No dia seguinte, eu acordei bem humorada... Me troquei, peguei minha mochila e fui para a sala comunal, onde encontrei Ell olhando pensativa e triste pela janela.

– Heeey.... Quanta depressão é essa menina? Ânimo maninha! - eu disse indo por trás e chacoalhando-a pelos ombros.

– Aaaah é fácil falar né Kate? Não é o seu namorado que tá numa cama de hospital..... - ela disse com tanta segurança que aquilo me afetou como um balde de água gelada.

– Não.... Mas pelo menos você sabe onde o seu está e como ele está.... Eu não.... - e com isso eu fui saindo, passando por Ivan e nem vendo que era ele.

– Bom..... - ele falou mas parou de falar assim que me viu indo para fora da sala.

*NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA ON*

– O que houve com ela Ell? - Ivan perguntou ao ver Katherine sair sem lhe falar bom dia.

– Eu.... Acho que falei merda Ivan... - Eleanor falou se virando para encarar o amigo.

– E o que você disse? Katherine não se abala assim tão fácil. - ele disse cruzando os braços e encarando a menina se apoiando na parede de pedra da sala comunal.

– Ah... Ela veio falar para eu não ficar desanimada e então eu falei pra ela que era fácil ela falar, já que não era o namorado dela numa cama de hospital.... - Eleanor contou sem coragem de encarar Ivan e com os olhos marejados.

– Men jævla jente!* Eu vou atrás dela. - e com isso ele saiu, deixando Eleanor num misto de angústia e alívio.

Ivan andou rápido pelos corredores, para achar Katherine antes que ela descontasse na pessoa errada; ao olhar para o relógio, ele viu que ela deveria estar no Salão Principal, mas chegando lá, não a viu em lugar nenhum, mas logo ouviu uma gritaria histérica vinda dos jardins e correu para lá, chamando um pouco a atenção dos professores que já estavam lá.

Ao chegar na porta de entrada do castelo, ele visualizou logo o problema: Katherine, prendendo Lestrange numa árvore enquanto falava alguma coisa pra ele enquanto segurava-o pelo pescoço há uns quinze centímetros do chão.

– Lurer!– e com isso ele saiu correndo na direção de Katherine. - Já chega... O show acabou... Vem Katherrine! - ele disse puxando a menina para longe do garoto que estava começando a ficar roxo por falta de ar.

*NARRAÇÃO EM 3ª PESSOA OFF*

– Já chega... O show acabou... Vem Katherine! - Ivan disse me puxando para longe de Lestrange, que já estava começando a ficar roxo por falta de ar.

– Me solta Ivan... Me deixa acabar com esse maldito.... - eu disse tentando voltar à esganar Lestrange.

– Pare com isso Katherine... Ele não vale esse seu esforço... - Ivan disse fazendo uma certa força para me manter longe de Lestrange, uma vez que eu tinha concentrado toda a minha "energia" para não me transformar de vez em vampira.

– Aaaaaah ele vale sim... - eu disse e mais uma vez tentei voltar à esganar Lestrange.

– Não vale não! E para já com isso! - ele disse mais bravo, me afastando de vez de Lestrange. - Belmont, leve-o daqui e tente controlar seu amigo. - Ivan disse para Lupuz, que estava pasmo com o que eu poderia ter feito, mas não interrompendo a briga. - Todos vocês... O show acabou, voltem à seus afazeres. - ele disse dispersando a multidão. - E você, Katherine; vem comigo. - e com isso ele passou seu braço sobre meus ombros e fomos andar na beira do lago.

Assim que chegamos mais perto do lago, ele disse me "soltando":

– E então? Como você está? Melhor?

– Um pouco... Obrigada Ivan.... Essa é a.... Enésima vez que você me salva..... - eu falei sorrindo meio sem graça.

– Que isso... Para que servem os amigos se não é para ajudar os outros? - ele disse sorrindo e se sentando em uma pedra na margem do lago.

– Verdade... Mas mesmo assim... Obrigada! Acho que... Se você não tivesse chegado, eu teria matado o Lestrange... - eu disse um tanto quanto sem graça.

– Verdade... - ele disse sorrindo. - Agora me diga...: O que aconteceu? Porque você queria matá-lo? - ele perguntou me olhando.

– Ele.... Falou do Richard.... Algo do tipo que ele não voltaria e coisas assim. - eu disse tentando me lembrar do que aquele infeliz tinha me dito, mas minha memória humana havia sido completamente apagada pela fúria vampiresca.

– Cretino. - Ivan bufou. - Mas relaxa Kath... Richard está bem... Ele sabe se virar bem! - Ivan disse sorrindo.

– É... Eu sei que sabe! - eu completei sorrindo e me encostando numa árvore, para logo depois deixar o corpo escorregar e sentar na grama, debaixo da sombra fraca da árvore.

Passado um tempo, ele disse se levantando:

– Já estamos atrasados parra a aula da Minerva...

– Pode ir... Eu vou voltar à dormir.... - eu disse me levantando junto.

– Você tá bem mesmo Kath? - ele perguntou me olhando atento.

– Estou sim Ivan... Eu só... Não dormi muito bem essa noite... - eu disse sorrindo.

– Bom... Então tá... Vamos, eu te acompanho até a sala comunal. - ele disse sorrindo e nós começamos à andar.

– Ivan... Sei que o assunto não tem nada haver, mas... Logo que nos conhecemos... Você disse que só virou Comensal por causa que Voldemort estava fazendo uma chantagem com você, usando sua mãe como isca.... Mas.... - eu parei sem graça e pensando no jeito que eu iria falar. - Mas... Se o Dolohov é seu tio.... E ele é bruxo, sangue puro... Como sua mãe é irmã dele e é trouxa? - eu perguntei.

– Uau.... Você consegue ser direta quando você quer né Kath? - Ivan disse sorrindo meio sem graça.

– Desculpa... Mas não sei ser delicada em alguns assuntos! - eu disse totalmente sem graça.

– Percebe-se - ele disse sorrindo. - Mas... Respondendo à sua pergunta.... Eu menti.... Meu pai é irmão de Anton... Mas minha mãe é de fato uma trouxa e está sendo usada para me manter nos Comensais da Morte... - ele disse se sentindo a pior espécie de garoto no mundo... (ou pelo menos foi o que eu achei....)

– Eu... Sinto muito mesmo por isso Ivan.... - eu disse pondo a mão em seu ombro com um sorriso solidário em meu rosto, que ainda voltava ao normal, depois do ataque de fúria. - Se precisar de alguma coisa... Seja conversar ou sei lá.... Estou aqui tá bom?! - eu disse sorrindo e eu pude notar que meus caninos ainda estavam afiados.

– Obrigado Kath, mas... Falar de problemas não farão com que eles se resolvam! - ele disse sorrindo e dando uma piscadinha para mim. - Está entregue sã e salva! Bom descanso mocinha! - ele disse me dando um beijo e um abraço e foi indo para a aula de Transfiguração.

Eu entrei na sala comunal e fui direto para meu quarto, aonde cheguei, e me joguei na cama do jeito que estava, dormindo logo em seguida.

Fui acordar às seis e meia da manhã do dia seguinte.... Fui no banheiro, tomei banho, me troquei e fui para a sala comunal, ver o dia amanhecer e pensar na vida, sentada no parapeito da janela.

– A Bela Adormecida resolveu acordar?! - era Ivan.

Eu só quase caí do peitoril da janela ao ouvir ele falar isso no meio do escuro....

– Quer me matar do coração né garoto? - eu falei me arrumando no peitoril da janela e me virando pra ele, que estava jogado no sofá de couro lendo um livro. - Aliás... Como você consegue ler nesse breu todo? - eu perguntei.

– Existe uma coisa chamada Lumos Kath.... Era assim que eu estava lendo, até ouvir passos no corredor dos dormitórios! - ele disse sorrindo.

– Espertinho! - eu brinquei. - E com isso você resolve me matar do coração!?

– Desculpa mas isso foi apenas uma consequência, não foi minha intenção... - ele disse sorrindo de onde estava.

– Sei... Vou fingir que acredito! - eu disse brincando e olhando para a janela.

– E você por que acordou tão cedo? - ele perguntou.

– Sem sono... Já dormi o suficiente... - eu falei sorrindo.

– Só isso? - ele indagou não acreditando.

– Sim... Ou pelo menos eu acho... - eu falei sorrindo e voltei à olhar o dia amanhecendo.

Ivan me entendendo, ficou quieto, lendo seu livro, enquanto eu pensava na vida olhando para a janela, Ell acordou e olhou Ivan e ele deve ter me indicado com a cabeça, pois ela foi para a janela, perguntando:

– Tá tudo bem sister?

– Aaah tamos indo.... - eu falei sorrindo me virando pra ela.

Estava morrendo de preocupação.... já fazia algum tempo sem notícias do Richard... E como ele estava em missão para Voldemort, estava mais aflita ainda.

– Heeeey... Não fica assim sister... - ela falou e me puxou para um abraço que quase me desequilibrou do parapeito da janela.

– Ai... ta bom, tá bom... - eu falei descendo e abraçando-a direito.