The Bright Side escrita por Anna C


Capítulo 8
De Novo, Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

De volta das férias, estou trazendo comigo vários capítulos debaixo da manga! Mesmo demorando, saibam que eu ainda estarei escrevendo. Afinal, já estou comprometida a ir com essa fic até o fim, além de fazer dela a melhor possível para vocês. Alguns devem estar estranhando a mudança no meu nick para "Anna C", mas não se preocupem que continuo a velha "Weasley" de sempre hehe
Bom chá com biscoitos!



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Uma das primeiras a embarcar no Expresso de Hogwarts, Lauren Finnigan desfranziu sua saia vinho que passava um palmo dos joelhos e ajeitou os óculos no rosto. Estava um dia quente, então ela considerava tirar o suéter creme que usava por cima da camisa de linho.

Bem, pensando melhor, podia se preocupar com o calor mais tarde. Sua tarefa agora era arranjar uma boa cabine.

Em pequenas passadas, os sapatos estilo boneca de Lauren faziam seu tec tec tec conforme ela avaliava os compartimentos do trem.

"Este está bom." Lauren escolheu se acomodar em uma cabine quase no fim daquele extenso corredor. Com sorte, não seria perturbada.

Durante alguns minutos, ela simplesmente permaneceu ali sentada, conferindo em sua mente se estava tudo dentro dos conformes. Foi quando um aroma bastante conhecido invadiu suas narinas. Aquele perfume, argh. Ela precisou de muita força de vontade para não fazer uma careta quando Lena McLaggen entrou em seu compartimento, a franzina Olivia Creevey em seu encalço.

— Eu não disse que ela já tinha chegado, Olivia? – disse Lena, mirando Lauren com um sorriso presumido.

— É, ela é sempre a primeira – comentou Olivia, ocupando rapidamente um lugar no banco vazio.

Lena sentou-se naquele banco também, cruzando suas longas pernas.

— Meu Deus, Lauren! Me diga que sua casa pegou fogo e essas foram as únicas roupas que sobraram. Francamente, não é possível que tenha escolhido esse visual por pura e espontânea vontade.

— Sim, eu escolhi – Lauren disse, olhando para Lena impassivelmente. A outra não aguentou encará-la de volta por muito tempo, por isso, pegou sua lixa na bolsa para retocar as unhas.

— Um pouco de produção não te faria mal, sabe? Quer dizer, você poderia ficar bonita se tentasse se arrumar mais. O Longbottom não reclama?

— Não para mim.

Lena bufou, descrente.

— Talvez ele goste da sua aparência como é – falou Olivia, incerta.

Lena lhe lançou um olhar de fingida curiosidade.

— É isso que você acha, Liv? – deu um sorriso que continha pouca gentileza.

Olivia se encolheu no assento, encarando o chão.

— E-Eu não sei, só me passou pela cabeça...

Lena deu os ombros.

— Vai saber. Quem sabe ele goste de garotas desse tipo. Mas, bom, o cara é meio esquisito, você tem que concordar, Lauren...

— Ele tem peculiaridades, é verdade. Mas ainda é meu namorado.

— E onde está o Sr. Esquisitinho agora?

Os olhos de Lauren quase faiscavam por trás dos óculos. Contudo, ela ainda conseguia manter o controle. Lena jamais a veria irritada.

— Não sei. Provavelmente com alguns amigos do ano dele.

— Entendo... – Lena continuava a esfregar a lixa nas unhas. – E você viu a Rose? Ela é outra que anda estranha... Ouvi dizer que o Potter tem saído muito com ela.

— Onde você ouviu isso? – perguntou Olivia.

— A Peterson da Lufa-Lufa comentou comigo agora há pouco. Ela disse que, no último mês, ele quase sempre estava ocupado com a Rose e por isso não podia sair com ela e os outros. Digo, por que ele faria isso? Aposto que é algum tipo de obrigação familiar. Talvez o pai dele tenha prometido uma vassoura nova ou sei lá.

— Eu sinceramente duvido – retrucou Lauren. – Potter é bonzinho e certinho demais para fazer uma coisa dessas. Eles devem apenas estar se dando bem.

— Você acha que ele pode estar gostando dela? – Lena pareceu temerosa de repente. – Quer dizer, eles são primos, não é? Deve ser outra coisa, certo?

— Eu não saberia dizer.

"E não é da nossa conta, de qualquer modo." Lauren voltou o olhar para a janela.

O trem começava a se mover.

Será que era verdade? Aquela notícia era até que uma surpresa. Porém, apesar disso, Lauren se sentia um pouco aliviada. "Assim é melhor. Afinal, não há lugar para a Rose numa cesta de frutas podres."

x-x-x-x

— Ah... Por que você não me apresenta pro Haynes? – Lily choramingava, andando pelo estreito corredor do trem.

— Porque... não – Hugo respondeu, sorrindo.

— Você é muito mau! E não dê esse sorriso, parece que está tirando uma comigo.

— Eu acho que ele está fazendo isso, Lily – Rose disse, divertindo-se com a situação.

— Isso é ainda pior! – ela bufou, irritada. – Eu não posso simplesmente chegar e falar com ele. Você, como meu primo, podia facilitar as coisas pra mim... Quem sabe, até falar bem a meu respeito...

— Mas será que a conquista teria o mesmo valor se eu deixasse as coisas mais fáceis?

— Argh, deixe o trabalho duro para os lufanos, ok? Enfim, você vai pensar na minha proposta e espero que mude de ideia. O Gary Haynes é divino! – Lily tinha um olhar sonhador voltado para o nada. – Vou procurar minhas amigas. Até depois!

Lily acenou para o trio e logo sumiu. Hugo virou-se para a irmã e Albus, ainda mantendo o sorriso.

— Também vou atrás dos meus amigos. Tudo bem para vocês?

— Claro – Albus e Rose disseram em uníssono.

— Legal – ele piscou um olho. – Vejo vocês na escola.

Com isso, apenas os dois grifinórios restaram. Bom, eles e Bichento III, que estava no colo de Rose.

O par continuou a caminhar, à procura de uma cabine vaga. Estava sendo uma tarefa difícil.

— Você acha que ainda sobrou alguma?

— Não sei, mas tem que ter pelo menos uma... – falava Albus. – Senão, acho que teremos que dividir com outro grupo. Não seria tão ruim também, certo?

— É, acho que não.

Rose inspecionava cada cabine através do vidro da porta, contudo a maioria delas estava cheia. Até que, após vários minutos, a sorte finalmente sorriu para ela.

— Olha! Essa aqui só tem uma pessoa! – ela exclamou, contente.

— Que bom, enfim a gente... Oh, espera, aquele é o Malfoy, não é?

— É ele? Não dá para ver bem, o rosto está virado para a janela...

— Albus!

O grito vinha de poucos metros dos dois. Os primos logo viram um grupo acenando em sua direção. Eram os amigos de Albus.

— Ei, pessoal! – Albus acenou de volta.

— Vem sentar com a gente, Al! O Steve achou uma cabine! – Tracy Shallow convidou sorrindo animada, pelo menos, até notar Rose ao lado do moreno. Após aquilo, sua expressão ficou bastante obscura.

Rose quase estremeceu.

— O que acha, Rose? Pode vir também. – Albus sorriu, tentando convencê-la.

Tracy ainda a encarava de forma ameaçadora e aquilo não era muito motivador.

— Obrigada, Al, mas você pode ir. Você não os vê faz um tempo, não é? Vai lá e conte as novidades – ela sorriu da forma mais despreocupada que pôde.

— E você? Como fica?

— Bom, acho que vou ficar aqui com o Malfoy. Ele vai até reclamar, mas já se acostumou com a minha presença e vai me aturar – Rose se fez rir.

Albus notou que ela não estava sendo totalmente sincera, mas, quando estava prestes a argumentar...

— Ei, Albus! Você não vem?

Então, lançou um último olhar para a prima.

— Você tem certeza?

Rose assentiu.

— Sim, senhor – respondeu divertida, fingindo prestar continência.

Ele deu um pequeno sorriso.

— Certo. Até daqui a pouco.

— Até!

Quando Albus saiu de vista, Rose pôde enfim expirar o ar que esteve prendendo. "Meu Deus, aquela garota parecia que ia me matar aqui mesmo!" ela estava certa de que não suportaria horas de viagem sob o olhar mortífero de Tracy Shallow.

Já recuperada, ela abriu a porta silenciosamente e adentrou a cabine.

— Ah, oi, Malfoy! Eu... – Rose o olhou com mais atenção e se calou.

Scorpius ressonava de braços cruzados, sua fisionomia tão branda e tranquila que o deixava quase irreconhecível.

"O trem mal começou a andar e ele já está dormindo? Deve estar mesmo cansado." Ela pensou, se abaixando para sentar no banco à frente. Porém, um chiado a impediu.

— O-O quê...? – quando viu, havia um gato-de-bengala ocupando o banco e este não parecia nada feliz por quase ter sido esmagado. – D-Desculpe! – Rose acabou por se acomodar ao lado do garoto adormecido.

"Eu pedi mesmo desculpas a um gato?"

Bichento III pulou de seu colo e começou a chiar para o outro felino. Rose ficou imediatamente preocupada que o barulho pudesse acordar o sonserino.

— Fique quieto! Não é hora de brigar!

Ainda insatisfeito, Bichento III subiu para o compartimento de bagagens pequenas sobre as cabeças de Scorpius e Rose, e de lá ficou encarando seu rival, desconfiado.

Rose suspirou.

— E esse lá é o momento para conflitos de território?

Bem, não importava. Recostando-se no assento, ela se pôs a observar o outro ocupante da cabine. Ela nunca imaginou que um dia o veria daquela forma, tão calmo e silencioso. Na realidade, ele ficava bem melhor daquela maneira, sem sua carranca de costume.

"É quase adorável, ele parece tão inocente... Dá até dó de acordar."

De repente, houve um sacolejo no trem e o corpo de Scorpius pendeu para o lado esquerdo, diretamente para as pernas de Rose. Apesar do movimento brusco, ele continuava a dormir.

— Er... Hã... – a ruiva olhou em desespero para baixo, erguendo os braços para não tocá-lo.

Aquilo sim fora inesperado.

Por que o trem tinha que se agitar justo naquele momento? E como ela poderia se livrar daquela situação? Scorpius não estava realmente pesado, mas o fato de estar cochilando em seu colo era por alguma razão muito inquietante.

Cada músculo do corpo de Rose se tornou rígido. Era como se um simples piscar de olhos pudesse condená-la.

Devagar, ela moveu apenas o olhar, agora focando o gato espaçoso do banco à frente. "Por que será que... ele parece estar zombando de mim?"

x-x-x-x

Era tão aconchegante. Sim, bem confortável e quente. Ele não se lembrava de ter adormecido numa superfície tão macia, porém não tinha nenhuma objeção em relação àquilo. Sequer queria se mexer, porém decidiu despertar logo, visto que poderia perder o sono à noite.

Mas espere. Havia algo sobre seu braço direito, e sobre sua cabeça também. Faziam uma leve pressão, quase imperceptível, mas lhe eram estranhas de todo jeito. Pelo calor que emanavam, pareciam até... Mãos? Scorpius virou-se ligeiramente e, ao olhar para cima, deu um berro.

Rose abriu os olhos, assustada, vendo o garoto se jogar contra o lado oposto da cabine.

— Que droga você faz aqui?! – ele perguntou, aterrorizado.

— Foi mal! Eu acho que acabei pegando no sono...

— Por que você está aqui?! Quando foi que entrou?

— Calma aí, Malfoy, não precisa ficar tão nervoso! Eu estava procurando algum lugar para ficar e vi que esse compartimento estava praticamente vazio, exceto por você. Logo reparei que estava dormindo, e... Enfim, você caiu em cima de mim e fiquei com medo de acordá-lo.

— Pois devia ter me acordado!

— Ok, ok, na próxima vez já sei o que tenho que fazer. Apenas tente se acalmar, tá?

Respirando fundo, Scorpius se sentou, seu corpo menos tenso que antes. Ele apoiou a face numa mão por alguns instantes, tentando readquirir a tranquilidade. Rose não podia ver sua expressão, por isso ficou preocupada.

— Malfoy?

Scorpius ergueu o rosto ligeiramente, espiando Rose pelo canto do olho.

— O que foi?

— Você está zangado?

Ele se posicionou melhor no banco, tornando o olhar para a janela.

— Não, deixe isso pra lá. Eu estava exagerando.

Sim, Scorpius admitia que aquela reação fora um pouco extrema. Tinha sido apenas um susto, nada mais. Dar muita atenção àquilo poderia passar a impressão errada, além de tudo.

Rose sorriu, compreendendo.

— Incomoda-se se eu ler, Malfoy? – ela retirou do casaco que vestia um livro de bolso. – Queria terminar antes de chegarmos.

— Não precisa me perguntar esse tipo de coisa. Use seu tempo como quiser.

"Ele se esforça até demais para ser chato. É uma pena que, ultimamente, não tem conseguido."

— Então, farei isso – Rose deu outro pequeno sorriso e começou sua leitura.

x-x-x-x

Para alguns, Hogwarts era como um lar. Não era um pensamento incomum, na realidade. A escola transmitia uma sensação de receptividade e calor que conquistava a maior parte de seus alunos. Os recém-chegados do primeiro ano eram os mais afetados por aquela sensação. Estes adentravam o castelo ansiosos, os olhares curiosos, prestando atenção em cada detalhe daquela antiga construção.

Rose observava os pequenos entrando no Salão Principal e sentia vontade de cuidar de cada um.

— Esses rostinhos cheios de expectativas e sonhos... – ela dizia com os olhos brilhando. – Isso é tão inspirador.

Albus riu.

— Quer adotar um deles, prima?

— Será que eu...? Ah, você estava brincando... – Rose desanimou um pouco.

— Ei, olha ali! São Lorcan e Lysander, não? – ele apontou para dois garotos idênticos no grupo que atravessava o salão. – Você consegue ver a Lucy?

— Não, e vai ser difícil já que ela é a mais baixinha da família.

Albus então viu duas pessoas mais altas no fim da fila, vestindo capas pretas que cobriam seus corpos por inteiro. Ele ergueu uma sobrancelha.

— Por que o Louis e a Coline resolveram fazer tanto mistério? Aquelas capas são meio assustadoras, na verdade...

— Suponho que Louis queira evitar chamar muita atenção, apesar do efeito acabar sendo o contrário – arriscou Rose com um sorriso amarelo. – Pelo menos, ele tentou.

Albus balançou a cabeça em negação.

— Quem ele quer enganar? Ele adora atenção.

— É, mas de tanta gente assim? – perguntou Rose, intrigada.

— Como eu disse, ele adora atenção. Não acho que faça diferença de quem, se de um ou de vários.

A ruiva apoiou o queixo na mão, pensativa.

— Eu nunca tinha visto dessa forma...

Quando todos chegaram à frente do salão, Professor Longbottom começou a chamar os primeiranistas um por um. Demorou algum tempo até que alguém que Rose conhecesse fosse chamado, mas após dez minutos de seleção, foi a vez de Lucy.

O Chapéu ficou alguns segundos sobre sua cabeça, até dar seu julgamento. Após ouvir a decisão, a pequena Lucy engoliu em seco.

— O que acha que o tio Percy achará de ter uma filha sonserina? – Lily se inclinou sobre a mesa, desviando de um colega para poder sussurrar para Rose.

Ela deu os ombros, um pouco preocupada.

— Ei, vocês, é a vez do Lysander – cochichou Albus, indicando o garotinho loiro.

Tanto Lysander quanto Lorcan foram selecionados para a Corvinal. Na mesa da Sonserina, Scorpius respirava aliviado por não precisar compartilhar a sala comunal com a dupla de gêmeos.

Logo, não restou mais ninguém do primeiro ano para participar da seleção. Era a vez dos dois alunos transferidos encapuzados.

— Louis William Weasley!

Uma das figuras de capuz começou a andar em direção à banqueta.

— Ei, Rose – Albus a chamou num sussurro. – Já sei por que o Louis veio vestido assim.

— Por quê? – ela perguntou, não tirando os olhos da seleção.

— Ele queria fazer uma entrada dramática.

— Entrada dramática? O que você...?

Então, Louis baixou o capuz, revelando seu rosto. Uma explosão de vozes eclodiu em seguida.

— Meu Deus, ele é lindo! – alguma garota berrou de uma parte do salão que Rose não pôde identificar.

— Ela é... Tão... Bonita... – desta vez, era uma voz masculina falando, Rose estava certa.

— Acho que os próprios deuses esculpiram aquele rosto, é perfeito... – alguém suspirou.

— É uma garota ou um garoto?

— Olha, não sei, mas isso importa?

"Não posso dizer que estou surpresa com os comentários." Pensou Rose, agora considerando seriamente o palpite de Albus.

Com toda majestade, Louis se sentou na banqueta como se aquilo fosse seu trono. Então, sorriu para o restante do salão. Rose tampou os ouvidos ao escutar gritos estridentes e irritantes.

— O que tem de errado com essas pessoas? – ela olhava aturdida ao seu redor.

— Acho que alguém desmaiou ali atrás – comentou Hugo, pouco impressionado.

O Chapéu Seletor foi posto sobre as impecáveis mechas platinadas de Louis.

— Não há muito que decifrar aqui... GRIFINÓRIA!

Louis pareceu surpreso com o anúncio, ainda que de forma pouco convincente, e logo foi se unir aos colegas de casa. Não se sentou próximo aos primeiranistas, foi direto falar com seus parentes mais ao centro da mesa.

— E aí, gente? – ele passou um braço pelos ombros de Hugo, reivindicando um lugar ao seu lado. O garoto que ocupava aquele espaço antes prontamente o cedeu, parecendo quase feliz com isso.

— Então, agora você é um grifinório também? Mandou bem, cara – Albus o parabenizou.

— Pois é, está no sangue, eu acho – Louis disse, indiferente. – Vocês não odeiam esse alvoroço? Digo, é tão desnecessário.

Rose sabia que o primo se referia aos trezentos olhares que estavam no momento fixos nele, mas aquele sorriso de satisfação dizia o oposto. Para ser sincera, Rose se sentia profundamente enganada. Ela de fato acreditara todas as vezes que Louis reclamara de seus poderes de veela. "Que ingenuidade a minha."

— LUFA-LUFA!

O sorriso nos lábios de Louis se dissipou, enquanto seus olhos miravam a garota em choque na frente do local.

— O... O quê? – sua voz quase não saiu. Ele se pôs de pé, indignado. – Como assim?! Façam essa seleção de novo!

Apesar de seus protestos, Professor Longbottom insistiu que Coline Chevalier fosse arranjar um assento à mesa de sua nova casa. Ela parecia tão perdida quanto frustrada.

— Coline... – Louis sussurrou, observando a amiga com tristeza.

— Acho melhor você sentar – aconselhou Hugo, puxando o primo para baixo pelo braço.

Após as boas-vindas da diretora e os avisos de praxe, o banquete foi servido.

— Não vou comer – disse Louis, que afastou o prato e cruzou os braços.

— Deixa de bobagem, isso não vai te ajudar em nada – falou Hugo, pegando algumas asas de frango.

Louis afundou o rosto na mesa.

— Não posso comer se a Coline não estiver aqui! – ele declarou, sua voz abafada pela madeira.

Rose e Albus se entreolharam, embaraçados. Lily parecia tocada por aquilo, fitando-o com compaixão. Hugo simplesmente rolou os olhos.

— Merlin, como você é mimado.

— We-Weasley – uma garota com duas tranças no cabelo do outro lado da mesa chamou.

Louis ergueu um pouco a cabeça.

— O quê?

— Se for se sentir melhor, pode ficar com o meu broche da sorte. É uma relíquia de família e...

— Legal, valeu! – Louis tomou o pequeno objeto metálico em forma de leão das mãos da colega parecendo mais bem-humorado. Então, colocou sobre a capa e se virou para os primos. – Me deu um ar de importante, não deu?

— Bom, er... – Rose olhava desconcertada do broche para a garota que o dera.

Hugo beliscou o braço do primo.

— Devolva isso logo, é errado tirar proveito dos seus poderes assim, sabe?

— Ai, ai! Tudo bem, eu vou devolver!

Enquanto via Louis gentilmente retornar o broche à dona original, Rose se lembrou de que aquela não era a primeira vez que algo do tipo acontecia. Muitas pessoas ficavam tão deslumbradas com seu primo a princípio, que agiam de maneira bastante incomum e impensada. "Com tantos benefícios, dá até vontade de ser parte veela." Apesar de que Rose duvidava que conseguiria ter tais poderes sem sentir um pouquinho mal. Afinal, controlar os outros não parecia certo.

"Ah sim, por isso que a Maldição Imperius é proibida..." Não que os encantos de Louis chegassem a tanto, é claro.

x-x-x-x

Rose subia as escadas para o dormitório, sentindo-se extremamente leve. Havia sido um ótimo dia no geral. Era até difícil se recordar da última vez que a cerimônia de boas-vindas havia sido tão divertida.

Apesar de mais alguns resmungos por parte de Louis, o resto do jantar ocorreu em perfeita harmonia. Ela e Albus conversaram durante a maior parte do tempo sobre coisas triviais, não houve nem um momento de tédio ou desconforto.

Se Rose tivesse que definir como um perfeito 1º de Setembro devia ser, ela diria que seria exatamente como hoje, sem mudar um detalhe.

Mas talvez estivesse sendo precipitada.

Ao abrir a porta do quarto, o que ela vinha ignorando até então a acertou como um balaço.

— Olá, Rosie— Lena McLaggen sorria, com as mãos nos quadris. – Como foi de férias?

Logo atrás de Lena, estavam Olivia Creevey e Lauren Finnigan. Olivia sobressaltou-se ao ver Rose, derrubando no chão a escova de cabelo que usava. Lauren arrumava a cama mais ao fundo do dormitório e apenas ergueu o rosto, sua expressão vazia.

Com certeza, aquele dia era apenas o primeiro de um longo ano.


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Notas finais do capítulo

Adoro escrever a fase "Hogwarts" das fics *-* Deve ter algo a ver com o meu sonho não concretizado de frequentar uma escola de magia, ai ai... Bom, lamentações à parte, espero que tenham gostado desse capítulo, o qual, com certo constrangimento, admito já estar pronto há um bom tempo! Mas não me matem agora, pois a boa notícia é que testarei essa nova ferramenta do site que programa as postagens e vou agendar o próximo capítulo para meados de março :D

Leitor querido e maravilhoso: Tá, mas que dia de março?

Anna: Nope. Não digo. Surpresa.

Leitor querido e maravilhoso: Er, autora genialidade, isso serve justamente para você dizer a data e o pessoal checar no dia, não?

Anna: ... Ok, dia 15.

Enfim, a faculdade tá aí, mas vou dar um jeito de conciliar as coisas! É uma pena que já chegou, li tão pouco essas férias, tenho muita fic pra alcançar ainda... Nhe. Falei muito aqui já (mas não bati meu recorde, ok?).

Beijoooos!

P.S.: Ainda em choque após a revelação da J.K. '-'