Titanium escrita por Cigarette Daydream, milacavalcante


Capítulo 10
Decode (parte 3)


Notas iniciais do capítulo

Olááá, estou sem net. Más noticias, mas vou ir postar na casa da Luh, pq sim, pelo menos uma vez por semana, quem sabe, talvez mais, talvez menos! Desculpaaaaa mesmo pela demora desse capitulo! O próximo vai ser um bônus do Percy, ok? ok.
Enjoy!



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 Era bem esquisito escovar meus dentes em um banheiro público de uma loja de conveniência, mas o fiz mesmo assim. Depois de manter minha boca totalmente limpa, passei meu gloss e saí do banheiro. Olhei meu vestido, por sorte eu não tinha vomitado nele.

 – Então? – perguntou Luke.

 – Bem melhor – respondi.

 Ele sorriu e pegou minha mão, aquele ato despreocupado me deixava mais tensa do que o normal. Olhei para ele e de repente me perguntei como ele podia ter mudado tanto desde o primeiro dia que o conheci. Antes eu via Percy como o mocinho e Luke como vilão, agora, porém... Bom, a inversão de papeis não adiantou nada, só fez com que eu notasse que palavras doíam muito mais quando alguém de quem gostamos muito as joga na sua cara, como bofetadas. Pena que palavras doíam mais.

 Eu não tinha muita certeza do que Luke queria comigo, de todo jeito, ele estava sendo gentil e acolhedor. Seria cômico se não fosse trágico. Luke parecia estar afim de mim. Mas eu já vi ele fazer isso antes. No primeiro dia que o conheci, inclusiva. Sabia que não podia dar um voto de confiança tão rápido, mas... Era a única barra que tinha para eu me apoiar, portanto fingiria que não notei o interesse dele e continuaria aceitando sua ajuda, com o rabo entre as pernas.

 – O táxi que eu chamei está lá na frente – falou Luke.

 Assenti e o deixei me guiar até a saída da loja, quando entramos no táxi, Luke informou nosso destino e me olhou significativamente.

 – Você e o Percy... – ele falou. – O que acha que vai acontecer?

 – Eu não faço ideia – respondi. –, mas provavelmente não vamos nos falar mais por um bom tempo.

 – Acho que ele vai pedir desculpas – ele falou.

 – Mas... Depois do que ele falou eu não sei se quero isso – esclareci.

 – Eu acho que eu deveria te contar uma coisa... – ele coçou a cabeça, parecendo refletir se estava fazendo algo prudente.

 – O que? – perguntei franzindo a testa, imaginando mil coisas.

 – Eu... Bem, você se lembra de como eu te tratei no primeiro dia, não é? – ele perguntou parecendo se sentir idiota com aquilo.

 Eu nunca iria esquecer aquele dia, o Luke realmente me tratou muito mal, quase como se quisesse que eu existisse em qualquer lugar da terra, menos perto dele e dos amigos dele. Eu as vezes fico pensando na ameaça que ele fez e se ele teria coragem de seguir em frente. Mas, mesmo com a atitude dele naquela festa, ele emprestou o carro para me salvarem.

 – Lembro, como um clássico babaca – revirei os olhos. – E então?

  Ele riu e prosseguiu: – Eu realmente não ia com a sua cara e achava que Percy se meter com alguém que era considerada louca era uma grande burrice, mas então eu fiquei meio culpado por você ter fugido da festa e quis compensar... Sugeri que Percy te chamasse para a viagem da convenção e decidi dar uma chance para você namorar meu amigo, só que eu e Rachel entramos numa fase muito ruim depois do roubo dela e então... Eu comecei a reparar mais em você, o jeito como você olhava para os obstáculos como se pudesse quebra-los, o jeito como ficava preocupada com pessoas que você conheceu há tão pouco tempo e eu... Eu acho que virei o maior fura-olho da história, por que eu não consegui mais parar de pensar no beijo que te dei no primeiro dia.

 – Mas... Eu não sou assim – falei. – Não sou destemida ou caridosa, eu só sou... – parei sem saber como continuar.

 Ele balançou a cabeça e riu: – Você não sabe nem metade sobre quem você é, pelo visto.

 O encarei sem entender direito, eu não podia ignorar o que ele falou agora. Não podia fingir que não sei o que ele sente sobre mim. Mas, tenho que admitir que tudo o que ele falou me deixou realmente muito mexida, eu me senti... Especial. Por vários motivos, afinal, em primeiro lugar, era Luke Castellan que estava lá falando essas coisas; em segundo lugar, ele pareceu ser totalmente sincero; em terceiro lugar, ele me contou a história toda, diferente de Percy.

 – Eu não sei o que dizer – admiti. –, eu estou muito confusa agora.

 – Não precisa falar nada agora – ele disse. –, eu só queria que você soubesse.

 – Obrigada Luke – falei.

 Olhei pela janela e notei que já estávamos na rua da convenção, que é onde o baile aconteceria, o taxista parou e saímos do táxi. Caminhamos em um silêncio um pouco constrangedor até a entrada do baile, mas ao entramos fizemos um “uau” em coro. O lugar possuía uma decoração magnifica. Era meio que “nas nuvens”, e o local onde o DJ ficava, parecia um palácio dourado.

 – Nossa! Isso está incrível – sorri empolgada.

 Luke apenas sorriu e assentiu freneticamente para tudo, até que seu sorriso morreu, com seu olhar se focando em um grupo de pessoas. Estavam todos ali, parecendo bem irritados, como se tivessem acabado de discutir entre si.

 – Quer ir lá? – perguntou Luke.

 Assenti sem graça e o segui até estarmos ao lado dos outros.

 – Annie! – comemorou Rachel. – Que bom que você veio, eu achei que ia ficar em casa...

 – O Luke me convenceu de que não era a melhor coisa a se fazer – falei.

 Thalia me deu um abraço e olhou para Luke como se preguntasse o que estava acontecendo, por isso não soube direito como agir.

 – Annabeth, posso falar com você? – pediu Percy.

 Suspirei e olhei para Luke que fez que sim com a cabeça e sorriu, me encorajando a continuar. Olhei para Rachel que parecia realmente feliz que eu estivesse ali, então finalmente olhei para Percy novamente.

 – Claro – respondi e o segui para uma varandinha mais privada. – O que é?

 – Eu quero te pedir desculpas, o que eu falei mais cedo... Não foi justo e nem verdade – ele me olhou e notei que ele estava com o mesmo olhar de cachorrinho perdido do primeiro dia que o encontrei no parque, parecia que foi a um milhão de anos atrás. –, eu só quero que você saiba que eu nunca vou querer magoar você, não importa o que aconteça, eu quero sua amizade, quero a amizade da menina do parque que sabia o que eu estava pensando, mesmo sem nem me conhecer.

 Engoli em seco, um nó se formava na minha garganta, indicando minha vontade de chorar e gritar para Percy que eu não conseguiria ser amiga dele, que eu queria os olhares e abraços do menino do parque para sempre! Queria gritar que eu queria beija-lo e não fazer dever de casa com ele! Eu não queria regredir para uma linha insuportável de friend zone, mas mesmo assim, limpei minha expressão de qualquer sentimento.

 – Eu também quero sua amizade – eu disse. –, mas acho que vai ser bem estranho no começo, então...

 – Eu não entendo como chegamos nesse ponto – ele falou. –, mas eu não acho que paramos de gostar um do outro tão rápido, não é? – ele perguntou, parecendo ansioso pela minha resposta, talvez até triste.

 – Acho que não – falei. –, por isso o começo vai ser mais difícil.

 Ficamos em silêncio por um minuto, mas ele o quebrou com uma voz arrependida.

 – Eu... Eu sei que não é para chamar atenção, Annie – ele falou. –, todos sabem, e eu... Eu nunca vou me perdoar por falar aquilo.

 – Tudo bem – falei tranquilizando-o.

 – Mas eu ainda... – ele começou, mas de repente, Reyna entrou sorrindo.

 – Oi gente! – ela disse. – Eu estava procurando por vocês...

 Encarei-a amargamente. Ela estava realmente linda e parecia querer confirmar isso ao me analisar cuidadosamente, me deixando totalmente sem graça.

 – Reyna... – cumprimentou Percy, meio sem-graça também

 – O que estavam fazendo aqui? – perguntou ela.

 – Nada – respondi. –, e agora, com licença, preciso ir.

 Me levantei de onde estava sentada com Percy e saí dali o mais rápido possível, eu só queria gritar com todos em volta de mim ou simplesmente chorar e contar meu lado da história, era tão injusto que eu ficasse me sentindo mal enquanto Percy e Reyna ficavam conversando e rindo lá dentro. De repente, alguém pegou minha cintura e eu sabia que era Luke, sem precisar nem olhar.

 – Calma! – ele falou. – Para onde você está indo?

 – Para longe daqui – esclareci e me debati contra seus braços.

 – Calma – ele falou. –, Annie, para, por favor.

 Fui obrigada a escutar o tom razoável e calmo dele e parei de lutar, apenas o abracei, sem me preocupar com nada. Eu precisava me apoiar em alguém. Ele apenas me abraçou de volta e ficamos assim por alguns minutos e então finalmente me acalmei. Saí devagar do abraço do Luke e suspirei.

 – Desculpa – falei.

 – Não foi uma conversa muito boa? – ele perguntou.

 – Foi civilizada, mas eu só queria gritar – falei.

 – Então acabou mesmo? – ele perguntou.

 Fiz que sim e mordi o lábio inferior, tentando absorver a ideia que ainda parecia muito nova para que eu pudesse cair na real. Eu não ia mais ver ele me olhar como se eu fosse diferente do resto do mundo, não ia mais ouvir o coração dele bater, não ia mais sentir os lábios dele nos meus.

 Olhei para Luke e acho que ele pressentiu que eu iria chorar, já que me abraçou de novo. Senti as lágrimas caírem e encharcarem a borda da minha máscara.

 – Vamos dançar? – ele pediu para me distrair.

 – Claro – falei e sequei meu rosto, tentei ordenar as lágrimas a pararem.

 Estavam tocando Give Me Love do Ed Sheeran, então era meio estranho dançar essa música com Luke, mas mesmo assim coloquei as mãos em seus ombros e o deixei colocar as mãos em minha cintura. Notei que Percy dançava com Reyna ali perto, mas desviei os olhos.

 – Eu quero te beijar, mas... Bem, não quero ser o idiota de novo – ele disse e mordeu seu lábio superior, com medo da minha resposta.

 Será que eu deveria? Eu e Percy não tínhamos nada um com o outro e Luke tem sido realmente muito gentil comigo, mas... Eu sou amiga da Rachel e eles terminaram muito recentemente... Eu podia até querer esfregar na cara do Percy que eu podia esquecer ele em segundos, mas em momento algum iria querer magoar a Rachel.

 – Rachel é minha amiga – falei e inclinei a cabeça, pensando em mais algumas coisas para dizer. –, não iria fazer isso com ela.

 Luke pareceu decepcionado, mas continuou dançando como se nada tivesse acontecido, quando a música acabou, ele pediu licença e foi para o outro lado do salão da convenção. Pensei por um momento se segui-lo para falar com ele seria uma boa ideia e cheguei a conclusão que seria uma péssima ideia, mas continuei o seguindo até a cabine em que ele entrou. Era uma daquelas cabines que você via em bailes chiques de filme, em que havia um sofá e uma mesa com alguns comes e bebes. Uma cabine mais privada.

 – Está tudo bem? – perguntei preocupada.

 – Sim, eu só... Fiquei um pouco chateado por estar preso a antigas escolhas – ele falou. – Quer dizer... Não me entenda mal, Rachel é ótima, mas... Apenas isso, não é a pessoa certa para mim.

 – E você acha que eu sou? – eu perguntei quase rindo. – Luke, eu não sou a pessoa certa para ninguém.

 – Sorte que eu não sou ninguém – ele falou rindo com o próprio trocadilho.

 Ri também e o olhei, ele parecia estar mais leve depois da piada e de repente apenas sorriu e se aproximou. Acho que meu cérebro trabalhou mais lentamente nesse momento, pois eu não cogitei o fato de que ele iria me beijar. E ele realmente me beijou. Mas, ao contrário do beijo de Percy, ele não era cuidadoso, ele me beijava como se fosse um caso urgente, como se fossem os últimos minutos dele comigo... Minhas mãos automaticamente reagiram ao desejo que subiu pelo meu corpo, puxando levemente os cabelos dele.

 Ele passou a mão pela minha cintura e me pressionou contra a parede da pequena cabine, senti o cheiro de Luke e de repente me lembrei de como foi difícil

 Sem que eu soubesse exatamente como, já estávamos no sofá, ainda nos beijando, Luke puxava o zíper do meu vestido lentamente, mas sem diminuir a frequência dos beijos dele, minhas mãos subiram para os botões da camisa dele e comecei a desabotoa-los, mas depois parei, me lembrando levemente de onde estávamos. Luke também pareceu se lembrar, pois subiu meu zíper, mas continuou a me beijar. Continuei sustentando os beijos sem conseguir controlar o desejo intenso que sentia.

 Só quando Luke começou a beijar meu pescoço que voltei um pouco a mim e quase me afastei, mas ao ver Luke levantar os olhos, voltei a beija-lo. Ele estava me prensando contra o outro lado do sofá, distribuindo beijos pelo meu pescoço e meu colo. Mas de repente, o rosto de Percy me veio a cabeça, e logo depois o de Rachel. Rachel não merecia isso e Percy, bem... Percy... Eu não sei, mas algo me incomodava naquilo.

 – Para Luke – falei e ele se afastou, me analisando.

 – Desculpa, eu não... – ele começou mas eu levantei a mão, o impedindo de terminar de falar.

 – Não precisa se desculpar, eu só... Não acho que seja a época, o momento ou o lugar certo para isso – falei e me levantei do sofá, ajeitando o meu vestido.

 – Tem razão, quer dizer... Acho que sou um idiota – ele falou.

 – E então eu também sou, já que você não se agarrou sozinho – falei e sorri. – Relaxa, não é você o problema, é que... Eu e o Percy terminamos hoje, é até constrangedor falar que beijei outro cara no mesmo dia, e não foi um simples beijo...

 – Eu sei e desculpa... – ele falou mais uma vez.

 – Quer parar de se desculpar? – eu ri. – Tudo bem.

 – Desculpa, eu... – ele começou, mas parou e riu. – É, eu faço isso demais.

 – Chega a ser até fofo – falei e ri.

 Ele sorriu também e beijou minha testa.

 – Assim eu me apaixono – ele brincou. –, não espera... Isso já aconteceu.

 Own, foi fofo. Diz que não? Tive que sorrir. De repente meu celular tocou. Era uma mensagem de Rachel, dizendo que estava no vestiário com Thalia e Reyna se trocando para a festa de Reyna e que era para eu ir também. Suspirei, sem muito humor para encontrar Reyna.

 – Tenho que ir – falei e mostrei o celular. –, as meninas estão chamando.

 – Só um beijo? – ele pediu, mas quando eu ia responder que não podia, ele já havia me beijado e saído, me deixando desconcertada na sala.

 Contei até dez antes de sair, não só por não querer que alguém notasse que eu estava ali com o Luke, mas também para recuperar meu folego e colocar ordem no caos em que meus pensamentos estavam.

 Fui para os vestiários ainda com uma expressão um pouco descontrolada no rosto, mas as meninas não pareceram notar muita coisa. Retirei o azul dos meus cabelos e vesti meu vestido de “balada”. Desculpa aí Reyna, mas foi minha vez de brilhar. Gostei muito do resultado, ou talvez minha autoestima estivesse muito alta por causa de Luke, e tal... (http://www.polyvore.com/titanium/set?id=86337420)

 Rachel e Thalia estavam incríveis (http://www.polyvore.com/titatinum/set?id=86870381 & http://www.polyvore.com/titanium/set?id=86868051) como de costume, mas Reyna estava brilhante! Literalmente, o vestido dela brilhava e destacava sua beleza como se ela fosse feita de luz, em seu vestido dourado (http://www.polyvore.com/titanium/set?id=86331121).

 Terminamos de nos arrumar, sem muitas conversas paralelas, além da vida de alguns famosos e os gatinhos que Reyna iria levar para festa. Fiquei feliz com a última informação, quem sabe ela pegava um desses gatinhos e esquecia Percy de uma vez... Obrigada. De nada.

 Saímos e fomos chamar os meninos, para irmos para a festa, atraímos muitos olhares, já que a maioria – menos os homens – do baile usava vestidos longos e – neste ponto todos –, máscara... Logo achamos todos, e os chamamos para o carro. Fomos em dois carros, pois éramos muitos. Por sorte, Reyna e Percy foram em outro carro. Eu não sabia como me sentir ao redor de tudo isso, sinceramente. Por um lado eu tinha Luke, que era uma pessoa legal e – deuses –, muito sexy. Mas por outro lado tinha Percy, o cara que me machucou, me deixou triste e mesmo assim não saiu por um minuto de meus pensamentos desde que o conheci. Será que ele podia ter esquecido? Eu achava e esperava que não, mesmo que tentasse não alimentar esperanças.

 – Você parece diferente – falou Rachel, de repente.

 – Como assim? – perguntei, tentando mudar o que quer que ela tenha notado.

 – Parece mais leve do que antes – ela falou. –, você sabe...

 – É, acho que o baile me animou um pouco – falei e tentei sorrir. Me senti culpada. Ela esteve preocupada comigo enquanto eu beijava o seu ex-namorado.

 – Eu vi vocês dançando – ela sussurrou. – O que está acontecendo?

 DROGA. Droga, droga, droga.

 – Nada – falei. –, a gente só dançou.

 Rachel me olhou e talvez tenha desistido de tentar me fazer falar, pois simplesmente se voltou para o seu celular e começou a escrever uma mensagem. Mas ela ainda parecia incomodada.

 – O que foi, Rachel? – perguntei.

 – Nada, eu só... Sinto que está tudo errado e que algo vai acontecer – ela falou, parecendo angustiada.

 – Vai ficar tudo bem – falei. –, não tem nada de errado.

 – Tem razão, eu devo estar exagerando – ela falou.

 Sorri de lado e olhei para janela, me perguntando no que Rachel teria suposto que iria acontecer. Mas eu não acredito nessas coisas.

 – A gente deveria ficar lá apenas por um tempo – palpitou Thalia. –, aposto que nem deve estar assim tão divertido...

 Ela estava com pena de mim. Ok, isso sim era constrangedor.

 – Não – falei, com firmeza. –, vamos ficar todo o tempo que quisermos, eu não quero que voltem por minha causa.

 – Tudo bem, sério, não precisamos ficar lá o tempo todo – disse Rachel.

 A fuzilei com os olhos e ela recuou, depois passei para Thalia. Era bem mais difícil fazer isso com ela, uma vez que seus olhos pareciam descarregar trovões, mas não recuei.

 – Tudo bem, não sentiremos pena por você – ela suspirou.

 – Obrigada – falei.

 – Annie é meio assustadora – falou Luke. –, mas chega a ser sexy.

 Eu ri, mas então me liguei que Rachel estava me olhando com uma cara estranha, daí simplesmente me virei para Thalia e puxei um assunto sobre a banda da festa, mas não tivemos muito tempo, pois logo chegamos.

 Olhei para o lugar, que parecia ser bem chique, mas por dentro era uma verdadeira boate, a música tocava nas alturas, luzes de todas as cores giravam e gelo seco pairava no ar. Adam Lambert (sim, O próprio) estava cantando uma música agitada e todos dançavam enlouquecidamente.

 – Flor de lótus? – perguntou uma garçonete.

 – Não, obrigada – recusamos e ela pareceu afetada por um minuto.

 Olhei para Rachel, mas ela não me parecia muito animada com aquilo tudo, apenas desconfortável com alguma coisa, mas, quando fui perguntar, Luke já estava me puxando para dançar. Desconcentrei-me de Rachel por um momento e dancei loucamente com Luke, deixando Percy me olhar o quanto quisesse. A música da Kelly Key passava na minha cabeça o que quase me fez rir.

 Quando demos uma pausa e eu fui beber algo que Mia apareceu (http://www.polyvore.com/titanium/set?id=86872193).

 – Tem algo errado – ela disse e cruzou os braços. –, Rachel está com algum problema e, não que eu não aprove sua nova escolha, mas você precisa ajuda-la.

 – Não acho que tenha algo errado, a propósito, amei seu vestido – falei e sorri. – Relaxa.

 – Tudo bem, você é quem sabe, se prefere curtir o cara do que ajudar a sua amiga... É o que eu faria também – ela deu de ombros.

 Olhei para ela e pensei um pouco. Uma ligação não faria mal. Peguei meu celular e comecei a discar o número de Rachel, tocou quatro vezes e então ela atendeu em pânico.

 – ANNIE! – ela tomou fôlego – ele está aqui, eu preciso de sua ajuda, por favor, ele tem uma arma! Quer que eu vá com ele.

 – Espera aí! – falei espantada. – Onde?

 – Estamos aqui na frente da festa, consegui o fazer ir até a portaria rapidamente, preciso que me ajude e... – ela fez uma pausa e voltou a voz a um tom mais calmo. – Sim, eu estou bem, Thalia, pode relaxar... Tudo bem, então tchau – ela desligou.

 Parei por um segundo e então corri. Eu não tinha tempo de achar os outros, ia ter que pegar um táxi ou tentar colocar em prática minha experiência quase nula de motorista. Por sorte, tinha um táxi parado bem ali e eu tinha visto Rachel entrar no outro carro.

 – Siga aquele carro – falei e até que soou maneiro.

 – Estou reservado, moça – ele falou.

 – Te pago o dobro – falei.

 – Tudo bem – ele falou. –, vamos lá.

 Memorizei a placa do carro e a repeti mentalmente enquanto o seguíamos, salvei a placa no celular, só por garantia de que não ia esquecer. Passou-se um bom tempo até o celta preto que estávamos seguindo parar. Abri a bolsa para pagar, mas adivinha? Tinha esquecido a carteira.

 – Eu esqueci a... – comecei.

 – NÃO MESMO – ele falou. –, nada de carona de graça! O que você tem de valor?

 Nada. Eu não tinha nada de valor exceto meu Iphone e isso valia muito mais que uma corrida.

 – Meu Iphone – falei, pensando rápido. – É novo, mas eu te dou se você esperar eu voltar com minha amiga e nos levar em segurança, então só aí você vai receber seu pagamento.

 – Você não vai sair deste carro sem pagar – ele falou.

 – Tudo bem – suspirei e o entreguei o celular. – Aqui está.

 – Quanto tempo de uso? – ele perguntou.

 – Três dias – respondi desanimada.

 – Vou te dar cinquenta reais para poder pegar um táxi de volta, como troco – ele falou e me entregou.

 Nossa, ele não deve saber quanto essa porcaria custa, já me sentia deprimida ao pensar em voltar para o meu Motorola touch, já que Atena certamente não me daria outro telefone novo e não podia gastar minhas economias em um Iphone. Peguei o dinheiro e saí do táxi, não estava em condições de negociar. O homem e Rachel haviam entrado na “floresta” então teria que segui-los sem nem ter um celular para iluminar o caminho.

 Segui as luzes da lanterna que um deles estava segurando e tentei não fazer muito barulho no caminho. Mia apareceu ao meu lado, sem falar nada. Era até tranquilizante que ela estivesse ali comigo agora.

 – O que acha que está acontecendo? – ela perguntou depois de um longo tempo.

 – Eu não sei – sussurrei.

 Ficamos em silêncio e os seguimos por mais um longo tempo. Galhos arranhavam meus braços e rasgavam minha roupa em vários pontos, além dos saltos já terem sido jogados fora a um longo tempo. Mia continuava impecável, o que era irritante, mas não liguei tanto para isso, precisava arranjar alguma distração e fazer Rachel correr, já estava longe o suficiente da estrada para não ser fácil nos encontrar.

 – EI, MONTE GRANDE DE BOSTA! – gritei de repente. – AQUI, VEM ME PEGAR!

 Ele se virou na minha direção e quase vinha atrás de mim, mas o problema foi que Rachel correu cedo demais, fazendo o homem ter uma reação imediata e atirar nela. Fiquei desesperada para ir ajudar, mas ele logo viria atrás de mim. A lanterna caída marcava onde Rachel estava; o melhor a fazer era subir numa arvore e esperar até poder ir onde Rachel estava. Depois do que pareceu meia hora, achei seguro descer.

 Corri até Rachel, que estava desacordada e procurei o seu celular, mas não tinha sinal. Eu não sei o que mais eu poderia esperar da operadora da Rachel, eu vivia falando que ela nunca tinha sinal, mas ela insistiu em continuar com a tim. Algumas lágrimas forçavam a descida pelo meu rosto. Minha melhor chance era sair para procurar sinal, mas bem neste momento, não sei se como graça dos Deuses ou maldição, os policiais chegaram.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram? REVIEWS! Lembrem-se que eles são tipo doces e que eu, com certeza, nunca vou ser diabética!
xoxo (Acho que o próximo vai ser um bônus do Percy, já mencionei isso? Eai, o que acham se for?)



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