No Olho Da Tempestade escrita por P r i s c a


Capítulo 19
Vale a Pena


Notas iniciais do capítulo

YAY! CAPITULO NOVINHO!!!
O próximo agora, só semana que vem, ok? xDDDDDDDDDDDDDDD

Agradeço a todos pelas reviews maravilhosas, aos feedbacks tão esperados e às recomendações!!!!!!!!!!!!

Espero que gostem! o//



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No capítulo anterior de No Olho da Tempestade...

"Glip fora a primeira a ser desenvolvida com essa capacidade..." atrás deles, carregando um laptop com uma mão e uma parabólica portátil na outra, uma versão menor de um certo loiro se aproxima deles, fitando a tela desinteressadamente. "E como qualquer experimento criado com uma intenção errada, ela tem suas falhas."

"Spanner!"

"Yo, Vongola-kun! É bom revê-los..." e pára pensativo "ou conhecê-los. É a primeira vez que os encontro nessa época, certo?"

O garoto caminhou até Reborn onde se acomodou em uma mesa (quando que aquilo fora parar ali?!) e arrumou seu equipamento.

"A box de Glip estava trancada no laboratório de Verde durante anos, até que decidimos libertá-la e... bom... e fazer alguns experimentos..."

O jovem chefe já entendera tudo. Não culpava a própria arma nem um pouco por entrar em pânico e fugir. Digamos que, depois de anos e anos trancada, quando sai, a primeira coisa que alguém quer ver, não são amarras e bisturis...

"Sua missão, Jovens Vongolas, decidindo aceitá-la ou não, é encontrar Glip, acalmá-la e trazê-la de volta à caixa dela."

ooo

Estivesse onde estivesse... Haru torcia para Hayato estar tendo um dia mais emocionante do que o dela.

ooo

Seu dia estava ma-ra-vi-lho-so...

"GYAHAHAHA! CORRE GAMERA! ACABA COM ELES!" e o pequenino lançava granada atrás de granada nos Guardiões enquanto a bizarra arma box corria pesada, mas descontroladamente de um lado para o outro, chocando seu casco contra árvores até derrubá-las tentando tão claramente se livrar do estorvo grudado em suas costas.

E sim, este estorvo tinha cabelo afro, olhos verdes e uma roupinha de vaca.

"VAI GAMERA!"

E o cérebro também era de um ruminante.

Quando chegaram à floresta e receberam a missão, muitas possibilidades de arma surgiram na mente de Hayato.

Ele pensou em algo pequeno, feito Uri.

"Essa coisa tem um casco quase tão duro quanto a cabeça de Hibari!" gritava o boxeador ao se afastar da arma assim que ela derrubara outra árvore em sua direção. De repente, uma tonfa veio voando e o acertou direto na cabeça.

Ele pensara em algo maior, quase do tamanho do canguru do Cabeça-de-grama

"SOCOOOOOOOOOOOOORRO!" gritava o chefe deles, agarrado ao casto feito de couro do bicho que passara a correr não tão pesadamente, indo da velocidade de um fusca para a de um trem em outra de suas investidas brutais, atropelando-os e fazendo-os voar feito pinos de boliche.

"STRIIIIKE! GYAHAHAHA!"

Mas ele não pensara em um bicho cujo casco superava duas vezes a sua altura, quase do tamanho e da delicadeza de um caminhão monstro.

Seus olhos brilharam apaixonados ao sentar e riscar outro checado em sua enciclopédia A.M.N.I, agora realizado por ter entendido de onde veio o nome "Glip".

"É uma tartaruga?" pergunta Yamamoto? usando a espada para bloquear a cabeçada do bicho. O rapaz fora arremessado cinco metros longe, no ar.

"É um tatu!" e agora estava em em hypermode, usando suas chamas para retornar ao grupo antes que a criatura recuperasse energia o suficiente para outra investida. De repente fora tingido pro um projétil na forma de maníaco do baseball enquanto lambo gritava "HOMERUN! GYAHAHA!".

"É uma toupeira mutante EXTREMA!" arrisca Ryohei que tenta outro soco extremo no casco, não conseguindo sequer arranhá-lo. Outra tonfa o acertou em cheio nocauteando-o. Será que Hibari não podia pelo menos fingir que estava do lado deles?! Depois da "ajuda" o Skylark se virou e se retirou da luta, já completamente sem interesse.

Não.

"É um Gliptodonte!" e os rios de lágrimas voltavam a seu rosto alvo e sorridente, sumindo no segundo em que Glip fez a curva para encará-los erguendo a cauda encouraçada, revelando os longos espinhos retráteis que direcionava ao grupo "Ah, droga."

Bum!

"Gyahahahaha!" continuava a gritar o menino vaca, ainda sem perceber que ele era o motivo da irritação.

Havia um espinho em cada lado de sua cabeça e um terceiro, muito perigoso, fincado entre suas pernas. Se não fosse seu espacate desesperado seus filhos de mentirinha seriam tudo o que lhe restaria.

"Você está bem, Gokudera?!"

"S-sim!" gritara para o chefe e levantou. A parte interna de suas coxas doía como se tivesse levado uma marretada em cada "N-não!" se encolheu no chão tal qual fazia quando via o rosto de Bianchi. Só que dessa vez não era sua barriga que segurava cheio de dor...

"Droga..." os olhos do chefe percorreram o campo. Havia toda uma floresta ali, mas árvore após árvores aquele tanque de guerra em forma de bicho as derrubou abrindo caminho para fugas. Então ele se revoltava e avançava neles furiosamente usando as trilhas que antes criara para fugir em rudes investidas... Só pra então parar e finalmente se acalmar. Da primeira vez eles acharam que a arma colossal havia cansado de lutar. Então se aproximavam. Calmos, amigáveis, sem fazer alarde. Até mesmo os permitia que apoiassem as mãos em seu casco de couro e no rostão encouraçado. E era aí que morava o perigo. Quando achavam que estava tudo bem o bicho começava a urrar. Mas um urro horrendo, brutal e metálico como se godzilla estivesse chorando pela sua mamãe enquanto engasgado com um carro. Tão logo estavam no chão, sentindo a cabeça quase explodir, Glip voltava a se mexer, iniciando outra fuga.

Foge, ataca, se acalma e urra. Foge, ataca, se acalma e urra... MAS O QUE AQUELA COISA QUERIA AFINAL?!

E porque Gokudera estava achando aquele padrão tão familiar...?

Aquela era a terceira calmaria, e os guardiões (não invalidados) já se preparavam para os urros.

"Hibari!" chamou Tsuna, já quase completamente desesperado por um pouco mais de força bruta. "Nos ajude!"

"Não."sentava ao lado, mas não muito perto, do jovem Spanner e não fazia menção nem de participar, nem de ir embora.

O Skylark estava, basicamente aguardando que vencessem e o devolvessem a sua Namimori... ou morressem e o deixassem cuidar da situação sozinho (para que o devolvessem a Namimori).

E pelo olhar ele provavelmente torcia mais pela segunda opção.

"Tsuna! Cuidado!"

"AAAHHHHHHHHHHHHHH!" gritava o pequeno Bovino, segurando-se à carapaça como se sua vida dependesse daquilo. E de fato dependia.

Depois de outra dose de urros e uma curta fuga... o grande gliptodonte corre... e pula.

"Cuidado~" dissera o carteirinho, observando a tudo de sua mesa e tomando o que parecia ser caldo de cana.

A princípio acharam que tentava alcançar Tsuna, mas logo, vendo o brilho verde que salpicava a carapaça e sentiu a energia que era direcionada para as patas, a única coisa que deu tempo de gritar fora um urgente "PULEM!" e o corpo colossal foi ao chão fazendo-o tremer com o peso e energizando-o com o atributo da solidificação até toda a terra se enchesse de rochas espinhosas da altura das árvores que derrubara.

Uma box do Trovão.

Seus guardiões pareciam estar bem, mas fora por pouco.

De cima da criatura, Lambo começara a chorar, assustado. Glip pareceu não ter gostado nada do choro, porque tão logo pousou, pôs-se a correr furiosamente, sacudindo as costas para tentar arremessar o menino de lá. O chefe olhou para os guardiões e começaram todos a perseguir a arma, antes que ela lançasse Lambo a uma distância que nem a cabeleira afro dele conseguiria amortecer.

"PÁRA!" gritava, enquanto sacudido. Ainda pior, ele segurava a boca como se estivesse prestes a vomitar "NÃO TEM MAIS GRAÇAAAA!"

Gokudera ativou seu sistema C.A.I. Sentiu as pernas amolecerem ainda traumatizadas com a súbita abertura (nota mental: pedir pra Mulher Estúpida o telefone de seu curso de ginástica) e tratou de avançar até Glip, para tirar o mini-imbecil de lá.

Céus, Gokudera queria muito que Uri estivesse com ele! se estivesse com sua arma box já teria tirado o menino vaca do caminho há muito tempo...

"Judaime!" quando seu chefe olhou em sua direção, Gokudera apontou para Lambo. Tsuna assentiu com a cabeça e gritou para que os outros tentassem atrasar o gliptodonte.

Gokudera resgataria Lambo. Subiu com sua plataforma flamejante até pouco acima do casco, ficando a uma distância de uma perna atrás de Lambo.

"OI! AHOUSHI!" gritou, atento para a mínima intenção da grande arma de fazer uma curva brusca. "SOLTA JÁ DAÍ"

"NÃÃÃO!" e já se segurava com uma única mão, usando a outra pra tapar a boca. As bochechonas se estufaram. Um movimento brusco e o menino seria arremessado para além do alcance de Gokudera.

Yamamoto usava suas espadas propulsores pra levar Ryohei até onde o bicho parecia querer ir. Deixou o guardião do sol (ainda baqueado, mas já pronta para outra) lá e assim que Tsuna chegou, tratou de retornar, voando ao lado de Glip para não deixá-lo sair do curso.

"SUA VACA TEIMOSA E MIMADA, EU MANDEI SOLTAR!" estavam se aproximando rápido. Viu Tsuna e Ryohei se preparando para barrar o bicho na marra e precisava ajudá-los sem mais!

Mas a criaturinha ruminante não colaborava. Lambo já voara, já se chocara, já explodira e já fizera milhares de outras bobagens tantas vezes que sua teimosia parecia ter se petrificado e se tornado à prova de bom-senso.

Prova disso é que as bochechas estufadas e provavelmente cheias de desagrado se encolheram quando a criança engoliu (ARGH!) o que quer que estivesse lá só para gritar "BAKADERA NÃO MANDA EM LAMBO-SAMA!"

Aquilo foi o fim.

"LAMBO BOVINO" e uma autoridade paterna que jamais vira nem em seu pai muito menos em si encheu suas palavras "VOCÊ VAI SOLTAR ESTA CRIATURA PRÉ-HISTÓRICA NESTE. EXATO. INSTANTE!" rugiu sem dó.

E o grito teimoso transformou-se em um choramingo medroso

"Nããão...!" ele era agora uma criança encrencada.

"NÃO ME OBRIGUE A CHAMAR A HARU!"

Na mesma hora o menino solta e voa direto para os braços de Gokudera, Glip se choca contra Tsuna e Ryohei e Yamamoto trata de usar a espada para bater naquele casco maciço de baixo pra cima como se fosse uma bola de basebol que mandaria para a estratosfera para nunca mais voltar, fazendo a arma derrapar, fazendo-o tombar e, finalmente, fazendo-o cair sobre as costa, mexendo as patas velozes no ar até se cansar e perceber que estava completamente atolada.

Acabou. Haviam vencido.

Longe da confusão flutuando até eles em seu Balão-Leon, Reborn batia palmas. Hibari, Spanner e sua mesa de operações ficara consideravelmente para trás na brincadeira, fazendo o chefe se perguntar se o Hitman estaria trazendo a box de Glip consigo ou se os obrigaria a voltar e buscá-la.

Bom, pelo menos o pior havia passado.

Todos os rapazes respiraram fundo, mais relaxados enquanto Glip se sacudia de um lado pro outro feito uma tartaruga tentando colocar as patas no chão. Em seus braços, Lambo se agarrava em sua blusa como se agarrara ao casco da arma pré-histórica. Gokudera bufou, dando leves tapas nas costas do pequeno, querendo que o menino se acalmasse e o soltasse de uma vez.

Foi então que sentiu o cheiro... e uma umidade quente a mais em seu peito.

"AH! QUE NOJO!"

Reborn começou a falar.

"Nada mal. Nada mal mesmo... Agora vocês precisam..."

Antes que Gokudera pudesse tirar Lambo gorfado de si e arremessá-lo para tirar aquela blusa e antes que os outros pudessem sair de perto de Glip, a arma abre a boca para urrar. Ferozes faíscas verdes pipocavam de seu casco pro chão e assim que começou a gritar... tudo num raio de cinco metros fora pura e simplesmente... eletrocutado.

"...acalmá-la." e o bebê sorri.

ooo

Hibari sentiu uma estranha movimentação no ar, como se pudesse sentir a estática arrepiando seu cabelo. Se virou para o herbívoro loiro sentado a seu lado e digitando loucamente.

Sem se virar para ele, o menino lhe responde:

"A box não gostou deles." e depois de muito digitar ele pára um segundo e o olha, só de relance "Você não deveria ir até lá?"

Hibari boceja. Recuperara as tonfas, mas nem para deixá-las a postos se prestava.

"Estão vivos?"

"Sim."

"Então não vou."

Dito isso fechou os olhos e começou a dormir.

O ar ao redor de Spanner começou a pesar e o jovem loiro teve a sensação de não estar tão longe do perigo quanto gostava de crer.

ooo

Enquanto isso, em Namimori...

Depois de entregar os pontos e finalmente voltar pra casa, recebendo outra carcada de sua mãe pelos danos ao quintal (ela já sabia que Haru ia sobreviver), a garota Hahi se dirige para seu quarto onde, ela tinha certeza, uma certa ruiva deveria estar esperando.

Subiu as escadas pesarosamente. Agora que chegara a hora de encarar Kyoko, Haru sentia uma culpa sem precedentes pelo modo como a vinha ignorando. Kyoko era doce e alienada, mas, acima de tudo, sua amiga era compreensiva. Bastava um toque... um email, uma mensagem, UM SINAL DE FUMAÇA QUE FOSSE...! Se pedisse decentemente para esperar um pouco mais... ela sabia que Kyoko entenderia.

Mas nãão...

Ela fez drama.

Pulou da janela como se quem estivesse a visitá-la fosse a peste.

Baka Onna.

Baka!

Baka!

Quando abriu a porta, no entanto...

"Ciao~!" e Haru abriu um largo sorriso ao ver Bianchi lá esperando-a.

ooo

Aquilo não estava dando certo...

"Quem é o gliptodontezinho EXTREMO do papai? Quem é? Que -AHHHHH!" eletrocutado.

Próximo.

"Ah, ano... Eu sei que ainda não nos conhecemos e você deve estar assustado com tudo, mas, S-SERÁ QUE PODE AUTOGRAFAR MINHA ENCICLOPÉDIA A.M.N.- AHHHHHHHHHHH!" eletrocutado.

Próximo.

"Haha - AAAAAHHHHHHHHHH!" ...

Próximo.

"Glip..." agora não era 'O Chefe Vongola', mas Sawada Tsunayoshi quem falava "Eu... eu..."

Estavam à espera de ver o pequeno moreno também tomar sua dose de choque. Mas para a surpresa deles, Glip parou de agitar as patas. Estava ouvindo.

"Eu sinto muito! Sinto pelo que fizeram com você e sinto... sinto por terem te assustado com os experimentos!" olhos nos olhos. Reborn tinha razão,, mesmo sendo mais primitiva, a arma claramente entendia o que estava sendo dito. depois de tantos anos trancada, sozinha... traída... talvez toda aquela fúria não passasse de um desabafo desesperado por esperar por tantos anos só para servir de experimento. Era rude, bruta... mas era o único jeito que conhecia para se expressar!

Nem mesmo para atualizá-la Verde se prestou.

Tudo isso, Tsuna era capaz de ver com sua hiperintuição. Esse era seu chefe, o futuro Vongola Decimo!

"Sei que desculpas não compensam, mas... espero que possa nos perdoar..." o garoto se aproximou. Devagar. Glip parou meu assustada, mas não reagiu. "...e que possamos ser amigos."

Dito isso ele estende a mão... e a coloca sobre o dura nariz da arma.

Lindo.

"AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!" todos num raio de dez metros foram eletrocutados sem dó. Glip voltava a se remexer ainda tão agitada quanto antes da proposta de pazes. Tsuna abre a boca soltando fumaça e cai no chão, praticamente carbonizado.

"SEU GLIPTODONTE ABUSADO, COMO OUSA ELETROCUTAR O GRANDE JUUDAIME- AHHH!" eletrocutado.

"CRIATURA GRANDE, VELHA, FEIA E CABEÇA DURA, EU NÃO QUERO MAIS O SEU AUTÓGRAF- AHHHHHH!" eletrocutado de novo.

"Ahh.. sua coisa-AHHHHH" outra vez.

"Ah...-AHHHHHHHHHHHHHHHHH" só mais uma vez.

Só não amaldiçoou pela ultima vez na vida porque o menino vaca permanecia grudado em sua roupa e absorvera, sem querer, boa parte do choque. Gokudera e Lambo caíram no chão ao lado de Tsuna com espasmos, também soltando fumaça pela boca.

Depois de carbonizar outros dois guardiões a fera se remexe violentamente, balançando de um lado para o outro feito cadeira de balanço, pegando impulso, pegando velocidade...

"Maa, isso não parece bom..." e levantou Gokudera e Lambo enquanto Ryohei carregava Tsuna para longe dali. Reborn os seguiu de seu Balão-Leon

Um último impulso furioso depois e BUM! Glip voltara os pés para o chão. Parecia cansada, parecia sem energia e assim que fitou os dois restantes... colocou-se a fugir na direção contrária.

"Oh..." dissera o bebê.

Ryohei e Yamamoto se encararam. Naquela direção estavam...

"SPANNER!"

ooo

Sentados a uma boa distância da confusão, Hibari esperava silenciosamente enquanto Spanner tentava resgatar o sinal andando de um lado para o outro com a parabólica portátil.

De repente o chão estremeceu. O loiro ergueu uma única sobrancelha e fez o que Reborn o treinara horas e horas pra fazer...

Fechou seu equipamento, puxou a mesa para trás do garoto de cabelos negros e se escondeu debaixo dela em posição fetal enquanto torcia para Hibari fazer alguma coisa.

E ele fez.

Hibari bocejou. estava sem as tonfas, estava dormindo e, mesmo todos sabendo que nem por dez Glips o atropelando ele seria morto, seu colega não deixava de estar em perigo.

Ao longe, podiam ouvir os urros da arma se aproximando rápido.

Então ela apareceu. Furiosa, barulhenta e sem a menor disposição de parar ou desviar do garoto de cabelos negros em seu caminho.

"HIBARI!" gritaram Ryohei e Yamamoto. Gokudera, Lambo e Tsuna começavam a recobrar a consciência.

BUM! O choque ocorreu e tudo o que não estava enraizado fundo na terra saiu do chão por pelo menos um segundo.

Quando abriram os olhos, Glip continuava a se mexer sem parar... mas não saia do lugar. Colidido contra o tanque vivo, uma enorme esfera roxa e espinhosa fincara no chão e não o permitia avançar um centímetro que fosse. Atrás dela, Hibari dormia tranquilamente.

"Roll?" sussurrara Spanner ainda encolhido de baixo da mesa ao ver uma das boxes da qual só lera nas fichas que Reborn lhe enviara.

O Guardião da Nuvem não havia convocado sua arma. Mesmo assim...

"Ele... ele não quer que perturbem o sono de Hibari!" Tsuna já estava de pé, mas nem ele nem os outros sabia o que fazer.

Se por um acaso Glip decidisse eletrocutá-los...

De repente... Glip pára. Quando acharam que começaria a urrar, uma conhecida bolinha amarela emplumada voa sobre eles e pousa na cabeça de Hibari.

O Skylark abre os olhos.

Agora a coisa podia ficar séria...

...podia...

...mas não ficou.

O presidente do Comitê se levantou e passou a passos calmos por seu ouriço da nuvem. Roll soltou um ruido que mais pareceu uma saudação e depois olhou para Glip.

Aquilo...? Será..? Aquelas armas pareciam já se conhecerem.

"Hibari! Hibari!" gritou o passarinho que ninguém sabia de onde veio. O passarinho saiu da cabeça do rapaz e pousou no focinho de Glip.

Ainda nada de choque.

"Heh... Parece que se reconheceram." disse Spanner, saindo de seu abrigo e se aproximando devagar.

"O-o quê?"

"Tanto Roll quanto Glip tiveram o mesmo criador: o próprio Lorenzini. Pode-se dizer que são armas irmãs."

Então... era por isso que o gliptodonte não atacava Hibari?

"Outras armas de Lorenzini que já conhecem seriam o golfinho Alvin do Basil e Kangaryuu." prosseguiu o bebê.

Era isso!

"Ryohei!"

"Ossu! Deixa comigo!"

E dito isso o Guardião chama sua parceira canguru. Assim que vê Garyuu, Glip dá fortes estacadas de cauda no chão. Não com fúria, apenas... abanando o rabo. Feliz.

De um a um eles chamaram suas boxes e as deixaram convencer o pobre a assustado bicho de que eram confiáveis. Quando Gokudera achou que deveria ter procurado por Uri no dia anterior...

"Miau~!" o felino salta em cima de sua cabeça. Reborn diz que demorou para encontrar a ele e Hibird, mas os trouxera em outra caixa sem demora.

"Você está bem, amigo, não está cansado da viagem?!" e em resposta o gato se põe a retalhar o rosto de seu querido mestre. "GAH- URIIIIII!"

Quando finalmente parou de afiar as garras, o bichano traidor ainda tivera a audácia de subir na arma pré-histórica em busca de refúgio.

E os olhos brilhantes de Glip prenderam em Gokudera, desconfiado. Hostil.

"Oh-oh..." o rapaz se protegeu da única forma que podia. Pegou o pequeno Lambo e o usou para absorver tanta eletricidade quanto conseguisse. "GAHHHHHH!

"Maa maa, parece que ele gostou de você, Gokudera! Hahahaha!"

Depois da breve explicação de Reborn quanto à verdadeira intenção de sua retirada do laboratório (resgatá-la) e pedir, com calma, para que Glip aceitasse ajudá-los a desenvolver o futuro das armas box (sem bisturis, nem lasers, nem nada que a ferisse.), Reborn tira de sua bolsa azul dos correios uma caixa.

"Tome. Você mereceu." e dito isso, deixa a box de Glip nas mãos de Hibari.

Ah, claro, porque tirar um cochilo fora a parte mais difícil da missão... pensaram os pobres garotos eletrocutados. Gokudera e Tsuna já com os cabelos em pé e Lambo ainda com uma faísquinha a queimar na ponta do rabo. Gokudera lambeu o dedo e apagou o foguinho, já exausto demais até para maldizer.

Glip olhou para o Skylark, já completamente a vontade. Se ele pedisse, ela não recusaria entrar.

Aquilo era o vínculo da Confiança. A confiança que Glip tinha em Roll, Garyuu e nas outras armas e na que elas tinham em seus mestres.

"Poderia fazer as honras?"

E assim, Hibari apontou a caixa para Glip, que retornou sem mais protestos.

The end.

Espera aí..

Tsuna olhou para o arcobaleno, perguntando porque não os avisara para soltar logo as armas box e deixarem elas intermediarem se já sabia do 'parentesco' delas.

"Então Spanner, reuniu todos os dados que precisava?" perguntou o bebê, ignorando-o por completo. De novo.

"Sim, senhor. Graças a todos os ataques e dados coletados agora, tenho tudo o que preciso."

"VOCÊ SÓ NOS VÊ COMO RATOS DE LABORATÓRIO?!"

ooo

"Trouxe um lanche pra você!" diz a mafiosa, enquanto vê a morena novamente imersa em seus exercícios.

Quando Haru encontrou a mais velha em seu quart, recebera o bilhete de Kyoko pedindo desculpas pelo susto e avisando que voltaria para casa por hora, mas que ainda não desistira dela.

Haru ainda sorri agradecida. Estava aliviada porque o dano que causava em sua amizade não havia sido permanente.

Mas não podia continuar forçando a barra...

Depois de arrumar a mesa e pôr os pratos a morena passa a ajudar a cunhada com o lanche. A calma e o ambiente a faziam se lembrar dos tempos no futuro. Do silêncio e da expectativa de cada refeição que ajudava Kyoko a preparar. A solidão na hora de lavar as roupas... A fuga e distração ao brincar com Lambo e Ipin... Quando fossem para a Itália as missões provavelmente seriam mais frequentes... mais perigosas.

E Haru detestava relembrar aquela agonia de esperar. Percebia que não servia mais... para suportar e não poder fazer mais nada.

"Bianchi-san..." ela pergunta "Porque você não foi com eles?"

"Bom... Há coisas que eles têm que aprender hoje, nessa missão que Reborn deu a eles..." e ela sorri. mas também não estava mais contente com aquela história que a própria Haru "Coisas que não cabe a mim aprender ou ensinar..." e suspira " E por isso fico de fora"

Na mesa, um caprichado sanduíche de peito de peru permanecia praticamente intocado.

"Você não fica brava?"

Bianchi encarou a morena

"De ter quê? De esperar? De ter que torcer e ficar de suporte?"e a mais velha sorri. "Na guerra e no amor... você precisa saber onde é o seu lugar. E nem sempre, Haru... o lugar que queremos ocupar... é onde precisam que estejamos. Entende?"

Sim, Haru havia entendido.

Ainda assim... mesmo que não querendo, mesmo que não pedindo... a sombra de um pensamento perambulou pela sua cabeça, dando um leve aperto em seu coração.

Em meio a expectativa, a morena perguntava-se se uma vida assim poderia valeria mesmo a pena.

ooo

Era bem tarde da noite e Haru acabara de terminar os exercícios que Ahodera havia determinado para o dia. Separou as dúvidas e suspirou ao pensar em quando é que ela teria a oportunidade de tirá-las. Nem se deu ao luxo de cair na ilusão de que aquela ansiedade fosse por sua insaciável sede por saber. Queria vê-lo.

Já estava entrando em seu segundo sono de lobo quando sente uma sorrateira movimentação em seu quarto. Sua janela abre e, antes que pudesse gritar "HAHI! BANDIDO" Gokudera capota em sua cama e começa a roncar alto.

Haru sorri.

Antes que pensamentos fofos viessem a sua mente

O rapaz começa a estender o braço, tocando-a, empurrando-a até Haru rolar para fora da cama.

"Lição. Geografia..." resmunga.

A morena abre a boca pra protestar, furiosa. Então fecha. Seus olhos se arregalam.

Ela tinha esquecido da lição de geografia!

Olhou para o relógio em sua parede, ainda tinha três horas antes de amanhecer e perder seu último sono!

Tratou de pegar os cadernos na mochila e espalhá-los na mesa. Enquanto arrumava, Gokudera lhe resmungava perguntas (cada vez menos inteligíveis) mas com certeza não ouviria as respostas. Agora que o bobão estava inconsciente, era o melhor momento para fazer a lição às pressas, sem todo o perfeccionismo do rapaz (que exigia perfeição dela, mas não movia um lápis para começar as próprias tarefas).

Mas antes...

Haru se sentou na própria cama... afastou a mecha de cabelo prateada que cobria o rosto cansado de Hayato... e lhe deu um beijo de boa noite, daqueles que não dava desde as frias noites de dois anos no futuro. Percebeu que sentia mais saudades daquilo do que estava disposta a admitir.

Claro que ele resmungou qualquer coisa do tipo vai estudar e só me chama se for importante. Mas dessa vez Hayato parecia sorrir.

Um sorriso mais contrariado do que tímido. Mais envergonhado do que feliz. Mas um sorriso sincero.

E por isso ela o beijou de novo. Só pra implicar.

E percebeu uma coisa

"Hahi... porque Gokudera está com gosto de queimado desu~?!"

ooo

– Checar Juudaime (ok)

– Colocar Uri de volta na Box (um dia) (ok)

– Obrigar a Mulher Estúpida a entregar a lição de Geografia ainda hoje. (ok)

– Obrigar a Mulher Estúpida a terminar os exercícios de hoje e começar os de amanhã (e, se possível, terminar) (ok)

– Obrigar a Mulher a admitir que é Estúpida (de novo) (?)


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Notas finais do capítulo

HYAAAA!
Fim da missão, espero tê-los feito dar pelo menos um sorriso de canto 8DDDDDDDDDDDDDDDD

Esses dois últimos capítulos são o vínculo entre as próximas fics!
Uma é Hibari x Chrome e a outra é, tipo... tudo... só que alguns anos depois xDDDDDDDDDDD

Não esqueçam de me contar as partes favoritas e/ou as que acham que precisa mudar!!!!