No Olho Da Tempestade escrita por P r i s c a


Capítulo 10
Bomba-relógio


Notas iniciais do capítulo

Capitulo bem lentinho, mas necessário xDDDDD
Espero que gostem!



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Haru leu em algum lugar... há bastante tempo já, sobre como os lobos dormem. Eles acordam de tempos em tempos, se espreguiçam, e então voltam a dormir e isso várias vezes durante o sono. Desse modo estarão sempre prontos para a ação, caso se faça necessária.

Pois é, e a doce morena então descobrira que sofria de algo que ela mesma chamou de ‘Sono de Lobo’.

Não importava o quão cansada, o quão exausta física, emocional, espiritual e até virtualmente Haru esteja... durante as oito horas de sono recomendadas a um ser humano comum, ela ia sempre acordar, se espreguiçar (porque se os lobinhos faziam, Haru também gostava de tentar) e ficar sonhando acordada até pegar no sono novamente, uns dez a vinte minutos depois. Às vezes mais.

Lá, novamente presos no futuro, não era exceção. Naquela hora ela detestara seu sono picado. Quanto mais tempo acordada, mas ela se sentia numa espécie ainda não relatada de inferno, chamado futuro alternativo, feito especialmente para atormentá-la. Haru já aprendera a viver o presente... a aproveitar a juventude e se utilizar tudo que dispunha pra estreitar os laços que cultivava com seus pais e não rever jamais a frieza que encontrara naquela carta, quando Tsuna-san e Bianchi a ajudaram a visitar sua casa. Então porque ela estava lá de novo? E num futuro violento também!

Haru decidiu parar de pensar naquelas coisas. Se começasse a chorar de novo, um certo Guardião Rabugento da Tempestade podia não ficar muito feliz. E, estando num cômodo praticamente vazio, frio, escuro, com os infindáveis sons de luta e um ocasional tremor a alarmá-la e sem nada que pudesse distraí-la... Não lhe restava muito a fazer além de... bom... observar o rapaz próximo a si, sentindo as batidas assustadas diminuírem... para serem lentamente substituídas por outro tipo de nervosismo.

Gokudera era... muito bonito.

Sacudiu a cabeça pra afastar aquele pensamento também. Não! Haru estava brava! BRA-VA!

Seu plano, enquanto ainda estavam andando pelo túnel, era fazer o clássico voto de silencio por ele ter gritado com ela. Estava magoada, assustada, meio perdida e ele ainda tinha a audácia de trata-la com aquela frieza, tal qual nunca fizera nem antes de terem se tornado, ah, ahnn... próximos.

E aquilo doeu muito.

Já havia um tempo... Haru percebera o lado para qual seu coração estava pendendo e aquilo não era bom. E era, ao mesmo tempo! Fazia um bom tempo que aprendera a ver Gokudera como algo muito além do imbecil cabeça-de-polvo obcecado pelo seu chefe. Aprendera que Hayato sabia ser gentil. De uma forma não muito convencional, é claro, mas nunca falhava em lhe dar atenção e apoio quando ela precisava. E quando ela não pedira.

Naquele dia, na ponte, nunca que Haru iria imaginar o laço que formaria com o guardião. Não. Já sabia do trabalho, já sabia que precisava dispor de um tempo para superar o que sentia por Tsuna e, justamente por essas coisas, ela nunca planejaria se tornar próxima de Gokudera Hayato, o Braço Direito, melhor amigo, do rapaz que ela  prometera esquecer. Até de Kyoko-chan ela vinha fugindo! Mas não adiantou nada correr para longe do grupo. O rapaz simplesmente surgira e decidira que não a deixaria ir longe. Não ainda.

E agora era tarde.

Haru já não sabia dizer se um dia conseguiria.

E era por isso que doera tanto o súbito afastamento ao qual a havia submetido, ainda que só por algumas horas... Sim, ela o puniria pela frieza! E o castigo seguiria até depois que voltassem para o passado! Ficaria de mal, não falaria, não ligaria, não brincaria e...

“Vem” dissera o rapaz, e aquele verde que tão friamente a evitava agora a chamava. Constrangido, contrariado... talvez... arrependido.

Ela grunhiu, apertando os olhos com irritação e evitando fazer barulho demais.

Haru estava furiosa por não conseguir se irritar com ele, mesmo sabendo que merecia.

Mas olhando-o agora... bom...

A morena também sentia um temeroso receio de se mexer e perturbar seu sono. Ele podia decidir que já estava bem descansado e se desvencilhar dela e Haru não queria aquilo. Gostava do abraço. Gostava do calor dele. Mas estava ficando entediada muito rápido e queria conversar. Sobre o que? Qualquer coisa, desde que a distraísse dos ‘Bum!’, ‘Kamikorosu...’, ‘Kufufu...’ e ‘AHHHRGH!’, cada vez mais frenéticos lá fora.

Ela tinha muita pena dos caras da yakuza...

Hahi!

Gokudera se ajeitara, puxando-a mais para cima dele. A cabeça de Haru agora repousava em seu peito, enquanto o braço dele escorregara até sua cintura e lá ficou.

Suas bochechas ficaram quentes...

Ela havia acabado de reparar... mas Gokudera tinha um maxilar muito bonito. A forma, o molde... O modo como sobressaía sem exagero sob a pele clara... Pegou-se com a vontade de por um beijo ali. Um só. Bem pequeno.

Mas não era doida o bastante.

Não, não.

Não depois da fria que levara quando tentar segurar sua manga do rapaz...

Haru precisava ter cuidado. Com as chamadas de vídeo, texto e ligações ela ficou realmente muito boa em ler as emoções dele sabendo medir o quanto implicar e quando falar sério de acordo com as reações do Guardião. Gokudera era exatamente como suas dinamites. Instável, explosivo. Precisava ser manuseado com cuidado e destreza. Mas era consideravelmente seguro enquanto não houvesse fogo por perto. Uma faisquinha no momento errado, no entanto, e seria um dano feio para ambos os lados. Haru sabia. E tomava cuidado. Mas Hayato parecia ser especialmente sensível, pra não dizer tímido, quando se tratava do toque. Era quase como tentar desarmar uma bomba-relógio terrorista. Mesmo agora, deitada sobre o peito firme dele e sentindo o lento sobe e desce de sua respiração, era evidente que ele não era do tipo que dormia tranquilo. Não. Nada de cara de bebê, de despreocupação, de anjo... Não, ele era um poço de tensão e preocupação. Enquanto dormia, o cenho franzia até com mais força do que quando acordado e pensativo.

E podia não acordar de tempos em tempos que nem ela... mas dava para perceber que estava longe de cair em um sono pesado.

Ela podia sentir o coração dele. Sua mão pousou sobre o peito e a batida acelerou. Por um segundo ela temeu que ele estivesse acordando. Hayato suspirou com força, puxando bastante ar e soltando devagar. Dormia. O coração voltara ao ritmo tranquilo.

Hehe.

Aquilo era divertido.

Esticou a mão ao rosto. Cautelosamente. Queria sentir como era aquela volta do maxilar que lhe chamara a atenção. Tocou e... Gokudera virou a cara.

Não, ela não podia fazer aquele movimento.

Hmph.

Haru bocejou, fechando os olhos já cansados. Dormiu

Não sabe quanto tempo depois, sentiu um brusco aperto na cintura que quase a fizera soltar um grito, Gokudera levantando em seguida. É hora de continuarem a andar.

Ele soltara Uri e, depois de alimentá-lo pediu pro pequeno felino buscar ajuda ou comida, ou qualquer coisa útil. Haru ficava meio preocupada...

Não queria saber se o gatinho era uma arma Box... aquilo parecia simplesmente tão cruel...

“É isso ou morrer de fome, mulher... Escolhe.” e dividiu o pacote de biscoitos da maleta entre eles.

As provisões estavam esgotando. Se desse tudo certo, talvez aquele fosse o ultimo dia, então, com a luta parando a qualquer momento, era só encontrar uma saída para a superfície e... bom... e sobreviver. Até encontrarem alguém que os ajudasse a voltar pro passado.

Não que as coisas costumassem dar certo pra eles, é claro...

 Mas enquanto isso... andar. Procurar uma saída.

Andar era ruim. Andar era muito ruim. Não sabiam para onde ir e, desde que a bateria de ambos os celulares se esgotara, haviam também perdido a única noção de tempo que possuíam. Logo, cada minuto andando parecia ainda mais eterno e as paradas para descanso se tornaram mais frequentes, pelo que Haru ficara, sinceramente, grata.

Apesar de ter dito que seria ‘só daquela vez’, sempre que se sentava, apoiando as costas na parede e correndo a mão nos cabelos não tão prateados (por causa do pó), Gokudera a olhava, como se esperasse saber como estava o humor dela. Ele disfarçava, sim, mas ela ainda podia senti-lo encarar cada vez que estava de costas para o rapaz. Era como se aquelas orbes verdes fossem capaz de fazer-lhe cócegas, mesmo à distância, porque ela sentia seu corpo inteiro se agitar com aquela mirada. Era tão quente que se Haru se virasse para encará-lo de volta, a morena certamente derreteria.

Era um olhar de expectativa. Como se esperasse algo dela... algo que nem mesmo ele sabia estar esperando. E como Gokudera era o bocó que era, deixaria para a pobre garota Hahi descobrir o que ele esperava.

E foi quando Haru decidiu ver se sabia lê-lo ao vivo tão bem quanto por chamada em vídeo.

Ela arrumou um jeito de se distrair com a maleta do lado dele (fazendo parecer que queria água, ou só ver o quanto ainda tinham para comer), enquanto esperava pelo rapaz se ajeitar pra dormir. Quando viu que ele estava prestes a deitar, guardou a mala e sentou-se a seu lado e abraçou os joelhos. Esperou.

Talvez ele continuasse a deitar, fecharia os olhos e dormiria sem se importar, talvez ficasse esperando que se aproximasse... Haru torceu pela segunda possibilidade.

Ela acreditava no cavalheirismo dele.

Gokudera deitou e começou a encarar o teto. Baka! Não sabia que devia oferecer pelo menos o braço para uma dama poder dormir?! E era sua esposa! De mentirinha, sim, mas ainda assim...

Mas o dono das orbes claras ficou lá com cenho franzido, pensativo. Ambos os braços estavam atrás da cabeça fosco-prateada. Ele parecia aberto, apesar de preocupado. Valia a pena tentar... Haru começou a se deitar de lado. Virada pro rapaz. Não se apoiou nele, mas estava próxima o bastante para ser alcançada a um mero estender de braço.

Ele ainda não parecia disposto a fechar os olhos. Ou estava mesmo muito preocupado, ou a estava esperando se aproximar. E nada o impedia de estar preocupado por esperar ela se aproximar.

Fio vermelho. Fio azul. Ambos?

A morena se encolheu e sua testa roçou de leve no braço dele. Ela logo sentiu algo sobre o topo de sua cabeça... Ele havia estendido o braço. Haru levantou a cabeça como se só quisesse ajeitar o cabelo e segurou para não sorrir quando o sentiu puxar o braço para debaixo dela como se só estivesse se ajeitando e nada mais, mas silenciosamente permitindo-a usa-lo de travesseiro.

Huhuhu! Ela ainda era boa naquilo. Haru ia abraçá-lo, mas Bakadera virou o rosto e aquilo era um ‘Não’. Fingiu estar só se espreguiçando e apoiou a mão no ombro dele, quase debaixo da própria bochecha. O corpo do rapaz relaxou e ele voltou a olhar pro teto, observando cada milímetro de tinta a descascar como se tivesse medo que, ao mero fechar de seus olhos, o local todo desabaria. Ele soltou aquele suspiro longo, profundo, as bochechas voltando a embranquecer, e fechou os olhos.

Geez, que cara mais fresco desu~.

Uma coisa era certa e sua mãe sempre dizia: Todos têm seus limites... mas nem sempre são definitivos.

Haru suspirou também e fechou os olhos, embalada pelo som da respiração lenta dele. Ela calculara uns três sonos dela até Gokudera estar descansado o bastante para voltarem a andar. Dormiu.

Iria testar aqueles limites. Descobrir o que o rapaz permitia e o que não permitia com cuidado... Até ver se seria capaz de desarmá-lo.

Acordou já segurando o impulso de se espreguiçar como achava que os lobos faziam e segurando para não entrar em pânico. Hayato havia se mexido durante o sono, virando-se para ela e apoiando o braço em sua cintura, ainda sem toca-la com as mãos. Ele estava... tão... perto desu~...! E havia uma espécie de encaixe... Não importava como se ajeitassem perto um do outro... Haru sempre sentia que ficara perfeitamente acomodada, como se Gokudera fosse um grande colchão feito sobre medida.

Sim, um lindo colchão-bomba-relógio italiano que explodiria ao movimento errado de Haru.

Mas sob medida.

Aquela posição era boa... pena que limitava seus movimentos. E seu lado esquerdo já estava dolorido por causa do chão duro, frio e cheio de pequenas e pontudas pedrinhas. Estava sentindo falta do conforto extremo de dormir abraçada a ele.

Abraçada.

Não ‘com os braços apoiados’, como o rapaz estava agora, mas envolvida em seus braços. Colchão mais cobertor. Era simplesmente a mistura ideal para seu sono.

Hmmm...

Haru tentou descer a mão apoiada no ombro dele para o torso. Ele grunhiu. Aquilo era um ‘Não’.

Dangerous!

Haru bufou. O baka era chato até inconscientemente.

Hmph. E agora? Ela ainda precisava mudar...

Foi quando sentiu algo frio, mas muito macio escorregar por sua bochecha, fazendo-lhe cócegas. Algo liso e prateado. Devagar, com muito cuidado, Haru levou a mão até o cabelo dele. Estava quase tocando quando

“O que pensa que está fazendo, mulher?”

Hahi!

“Seu cabelo me faz cócegas...” E era verdade “...d-desu~”

Haru torceu para que ele não prendesse o cabelo. Mas infelizmente não fora daquela vez. Gokudera grunhiu e virou de costas, puxando-a mais para cima de si de repente como da ultima vez, o braço direito apoiado em suas costas. Então puxou o cabelo pra trás com a mão, para tirá-lo do alcance. E aquilo era outro ‘Não’. Ele também devia mudar daquele jeito por ter começado a perder a circulação de sangue no braços que ela usava de travesseiro.

Ela nunca admitiria, mas era divertido quando Hayato fazia esses movimentos bruscos, puxando-a junto. Era como se dissesse um rude “Não me toque” seguido de um autoritário “Não me solte”.

Pelo menos naquela posição ela podia fitar melhor o maxilar dele. Haru sorriu. Já sabia o que tentaria no próximo sono. Bocejou fechando os olhos e dormiu mais um pouco.

Quando acordou pela segunda vez tratou de levar a mão até o rosto dele. Tocou o moldado osso que sobressaia na pele clara. Tudo em Gokudera era firme e meio áspero. Calejado. Mas seu rosto era macio. Não como pele de neném... mas como a pele de um rapaz de quinze anos, normal...  que nunca precisara de barbear. Haru riu ao imaginá-lo com barba. Pareceria um velho. Especialmente com aquele cenho raramente relaxado. Não, Gokudera raramente relaxava.

Sentiu um certo aperto em seu peito. Sabia que ele era cabeça dura... e preocupação era praticamente um traço de sua personalidade... mas, naquele momento, no futuro, Haru também tinha consciência de que ela era um motivo de preocupação. Se não o principal, pelo menos o agravante. Era um baka, não muito cavalheiro, grosso, rude, teimoso... mas estava cuidando dela. Sim, desde muito tempo, ele estava cuidando dela. E Haru era muito grata por isso.

Ela sempre seria.

Se ajeitou com cuidado, tentando chegar mais perto. Devagar, sem pensar muito, aproximou o rosto até a boca tocar aquele osso tão charmoso. Por um segundo não fez nada além de manter os lábios lá num mero, mas afetuoso encosto. As bochechas dele estavam meio frias, e se arrepiaram quando ela dera um beijo pequeno, bem de leve.

“Obrigada... Hayato.”

O peito se ergueu. Dangerous! Dangerous! Mas logo voltou a descer soltando todo o ar num daqueles suspiros profundos dele.

Ainda dormindo.

Sentindo-se fora de perigo, Haru passou os dedos sobre o local mais uma vez, reprimindo um riso divertido. Queria fazer aquilo de novo.

“Qual seu problema com a minha cara?” grunhiu o rapaz, rouco, sem abrir os olhos e dando outro daqueles apertos em sua cintura, como os que dava para fazê-la levantar.

“Hahi! Nada!” e segurou a mão dele para que parasse. Ela sentia cócegas! “Haru só acha seu maxilar... bonito... desu.”

Ele não dissera mais nada. Por um instante achara que Gokudera voltara a dormir quando ouve um “Hm”. Não parecia bravo... nem instável. Neutro. E o cenho não estava mais franzido.

Será que...

Bom...

Mesmo com ele meio acordado, não custava tentar.

Haru aproximou o rosto de novo, dando outro beijo, dessa vez com mais pressão. Um beijo de boa noite.

Hayato suspirou... Grunhiu... E voltou a dormir.

Não virara a cara, nem mudara de posição.

Haru sorriu.

ooo

Gokudera dormira estranhamente bem. Quando dera um toque para Haru se levantar apertando de leve a cintura dela, sua mão fora até a bochecha. Não sabia bem o motivo. Ela simplesmente pousara lá, sentindo um incomum conforto correr por sua pele e então se espreguiçou.

O resto do tempo andando também fora estranho. Ele se sentia tão... tolerante. Tão paciente com as bobeiras da mulher.

Pra começar eles haviam silenciosamente desenvolvido uma espécie de trégua do sono. Enquanto acordados eles andariam, buscariam comida em dispensas e caixas e falariam, mas não muito, pra evitar acabarem discutindo. E não se aproximavam. Não. E Gokudera nem pretendia brigar com ela caso o fizesse nem nada, apenas... Haru não tentava mais.

Ela cantarolava alguma musica boba e andava por horas e horas sem reclamar. Quando sentia sede simplesmente puxava sua manga, pedindo pra pegar a garrafa de água na maleta. Se estava com fome era a mesma coisa. Mas o mais estranho era quando ela se cansava.

Quando queria parar um pouco, sentar ou até dormir ela segurava a manga, sem puxar, até ele parar pra escolher um canto apropriado, geralmente próximo a algum banheiro (estranhamente em funcionamento como veio a reparar), para dormirem um pouco. E era quando a trégua começava. Contanto que fosse para fazê-los descansar e esquecer da fome ou da luta, bastante coisa se tornara permitido.

Ela podia se apoiar nele... podia abraçá-lo se estivesse com muito frio mesmo e, o que mais espantara a si próprio quanto a sua tolerância, Haru podia beijá-lo. Não conseguia senti-la segurando sua mão sem surtar, mas seu corpo não era capaz de reagir a um mero toque de lábios. Nada muito especial, apenas um pequeno selinho em sua bochecha ou no maxilar (local pelo qual a Mulher parecera ter desenvolvido um estranho afeto) e ela dormiria.

Às vezes Haru acordava. Não sabia por que, esperava que não fosse nervosismo, mas a morena parecia não conseguir dormir direto. Perguntava-se se era desconforto, e costumava mudar de posição pra ver se a acomodava melhor. Qualquer jeito que parasse abraçado a Haru seria um jeito confortável de qualquer modo (ele não conseguia dormir no chão puro e frio sem tê-la perto, para seu tremendo azar), não custava mudar pra ver se ela se sentia melhor. Haru às vezes ficava agitada ao ponto de começar a tentar brincar com seu cabelo e a trégua não se estendia tão longe assim... mas então voltava a atenção para seu rosto e lá se entretinha satisfazendo toda sua carência de proximidade com toques, cutucadas (sempre bem leves) e os benditos selinhos até cair no sono. E era por isso que ele deixava.

S-sim... só por isso.

Fora exatamente em um desses momentos no qual, ao se sentarem para descansar, a garota se ocupava com sua bochecha que Uri voltou.

E junto de seu pequeno gato...

“Ushishishi...”


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Notas finais do capítulo

eu juro que achei q esse capitulo não tinha mais de 2000 palavras, mas ele já é lento então não vou quebrá-lo.

Próximo capitulo, não garanto postar amanhã... Mas vou tentar.
Até quinta com certeza xDDDDDDD

eu sinto que estou só cuspindo as muitas ideias no papel, sem talhá-las com muita atenção. Com certeza farei atualizações depois que terminar de postar a fic toda, pra melhor trabalhar todas as emoções e pensamentos e ações desses dois bocós que amo tanto.

Por enquanto, ficará assim.
Me digam o que acharam e façam sugestões/críticas!

ja ne!



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