Um Sonho Realizado - 6º Ano escrita por Miss Evans


Capítulo 10
Capítulo 10




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Graças a Merlim eu consegui dormir normalmente aquela noite, mas foi Ell quem me acordou e não sei por que, nos atrasamos para sair da Sala Comunal... resultado: não tomamos café da manhã. 

- Corre! Se não o Snape vai matar a gente! - eu falei desesperada, pelo corredor. 

- Hey, Kate... espera! Não é o Snape o professor de Poções esse ano... o Slughorn! - Ell falou me parando pelo braço. 

  Com tudo o que eu tinha na cabeça, esqueci desse detalhe... esqueci que esse ano, era o Slughorn que daria aulas e não o Snape... 

- Putz! É mesmo!!! Esqueci! Então dá pra ir mais devagar! hahahaha - eu falei e nós duas rimos. 

  Assim que chegamos, o professor tinha acabado de abrir a porta e os alunos ainda estavam entrando. 

- Ufa! Deu tempo! - Ell comentou comigo, respirando fundo. 

  Entramos e ficamos no fundo da sala... nunca gostei muito de ficar na frente... até porque, no fundo dava pra dormir um pouco, já na frente não. 

- Muito bem turma, acho que estamos todos aqui! - o professor falou sorrindo bondosamente. - Bem, eu sou o Profº Horácio Slughorn, seu novo professor de Poções; eu sei que para muitos de vocês não é nada fácil ver alguém no lugar do Profº Snape, mas garanto a vocês que sou tão bom quanto ele! - ele falou sorrindo. 

  Realmente, era estranho ver alguém que não fosse Snape ali na sala, falando seca e grosseiramente com a gente... mas acho que seria uma experiência nova e legal. 

  Slughorn era, o que minha mãe tinha descrito em seu diário... é claro que já estava mais velho, mas continuava bondoso e gentil do mesmo jeito. 

- Muito bem senhores, vamos ver se os senhores ainda se lembram de algumas coisas... - ele falou e foi para a frente da bancada. - Alguém pode me dizer, qual é o ingrediente principal da poção do Morto-Vivo? 

  Duas mãos se levantaram instantaneamente: a minha e a de Hermione. 

- Sim, senhorita!? - ele falou apontando para mim. 

- Na verdade senhor, essa poção não tem um ingrediente só, todos os que ela possui são importantes para prepará-la. - eu falei muito bem, sem gaguejar ou pestanejar. 

- Muito bom, senhorita? - Slughorn perguntou inclinando a cabeça para que eu dissesse meu nome. 

- Evans, senhor. Katherine Evans! - eu falei olhando-o atentamente, para ver direito qual seria sua reação ao ouvir meu nome. 

  A reação dele foi a que eu estava esperando: ele ficou boquiaberto e meio desconcertado, mas depois ele falou: 

- Evans? A senhorita é filha ou parente de Lílian Evans? 

- Sim senhor. Na verdade eu sou... seria sua sobrinha! Eu sou filha de sua ex-aluna Susan Evans, senhor! - eu falei olhando-o atentamente. 

- Que Merlim nos proteja! - ele falou. 

- Como disse? - eu perguntei dando um passo pra frente, eu tinha ouvido e sabia o porquê, só queria confirmar. 

- Er... nada, nada! - ele desconversou. 

- Eu sei que o senhor está mentindo senhor! - eu falei sorrindo. - Pode falar... por que do senhor pedir ajuda à Merlim? 

- Porque se a senhorita for igual ou uma parte do que era sua mãe... Hogwarts não aguentará! - ele falou. 

- Relaxa senhor. Eu sou sim um pouco pior que a minha mãe, mais eu sei me controlar! - eu falei rindo. 

- Era o que sua mãe costumava dizer pra mim sempre que acabava em detenção! - ele falou meio irônico. 

  Todos deram risadas, inclusive eu... eu tenho que admitir que minha mãe era terrível..... mas acho que ganhei dela nesse quesito! rsrsrs.... 

  Slughorn tinha preparado três poções e tinha deixado-as em cima da bancada, para que todos pudessem vê-las. 

- É... isso vai ser interessante! - ouvi Lestrange falar para Lupuz. 

- Aaah, com certeza vai cara! - Lupuz respondeu sorrindo. - E aí Kath, animada para a aula? - ele me perguntou. 

- Sei lá... acho que preferia ter aulas com Snape... mas... vamos lá, vamos ver o que vai dar! - eu falei sorrindo. 

  Ele só deu risada, enquanto Wood só me olhava com pouco caso. 

  Quando Slughorn ia falar o que eram as poções (ou melhor, perguntar se alguém sabia), Harry e Rony entraram na sala. 

- Sr. Potter! Mas que honra tê-lo conosco! E vejo que trouxe um amigo! - Slughorn falou virando-se para a porta, assim que ouviu o barulho dos dois entrarem. 

- Rony Weasley senhor! - Rony se apresentou. - Bem senhor... eu sou um desastre com poções, então eu... já vou indo... - Rony falou, pra tentar fugir daquela aula. 

- Aaah que isso! Ninguém é tão ruim em poções! E todos os amigos de Harry são bem vindo aqui! - Slughorn disse sorrindo bondosamente. - Peguem seus livros e juntem-se a nós! - ele falou sorrindo e se virando para o resto da turma. 

- Er... senhor, nós ainda não recebemos nossos livros! - Harry falou sem graça. 

- Ah, não tem problema! Peguem ali no armário! - ele falou e se virou para nós de novo. 

  Enquanto Slughorn falava alguma coisa, eu prestei atenção nos dois indo para o armário. 

  Chegando lá, eu vi a cena do filme: eles localizaram os livros e foram os dois voando para o livro novo; não deu para não rir, mas fiz isso fingindo que estava amarrando o tênis; quando eu voltei, Rony já tinha pegado o livro novo, fazendo com que Harry batesse com seu livro na mão de Rony. 

- Ora muito bem - Slughorn disse voltando para a frente da sala e enchendo o peito, já bastante volumoso, o que por um instante, eu achei que os botões iriam saltar de seu colete. - Preparei algumas poções para vocês, coisa que deverão ser capazes de fazer no fim dos NIEM's. Já devem ter ouvido falar de algumas, ainda que não saibam prepará-las. Alguém pode me dizer qual é esta aqui? 

  Slughorn indicou um caldeirão em que parecia água pura em ebulição. 

  Minha mão e a mão da Mione levantaram praticamente juntas, tanto que Slughorn ficou em dúvida de qual chamar, e então apontou para Mione. 

- É Veritasserum uma poção sem cor, nem odor que força quem a bebe dizer a verdade! - ela respondeu de bate-e-pronto. 

- Muito bem, muito bem! - o professor elogiou feliz da vida. - Agora - ele continuou apontando para o segundo caldeirão que estava próximo à mesa da Corvinal -, essa outra é bem conhecida... e também apareceu recentemente em alguns folhetos do Ministério ultimamente... quem sabe...? 

  Minha mão e de Mione foram as mais rápidas de novo. 

- Sim senhorita! - ele apontou para Mione. 

- É a Poção Polissuco senhor. - ela respondeu. 

  Eu percebi que Harry e Rony se entreolharam com uma cara de nojo, e então caiu minha ficha (sim, ultimamente isso era meio raro acontecer... andava meio desligada em alguns detalhes...) que eles sabiam qual era a poção, porque no segundo ano deles, eles utilizaram da poção, para tentar descobrir alguma coisa sobre a Câmara Secreta... 

- Excelente, excelente! Agora esta outra aqui... sim, Evans?! - Slughorn se interrompeu, parecendo estar tonto, só de ver a minha mão e a de Mione levantarem seguidamente. 

- É Amortentia! - eu respondi, sem titubear também. 

- De fato, é quase besteira perguntar, já que vocês duas sabem sempre a resposta... - Slughorn falou sorrindo. - Mas presumo que ambas sabem o efeito que produz não? Srta. Evans, a senhorita primeiro! - ele falou olhando para mim curioso. 

- É a poção do amor mais poderosa do mundo - eu falei. 

- Certo! E você a reconheceu, presumo, pelo brilho aperolado? 

- E o vapor subindo em espirais características - eu respondi animada, chegando mais perto da poção -, e dizem que tem um cheiro diferente para cada pessoa, de acordo com o que nos atrai, e eu estou sentindo cheiro de roupa de couro nova, cheiro de terra molhada e... perfume cítrico. - isso quando eu terminei e fui para o lado de Ell, esta dava risada da minha cara. 

- Que foi o besta? 

- Sua cara de abobalhada foi a melhor Kate! - ela falou rindo de se acabar. 

- Idiota... então vai você lá... - eu falei meio emburrada, mas de boa. 

- Agora a senhorita, minha cara! - Slughorn falou para Mione e esta se aproximou do caldeirão. 

- Eu estou sentindo cheiro de grama recém-cortada, pergaminho e pasta de dente de menta... - ela falou, mas corou ligeiramente rápido de mais e ficou olhando para o chão, depois que se afastou do caldeirão. 

- Posso saber o seu nome, minha cara? - Slughorn perguntou não dando atenção ao constrangimento de Hermione. 

- Hermione Granger, senhor. - ela respondeu. 

- Granger? Granger? Será que você é parenta de Hector Dagworth-Granger, que fundou a Mui Extraordinária Sociedade dos Preparadores de Poções? 

  Quando ele falou isso, eu e Ell não aguentamos e caímos na gargalhada, sendo repreendidas por um Slughorn meio furioso. 

- Desculpe. - eu falei e ficamos quietas. 

- Não. Creio que não senhor. Nasci trouxa, sabe. 

  Quando ela falou isso, Malfoy se inclinara perto de Nott (sim, filho de Theodore Nott, o Comensal) e soltou alguma gracinha, pois ambos deram risadinhas contidas e maldosas. 

- Oh! "Uma de minhas melhores amigas é trouxa e é uma das melhores da nossa série!" Presumo que seja esta amiga de quem me falou Harry! 

- É sim, senhor! - Harry respondeu com um leve sorriso de triunfo. 

- Ora muito bem, vinte pontos muito merecidos para a Grifinória, Srta. Granger e vinte pontos para a Sonserina, Srta. Evans.

- Slughorn falou cordialmente nos olhando. 

  Eu pude notar, assim como Ell, que apesar da Sonserina também ter ganhado pontos, Draco estava com uma cara horrível, de profundo desgosto... e com isso, quando Mione voltou para o seu lugar, eu pude ouvi-la falar: 

- Você realmente disse a ele que eu era a melhor da série? Ah, Harry! 

- Uma das melhores Mione! - eu falei brincando com eles sorrindo. - Eu sou a outra melhor! 

- Aaaah claro... esqueci desse detalhe Kath! - ela falou sorrindo. - Olá Eleanor! - ela cumprimentou Ell. 

- Olá Hermione, parabéns pelos pontos! - Ell falou sorrindo. 

- Obrigada... - mas ela mesmo se interrompeu para prestar atenção no que Slughorn estava dizendo. 

- A Amortentia na realidade não gera o amor, é claro! É impossível produzir ou imitar o amor. Não, a poção apenas causa uma forte paixonite ou obsessão. Provavelmente é a poção mais poderosa e perigosa nesta sala. Ah, sim - confirmou solenemente com a cabeça para Draco e Nott, que riam descrentes. - Quando vocês tiverem visto tanto da vida quanto eu, não subestimarão o poder do amor obsessivo... E agora está na hora de trabalhar! - ele falou meio que do nada. 

- Professor, o senhor não nos disse o que tem nesse aqui! - Kátia Bell falou, apontando para um caldeirão preto pequeno, em cima da mesa de Slughorn. 

  A poção espirrava vivamente para todo o lado; era cor de ouro derretido, e dela saltavam enormes gotas como peixinhos à superfície, embora nem uma só partícula extravasasse. 

- Oho! - ele exclamou e se virou para a poção em si. - Sim. Aquela. Bem, aquela ali, senhoras e senhores, é uma poçãozinha curiosa chamada Felix Felicis. Suponho - e ele se virou para onde estava eu e Mione - que uma das duas, ou as duas saibam o que faz a Felix Felicis não? 

- Sorte líquida! - falamos em uníssono. 

- Faz a pessoa ter sorte! - Hermione continuou. 

  A sala inteira cresceu os olhos para a poção. Inclusive Draco... eu sabia que ele iria se empenhar o máximo possível para ganhá-la, para poder ajudar em sua missão... mas eu estava disposta a não deixar isso acontecer... nem que para isso eu tivesse que sabotá-lo... 

- Correto! Mais cinco pontos para a Grifinória e cinco pontos para a Sonserina! - Slughorn falou sorrindo e muito entusiasmado. - É uma poçãozinha engraçada a Felix Felicis - ele explicou. - Dificílima de fazer e catastrófica se errarmos. Contudo, se a prepararmos corretamente, como no caso, vocês irão descobrir que os seus esforços serão recompensados... pelo menos até passar o efeito. - ele falou rindo. 

- Por que as pessoas não a bebem o tempo todo, senhor? - Boot perguntou pressuroso. 

- Porque ingerida em excesso causa tonteiras, irresponsabilidade e perigoso excesso de confiança. Tudo que é bom demais, sabe... extremamente tóxica em quantidade. Mas tomada com parcimônia e muito ocasionalmente... 

- O senhora já a experimentou? - Corner perguntou muito interessado. 

- Não é de sua conta, metido! - eu sussurrei para Ell, que caiu na gargalhada. 

- Duas vezes na vida. Uma aos vinte e quatro anos e outra aos cinquenta e sete. Duas colheres de sopa ao café da manhã. Dois dias perfeitos. - Slughorn falou, lembrando-se desses dois dias. 

  Eu olhei para Ell e esta que estava se retorcendo de rir falou: 

- Hey, Houston, we have a problem... chamando o professor Slughorn, professor Slughorn, volte a Terra, por favor... 

 Eu, Harry, Rony, Draco e Zabini demos risadas com essa brincadeira (apesar de Rony não sabendo o que significava isso). 

- E a poção - Slughorn disse voltando de fato à Terra - é o que vou oferecer de prêmio nesta aula. 

  Houve uma mescla de silêncio com burburinho, todos é claro ficaram interessados em ganhar a poção da sorte. 

- Um frasquinho de Felix Felicis - explicou Slughorn, tirando do bolso um minúsculo frasquinho de vidro com rolha e mostrando-o a todos. - Suficiente para doze horas de sorte. Do amanhecer ao anoitecer, vocês terão sorte em tudo que tentarem. 

  “Agora, preciso avisar que a Felix Felicis é uma substância proibida nas competições oficiais, eventos esportivos, por exemplo, exames e eleições”. Por isso quem a ganhar deve usá-la somente em um dia comum... e observar como esse dia comum se torna um dia extraordinário! 

 "Então", ele disse repentinamente enérgico, "como irão ganhar esse prêmio fabuloso? Bem, abrindo na página 10 de Estudos avançados no preparo de poções. Ainda temos um pouco mais de uma hora, que deve ser suficiente para vocês fazerem uma tentativa válida de preparar a Poção do Morto-Vivo. Sei que é mais complexa do que qualquer outra que tenham tentado antes e não espero que ninguém faça uma poção perfeita..." 

- A não ser eu e a Mione! - eu falei para Ell e caímos na risada. 

  "... Mas aquele que a fizer melhor ganhará a pequena Félix aqui. Podem começar." 

  Houve um certo burburinho na sala, afinal de contas, todos estavam interessados na poção. 

  Harry podia ter as anotações do Príncipe, mas eu tinha as anotações dele também... só que com a minha letra, o que eu agradecia, porque a letra do Snape algumas vezes era horrível de se ler. 

  Eu vi que Draco folhava seu livro desesperadamente, eu sabia que ele iria fazer mundos e fundos para conseguir a poção, mais eu TAMBÉM estava disposta a fazer o IMPOSSÍVEL para que ele não conseguisse (mesmo sabendo que ele não conseguiria... rsrsrsrs...). 

- Você me ajuda né Kate? - Ell falou sorrindo, suplicante. 

- Claro! - eu falei. - Daí você me empresta para eu resolver os meus problemas ok? 

- Hummm... - ela pensou. - Ok! - ela disse sorrindo. 

- Perfeito! - eu falei e abri na página certa, junto com o Harry. 

- E aí Evans... rola uma ajuda? - Draco falou me olhando. 

- Sinto muito Draco... não... nisso eu não vou poder te ajudar! - eu falei olhando-o nos olhos. 

- Por quê? - ele perguntou sem acreditar. - Você me falou que me ajudaria em tudo! - ele disse ficando ao mesmo tempo que bravo, magoado comigo. 

- Professor! - eu falei levantando a mão. 

- Quem... ah, Evans, sim, o que é? - ele disse me achando. 

- Draco e eu podemos sair rapidinho para resolvermos uma coisa muito séria? - eu perguntei. 

- Não dá para esperar acabar a aula? - ele perguntou. 

- Infelizmente não, senhor! - eu falei.

- Tudo bem então, não demorem, quero ver a poção de vocês. - ele disse. 

- Vem comigo agora! - eu falei para Draco séria. - E você Ell, leia aqui, as minhas anotações e se der, ponha meu nome em um dos frascos, caso ele peça para enfrascar! - eu falei para Ell e saí com Draco atrás. 

- O que foi? - Draco falou bravo assim que chegamos ao lado de fora. 

- Seguinte: eu falei que vou te ajudar sim, em tudo o que eu puder, tudo o que não for contra os meus princípios; ou seja: - eu falei meio sarcástica - te ajudarei em tudo, menos a ter a poção para você fazer o seu "trabalho".

- Mas é justamente para isso que eu preciso de ajuda Evans! - ele falou indignado e bravo.

- Imagino. - eu falei. - Mas é contra os meus princípios, pois uma vez que o Snape fez o Voto Perpétuo para te ajudar, eu não posso condená-lo ou melhor: não posso assinar o atestado de prisão dele, Draco. - eu falei. - Você entende?

  Ele não falou nada, mas me olhou significantemente.

- Que bom. Agora vamos entrar! - eu falei sorrindo e coloquei a mão em seu ombro.

- Qual é a sua ligação com ele Evans? Por que você o defende com a sua vida? - ele perguntou parando.

  Fiquei sem resposta de imediato.

- Porque ele é o meu tutor, - eu falei, - a única pessoa que toma conta de mim. - eu terminei e entrei.

  Draco não entrou comigo mas entrou logo depois de mim.

- Ah! Senhores... não sei se dará tempo para vocês fazerem suas poções, já que se passaram meia-hora e esta é uma poção difícil de se preparar. - Slughorn falou nos olhando.

- Sem problemas, senhor! - eu falei e vi que Draco afirmou com a cabeça.

  Sentamos em nossos lugares e quando me sentei, Ell falou quase inaudível mente:

- Hey Kate, toma, eu fiz a sua junto com a minha! - ela falou mostrando o meu caldeirão.

- Obrigada! Eu já disse que você é a melhor amiga do mundo?! - eu falei sorrindo para ela.

- Já! Obrigada, agora: me ajuda nessa parte aqui?! - ela falou mostrando o meu livro.

- Bom vejamos... onde você parou? - eu perguntei olhando para o livro e para o caldeirão.

- Parei aqui, - ela falou mostrando no livro - já piquei as raízes, eu me confundi aqui nas Vagens Soporíferas! - ela falou apontando.

- Muito bem... segundo o Príncipe, ele anotou para Amassar com o lado plano da adaga de prata, que faz escorrer mais seiva do que cortar, sem contar que é mais difícil de se cortar do que amassar. - eu falei e comecei a fazer o que Snape tinha anotado.

- Professor, acho que o senhor conheceu o meu avô, Abraxas Malfoy.

  Eu levantei a cabeça junto com Ell e Harry e olhamos para Slughorn, que estava perto de Draco.

- Conheci - confirmou o professor, sem olhar para Draco. - Lamentei quando soube de seu falecimento, embora não tenha sido inesperado; Varíola de Dragão na idade dele...

  Eu e Ell demos risadas e voltamos nossa atenção para as nossas poções.

- Com certeza Malfoy queria a mesma atenção que Snape lhe dá! - Ell falou e começamos a rir.

- Bem... agora vamos ver se o Príncipe estava certo ao mandar amassar e não cortar! - eu falei  e raspei todo o suco da Vagem Soporífera para dentro do caldeirão, e vi que era óbvio que Snape não erraria em nada, pois a poção ficou no exato tom lilás que o livro mandara.

- Brilhante! - Ell falou ao ver que sua poção também tinha ficado lilás. - Quem é mesmo esse Príncipe Mestiço? - ela me perguntou num sussurro.

- Snape! - eu sussurrei mais baixo que ela.

- Hunf! Tinha que ser o Mestre das Poções hein? - ela falou sorrindo.

- Claro... se não fosse, quem seria? - eu brinquei sorrindo.

- E agora? Anti-horário, ou segundo Snape? - ela perguntara.

- Sete anti-horário e uma no horário! - eu disse. - Vai dar certo!

- Se ele mandou... eu faço! - ela disse sorrindo e começamos a mexer.

  Na primeira vez, de lilás, a poção foi para rosa bem claro! Ficamos fazendo isso, com uma pausa, antes de começar a mexer sete vezes no sentido anti-horário de novo.

  Eu vi Harry olhando para a sala, para constar se só ele estava conseguindo. Minha sorte foi que eu estava longe da bancada dele, então ele não viu.

- Aaaah, merda, merda, merda! - Ell xingava baixinho, mexendo freneticamente a sua poção.

- O que houve? - eu perguntei olhando pra ela. - O que você fez?

- Eu não sei! Só sei que algo deu muito errado aqui Kate! - Ell falou quase chorando e morrendo de medo.

  A poção dela estava terrivelmente a ponto de explodir!

- Aaaaah... se abaixem! - eu gritei e só tivemos tempo de nos encolhermos e a poção dela explodiu.

  Eu e Ell nos jogamos no chão em baixo da bancada... aquela situação foi tensa!

- Oh, pelas barbas de Merlim! O que houve? - Slughorn perguntou espantado olhando para onde o caldeirão de Ell estava fumegando.

- Nós estamos nos fazendo essa mesma pergunta senhor! - eu falei levantando de baixo da bancada.

- Huum... - ele fez chegando mais perto. - Parece que a senhorita, Srta. Sullivan mexeu rápido de mais a sua poção! - ele disse. - Essa poção é difícil, por requerer paciência no preparo!

- Sim senhor. - Ell falou sem graça e cabisbaixa.

- Ora, não fique triste! Grandes bruxos começaram errando, para só então começarem a acertar! - Slughorn falou dando uma piscadinha pra Ell que sorriu. - Agora arrume essa bagunça Srta. Sullivan; quanto aos de mais... tempo esgotado! Por favor, parem de mexer! - ele disse se virando para a turma.

  Ele foi primeiro para a mesa da Corvinal, onde ele passou pela poção de Lestrange e deu uma olhadinha aprovadora; quando viu a de Lupuz, deu um sorrisinho de quem precisava melhorar mais, mas estava no caminho certo. Ao ver a bancada da Lufa-Lufa, ele quase não fez comentários, mas parou na poção de Justino pra ver o que era aquilo (sim, aquilo... a poção dele, parecia estar viva... ecat!). Ao ir para a bancada da Grifinória, ele viu e aprovou a poção de Mione, deu o mesmo risinho que dera para Lupuz, para Rony, e ao ver a poção de Harry, ele disse:

- Ah, com certeza o vencedor! O senhor herdou o dom para poções, assim como sua mãe Harry!

- Hem hem... - eu dei uma de Umbridge (ecat!) - Professor, falta a nossa aqui! - eu falei apontando para a bancada da Sonserina.

- Oh sim, claro! Como eu pude esquecer!? - ele falou e mais que depressa foi para a nossa bancada, me deixando por último. - Agora vamos ver se você tem também o mesmo dom que sua mãe, Evans!

  Assim que ele olhou a minha poção, ele falou:

- Pelas barbas de Merlim! Está perfeita! - ele falou sorrindo. - Uma gota e acho que mataria a escola inteira! - ele falou. - Realmente Evans, você herdou o dom e a mão de sua mãe! Ela com certeza deve estar orgulhosa de você, dê meus cumprimentos à ela!

  Houve um super silêncio na sala, ninguém respirava.

- Ora, o que houve? - ele perguntou olhando para a turma e depois para mim, que tinha baixado o rosto.

- É que minha mãe, senhor... - eu falei, voltando a encará-lo - ... faleceu no começo do ano passado! - eu concluí, reprimindo uma lágrima involuntária.

- Oh minha nossa! - ele exclamou alarmado. - Eu juro que não sabia, Katherine! Ninguém me avisou e... o Profeta Diário não noticiou nada!

- Eles não sabem. - eu expliquei. - E Dumbledore está muito ocupado! - eu falei, sem pensar em nada plausível para falar de Snape, que tinha como obrigação, avisá-lo.

  Depois desse pequeno mal estar, Slughorn foi para o meio da sala e disse menos festeiro:

- Bem... nunca houve antes um empate assim... então, como prometido, darei um frasco de Félix Felicis para cada um... usem-no bem hein? - ele falou nos olhando e murmurou um feitiço Verbatim Effingo* (ou pelo menos foi isso que eu ouvi) e outro frasquinho com o mesmo líquido apareceu em sua outra mão.

  Ele entregou um pra mim e o outro para o Harry e disse:

- Classe dispensada!

  Saímos e eu ouvi Lestrange dizendo para Lupuz e Corner:

- Coitado... falta de tato do Snape. - ele me viu e falou sarcástico. - Ué... por que o Snape não avisou pra ele da sua mãe, Evans? Ah, já sei: porque ele não se importa com você! - e saiu dando risada sozinho.

  Minha sorte... ou melhor: a sorte dele, é que Ell estava atenta e me segurou firme para não arrebentar a cara dele.

- Obrigada. Já passou! - eu falei e ela me soltou.

- É só ignorá-lo Kate! - ela falou pondo a mão em meu ombro.

- Mas uma coisa ele tá certo - eu falei parando e olhando para a janela - por que o Snape não avisou o Slughorn sobre minha mãe? Ele como meu guardião e diretor da casa em que eu estou, tinha esse dever! - eu falei e soquei o beiral da janela.

- Relaaaaxa... assim como Dumbledore, ele deve estar cheio de coisas pra resolver... foi você mesma que disse que ele tinha muita coisa para se preocupar, né? - ela falou me consolando.

- É... talvez... mas só talvez, você tenha razão! - eu falei sorrindo e continuamos nosso caminho para a sala de Transfiguração. - Viu... eu ouvi o feitiço que Slughorn disse e eu posso replicar a poção pra você Ell, você quer? - eu perguntei.

- Mais é claro que quero! Afinal, não é só você que tem problemas! - ela disse sorrindo e caímos na gargalhada.

- Conte-me tudo: seus problemas são meus problemas também, e os meus problemas, são... - eu fiz uma pausa para pensar - são meus mesmo! - eu disse e caímos na gargalhada de novo.

- Nãããão... se os meus vão se tornar seus... os seus tem que se tornar meus também, né cabeção! - ela falou me dando um peteleco na cabeça.

  Eu não disse nada, simplesmente a olhei com um sorriso e algumas lágrimas nos olhos.

- O que foi?! - ela falou me olhando e parando de andar.

- Sabe... pra mim, você não é apenas uma amiga Ell... você é um irmã que eu nunca tive! - eu falei e a abracei, deixando algumas lágrimas rolarem.

- Oooown amiga.... - ela falou também deixando algumas lágrimas rolarem - você também é uma irmã que eu nunca tive!!! - ela falou me abraçando com força. - E por falar em irmã.... Nem te apresentei o Alex né? Meu irmão!?

- Você tem um irmão?! - eu falei pasma.

- Tenho! E se mudou para Hogwarts esse ano... Foi para o sétimo ano... - ela falou sorrindo.

- Se mudou? Onde ele estava? - eu perguntei totalmente sem entender.

- Durmstrang... Na verdade é meu meio irmão... - ela falou sorrindo. - E ele veio para a Sonserina também! - ela falou rindo da minha cara de besta. - Te apresento ele na hora do almoço!

- Ok! - eu falei tipo o Rony no primeiro ano quando ele foi para a Floresta Proibida na detenção com o Hagrid.

  Depois de uns minutos no meio do corredor, eu falei:

- Melhor a gente ir... antes que a Minnie mate a gente! - rimos, enxugamos as lágrimas e fomos para a sala.

  Chegamos na sala, quando a Minerva tinha acabado de fechar a porta.

  Assim que entramos, ela já estava escrevendo na lousa e nem se deu o trabalho de virar para saber que éramos nós e simplesmente disse:

- Espero que isso não se torne hábito de novo, senhoritas.

- Não senhora! Não se tornará! - eu disse, já que Elleanor estava impossibilitada de falar, tamanha sua vergonha.

- Acho muito bom, Evans. - ela disse dando uma olhada de canto de olho para mim.

  A aula de Transfiguração foi tranquila e até divertida, McGonagall deu três foras em Draco (sim, apesar de ter me tornado uma amiga dele, eu ainda gostava quando davam foras nele, principalmente quando ele era debochado) e mais quatro em Lestrange, coisa que eu e Ell nos matamos de rir, junto com Lupuz, Draco e o Trio de Ouro.

  Depois, como tivemos duas aulas de Poção e duas de Transfiguração, já era hora do almoço, então fomos para o Salão Principal.

  Na mesa, como a Gangue Sonserina se desfez, teríamos que montar outro grupinho, só que era difícil, já que todos me consideravam uma sangue-ruim, junto com Ell... uma vez que ela era nascida-trouxa. Então ao invés de Gangue Sonserina, nos tornamos a Dupla Implacável ooou como já ouvi: Dupla Dinâmica; mas ainda preferia Dupla Implacável, tinha mais sonoridade! (rsrssrrs)

- Heeey deixa eu te apresentar o meu irmão! - Ell falou parando um garoto bem mais alto que a gente e mais velho também: - Alex, essa é minha maninha Kate; Kate esse é meu irmão Alex! - Ell disse nos apresentando

- Olá Kate.... Minha irmã vive falando de você! - Alex me cumprimentou sorrindo falando ainda com o sotaque do Norte.

- Prazer Alex... Minha irmã nunca disse nada sobre você, né Eleanor? - eu falei sorrindo mas olhando feio para Ell.

- Imagino... Infelizmente non temos muito contato... Mas sempre nos demos bem! - ele falou sorrindo e abraçando Ell.

- Verdade! - ela disse abraçando o irmão e recebendo um olhar de total desaprovação de Draco.

- Boom, deixa eu ir, que eu ainda tenho que encontrar com meu amigo... Ivan! - Alex falou sorrindo e saiu.

- Ah tá, tchau! - eu falei como a Mione no segundo filme no Beco Diagonal. - Eu só não te mato, porque sem você... Minha situação vai ficar muito complicada. - eu falei e dei um peteleco na cabeça dela.

- Foi mal... Foi tanta coisa que nem lembrei de te contar! - ela falou sorrindo e se sentando ao lado de Draco, que estava se corroendo de ciúmes.

- Quem era ele? - Draco perguntou sem rodeios.

- Meu irmão Draco... Relaxa! - Ell falou sorrindo e dando um beijinho no namorado.

Draco ficou sem graça, mas não disse nada, apenas sorriu desconcertado.

  Depois do almoço, tínhamos o resto do dia com Snape, em Defesa Contra as Artes das Trevas... só queria saber o que iria virar... estava com medo com o modo de ele tratar não só Harry e os outros, mas como ele trataria a mim e a Draco... Afinal de contas, agora ele sabia o que Narcisa e Bella o forçaram a fazer para ajudar Draco em sua tarefa e eu... porque além de saber o que ele tinha feito, fui eu quem o avisou sobre o trabalho de Draco.

- Entrem. - ele falou daquele mesmo jeito dele: seco, frio e sério.

  Entramos quietos; como sempre, eu e Ell sentamos no fundo da sala, logo na frente estavam Lestrange, Lupuz, Draco e Zabini.

- Vamos ver como ele vai te tratar agora que você faz parte dos Comensais, Evans. - Lestrange disse debochadamente.

- Cala a boca Wood. - eu me limitei a responder (não podia falar o verdadeiro sobrenome dele, pois afinal, a escola não sabia....).

- Se os senhores me deixarem, adoraria dar minha aula sem interrupções; principalmente por você Sr. Wood. - Snape falou da sua mesa, levantando para ir a lousa.

- Bem feito seu imbecil! - Ell falou não se aguentando, enquanto eu ria.

- E a senhorita tente não provocar, Srta. Sullivan. - ele disse olhando sério para Ell, mas não bravo. - E você Evans, não apoie. - ele disse olhando pra mim sério.

- Sim senhor! - eu e Ell dissemos juntas.

- Hoje iremos falar sobre as Artes das Trevas, para podermos entender a sua respectiva defesa. - ele disse.

  A aula foi boa... aliás, a melhor aula que eu já tive de DCAT (aliás... a única não...) enfim... a aula foi muito boa e produtiva... apesar de Harry, Rony e Hermione (ela e Gina {que também tinha aulas com Snape no 5º ano} nem tanto, era mais os meninos mesmo), não terem gostado, eu e Ell achamos uma excelente aula. E meus temores foram dissipados assim que ele cortou Wood, para me... "defender"...

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