estava fazendo um bico frustrado que o fez sorrir vitorioso “Não conseguiu tirara foto?”

E ela choraminga:

“Seu celular virou e caiu no travesseiro antes que Haru conseguisse desu~”

“Há! O destino está a meu favor hoje.” E volta a rir triunfante. Mas não demora a perceber que a morena voltava a se distrair, olhando para o lado daquele jeito que as pessoas fazem quando estão lembrando de algo...

Ou escondendo algo...

“Oi... o que foi agora?”

Ela suspirou.

“Só... eu só estava pensando que... Hahi, pára de fazer essa cara, Ahodera! A Haru pensa, sim, e você sabe!”

Ele riu, desmanchando a expressão de surpresa que fizera a pouco. Nunca se cansava daquilo.

“Continua, mulher.”

“Baka..” resmungou. Ela ignorou o “eu ouvi isso” que vinha do aparelho e prosseguiu “Haru só estava pensando... que vou sentir muita falta de tudo isso quando forem para a Itália.”

Não conseguia encarar a tela do celular. Sentia como se tivesse acabado de se declarar ou algo assim tamanho era o peso que aquele pensamento tinha em si. Quando reuniu forças para olhar, o que viu fora nada menos que um cenho duramente franzido e um rude “que bosta é essa, mulher?”

“Hagi, T-tsuna-san e vocês vão ter que ficar um tempo na Itália pra resolver as coisas da máfia, não vão?!”

“Disso eu sei, o que é que tem?”

“Se Haru não tem nada a ver com a família... Haru... não vai mais vê-los.”

Gokudera ia ralhar, mas a mulher prosseguiu. E pro seu pesar ela não estava falando na terceira pessoa, coisa que só pareci fazer quando falava de algo muito sério.

“Eu não vou ser a esposa do chefe... Nunca. Diferente de Kyoko e Hana... Isso não só quer dizer que não farei parte da famiglia em si... como também que... serei a única.”

A boca de Hayato abriu e fechou algumas vezes. O tom que ela usara... alguma coisa estava errada na lógica dela, mas o modo como Haru falava e a certeza que transmitia o faziam crer que ela sabia de algo que ele não.

“Baka, você ainda pode trabalhar pra máfia...”

Mas ela sacudiu a cabeça devagar, como se também já tivesse pensado naquilo.

“Você viu o drama que foi pro Tsuna-san começar a namorar Kyoko-chan...” ele temia que ela tocasse naquele assunto. Não sabia o quanto Haru havia se desapegado de seu chefe, portanto não podia prever o quanto estaria doendo para a garota mencionar aquilo. “Ele conseguiu decidir o contrario porque a ama de volta e seria muito doloroso rejeitá-la definitivamente. Ainda que eu enviasse mil currículos... pela mesma verdade que ele disse pra ela naquele dia, Tsuna-san... não me contrataria.”

‘Não quero envolve-las na máfia mais do que já envolvi’

Essas foram as palavras do chefe. Palavras verdadeiras. Palavras que pesavam. Ambas as mãos de Hayato passavam por seus cabelos, tentando digerir o que ouvia... o que percebia.

“Sem falar que Kyoko já era meio um caso perdido mesmo... quero dizer, o irmão dela é um guardião! Chega a ser mais seguro casar com Tsuna-san e tenho certeza que ele percebeu isso.”

Ele queria que ela parasse. Queria que sua certeza vacilasse...

“Mas eu não tenho qualquer vinculo, Gokudera. Tsuna-san vai lutar muito pra manter as coisas assim... e não posso fazer nada além de entende-lo... e aceitar com gratidão, ainda que não a sinta de verdade.”

Mas o único vacilo que Gokudera recebeu veio do seu próprio coração.


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Notas finais do capítulo

DA DAM DAAAAAAAAAAAAAAAM
É isso ai, people... se gostaram do capitulo e gostaram dele ter sido postado antes, já sabem a quem agradescer!
THANK YOOOOU REALLY MUCH DESU~[esse 'desu' da Haru pega o-o] Anna nyan pela recomendação!!!!!!!!!!

ja ne! o//