No Olho Da Tempestade escrita por P r i s c a


Capítulo 15
Game Over


Notas iniciais do capítulo

EEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE É UM RECORDE MINHA GENTE [pelo menos para esta fic]!

Quase uma semana de atraso depois.... o capitulo final!

NÃO A HISTÓRIA NÃO ACABOU! A aventura de nossos heróis no futuro é que chega ao fim

Hhuhuhuhuhuhhu espero que gostem tanto de ler quanto gostei de escrever!!!!!!



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Haru assistia a tudo... em choque.

O silêncio era ensurdecedor. Se muito se concentrasse nele, era possível identificar um constante apito, como de um bule com água fervendo, e em um volume tão alto que enlouqueceria cães, mas tão sutil para os fracos ouvidos humanos que só conseguia deixá-los... desconfortáveis. Cientes de que o clima era delicado... Mas não necessariamente revelando o quanto.

Lussuria se levantou, lendo a situação.

Havia um balão prateado cheio de combustível. Esse era Gokudera.

Abaixo dele, Belphegor, o isqueiro dourado queimava incessantemente, teimosamente, só esperando a proximidade correta ou tempo adequado para o balão estourar e juntos, queimarem tudo à sua volta.

E Haru? O que ela era naquela história toda?

Não importava! Haru ia morrer em muitos pedacinhos tostadinhos de qualquer jeito.

Lentamente... cautelosamente, a Unidade do Sol da Varia se aproxima dos mais novos. A tensão era de tamanha fragilidade, que o homem pavão sentia necessidade de evitar falar pra não desencadear uma reação explosiva por parte de ambos os rapazes.

MHavia tensão... mas não muito complicado.

Ele faria alguma piada boba, riria e furaria o clima hostil com delicada calma, devagar, deixando o ar escapar até começarem a vazar as primeiras gotas de combustível, as quais ele cuidadosamente drenaria uma a uma até o balão estar vazio e o risco dissipado.

Esse era o plano.

Simples. Bem simples. Nenhuma outra reação daria certo.

De repente... Squalo.

“VOOOI! PORQUÊ É QUE VOCÊ CASOU SEM AVISAR A GENTE, SEU PIRRALHO INGRATO...?!”

...e o homem tubarão disparou um lança-chamas no balão e no isqueiro...

“...EU SABIA QUE ERA ESTRANHO ESSA SUA EMPOLGAÇÃO PARA VIR PRO JAPÃO, MAS VOCÊ DEVERIA TER CONTADO QUE ERA POR CAUSA DE UMA ESPOSA...”

...e jogou-os em um rio de lava rumo a um mar de petróleo...

“QUANTO A VOCÊ...” diz, se virando para o ainda chocado pirralho Vongola. Se fizera aquele olhar de reprovação por ter esquecido que aquele não era o guardião da Tempestade do tempo deles ou por ser puramente um idiota, Lussuria nunca descobriu. “Não tem vergonha?”

...e palitou os dentes com um palitinho tosco de madeira, jogou-o no mar de lava e petróleo acertando, sem querer, o pobre balão de jeito.

Cabum.

“Seu...” sussurrou o rapaz. Àquela altura seu corpo inteiro tremia e a aura assassina criara força o bastante para atingir e penetrar a densa muralha que era Squalo, fazendo-o, pelo menos, se perguntar se não havia dito besteira. Antes que recusasse, reclamasse ou sequer se desse conta do que ia fazer, Belphegor a pegara nos braço e, no especo de tempo de um “Ushishi” sai correndo do recinto com Haru enquanto o mais novo ativava a arma Box. “BASTARDO!!!”

E lá se fora a parede novinha de um dos únicos aposentos finalizados da base Vongola.

Os membros da Varia só puderam olhar para seu chefe, temendo pelo que aconteceria com o resto do lugar... E, por bem ou por mal... Xanxus sorria.

“Finalmente...” dizia o homem com uma estranha sombra sobre o manchado rosto. “...Alguma diversão.” e se levantou. Seus subordinados se sobressaltaram. Xanxus saiu, seguindo na mesma direção dos mais novos em passos lentos, saboreados.

Demorou ainda alguns segundos até Levi segui-lo feito um cãozinho, gritando “E-espere por mim, chefe!” enquanto Mamon voltava a seu trabalho remunerado e Chrome corria atrás dos mais novos com um quase inaudível “Ha-haru-chan!” deixando na sala não mais que Lussuria e o Tubarão estourado (este último ainda se perguntando o que diabos dera nos pirralhos).

O pobre homem pavão se perguntava se deveria ir atrás deles ou se já era hora de preparar um discurso de “Lamentamos informar que...” relatando as tristes perdas que conseguis prever para o jovem chefe Vongola, uma opção mais agradável que a outra.

E como que para completar seu dia feliz de catástrofes, o monitor da sala de reuniões ascende, anunciando uma chamada. Na tela... simplesmente quem mais precisava (e no entanto menos desejava).

O próprio:

Sawada Tsunayoshi.

“Yare, yare...” suspirou abatido o pobre homem pavão.

ooo

"Ei, me solta!!" esperneou Haru pela milésima vez, frustrada demais até para usar a terceira pessoa. Mas nem pra rir de seus vãos protestos Belphegor se prestava. O nobre lunático estava concentrado demais em despistar aquele plebeu irritante...

Gokudera se mostrara uma irritação maior que a encomenda, para a sincera surpresa do loiro.

O esperado seria uma considerável redução de ataques dado que Bel carregava a frágil causa da raiva em seus braços, mas o Vongola avançava com toda a potência. Equipado com o sistema C.A.I. ele só não pulverizara a ambos porque usava da mínima parte de seu cérebro que considerava genial (muito pouco se comparado com a dele, convenhamos) para só acertar Belphegor. Na verdade, o fato de estar com ambos os braços ocupados em manter a garota quieta estava era a favor do pirralho, uma vez que Bel não usaria suas tão preciosas facas.

Ushishi... como se ele precisasse delas para vencer, afinal, ele era um...

“Repete.” ordena o chefe.

“Princesa... desu~!”

...

Deixa pra lá.

O infame bichano também estava fora da Box e de hora em hora o surpreendia, grudando em sua roupa naquela versão explosiva em um tamanho pequeno o bastante para causar danos somente a Bel. Da primeira vez bastou retalhar seu casaco da Varia, mas das outras, pra não perder o rumo nem deixar a inquieta garota fugir, o príncipe precisou contar com Mink, sua Doninha da Tempestade, para desvencilhá-lo do Guardião e de sua arma box.

Apesar de todo imedido estresse... o pirralho prateado lhe parecia bem confiante...

Shishishi... Por acaso ele não sabe que Ouro é melhor que Prata?

Desviou de um disparo leve e fez a primeira curva a direita. Estava quase chegando

Voando com auxilio da arma desenhada por Innocenti, o pirralho se aproximava rápido.

Se estivesse com aquela determinação em seu duelo com ele na batalha do céu, anos atrás, bem... podia-se dizer que Bel estaria com problemas.

Só que não estavam na batalha do céu e, diferentemente dos Vongola, aquele não era o Belphegor de anos atrás.

E aquilo significava que Gokudera não tinha a menor chance.

“Oi, oi, Menino Vongola...” disse, depois de destruírem o terceiro corredor consecutivo (Bel fez uma nota mental de colocar o estrago na conta de Levi ou Squalo, quem quer que o irritasse mais). Aquele infernal sorriso estava oculto atrás do cabelo loiro, mas tão evidente no falar. “Posso saber por que está nos seguindo quando Squalo já te alertou pra ficar longe?”

“O-o que?!”

Bingo.

“Pipistrelli Tempesta.” foi o que Haru conseguiu ouvir o loiro sussurrar.

A próxima coisa que Gokudera viu fora Uri, que corria a sua frente, sendo atacado por uma horda de morcegos flamejantes vindos de todos os cantos da base em construção e o bolo de armas Box formado se aproximando feito uma bala de canhão, acertando-o em cheio no peito.

Ele caiu do suporte do sistema C.A.I. e foi quicando com os morcegos e Uri até desaparecer na curva de um dos corredores.

“Hayato!” grita a morena. O que viu em seguida fora a escuridão.

Uma estranha, inconveniente, porém totalmente consciente escuridão. O pequeno Mink se enroscara em sua cabeça, tapando sua vista pelo resto do tempo que Bel correu. E pareceu ser bastante tempo. Depois ela ouviu o baque de uma porta se fechando e... coisas caindo, talvez? A próxima coisa que alcançou seus olhos fizera Haru desejar ter sido posta pra dormir a forca mesmo.

Caos.

A palavra era caos.

Onde quer que estivesse, uma coisa era certa: O chão... não existia ali. Nem paredes solidas e nem janelas ou qualquer que fosse uma passagem necessária para entrar, sair, fugir ou respirar. Não, porque coisas estavam por toda a parte!

Roupas, facas, livros, enfeites de mesa, as mesas, cadeiras, cortinas (então havia sim uma janela ali... em algum lugar... talvez.) e bichos, muitos bichos de pelúcia, por toda a parte. Tudo da mais rica e luxuosa qualidade dignas da realeza...

...e espalhadas pelo "aposento" de um jeito que deixaria ate uma família de ratos constrangida.

Não parecia sujo, mas... convenhamos... Não havia, no planeta Terra quem estivesse disposto a explorar o local... e lugar que não se alcança é lugar que não se limpa.

"Foi uma boa coisa essas suas aventuras no futuro e as memórias que nos deixaram..." comenta desinteressadamente. Era provável que todo aquele cabelo loiro cobrindo seu rosto o estava livrando da agonia de olhar para aquele lugar. "Foi só buscar um filetinho de amostra que pude encomendar o desenvolvimento dos meus próprios Morcegos da Tempestade. Eles foram desenvolvido para Rasiel, claro, mas... irmão...gêmeo...idêntico. Não foi difícil mudar o foco de sua lealdade. Os morcegos não são tão uteis quanto Mink, é claro..." e igualmente cegado pela massivo amontoado de pelos cobrindo os olhos, a doninha sobe nos ombros de seu mestre. "...mas eles me entretêm."

A garota continuava a fitar embasbacadamente os arredores.

"Onde... eu... estou...?" assim que percebeu o sorriso do loiro percebe que ela não queria saber.

“Oras, você não sabe? Este é meu quarto...” e se aproxima perigosamente devagar. “Digo... não apenas meu...”

Ele estava lá... a pouco mais de uma semana e conseguira juntar a bagunça de uma vida. Isso porque era ainda o segundo de quarto mais bagunçado no ranking do Fuuta! E ele estava insinuando... estava querendo mesmo fazê-la acreditar... que ela dividia aquilo (o quarto) com aquela... coisa (Bel)?!

Haru queria vomitar.

A morena não podia fazer outra coisa alem de se perguntar porque, Kami-sama, PORQUE a Haru de dois anos no futuro se submetera a tamanho... tamanho sofrimento! Ela era uma boa menina! Estudava direitinho e ate tirava notas boas... mesmo estudando num colégio de elite! Tá certo, ela fugira de casa uma vez... mas aquela era a punição por não saber como lidar com seus probleminhas de escola?! Céus, Haru deveria ter virado delinquente. Com certeza você nunca veria Hibari passando por aquelas coisas.

Pela primeiríssima vez Miura Haru levou a serio as baboseiras que Gokudera costumava a dizer pra ela. Se casar com Belphegor não era a prova de que Haru era sim uma Mulher Estúpida... então nada mais seria.

Seus pensamentos foram cortados por um súbito puxão em seu braço esquerdo. Belphegor a trouxera pra perto rindo-se do desconforto dela como se a bagunça tivesse aquela única finalidade: atormenta-la. Estavam próximos. De longe ou de perto pouco importava: a boa aparência de Bel era um fato incontestável. Seu cabelo loiro não estava tão cheio nem tão longo quanto o do futuro que descreveram, mas os fios lisos já davam uma leve volta para cima emoldurando o fino e jovem rosto com perfeição. As roupas estavam rasgadas graças aos ataques de Gokudera e as explosões do Uri (Haru nem sabia que o gatinho também explodia!).

Aquela definitivamente seria uma proximidade de acelerar o coração e fazer amolecer as pernas... não fosse a bagunça do lugar agonizando-a.

Serio! Se Haru ainda não tinha TOC, com certeza acabaria por desenvolver um só de ficar muito tempo al.

Não tinha certeza ainda do que ele pretendia e não esperaria pra descobrir. Assim que a outra mão dele fez menção de ir para sua cintura, Haru resistiu. Tentou chutar, mas ele travou suas pernas com as dele. Tentou bater, mas o rapaz logo prendera a ambos os seus pulsos com uma única firme Mao. Finalmente ela tentou cabecear, mas bastou um sopro em seu pescoço e qualquer forca que pensara ter se dissolvera. Lutar era inútil contra um mafioso assassino. Se muito, Haru só conseguira piorar sua situação. Ate contra Chrome ela sabia que não tinha chance... quanto mais contra ele.

A morena só tinha uma opção...

Quando sentiu um primeiro mordiscar, bem na base de seu pescoço, ela engoliu toda a vontade de gritar, xingar ou chamar pela mamãe (dignidade agradece) e simplesmente apoia a testa na curva do pescoço dele.

"Hm...? Desistiu, foi?"

"Do que adianta lutar... Haru já é sua esposa mesmo... não e?"

Ele riu.

“Não pense que será simples assim, mocinha...” e mexe no cabelo dela com a mão livre, parando de falar só pra mordiscar a orelha dela. Haru comentou que estava querendo chorar? Não? Bom, ela engoliu o choro também “Você não vai me dobrar só por decidir entrar em meu jogo. O Príncipe nunca abaixa sua guarda”.

Droga!

Ela esquecera... que Bel, alem de assassino, mafioso e lunático... era um gênio. Sempre achou que o plano de fingir estar indefesa pra atacar no último segundo era sua melhor carta na manga, mas... contra alguém capaz de ler as intenções, esse truque não tinha chance!

Então... o que lhe restava?

Haru estava, oficialmente, perdida.

“Bom... Acho que Haru terá que agir como esposa então.” e genuinamente sentia que não tinha outra escolha.

Por um segundo... não. Meio segundo, talvez ate metade disso... o sorriso de Bel vacilou. Não como se rejeitasse a ideia... mas como se tivesse sido pego de surpresa.

Haru não perdeu tempo

Ainda com os pulsos presos, Haru levou as mãos para os claros cabelos, brincando com as mechas douradas enquanto dizia cada palavra diretamente no ouvido de Belphegor.

“Então... já que Haru sempre sonhou ser uma boa esposa...” só quando percebeu o corpo do rapaz se soltando em um amontoado de roupas vertical é que percebeu que havia uma parede ali. As mãos de Haru soltaram do cabelo e passaram devagar do pescoço ate o peito. Ele era bem mais forte que sua silhueta esguia deixava transparecer. "Haru vai...” e suas mãos foram descendo.

“Sim...?” Bel soltara seus pulsos.

"Bem devagar..." ela começou a se abaixar.

"S-sim...?" o rapaz desvencilhou as pernas, mobilizando-a.

Quando percebeu o erro já não dava mais pra voltar atrás.

“...Contratar alguém pra arrumar toda essa bagunça desu~!” e antes que pudesse reagir a morena salta feito um maldito golfinho bem para o meio do mar de caos e bagunça que era seu quarto e lá desaparece.

Droga! Belphegor levaria décadas para reencontra-la ali!

...

Ou não.

Ao longe, não muito longe, mas difícil de dizer a direção graças à péssima acústica que as roupas geravam ele houve um astuto:

“A propósito... Haru não precisa entrar no jogo dos outros... Haru tem o próprio jogo desu~”

E ele ouviu o baque de uma das portas se fechando.

DROGA!

Frustrado, chutou dois... duas... coisas que não sabia o que era no meio daquele tumulto, passando as mãos pelo cabelo na tentativa de se recompor. Então sorriu. Ele agora sabia que apesar de boba, ela era esperta. E ele usaria aquilo contra ela assim que a reencontrasse.

Ushishishishi...

ooo

Corre, corre, corre, corre, para! Respira...

E... corre, corre, corre, corre, curva, corre, corre, Haru estava cansada de correr desu~!

Ela também não tinha ideia de onde estava, já que aquela doninha safada tapara seus olhos quando a trouxeram pra aquele... aquele... urrrgh, aquela catástrofe que o loiro ousava chamar de quarto. Quando sentiu que não aguentava mais correr, Haru despenca na parede mais próxima.

Ainda não conseguia acreditar na burrada que sua versão mais velha fora capaz de fazer! Quero dizer, e quanto o amor verdadeiro? E seus planos de esperar por um príncipe de armadura brilhante? Ok, ok, Belphegor era um príncipe (embora recentemente promovido à princesa), mas aquilo não era desculpa!

Além de tudo, Haru duvidava sinceramente que havia sido o Amor (sim, aquele com letra Maiúscula, lembram-se dele?) a incentiva-lo a casar com ela.

Não... Bel não a amava.

Bel amava o caos.

Haru já sabia das histórias... mas depois de presenciar o modo como ele e Hayato se detestavam é que ela soube... que Belphegor faria qualquer coisa para atormentar a vida de Gokudera pelo puro e simples prazer de atormentar. Mesmo que aquilo significasse casar com uma estranha. Era um pouco como sua necessidade de discutir com Hayato... só que elevado a potencia de milhões e multiplicado por uma obsessiva insanidade.

E... não fosse por aquela correria até o quarto de Bel, bom... talvez ela nem acreditasse que o plano do loiro pudesse ter sido tão bem sucedido.

A verdade é que funcionara. Gokudera estava genuinamente furioso por Bel ter casado com ela.

Haru levou a mão ao peito e sentiu seu coração descansado voltar a acelerar. Ela sabia, quase com certeza, que Gokudera Hayato, o Guardião da Tempestade, seu rival em discussões e melhor amigo... estava com ciúmes...

Mais que isso:

O Braço Direito do homem que seu coração decidira primeiro amar (e que por um acaso já a havia rejeitado) estava com ciúmes dela. Semanas atrás ela riria se um quadro assim se formasse em sua cabeça, mas não era mentira.

E Haru, no entanto, não tinha ideia de como... como... responder àquilo.

Afinal, ela não tinha no peito um botão de liga/desliga os sentimentos que direcionava a alguém. Se tinha, ela ainda não sabia usar.

Um furioso grunhido preencheu seus ouvidos. Por um instante pensou ser Besta passeando pelos corredores e levantou com um salto. Só depois do segundo e terceiro grunhido, seguidos de uma ligeira tontura e mal estar é que Haru percebeu que estava faminta desu~...

Bom... hora de encontrar a cozinha.

Fizera uni–duni-tê pra decidir pra que lado seguir e andou. Andou dois passos. Dois passos e uma mão tapou sua boca, outra pegou seu ombro e, de repente, ela fora puxada para um terceiro corredor que não havia percebido ainda.

Antes que pudesse se desesperar, um preocupado par de olhos roxos a encara agitadamente.

“Chrome-chan!”

“Shhhhh!” e a versão pouco mais velha de sua amiga olha para os lados, como se houvesse mesmo no planeta terra algo que pudesse ameaçar a jovem que estava sob a guarda dos dois homens mais sinistros do mundo da máfia... e de qualquer outro que Haru conhecia.

Sim, aquela historia estava se tornando longa...

Lembrando agora das ultimas conversas que tivera com Kyoko e dos planos de visitar Chrome, lá no seu tempo presente (dois anos antes) fora quando descobrira que Mukuro havia aparecido em Namimori só para conversar com Hibari. Chrome nunca contou pra elas o tópico (nem mesmo quando Haru tentou perguntar de novo pouco depois de chegar àquela época), mas o modo como a menina abacaxi começara, pouco a pouco, a se ver mais e mais, ah... protegida... melhor, escoltada pelo Presidente e menos em companhia da sinistra aura com a qual Mukuro a rodeava dava a entender pelo menos algumas coisas.

Durante o tempo daquele preocupado olhar, Haru se esqueceu de suas duvidas e problemas. Ela queria saber se Chrome estava bem.

“O que você estava pensando?!” é a pergunta feita em doce voz, mas embalada em uma repreensiva urgência.

“Hahi!?”

Chrome continua.

“Essa história de casar com Belphegor!” ela é tão adorável. Não importa o quão desesperada a menina abacaxi esteja, a única emoção que ela incitava na garota Hahi era a vontade de apertar suas bochechas. “Haru eu achei que você havia concordado em se afastar do mundo da máfia!”

O que?!

“Hein?! C-como, mas quando?!”

E a de cabelos roxos pisca seu único olho à mostra várias vezes. Ela precisava ficar se relembrando de que aquela não era a Haru de seu tempo. Mas era tão difícil quando as duas eram tão iguais. Fisicamente Haru não mudara nada. Passara a usar o cabelo solto ou em um meio rabo de cavalo, mas não mais que isso. Mas quando abria a boca... só o Hahi já era para Chrome uma lembrança distante, já quase perdida. Era nostálgico. Quando reencontrara esse pedacinho querido dos bons tempos, poucos dias atrás, depois de colocar toda aquela gente pra dormir, Chrome estava tão exausta que durante o banho e toda a falação da morena ela não conseguira sequer lembrar os esclarecimentos que queria extrair dela. Coisas haviam acabado de acontecer graças àquela briga de seus dois supostos “guardiões” e ela ficara tão triste por não ter conseguido ver Mukuro-sama uma última vez que nem reparou na outra confusão que se desenrolava bem debaixo de seu nariz.

Kyoko-chan iria querer ter uma coversa seria com ela mais tarde, isso com certeza.

Por agora... explicações.

“Quando todos se formaram e começaram a se preparar para ir pra Itália... bom... Você decidiu ficar pra trás.”

Haru não podia acreditar nas palavras que alcançavam seus ouvidos. Teria sido aquilo que Reborn lhe dissera na ponte? Não tinha superado Tsuna...? Gokudera não a impediria de ir, não e? Houve uma época que ela acreditava que ele pretendia, mas agora ela já sabia que ele não interferiria em nada que ela decidisse.

Ou será que...

“Haru" e se corrigiu "...eu... amarelei?”

“Não, não, não!!” e a de tapa-olho sacode a cabeça várias vezes, desfazendo o mal-entendido. “Você se recusou ir embora e deixar seus pais com uma falsa desculpa.”

E a realização a atingira em cheio.

Naquele preciso momento... estranho, inconveniente, improvável momento... Haru se sentiu a pior filha do mundo.

Por semanas a morena andara de um lado para o outro tão preocupada com a história de ser ou não ser da família, gostar e desgostar de Tsuna e Hayato... Que esquecera que para entrar pro mundo da máfia e para aquela Famiglia.. era teria que enganar a família que tinha em Namimori.

Pensou no pai...

E pensou na mãe.

E no modo como viviam Nana e Iemitsu.

A felicidade de sua ídolo e modelo materno era inegável, mas a densidade daquela nuvem de mentiras e... e... omissões... Haru não fora criada daquela forma. Aquilo simplesmente não condizia com o que ela aprendera na casa dela.

Só de pensar em tudo, de finalmente considerar o que aconteceria com seus pais... Haru já considerou a ideia inaceitável.

Mas ainda havia aquele detalhe que não batia naquela história toda...

“Então me explique, por favor, Haru-chan...” e até mesmo Chrome massageava as têmporas, na tentativa de por seu cérebro pra compreender a falta de noção da sua amiga mais inteligente. “De todas as coisas que você podia ter feito... Porque casou com Bel?!”

E aquilo dera um nó no cérebro da própria infratora.

Teria ele... forçado ela a aceitar?

Chantageado...?

...Ameaçado?

Antes que pudesse responder, o som de passos, agora tão subitamente próximos, dava um nó também em seu peito e estomago.

“Ushishishi... Eu acredito...” dizia Bel, claramente frustrado pelo tempo que levara para sair do meio de sua própria bagunça. “...que isso não seja da sua conta, Ch-ro-me-chan~!”

E agora, mais do que nunca, Haru tinha certeza de que nunca aceitaria Bel de bom grado. E ele sabia daquilo. A Unidade da Tempestade da Varia sorria vitorioso. Tudo para parecia se desenrolar em um grande jogo do qual, Bel já sabia, ele terminaria vencedor. Caminhava como um felino matreiro e, apesar de não ter dito uma palavra ou feito qualquer gesto a respeito, o modo como se aproximava indicava seu desejo de ver Chrome deixando-o a sós com Haru.

E os desejos de um Príncipe... são uma ordem.

...

Palhaço.

Chrome, mesmo claramente assustada, não se moveu. Haru achava impressionante sequer imaginar que, se fosse necessário, a menina abacaxi travaria luta ali mesmo, com ou sem chances de vencer, só pra não deixar a amiga sozinha. A morena fez uma nota mental de abraçar a de cabelos roxos ate quase sufocar por ser tão maravilhosa, mas por agora... aquela briga era dela.

"Ta tudo bem, Chrome-chan..." e segurou a mão dela descontraidamente, pra reforçar sua calma. "Eu e ele precisamos conversar."

Haru já comentou que o olhar horrorizado de Chrome era simplesmente adorável? Não?! Mas era...!

"Vai." mandou Bel.

Urrgh... Grosso.

E Chrome foi. Andando a principio, como se estivesse dando chance pra morena mudar de ideia, mas tão logo fez a curva e sumiu no corredor, ambos puderam ouvir os passos apressados em busca de ajuda.

Quando estavam sozinhos... Bum! Parede.

Belphegor sabia que ela era esperta. Quando não tinha total consciência disso e nem do quanto, acabou por ter sua guarda baixada. Quando percebera que não teria chance no corpo a corpo ela passara para astucia e quando nem isso funcionou, ate da, digamos, "fraqueza hormonal" de seu oponente ela se aproveitou. Mas agora havia acabado. Ela não tinha armas para usar e como a menina esperta que era, Haru agora já teria percebido aquilo. O que quer que soubesse/pudesse fazer estava longe de ser útil contra o mafioso a sua frente. Ser capaz de ver toda essa realização subindo nos olhos chocolates dela era incompatível! Ele já quase conseguia ouvir seu arrependimento e a vontade de chamar a menina abacaxi de volta, mas ainda tinha aquela pitada de orgulho, aquela pontinha restante de dignidade em seu ser a forçava a lutar para não demonstrar.

Bel achou aquela mistura de emoções simplesmente deliciosa.

"De todas as coisas com as quais já brinquei..." e se aproximou do ouvido sem precisar sequer prende-la pelos pulsos. Haru disseram que "precisavam conversar", Haru dispensara Chrome e Haru possuía sim aquele orgulho com o qual Belphegor adorava mexer. Ele sabia que ela não fugiria. A morena era um bichinho de estimação adestrado... pela potencia da própria inteligência. "Você é, sem duvidas, a que mais me diverte."

E Bum!

Dor.

Pés saíram do chão, vento percorreu seu corpo inteiro de cima a baixo enquanto o mundo girava até terminar em um impacto contra sua cabeça. O som da coroa quicando e rolando para longe enfurecendo-o mais que toda a dor que se espalhava pelo seu lindo crânio.

Fora um segundo. Menos, bem menos... para ela conseguir esquecer-se de tudo. Esquecera as chances, esquecera o perigo, esquecer ate da desvantagem... e aplicar o mais desesperado Flapjack que já vira.

E aquilo não fazia sentido.

A força daquela menininha infantil e barulhenta era tão bizarra, tão fora de contexto que nem mesmo o treinado mafioso reagira suficientemente rápido. Mais que isso, a esperteza dela não era soberba, mas era incontestável... um golpe maluco e displicente daqueles... algo tão... estúpido feito por alguém que parecera tanto ter um cérebro.

Ele sabia que apesar de boba ela era esperta... só não contava que mesmo sendo esperta ela era capaz de retomar a bobice em um piscar de olhos. E aquela era sua verdadeira arma (embora duvidasse do quão consciente Haru estava disso).

Haru era, inexplicável, invariável e, acima de tudo, inconvenientemente imprevisível.

Bel está bravo. Oficialmente. O erro de subestimar um oponente era algo que não cometia com frequência. Aquilo não podia acontecer.

E no entanto caíra pela segunda vez...

Haru esquecera o que queria conversar quando ele a empurrou para a parede... agora, levantando-se do chão, quem não queria saber de conversa era Belphegor. O mafioso sacou as facas.

E qualquer humano estúpido o bastante para fazer o que Haru fizera, já teria caído morto. Ela sabia. Era por isso que não pretendia reagir (mas acabara por fazê-lo mesmo assim. tudo culpa do Bel!). Mas ainda estava ali... e respirando também!

Porque Haru ainda estava viva?! Por sorte? Destino?

Aquele grunhido do volume de um motor chegou aos seus ouvidos. E dessa vez não fora o estomago dela.

Besta.

Claramente irritado por ter tido que se locomover até aquele pedaço de lixo para conseguir outra massagem na região das orelhas, o grande Ligre Branco do céu se aproxima majestosamente. Tudo para ele parecia se desenrolar em uma grande selva na qual, Besta já sabia, ele terminaria soberano. Caminhava como Belphegor, mas o corpo maciço recheado da fúria e do orgulho característicos a Xanxus. E apesar de não ter soltado um rugido ou feito qualquer gesto a respeito, o modo como se aproximava indicava seu desejo de ver o pedacinho de lixo macho deixando-o a sós com o pedacinho de lixo fêmea ou sendo fatiado em várias fatias comestíveis caso se recusasse a fazê-lo.

E Belphegor guardou as facas e se retirou do recinto silenciosamente... do jeito que obrigara Chrome a fazer, momentos antes.

Seu acerto de contas com a morena ficaria para a próxima.

Quando o loiro desapareceu na curva do corredor, Haru não tardou a afundar braços e rosto naquela juba branca, aliviada. Ela sabia muito bem que, não fosse por ele, o imbecil que seu eu do futuro parecera ter escolhido como marido a teria aniquilado.

ooo

Seria karma? Mas ele não acreditava em karma... na verdade Belphegor nem sabia o que era karma...!

Mas se não era a sorte nem o universo de palhaçada com sua pessoa... Então havia outra coisa muita errada com o mundo...

"Bom trabalho, Uri..." Porque não uma, nem duas... mas TRES malditas vezes ele, o grande Príncipe Retalhador se vira pego de surpresa por... por... um bando de pirralhos Vongola. "...e bom trabalho, Morcegos."

Os Morcegos da Tempestade foram desenvolvidos para seguir os comandos de Rasiel. Gênio. nobre, loiro... e portador das rubras chamas da Tempestade.

Então Belphegor, gênio idêntico de Rasiel, também gênio (só que mais), também nobre (só que mais), também loiro (ha controvérsias, mas Bel tem certeza de que suas madeixas brilham mais) as tomou para si e facilmente se tornou o novo mestre.

Na falta de Rasiel... os morcegos obedeciam a Bel.

Gokudera não era gênio (não importava o quanto achasse que sim, Belphegor sabia que nem dava para considerar), não era nobre (nem de longe) e não era loiro...

Mas era um portador da chama da Tempestade...

E todo o resto dos pré requisitos necessários para se obter o controle dos morcegos foram dispostos pelas ilusões garota abacaxi intrometida.

Gokudera, nem por todas as ilusões do mundo, poderia se passar por Rasiel para Belphegor... Mas os Morcegos não eram tão perspicazes.

E entre Belphegor e a imagem de seu irmão gêmeo mais velho, mestre original do --, os bichinhos iam para Gokudera.

Ushishi... quem diria que ele podia fazer isso.

Belphegor não acreditava em karma.... mas preso e imobilizado por hordas da própria arma Box surrupiada e vendo o irritado Vongola se aproximando com uma interessante sede por sangue, o jovem Príncipe se perguntou se não deveria pensar a respeito.

"Ora, Vongola..." ele sorria. Gokudera sorria o sorriso de seu maldito irmão com tão ou menos vontade que o próprio Rasiel. O resultado era simplesmente macabro. "Não vamos levar isso para o lado pessoal, sim?"

A imagem de Rasiel estalou os dedos.

"Afinal, não e culpa minha se ela não quis você..." era verdade. E uma verdade incontestável inclusive.

"Esta enganado..." e o sorriso se alargou. Dessa vez Belphegor sentiu que o pirralho realmente sentia vontade de mostrar os dentes. "Isso é muito pessoal."

E Belphegor apanhou como nunca em bons dois anos. Não fosse Squalo chegando e espancando os dois para apartar a briga daquele jeito meigo que só o homem tubarão era capaz os dois mais novos já teriam se matado e/ou destruído o lugar.

Por três ou quatro vezes o espadachim da Varia tentara trazer os pirralhos para a presença do chefe Vongola (ainda em vídeo conferencia com Luss na sala de reuniões) e não conseguiu. Gokudera fora arrastado para a sala de conferencia um segundo antes de presenciar o golpe de luta livre que Haru desferira no loiro e fugira do aperto de Squalo no instante que ele entrara na sala anunciando que encontrara um deles. Quando finalmente os reavistou, uma quase matava a Besta com tanto mimo e ou outros dois matavam um ao outro.

E nem ele, nem Lussuria queriam fazer relatórios explicando como haviam perdido dois membros da famiglia, um para Tsuna e muito menos para Xanxus.

Primeiro porque detestavam fazer relatórios. Segundo porque seu chefe detestava recebê-los.

Che.

Agora, por fim, conseguira juntar todos na sala de reuniões, mantendo a segura ordem de Bel, Besta, Haru e Gokudera diante da tela para evitar quaisquer futuras desavenças.

Game Over.

Bom... foi divertido enquanto durou.

Assim que lhe foi permitido falar, Gokudera reclama com Tsuna (humilde e respeitosamente) sobre o casamento de Bel e Haru e o quão inaceitável aquilo era para os "interesses da famiglia".

Diante da reação de Sawada Tsunayoshi, Bel sorriu satisfeito.

"EEEEEEEEEEEEH?!" e o grande Juudaime de repente desaparece da tela e Kyoko surge do fundo para socorrer o noivo claramente caído no chão. Antes dele levantar o chefe ainda gritava "HARU E BEL O QUEE?!"

"Ushishishishishi...!"

...

ooo

"Você então está querendo me dizer..." confirmava o rapaz depois de uma curta, porém acalorada explicação. "Fui, digo, meu eu dois anos mais velho foi chamado pela Varia por causa da genialidade em matemática..." Bel revirou os olhos. Não que alguém pudesse ver. "E eu recusei..?"

"Sim” e o chefe continua “e por causa disso a Varia fora obrigada a procurar por outra pessoa qualificada, chegando enfim até..."

"Meu pai..." e todas as mínimas pecas soltas se encaixaram c um 'Taxam'!' na cabeça da morena.

"Você virou uma peste desde que descobriu que estávamos tentando contatar o Sr. Miura..." resmungou Squalo, finalmente mais calmo por saber que aquela dor de cabeça havia acabado. "Já havia enviado a seu chefe todos os relatórios de obituário assinados e com seu nome neles, porque se eu visse seu rosto mais uma vez tentando nos impedir de falar com o Miura, não me responsabilizaria pelos meus atos."

E por isso Tsuna o proibira de viajar ate Namimori... só que Gokudera sendo quem ele era acabou por ir do mesmo jeito e então... Bum! Yakuza chegou.

A Varia já estava lá por causa da necessidade de um especialista matemático... muda-la para a missão de proteger os cidadãos enquanto o resto se desenrolava era simplesmente o natural e explicava o porquê de Xanxus só ter chego a campo depois, quando Mukuro chegou e bagunçou as coisas... O rabugento numero um da Varia não aceitaria sair de seu covil na Itália não fosse pela perspectiva de uma boa briga (que por um acaso não ocorreu).

"Foi tudo uma infeliz coincidência, Gokudera-kun" via seu chefe esfregando os olhos cansados de tanta preocupação e se sentiu péssimo. Então Tsuna continuou "E de onde surgiu essa historia de Haru e Bel se casando?!"

Todos os rosto se voltaram lentamente para Bel. O maldito loiro ria enquanto cocava a orelha desinteressadamente. Depois se volta para Hayato como quem não quer nada.

"Você parece bravo, pirralho Vongola..."

"Seu...." e, novamente, a garota Hahi age mais rápido.

"Você mentiu, desu~!!"

"Ushishishi...!!" e a risada explodiu em uma gargalhada maníaca "E mesmo...? Quando?"

Todos na sala pararam boquiabertos. Muitas situações pipocando em suas mentes, implorando para sair e se tornarem palavras, mas cada uma se desmanchando tão logo percebiam a pilantragem do loiro.

Ele ri lunaticamente diante do silencio.

"Mentiras são para pessoas com baixo nível mental. Eu sou um gênio, não se lembra? Eu não preciso mentir."

“M-mas você...”

“Hm? Eu o que?”

Ele dissera... quando Squalo... então ele já o estava manipulando naquela hora? Gokudera percebe que Bel nunca dissera uma mentira... apenas distorcera umas verdades para contextos neutros e o deixara chegar ás próprias conclusões. Mesmo na hora da carta... ele chegara e pedira para ouvirem e perguntou se aquilo respondia as perguntas... ele nunca dissera que a lera com a intenção de respondê-las.

"A principio eu só queria deixa-lo irritado por estar tão perto de algo que você considera seu..." Haru não gostou de ser classificada com `algo` "...mas quando Squalo abriu aquela bocarra dele as possibilidades se tornaram tantas... decidi ver até onde sua mentezinha limitada podia chegar.”

“Mas quando estávamos no quarto...”

Sem nem mesmo deixá-lo terminar de falar, Belphegor dera de ombros.

“Lussuria ia provavelmente dizer qualquer coisa sobre os outros quartos que temos disponíveis e que não precisavam dividir um ou algo assim. Eu vi a oportunidade e peguei”

Ainda tinha um, não.. ainda tinha um monte de detalhes, mas um deles pesava mais que os outros:

“O papo do reino exigir que se case...”

“Interessante mencionar... Sim, é verdade. Mas eu sou um Príncipe e príncipes fazem como querem. Se não estiver a fim de casar e a lei exige que me case eu mudo a lei, plebeu. Além disso... essa pirralha de anos atrás é absurdamente irritante, pode ficar com ela pra você.”

“Mas e quando...”

“Ahhh! Chega de me aborrecer com tolices! Podem revisar cada segundinho em suas memória desprivilegiadas. Eu não menti.

E teriam que confiar naquilo.

“Bom... viemos o mais rápido possível porque o chefe dissera que haviam dois jovens cansados de ficar na época errada, mas...” entrando na um certo engenheiro loiro os cumprimenta acompanhado do colega/rival baixinho.

“...vocês parecem já estar tão à vontade!” e de ralo cabelo preto coloca o equipamento necessário para livrá-los daquele pesadelo.

“Fico feliz por terem chegado sãos e salvos, Spanner, Giannini...” e ambos os engenheiros cumprimentaram com leves reverencias para a tela.

Sua chegada parecera demorar décadas, mas montar o equipamento não levara dez minutos. A cura para seus males não passava de um talado alto, um monitor e o que parecia ser uma versão azul da munição da bazuca.

“Essa é a munição de retorno. Desenvolvemos em caso de emergência e estou empolgado em dizer que serão os primeiros a testá-la!”

Hahi. Aquilo não era reconfortante. Mas estava mais que pronta a arriscar.

Antes de ir Chrome a abraça. Haru até pensa em perguntar o que ficou e o que não ficou resolvido de sua situação com Mukuro e Hibari, mas, dadas as situações que preencheram o conflito com a yakuza, Haru achou que nem a amiga saberia responder. Por isso só a abraçou de volta, prometendo a si própria que daria mais apoio à doce Chrome de sua época.

Então veio Lussuria.

“HARU-CHAAAAAAAAAAAAAAAAAAN!” e o abraço esmagava amorosamente cada pedacinho de seu ser. Enquanto recuperava o fôlego, pode ouvir o homem pavão lhe sussurrar “Eu ia adorar ter você como minha nora” e suspira “Mas estou aliviado por uma menininha doce que nem você não parar nos enroscos do Bel. Ele ainda é muito imaturo pra relacionamentos.”

Imaturidade não era exatamente a palavra que Haru usaria... Mas sentiria falta da Mama Virtuosa da Varia.

“VOI! Pirralho” chamava Squalo a Gokudera “Só para evitarmos maiores problemas... quando chegarmos e te oferecermos posição na equipe... ACEITE.” E saiu, mas não antes de dar-lhe tapas em seu ombro.

Era hora de voltar. Estavam ambos posicionados em cima do tablado quando Bel se aproximou do Guardião Vongola. Ele chegou ao pé do ouvido do rapaz e o sorriso psicótico podia ser percebido a cada palavra.

“A pirralha da sua época me irrita... mas a Haru-chan do meu tempo, sim, é interessante. E é dela que vou atrás.”

E no ultimo segundo ele se vira e dá um beijo na bochecha da morena, pulando para longe no momento que Spanner deixa cair as munições azuis no tablado, Giannini monitorando tudo mais ao longe, só houve tempo para Gokudera gritar:

“ORA, SEEEU...” Puf! Ambos os jovens são envolvidos na explosão de fumaça azul.

O monitor de Giannini registra a contagem regressiva para o retorno dos Vongola de seu tempo e a passagem de memória dos mais novos para os mais velhos.

“Ara, Bel, por que está correndo?”

“Só preparando o terreno, Lus...” e afastou-se estrategicamente, escolhendo o melhor ponto para receber o bote. “o pirralho do passado não tinha chance...”

A contagem regressiva chegou a zero e de dentro da fumaça o grito se completa com a voz mais velha:

“...BASTARDOOOOOOO!”

“...mas esse aqui me diverte.” e sacou as facas.


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Notas finais do capítulo

Então, deixa eu agradecer a LU [não sei se você mudou o Username, mas é como LU que me lembro. Disso e da foto de lobo] porque, sinceramente, essas palhaçadas do Bel foram ideia dela xDDDDDDD

Como Belphegor nos dissera no final, ele só pretendia ver Gokudera se matar de ciúmes por ele estar perto dela e coisas assim.... toda a coisa de fingir ter casado com ela veio depois com Squalo mandando-o ficar longe dos Miuras [ e com o comentario da LU] xDDDDDD

Me diverti muitiissimo, mas essa saga chegou ao fim. Agora que muitas coisas necessárias foram postas no papel e muitas outras abacaram de ser lançadas no ar.

Eu queria por que queria terminar esse arco neste capitulo pra começar logo com o resto da fic [a parte original, onde tudo começou, quando era pra ser one-shot, lembram?] e acabei me demorando pra escrever e deixando-o bem compridinho

Mas espero que gostem!

Não esqueçam de me dizer o que acham!!!!
Ja ne!