No Olho Da Tempestade escrita por P r i s c a


Capítulo 2
Ânimo


Notas iniciais do capítulo

Nhonhonho.. o nome do capitulo original é "Dependência" e estava com mais de 3400 palavras... etnão, seguindo sugestões, o quebrei em dois. Ânimo e Dependência e algumas das minhas partes favoritas da fic estão no próximo xDDDDDD

MAS ESPERO QUE GOSTEM!!!



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As horas, sim, horas, depois daquela chamada foram as mais barulhentas, verbalmente agressivas e exaustivas que qualquer um deles já tivera... Em suma, o melhor dia dessas duas semanas. Gokudera chegara a colocar o celular no viva-voz para manter as mãos livres enquanto discutia e se preparava para cozinhar algo para almoçar; A vontade de tomar café há muito esquecida.

“Oi, mulher,” e enche a boca com o recém preparado ramen. “quando é que você acaba esse trabalho, afinal?”

“HAHI, NÃO FALE COM UMA DAMA PRO TELEFONE DE BOCA CHEIA SEU... SEU... UUUURH!”

“Wow, seu amplo vocabulário me afetou profundamente.” E continua engolindo seu miojo. “Não. Sério. É tão injusto discutir com alguém que mal consegue terminar as frases. É como um inseto travar disputa com uma bota... e eu devia sentir vergonha...” e ri da própria comparação. “Devia.”

Ele ouviu um bufar do outro lado da linha.

“Mesmo assim é pra Haru que você liga... Baka.” Resmungou baixinho.

Touchè.

Hora de mudar de assunto.

“Você ainda não respondeu quando vai terminar essa joça.”

“Haru precisará de uma sema-”

“Uma semana, sério? Vai terminar antes então?!” ele tão tinha certeza do porque de repente se sentiu tão animado, mas não houve tempo pra pensar no assunto, pois a frase seguinte o fez querer explodir até o ramen.

“Não! Uma semana a mais, Gokudera! Só termino daqui a três semanas desu!”

“O QUÊ!?!”

O telefone voou da mão dela com o susto e foi parar no meio da papelada do lixo.

“Hagi!”

Ela não tinha ideia de que as coisas entre os casais estava tão desesperadora. Suspirou. E pensar que ela daria um rim pra trocar de lugar com a Kyoko-chan... Não! Concentra Haru! É pra desapegar! DE-SA-PE-GAR!

De certo modo ela entendia o que se passava com Gokudera. Quer dizer, ela ainda estava meio surpresa com o fato de ir até ela, mas... Haru sabia que devia ser difícil pro Hayato esse namoro do querido chefe dele. (de um jeito diferente do dela, claro). A sensação de perder Tsuna para outra pessoa era realmente uma praga que ela conhecia bem, ainda que, no caso do rapaz, repetia, a coisa fosse bem diferente (era o que ela esperava).

Quando o encontrou o aparelho, um minuto depois, Bakadera ainda estava reclamando.

Pobre Hayato... E pobre Yamamoto... Haru se perguntou se não devia ligar pro outro rapaz pra dar um apoio moral pra ele também.

Quando Gokudera finalmente calou a boca é que ela explicou que se não investisse uma semana a mais ela não conseguiria entregar as lições de casa...

“Mas que raios de trabalho insano é esse que não deixa o aluno estudar?!”

“A-ah, quanto a isso...”

Hm... ela parecia não ter contado algo.

“É que é um trabalho pra ser feito em grupo de quatro ou cinco pessoas, mas a Haru... a Haru acabou sozinha... desu~”

E dessa vez Haru fora esperta o bastante para afastar o celular, embora não tão rápido e não longe o bastante para poupar 100% de sua audição.

Só depois de muita bronca, com direito a ele chamando-a de irresponsável e tudo, é que Haru conseguiu uma brecha para contar a história toda. Ela vinha fazendo os trabalhos sozinha desde que entrara em Midorichuu, na primeira série.

A linha ficou em silêncio por um tempo. Haru se perguntou se ele se sentia mas por chamá-la de irresponsável. Haru esperava que sim.

“Oi, Baka... Por um acaso não estão te ‘bullinando’, estão?”

“Ah, não... isso já faz muito tempo desu. Antes de lecionar na universidade o pai da Haru trabalhava como professor de matemática em Midori. As outras crianças achavam que Haru tirava notas altas porque o pai dela era o professor... e elas não gostavam nada disso. Exceto quando era pra fazer trabalho em grupo... aí Haru ficava muito popular!”

Gokudera olhou para a tela de seu celular, sem ter certeza do que pensar sobre aqui. A morena continuou.

“E, claro, nunca dava certo. Então Haru pediu para os professores para deixarem ela fazer os trabalhos sozinha e eles entenderam. Lembrando agora, acho que foi mais ou menos nessa época que fugi de casa e conheci a boa senhorinha, a mãe do Kawahira-san...”

Então ela fugira por problemas na escola, e não em casa... De certo modo era um alívio saber daquilo.

“Mas as coisas deram uma melhorada depois que meu pai foi trabalhar na universidade.” ela continua “As pessoas viram que as notas altas não tinham nada a ver com o pai dela e largaram do pé da Haru. A ultima vez que fizeram algum bulling foi, sei lá, há uns três anos já...”

E mesmo assim, agora ela já sabia se defender! Fizera cursos de defesa pessoal e bons anos de ginástica. Não parecia e, com certeza, perto de um bando de garotos Mafiosos era difícil mostrar, mas Haru era realmente forte! Pelo menos para uma civil...

“Então como é que você ainda não tem amigas?” levava o prato até a pia depois de engolir o resto da comida. Chegou a abrir a torneira pra lavá-lo quando...

“Bem...” e o telefone fica praticamente mudo por um tempo, ele podia claramente ouvir o rítmico tap tap tap tap do dedo dela contra a mesa na qual ela estaria estudando. “Tinha essas duas garotas... a Nami-chan e a Hoshino-chan que começaram a falar comigo há um tempo... mas Haru acha que é muito difícil manter uma boa amizade com quem, bom... com que não viveu com ela no futuro...”

E foi quando ele entendeu. Ela provavelmente começara essas amizades na época em que foram lançados para o futuro e teve que se afastar pois, bom... quando uma pessoa vê tudo o que eles viram, é simplesmente muito difícil manter o que chamam de “normalidade” em qualquer aspecto. Especialmente amizades...

Ele tivera sorte de as únicas pessoas importantes pra ele serem também as que viram o que ele viu... conviver com gente sem poder contar, ou pior, sem ter quem acreditasse caso ele contasse... Seria um inferno. Tsuna... a Sasagawa, os guardiões, Bianchi, ele... aquelas também eram as únicas pessoas próximas da garota, não era à toa que ela os visitava todos os dias, até mesmo no curto período que era o intervalo do lanche! Um desconforto muito forte começou a atrapalhar a respiração de Gokudera.

“Ah, mas elas entenderam... elas estão bem sendo apenas colegas da Haru... Haru acha... eu acho melhor assim.”

Com a porta há muito fechada atrás de si e duas sacolas de compras em cada mão, uma Escorpião Venenosa mantinha-se quieta, apenas ouvindo as palavras que saiam do aparelho e a dor que crescia nas feições de seu irmão enquanto ele ouvia. A água da pia caia desmedidamente, sem ele fazer qualquer menção de começar a lavar. Logo a Miura encerra com seu ‘hahi’, dizendo que precisa se apressar pra fazer o almoço e se despede. Ela desliga. Hayato ainda não se mexe.

Era hora de falar com Reborn...

ooo

Domingo seria outro dia MUITO chato e fora por isso mesmo que decidira compartilhar seu aborrecimento com a morena outra vez, mandando-lhe mensagens e mais mensagens de “lerda”,”pára de demorar”, “idiota”, “estúpida” e afins até se ver satisfeito. Quando ela começou a responde-las, Gokudera riu com sua genialidade. Não era o mesmo que discutir pessoalmente; não dá pra comparar uma corrida ao redor do parque com um treino na esteira, mas pelo menos teria como descontar sua frustração.

No final de semana... E durante ela também!

Domingo se mostrou um dia bem produtivo, uma vez que ele mal percebera que havia acabado de arrumar a casa (descentemente, e não com fita) e nem havia sentido. Até ajudá-la em algumas partes do trabalho ele ajudou. Relutante a princípio, mas, após ela lembrá-lo de que quanto mais a atrapalha-se mais tempo Haru levaria para terminar, Gokudera percebeu que não tinha escolha. Logo chegara segunda-feira e a primeira coisa que ele fizera fora mandar um “Acorda e vai se arrumar, sua Tonta!” pois tinha certeza de que ela havia madrugado trabalhando e, assim como ele, não fosse por uma boa xícara de irritação, ela dificilmente conseguiria levantar e ir pra escola.

Sim senhor, era tudo pro bem dela. Não era porque ele simplesmente gostava de insultá-la e implicar com ela nem nada... Como um Braço Direito, Gokudera só estava preservando o bem estar da família.

Ele sorriu orgulhosamente. Que cara legal ele era!

Não demorou nada para aquelas conversas virarem um hábito. Haru sentia saudades mortais dos amigos e não aceitava rebater um insulto que fosse enquanto ele não relatasse detalhe por detalhe como iam as coisas em Namichuu. Aquilo era o suficiente para resgatar seu interesse em ir até as aulas, pois, pra não ter muito o que falar no fim do dia ele decidira mandar textos assim que algo interessante acontecesse. Logo as aulas ficaram interessantes, o desconcerto dos professores ante sua habitual postura rebelde somada a sua nova mania de mexer no celular ficaram interessantes e, principalmente o tempo que os casais estavam juntos em lovey-dovey eram interessantes, pois agora ele tinha como relatar sua opinião pessoal sobre cada baboseira que os apaixonados diziam um para o outro [entendendo como baboseira apenas o que se trocavam entre Ryohei e Hana, já que nada que seu querido Juddaime fizesse em vida seria considerado bobo por seu braço direito. E... ele... preferia não comentar da Sasagawa e do Chefe com Haru. Por enquanto não.]. Em resposta Hayato entrava em contato com as mais variadas reações da morena indo de ralhar com ele por escrito, o que era especialmente cômico, até o cumulo de concordar com ele, o que sempre o fazia engasgar, sem erro.

Ver Gokudera discutindo com o celular era uma cena e tanto. Principalmente quando ele estava com os fones... Dava a impressão de que estava cantando as letras de uma musica quando calmo ou estar louco e falando com alguém invisível quando nervoso (a maioria do tempo), uma vez que só Tsuna e seus amigos sabiam que não era musica o som que saia dos fones e sim a conhecida voz de uma certa morena.

“Oi, Estúpida! Não acha um pouco demais fazer esse trabalho idiota até durante os intervalos?!”dizia ao vento (ele estava com os fones) enquanto esperava todos saírem de suas salas apoiado na janela do corredor.

“Ah, Hayato-kun~! Eu sei que você sente muito minha falta, mas sua Haru-chan precisa muito muito mesmo terminar o trabalho desuuuu~” cochichava Ryohei, imitando uma voz de mulher.

“Pára de dar desculpas! Come alguma coisa e vai descansar, senão você não vai prestar atenção na aula e vai me aborrecer até a morte por não conseguir fazer a lição de casa!”

“Mas Haru-chan adooooora aborrecer meu Hayato-kun desuuuu~” respondia Yamamoto, tirando risadas extremas do Guardião do Sol enquanto debochavam do de cabelo prata.

“Me dá só um minuto.” e desligou o celular, guardando os fones.

“Vou contar os segundos desuuuuuuuu~!!” juntaram as mãos feito duas menininhas debocharam ao mesmo tempo, tratando de correr como se o Presidente do Comitê de Disciplina estivesse atrás deles no exato instante que um vermelho Guardião da Tempestade colocou-se em uma extrema perseguição, com direito ao próprio Hibari caçando aos três por correrem nos corredores da escola e “batendo neles até a morte”.

Apesar da certa distância, Tsuna sorri. Era bom voltar a ver o velho e energético Gokudera andando com eles.

"Se fosse você ficava esperto, Tsuna..." diz um Reborn que surgira de lugar algum.

"Kamikorosu!"

E a Morte largou de seus amigos pra correr atrás do pobre moreno.

"HIIIII, MAS EU NÃO FIZ NADA!"

E segue outra normal hora do intervalo em Namichuu.

ooo

Em Midori...

Haru não fizera nada...

"Estou te incomodando Miura...?" grunhia a garota enquanto ela se aproximava ameaçadoramente. Haru parou de guardar as coisas em seu armário, mas não se virou. estava com medo de se virar.

Não fizera nada... Então porque não a deixavam em paz desu?


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Notas finais do capítulo

DAM DAM DAAAAAM

próximo capitulo assim que receber um feedback desse! qualquer coisa conta!

ja ne!!



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