No Olho Da Tempestade escrita por P r i s c a


Capítulo 1
Exercício


Notas iniciais do capítulo

Era pra ser One-shot, mas minha incapacidade de escrever pouco a tornou uma Fic de 5 capitulos 8D

O bom é que já está (grosseiramente) terminada.

Esse capitulo em especial tem chance de virar uma one-shot MESMO, dependendo do retorno que eu tiver na versão em inglês, mas me diverti muito escrevendo a fic toda xD

Estarei postando tmbm no Anime Spirit e no FF.Net [em inglês]
e espero que gostem!



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Era uma quarta-feira ensolarada e a décima geração Vongola aproveitava o tempo após as aulas em um café próximo à escola. Suas aventuras no futuro haviam acabado assim como as noites sem sono, banhadas de preocupação do chefe que, pela primeira vez em bastante tempo, aproveitava um pouco da típica paz de Namimori.

E muito bem aproveitado, diga-se de passagem.

“Awww, Tsu-kun~” e a ruiva ria de alguma coisa que o moreno havia dito. Aquela já era a décima risadinha desde que entraram no café. Seu chefe ficava vermelho, rindo junto dela numa mistura de “Feliz por que ela está feliz” e “Não tenho ideia do que estou fazendo” que só o Juudaime era capaz.

À frente da amiga, Kurokawa Hana dava outra bronca em Ryohei, repreendendo-o por não conseguir escolher o que comer como um bom homem maduro.

“Hana-chan, o que posso fazer se estou INDECISO AO EXTREMO!”

“Só escolhe o mesmo que eu então, oras!”

E o cabeça de grama ficava ‘extremamente’ vermelho, mas finalmente calado. Quem estivesse atento, ou pelo menos tão desesperado quanto Gokudera pra se distrair das risadinhas envergonhadas, perceberia que o boxeador murmurava um retardado “feliz ao extremo~” enquanto a garota fazia o pedido.

Che.

Hayato bufou irritado pela bilionésima vez. Seu estomago estava revirado como se estivesse rodeado pela comida de sua irmã e ele lutava contra a urgência de sair correndo dali, para bem longe dos coraçõezinhos que flutuavam envolta de seus amigos enamorados. O desespero chegava a fazê-lo desejar que o Maníaco do Baseball, isso (ele mesmo: Ya-ma-mo-to), estivesse lá! Pelo menos ele teria algo pra fazer/alguém com quem descarregar ainda que o Guardião da Chuva não participasse das brigas tanto quanto gostaria. Infelizmente, o idiota estava treinando pra o último campeonato do ano.

Não tinha a mínima intenção de se juntar àquelas conversas (se é que se podia chamar assim). Limitou-se a apoiar a cabeça na janela, olhando as pessoas andando nas ruas e jurando pelo seu amor aos O.V.N.I.s que ele nunca mais aceitaria passear com casais. Nunca.

Pelo menos não quando não houvesse alguém para de fato interagir com ele. Podia ser uma briga, uma discussão, xingamento, até ameaças seriam bem-vindas... qualquer coisa menos o papo furado de gente apaixonada.

Tsk. Mal se lembrava da última vez que sentira o sangue ferver ante uma boa briga verbal. A tensão dos gritos... a satisfação dos argumentos ganhos, a determinação para superar os argumentos derrotados, mas, principalmente, a leveza... o contentamento que se espalhava no peito cada vez que a discussão se encerrava. Era... divertido. Como um cochilo após passar o dia no parque de diversões, provando de toda e qualquer emoção disponível em si até esgotá-las pra ele poder, enfim, descansar satisfeito.

E ele tinha a impressão que, dentre os milhares com quem já travou argumento, pelo menos uma parecia se divertir tanto quanto ele, ainda que também preferisse não demonstrar...

E onde é que ela estava quando ele mais precisava?

“Trabalhando desu~”

Droga.

Não gostava de admitir... mas sentia falta da mulher estúpida. A conversa que tiveram na ponte naquele fatídico dia, uma semana atrás voltava a sua mente.

ooo

Fora depois que Tsuna e Kyoko finalmente “abriram seus corações” e do caos que aquilo acarretou.

Pra começar, fora Sasagawa Kyoko quem se declarou.

As coisas não foram tão lovey-dovey quanto se esperava. O turbilhão de emoções que dançou dos olhos do chefe subiram até os mais altos céus de felicidade até despencar na mais profunda e dolorida mágoa quando ele, Sawada Tsunayoshi... rejeitou a garota que amava. Tsuna manteve os olhos firmemente fechados e sua voz vacilava, mas as palavras eram firmes em sua sinceridade e repletas de amor enquanto ele explicava que não queria envolvê-la com a máfia mais do que já havia envolvido. Ele prezava a paz dela e também da Haru e não queria ter que vê-las perdendo os dias tranquilos e normais uma vez que ele já havia aceito ser o 10º sucessor Vongola. A Mulher Estúpida não estava presente nesse dia.

Foram uns bons três dias, três dramáticos dias, até a própria Sasagawa confrontá-lo, deixando mais que claro que pouco importava o perigo. Ela já teria q aceitar o irmão Guardião Mafioso, um futuro marido Chefe Mafioso não seria muito mais desafiador. Nesse dia eles se acertaram e se tornaram um casal. Nesse dia... Haru estava presente.

Ao ver o estardalhaço que haviam feito diante da então confusa morena, ambos se acercaram dela, temendo vê-la fugir em lágrimas... E as lágrimas vieram. Mas a Miura se aproximou... e abraçou o décimo.

“Eu entendo.” fora tudo o que conseguira ouvir da Baka Onna.

Ali, naquela hora, fora o primeiríssimo e o único abraço que Tsuna já correspondera a morena. Perceber aquilo o incomodou e Hayato tinha certeza que também incomodava Haru. Diante de todos ali ela pedira para que Juudaime mantivesse sua promessa de lutar pelos amigos, de destruir a máfia caso ela voltasse a desviar de sua missão principal.

“Tsuna-san não pode aceitar os sentimentos da Haru, e Haru entende...” dizia, voltando a falar em terceira pessoa. “mas... uma parte bem importante do coração dela está bem aqui” e a morena se acercou da melhor amiga “se Tsuna-san não cuidar da Kyoko-chan direitinho, Haru promete que vai te perseguir do jeito que fez quando achou que Tsuna-san maltratava criancinhas desu~!”

Depois de um leve “Hii!” (ao lembrar do dia em que Haru o confrontara e caira no rio), Tsuna concorda, carinhoso.

Haru se vira para Kyoko.

“Parece que você me passou pra trás...”

“Não diga isso, Haru-chan!”

“Não esquenta desu~... Haru vai encontrar outro cavaleiro de armadura brilhante. Talvez não como o Tsuna-san, mas...” ela provavelmente estava forçando a conversa mais do que o peito aguentava. Por sorte trocara de tópico. “...espero que esteja pronta pra virar a esposa do Chefe da Mafia.”

“Não se preocupe Haru-chan... Você sabia? Às vezes, quando o perigo é muito grande, o local mais seguro está alguns passos mais pra perto.”

Hayato lembrava de ter franzido o cenho com aquela aparente falta de lógica, mas a Nem Tão Estúpida Mullher fora mais rápida.

“Como o olho do furacão, não é?”

“Hai. O lugar mais seguro em uma tempestade... pode ser dentro dela própria.”

Gokudera, a.ka. O Guardião da Tempestade, tinha suas dúvidas quanto à veracidade técnica daquilo, mas decidiu não ser um estraga prazeres (não quando seu querido Juudaime estava se derretendo de emoção pela enorme sabedoria da então namorada) e aceitar a ideia como sendo boa.

O resto do dia transcorrera em paz e Kyoko fizera questão de manter a Haru com eles durante as aulas, disfarçada de aluna de Namichuu.

Após todos se despedirem, O auto-nomeado braço direito permitiu que seu chefe acompanhasse a namorada até a casa com um “Deixo-o em suas mãos, Cabeça-de-grama”, ao que o boxeador responde com “´É uma extrema honra!”

“E PÕE EXTREMA NISSO!” Che, não é como se ele gostasse de ceder sua posição como guarda-costas, mas não tinha escolha... Precisava digerir todos os acontecimentos dos últimos dias e, sinceramente, não estava muito empolgado com a ideia de se acostumar com a presença da irmã do Sasagawa tão cedo.

Claro que conviveram durante as lutas no futuro, mas aquilo era diferente, aquela não era a menina que cozinhava e que lavava as roupas e é irmã do seu colega guardião... agora ela era Sasagawa Kyoko, namorada do 10º sucessor Vongola, Futura Sawada Kyoko, esposa de seu chefe!

Em suma: mais trabalho pra ele.

E sim, ele estava irritado por não poder caminhar ao lado direito de seu chefe, onde ela parecia ter grudado, pois ele era o Braço Direito, PROCESSEM-NO por estar com ciúmes!

Ok... aquilo soara estranho.

Ele só precisava se acostumar ao fato de que... seu patrão... agora tinha uma patroa.

Não lembrava que horas eram, mas em sua memória, o céu estava avermelhado quando chegou na ponte pela qual passava para chegar a seu apartamento. Também a mesma na qual vira a estranha pessoa que era Miura Haru pela primeira vez... e também onde a encontrara chorando enquanto encarava... não sabia o que ela encarava. Estava somente lá, no meio do caminho, feito a tonta que ele sabia que ela era. Ele franzira o cenho. Aquilo parecia o ambiente próprio pra uma atitude melodramática.

“Oi! Mulher!” e ela pulou com o susto. Idiota. “Vê se não faz nada estúpido.”

Ela se virou pra ele... lágrimas caindo como se os olhos derretessem, dizendo:

“Hahi, como Gakudera-san sabia que Haru pretendia pular?”

Algo em algum lugar da mente dele parecia ter quebrado. Por um segundo ele suou frio, só pra depois o sangue ferver, o que só piorou quando a garota o encarou com a cara de pau de dizer “Te peguei desu~!”

Foram vinte, VINTE infernais minutos de bronca e repreensões pelo susto que a idiota o havia dado. Ela não sabia que com aquele tipo de coisa não se brinca?!

Pro seu azar, nos primeiros cinco minutos ela já havia se cansado da repreensão e retrucava fervorosamente. Ele ganhou alguns argumentos, perdeu em outros de modo épico, uma derrota honrosa, mas no fim a situação e o peso dos acontecimentos anteriores jogaram a seu favor, quando a Mulher Idiota finalmente concordou que fora mesmo uma brincadeira de mau-gosto que ela não voltaria a fazer.

Enfim... vitória.

Não estava tão tarde, mas o sono que se apoderou dele o pressionava para voltar logo pra casa onde ele se espreguiçaria e se esparramaria em sua cama preguiçosamente tal qual Uri depois de voltar de suas “caçadas matinais”. O fato da garota à sua frente estar agora sorrindo e com as lágrimas já esquecidas parecia só incentiva-lo.

Mas ele precisava ter certeza.

“Oi...” disse depois que ela secou as bochechas. Já não havia qualquer tristeza nos olhos da morena. “Você vai ficar bem?”

Por alguns segundos ela o encarou como se fosse um E.T. Não... espera... E.T. são incríveis! Não, ela o encarava como se ele tivesse dito algo romântico (isso sim seria assustador).

Che, como se ele não fosse capaz de ter consideração quando fosse necessário.

“Responde, mulher!”

“Ah! Hai... Haru vai ficar bem, não se preocupe, Gokudera...kun.”

Ignorando a mudança de honorifico ele a ouviu contar que ficará longe por um tempo. Gokudera a encara com suspeita.

“Baka! Haru já disse que não vai fazer besteira desu~!” ele se segurou pra não rir dela.
Gostava de discutir, mas, por hora, estava realmente cansado. “Haru terá um trabalho muito grande pra fazer e precisará se dedicar a ele integralmente.”

“Grande como?”

“Grande de grande e grande de importante.” Enfatizou. “É pra graduação dela e todas as alunas de Midori da mesma série que Haru farão uma apresentação na frente dos professores...” Wow, aquilo parecia sério. Mas era de se esperar vindo de uma escola de elite. A garota continuou. “Haru vai precisar de um mês inteiro de dedicação total...” ela sorriu, mas um pouco da tristeza parecia ter retornado. “Eu vou aproveitar esse tempo pra, bom... pra me desapegar um pouco do Tsuna-san... se é que me entende. Se nãoa s coisas podem ficar desconfortáveis pra Kyoko-chan.”

“Hn.”

Belo bem da amizade dela com Kyoko, eh? Bom, parecia mesmo ser a hora de seguir em frente.

Aquilo era estranho. Parecia... uma atitude anormalmente madura, sim, madura demais pro calibre da Baka Onna. Melhor ficar de olho, ele não levava muita fé nela desde que haviam se conhecido naquela mesma ponte inclusive.

“Che-” então ele saca o celular do bolso. Só pra garantir...“ Me passa seu número, mulher.”

Ela hesita, mas quando pressente a irritação do rapaz pega o próprio celular, um infame chaveirinho de Namahage balançando enquanto ela digitava no que parecia ser a velocidade da luz.

Ela passou o número e o email dela e também pegou os dele. Hayato fez um gesto de “Estou de olho.” Ela revirou os olhos mas assentiu com a cabeça. Então se foram. Não disseram mais nada.

Aquilo fora mais ou menos há uma semana.

Pra ser honesto os primeiros dias foram bem agradáveis, com as coisas voltando a ser como eram e as poucas discussões sendo entre ele e Yamamoto e, muito raramente, entre ele e Lambo. A Vaca Estúpida estava com seis anos e começara a frequentar uma creche para “o inicio de suas aventuras escolares“ como colocara Sawada Nana-san.

Sim, os primeiros dias foram ótimos, mas...

Na padaria, Kyoko ri pela infinitésima vez enquanto Juudaime volta a ficar vermelho. Ele perdera todo o tempo divagando, então não tinha ideia de onde estava o fluxo da conversa... de novo. À frente deles, Kurokawa e Cabeça-de-grama conversam/discutem ao extremo numa forma distorcida de relacionamento que Gokudera não entendia, mas achava mais interessante pelo menos. Yamamoto não estava lá, mas Hayato sabia que, se estivesse, não discutiria com ele por mais de dois segundos, como fora na segunda e na terça. O Idiota do Baseball sempre acabava por rir, esbanjando aquela revoltante calma já característica do guardião. A vida era um tédio.

Perguntava-se como estava Haru. Era bom aquela Mulher Estúpida terminar aquele trabalho logo, porque se ele não se atritasse verbalmente com alguém dentro dos próximos dias alguns punks da cidade começariam a ser erradicados ao ponto de Hibari poder se aposentar!

ooo

Aquela manhã se fazia muito bela, realmente um dia perfeito de final de semana. O despertador tocou e Gokudera o explodiu com a Flame Arrow junto de metade da parede de seu quarto. Agora era um belo dia de final de semana com fumaça e cheiro de queimado.

Ótimo, pelo menos agora ele tinha algo pra fazer.

Infelizmente, Haru o havia informado de um prazo... e haviam acabado de chegar na metade dele quando Gokudera percebeu, para sua sincera surpresa, que ele não era um cara paciente. Foi um choque.

Todos os dias estavam repletos de risos, bochechas vermelhas e um clima lovey-dovey que ele (e podia apostar um braço, que amamoto também) não suportava mais, quando enfim chegava o sábado. Não que fizesse muita diferença, porque não ia para a escola desde a sexta. Já não tinha vontade de ir...

Com Juudaime namorando a Sasagawa, a proteção do mesmo estava garantida com o Cabeça-de-grama, especialmente no final de semana, quando eles tinham aqueles abomináveis “encontros duplos” aos quais Gokudera cometera o erro de aceitar ir só uma vez. Até o idiota do baseball fora mais rápido que ele para pular fora dessa, o guardião da tempestade estava ficando desligado. Sabia que era errado ficar passando seu dever de Braço Direito pra os outros por uma idiotisse como “desconforto”, mas não aguentava mais! Sem alguém para distraí-lo enquanto os casais, bom, agiam como casais, ele acabaria esplodindo um de seus amigos, se não a namorada do chefe!

Sabia que havia chegado ao fundo do posso quando arrumara briga com Hibari. Parecera uma boa ideia na hora, ele precisava brigar, mas há algo importante que não podia voltar a esquecer:

Comprar briga com o Guardião da Nuvem era estranhamente parecido com suicídio, só que infinitamente mais eficaz, pois no suicídio é o infeliz tentando ir de encontro com a morte enquanto que confrontar Hibari era a Morte correndo atrás de você. Com Tonfas. Rápido.

Não fosse por Reborn aquela teria sido sua última briga. Última mesmo. E nem teria sido divertido.

Droga, se a Mulher Estúpida ficasse sabendo daquele deslize (não passou disso. Um deslize), ela não o deixaria mais em paz por culpa do sermão de meia hora que dera nela da última vez que se falaram!

Suspirou com força.

Seu peito estava tão pesado.

...

Droga.

Se virou em sua cama. Seu corpo inteiro parecia pesar uma tonelada.

ooo

Na casa dos Sawada, Tsuna se perguntava como estaria Haru. Fazia um tempo que não a viam e, ainda que Gokudera tenha explicado sobre o trabalho de graduação dela (o pobre chefe Vongola ainda tentava se recuperar do choque de obter alguma informação da garota através dele, de todas as pessoas), incomodava o fato dela não atender o telefone quando Kyoko ligava, limitando-se a responder por mensagem.

Bom, Haru frequentava uma escola bem exigente... até alguém inteligente como ela precisava se concentrar e levar a sério de vez em quando, não?

Não. Não era a inteligência de Haru que incomodava... era o jeito bobo alegre que o impedia de visualizá-la sentada, cercada de livros, trabalhando e-e-e... quieta. Feito uma estudante normal... O normal em si era tão... não-Haru.

Mas decidiu respeitar a vontade dela. Fosse pelo trabalho, fosse pelo motivo que fosse.

Lavou o rosto e se preparou para tomar o café. Além de Haru, a ausência de Gokudera era outra coisa que o vinha incomodando...

“Espero que ele não esteja sentindo que foi deixado de lado, ou algo assim...” Mas tinha quase certeza que era por ai. Até Yamamoto vinha arrumando mais desculpas para não acompanhá-los em qualquer saída que envolvesse ambos os casais.

Talvez ele devesse começar a separar mais tempo só pros amigos. Mas é que... ele estava TÃO feliz!!! Só de lembrar de cada momento com Kyoko ele sentia as bochechas doerem de tanto sorrir e as pernas ficando moles... e pensar que estavam MESMO namorando!

“Que cara mais patética, Dame-Tsuna.”

“Reborn!!”

Ao chegar na cozinha, deparou-se com sua mãe e ‘Hiii’, Bianchi! Pro seu alivio imediato a de olhos verdes parecia estar apenas lavando a louça, enquanto a mama cozinhava. Mas ficaria de olho... só pra garantir.

O café correu tranquilo, com Tsuna conseguindo comer só metade da refeição enquanto a outra fora roubada por Reborn e com coisas explodindo por culpa do Lambo enquanto sua mãe pedia pro pequeno guardar os brinquedos (as granadas) antes de entrar no banho.

O garoto vaca continuava com o uniforrmezinho da creche desde quinta-feira, fazendo questão de usá-lo por cima da roupa de vaca e de não tirar nenhum dos dois. Ipin frequentava a mesma creche, mas como a boa menina que era, tirava o uniforme assim que chegava em casa e tomava banho. Mesmo. Todos os dias.

Ele torcia para Lambo crescer logo...

Estava prestes a se trocar e ficar pronto para encontrar com Kyoko na hora marcada quando decidiu confirmar uma coisa...

“Ah, Bianchi... Você sabe de algo sobre o Gokudera-kun?”

A mais velha termina de lavar a louça e se vira para o garoto girando nos dedos o que parecia ser uma chave de apartamento.

“Não prefere conferir?”

ooo

No apartamento de Gokudera, ao abrir a porta ambos se deparam com um Guardião da Tempestade confortávelmente deitado no meio de uma sala toda remendada (fita isolante até nas cortinas!) de cara pro chão.

“Go-gokudera-kun!”

Tsuna se assustou achando que ele estava ferido ou algo assim, mas antes que o de cabelo prata pudesse esclarecer qualquer coisa, ele vê Bianchi e desmaia de verdade.

“...A-anikii...” sua voz era rouca, como se estivesse dormindo, não como se estivesse ferido.

“Ele está bem, Sawada, não se preocupe. Embora eu não ache saudável esse jeito dele passar as tardes depois da escola...”

“Ele fica assim todas as tardes?! S-será que ele não está doente, Bianchi?”

A de cabelos róseos se limitou a dar de ombros dizendo um leve ‘Mais ou menos’. Mas um sorriso acabou se abrindo.

“É uma sobrecarga de Amor...” ela explica “O excesso de frustração contida que está começando a pesar por ele não ter em quem descontar.”

“T-talvez fosse melhor você sair um pouco, Gokudera...” diz o chefe, sem muita certeza do quão consciente seu amigo realmnete está. “Porque não vem comigo e com a Kyoko-chan passear no centro? O ar fresco vai te fazer bem...”

A pausa não fora longa, mas a cabeça tombada do rapaz logo arruma um jeito de virar de um lado pra outro devagar ele ainda consegue reunir forças para estender um trêmulo polegar de ‘Tudo Bem’ para seu chefe, incentivando-o a aproveitar seu tempo com a Sasagawa.

“Não se preocupe com Hayato, Tsuna... Eu vou mantê-lo ocupado até ele se recuperar.”

Tsuna mirou o corpo inanimado esparramado no chão que era seu Braço Direito.

Me perdoe... Juudaime...

Claro que o moreno temeu a presença da garota agravasse ainda mais a condição de seu amigo, mas ao perceber que o polegar continuava estendido ele agradeceu e se despediu de ambos, retirando-se para encontrar com a namorada.

Paz. Foram exatamente três segundos de paz depois que o Décimo saiu para sua irmã tacar o que ele percebeu ser seu celular na cabeça dele.

“Vou fazer as compras, Hayato. Me ligue se quiser algo específico, sim?”

E assim ela fechou a porta. Um dia ele ia descobrir como ela fazia para conseguir uma cópia da chave, não importando quantas vezes trocasse de fechadura...

Por hora: Desmaiar.

Foram-se umas boas horas de desconforto intestinal até ele finalmente despertar, morto de fome e precisando de um café bem forte. Estava meio escuro, mas não achava que era noite. Talvez o céu estivesse coberto por nuvens (como dissera a previsão), e também podia ser culpa de toda aquela fita remendando suas cortinas queimadas.

Café.

Ele precisava de café.

Chegando na clara cozinha (então era mesmo culpa da fita) e abrindo o armário logo acima de sua cafeteira importada o Guardião se depara com um pote de vidro transparente... e vazio. Fora com muito desgosto que vasculhou cada armário atrás dos preciosos grãos, em vão. Bufou frustrado. Teria que ligar para sua irmã.

E ele não sabia o número de cor. Não é como se costumasse ligar pra ela... pra alguém... pra qualquer um (até pro Chefe os Guardiões era um tanto raro).

Voltando pra sala (cara, aquilo estava uma bagunça! Era vergonhoso lembrar que recebera Juudaime com seu apartamento em um estado tão lamentável) logo avistou o aparelho e se pôs a correr o dedo na tela até acessar a lista de contatos.

Foi quando reparou no primeiro nome da já limitada lista, imediatamente acima do de sua irmã...

ooo

O insistente e rítmico vibra-vibra de seu celular voltou a incomoda-la pela terceira vez. Não primeira ignorou... Na segunda, percebeu que não sabia onde estava e, remexendo todos os livros, revistas e materiais de corte e costura que inundavam sua cama, o encontrou no preciso instante em que o infeliz parou de tocar. Estava prestes a voltar para sua mesa quando o aparelho se mexe em sua mão, assustando-a até escorregar e afundar no mar de bagunça que transformava seu quarto cada vez que se confinava em uma atividade séria.

“Moshi mosh...” sussurrou, ao aproximar o aparelho de seu ouvido.

Grande erro.

“PRO INFERNO COM O ‘MOSHI MOSHI’, PORQUE DEMOROU TANTO, MULHER?!”

“Hahi! G-gokudera-kun?”

“Não, é a Rainha da Inglaterra-kun quem ta te ligando... CLARO QUE SOU EU, TONTA!” e ele pausa. Haru não sabe por que, mas tem a impressão de ouvi-lo rir. “Já tá acabando esse negócio, você só tem mais duas semana, lembra?!”

Ela não respondeu. Não saberia responder nem se quisesse. Umas duas vezes havia encarado a tela do aparelho, certificando-se do nome que aparecia e da voz que estourava seus tímpanos. Ela vinha sim esperando uma ligação dele, um dia, ou quando ele pediu ou quando alguém morresse, mas assim, agora? E mais, ele parecia estar agitado...

“O que é? Morreu?!”

“BAKADERA! O.... o que você quer?! ”

“Che.” Com certeza era ele, agora Haru sabia. “Eu pretendia ligar para a aniki pra ela comprar um pouco de café e acabei ligando pra você, baka.” E aquilo era meio verdade.

“Ah...” então fora isso.

Ei, espera!

“E como foi que Gokudera-kun errou de Bianchi pra Haru?!”

“Claro, eu te coloquei como ‘Bakaonna’, obviamentee aquela era uma verdade completa.

“BAKA É VOCÊ!” grita a jovem no outro lado da linha, fazendo com que uma saudosa leveza voltasse a subir o peito do rapaz, um sorriso já animado crescendo em seus lábios enquanto ele mesmo preparava os pulmões para um de seus exercícios favoritos:

Seus atritos verbais com Haru.


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Notas finais do capítulo

Eu não pretendia bolar outra fic antes de acabar as outras, mas depois de terminar de assistir Katekyo Hitman Reborn e de ler trocentas fics sobre a série, não consegui me segurar xDD

Em minha defesa, digo que essa fic JÁ ESTÁ PRONTA e terá 5 Capitulos somente [nada mal pra quem levantou de madrugada repetindo pra si própria que seria uma one-shot]

e, se não em engano, este é o mais curto deles xDDDDDDD

Espero que gostem e q me digam o q acham! Não vejo muitas fics GokuHaru por ai em português [na verdade esse casal parece ser bem mais popular em Espanhol, assim como BelHaru e HibaHaru]e fora isso mesmo que me motivara a fazer esta xDDDD

é isso ae, semana que vem [ou amanhã, depende da empolgação] tem mais!!!