Closed Minds escrita por lovemyway


Capítulo 15
Capítulo 15 — Desconfiança


Notas iniciais do capítulo

Hey pessoal!

Não esperavam me ver tão cedo, né? :P. Terminei esse capítulo super rápido, e tava tentando segurar mais um pouco... Mas como estou feliz, resolvi postar logo hauhauhauha.

E uma parte dessa felicidade é graças à Little B, por essa recomendação maravilhosa. Muitíssimo obrigada! Fiquei emocionada, de verdade *-*. Fico incrivelmente feliz sempre que recebo review, comentário, MP, mensagem no twitter, ou coisas assim, que me colocam em contato com vocês, que me permite saber a opinião de vocês sobre a história, sobre tudo.

Espero que gostem mais desse capítulo, pessoal ♥

Boa leitura!!



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Quinn








Quinn?

Sim?

E se ela se lembrar?

“E se ela se lembrar de você?

Eu não sei

Eu honestamente não sei

Eu podia escutar os ecos da voz de Shawn em minha mente. A conversa que tivemos na noite anterior, quando tudo começou a desmoronar. Eu não sabia. Eu não imaginava. Eu jamais desconfiaria que isso pudesse mesmo acontecer — todas as esperanças haviam desaparecido de minha mente no momento que eu soube. No instante em que descobri que ela era o inimigo.

Uma palavra. Foi necessário apenas uma maldita palavra para me desestabilizar. De novo. Arrancando o chão de debaixo dos meus pés e me deixando à deriva, procurando por um local seguro, procurando pelo conforto, pela segurança, que um dia eu tive. Um dia muito distante. Um do qual quase não posso mais me recordar.

Só uma palavra.

E eu não sabia.

Minha mão estava esticada, tocando a maçaneta da porta. Eu estava paralisada, a voz dela ainda nítida em minha mente, meu coração batendo mais rápido no peito e minha respiração forte, desesperada. Eu sabia que precisava me mover. Sabia que precisava fazer alguma coisa — mas não sabia o que. Não tinha ideia do que isso mudava.

Não, eu sabia.

Eu sabia que isso mudava tudo, porque isso me mudava. Eu sabia que tinha visto um olhar de mágoa no rosto dela depois de que a machuquei, porque ela se lembrava. Ela sabia quem eu era. E eu poderia machucar uma desconhecida, uma inimiga, alguém tão fria e cruel que atiraria em Brittany sem pensar duas vezes. Essa pessoa eu poderia matar.

Mas eu não poderia machucar Rachel. Ainda que ela e essa pessoa fria e cruel fossem a mesma pessoa. Eu não poderia fazê-lo — não por causa dela, não porque ela não merecesse, mas por mim. Eu não suportaria ver seus olhos me encarando, cheios de dor, sabendo que eu estava intencionalmente destruindo a mulher que mesmo depois de todos esses anos, eu ainda amava.

— Quinn? — chamou Shawn, sua voz soando preocupada. — Você está bem?

Paris, eu pensei. Primeiro Paris. Depois, eu decidiria como me sinto. Mas eu precisava entender. Eu precisava ouvir. Precisava saber. Respirei fundo algumas vezes até sentir que estava no controle, abaixei a mão, e me virei lentamente na direção do meu irmão, mantendo uma expressão impassível no rosto. Ele arqueou a sobrancelha — um gesto tão típico dos Fabrays —, mas não disse nada.

— Será que você poderia nos dar um momento a sós, Shawn? — perguntei, numa voz neutra.

Ele me analisou por alguns segundos. Pude sentir a irritação crescendo dentro de mim. Eu não tinha tempo para isso. Para as desconfianças tolas de meu irmão. Mas não são tolas, disse uma vozinha em minha mente. Eu já tinha machucado Rachel uma vez, quando perdi o controle. E se eu o perdesse de novo? E se eu a machucasse de novo? Hesitei, dando um passo para trás.

Shawn caminhou para perto de mim e estendeu a mão. Franzi o cenho, confusa, até perceber que ele estava pedindo a arma. Suspirei aliviada, e a entreguei para ele. Ele sorriu para mim, tranquilizador. Colocou uma mão em meu ombro, apertou-o de leve, e sussurrou em meu ouvido antes de sair pela porta, fechando-a atrás de si.

— Eu confio em você. Talvez você deva confiar, também.

Então ele notou. Ele notou alguma diferença em mim, em minha atitude, ou não teria me deixado sozinha com Rachel. Meu irmão é irritante; mimado, estúpido, idiota. Mas ele é protetor. Muito. Especialmente com as pessoas com quem se importa. Mas por que ele se importaria com Rachel?

Porque você se importa.

Balancei a cabeça, afastando todos os pensamentos conflitantes de minha mente, e me virei para encarar Rachel. Seus olhos castanhos estavam fixos em meu rosto, procurando por algum sinal de raiva, algum sinal de que eu iria machucá-la. Isso me doeu. Doeu saber que era isso o que ela esperava de mim. Mas era uma vantagem, também. Se ela achasse que eu não me importava — se eu agisse como se não me importasse —, então poderia ter respostas. E eu precisava de respostas.

Peguei a cadeira na qual Shawn havia ficado sentado a noite inteira, e puxei-a até ficar de frente para Rachel. Sentei-me, cruzando os braços sobre o peito, e arqueei a sobrancelha, forçando um sorrisinho sarcástico a surgir em meus lábios.

— Então você gosta de Paris, huh?

— Nas poucas vezes que estive lá, com a pessoa certa, sim, eu gostei — ela respondeu cautelosa, lançando-me um olhar incerto, como se estivesse na dúvida se eu fosse ou não explodir. Suas palavras me trouxeram lembranças de quando ainda estávamos no colegial, mas fiz o meu melhor para suprimi-las. Percebendo que eu não ia explodir, Rachel se mexeu na cadeira, procurando uma posição mais confortável, e fez uma careta.

Tive vontade de desviar o olhar. Shawn havia limpado seu rosto, por isso, ele estava livre de sangue. Entretanto, a visão não era uma das melhores. Era possível ver um hematoma grande se formando; provavelmente ficaria roxo por dias. Inspirei, contei lentamente até dez, e soltei o ar. Mantenha o controle, Quinn. Você só precisa manter o controle.

— A pessoa certa? — perguntei sarcasticamente. — Bem, seja quem for, é alguém de muita sorte, não?

— Quinn — ela sussurrou. Mantive-me impassível. Rachel soltou um longo suspiro, percebendo a derrota, e assumiu uma expressão neutra.

Agora sim, pensei aliviada, direto aos negócios.

— Eu me lembro — ela disse, encarando-me com intensidade.

— Se você não tivesse dito, eu nunca teria descoberto — retruquei, revirando os olhos. — Desde quando, Berry? Desde quando você trabalha para o governo sabendo que estava atrás dos seus amigos? Sabendo que estava atrás de mim? Será que você se importou em algum momento? Será que nenhum de nós significou nada para você?

— É claro que importam! — ela exclamou, ofendida. — Quinn, eu…

— Desde quando, Rachel? — perguntei, inclinando-me em sua direção. Eu sabia que estava deixando minha vulnerabilidade transparecer. Sabia que não deveria estar perdendo a cabeça assim, tão fácil. Mas eu precisava saber. Ela hesitou, e mordeu os lábios, nervosa.

— Quinn…

— Desde quando, Berry?

— Desde sempre. Eu nunca perdi a memória. Eu nunca esqueci.

Foi como levar um soco no estômago. Como se todo o ar tivesse sido roubado de meus pulmões. Eu levantei da cadeira, tremendo, mal escutando quando ela caiu para trás. Tudo o que eu conseguia enxergar era Rachel. Os machucados em seu rosto. Seus lábios entreabertos, movendo-se rapidamente, enquanto ela tentava explicar. Mas eu não conseguia ouvi-la. Só conseguia encarar seus olhos castanhos, sentindo uma raiva desconhecida tomar conta de mim.

Ela nunca esqueceu. Ela mentiu para mim. Ela olhou nos meus olhos, e disse que não sabia quem eu era. Ela entrou para o governo. Ela veio atrás de nós, sabendo que eu estava do outro lado da moeda. Talvez ela nunca tenha me amado, afinal. Talvez ela só tenha me usado; tenha brincado comigo, com meus sentimentos, exatamente como minha maldita irmã tinha feito.

Pelos últimos sete anos, eu havia sido enganada. Por Blair, achando que ela estava morta. Por Rachel, achando que eu tinha me afastado para mantê-la segura; achando que eu tinha dado a ela uma chance de escapar do furacão. Mas ela caminhou diretamente para ele, sabendo das consequências. Ela não se importou. Ela seguiu em frente. Ela nunca me amou.

Ela nunca me amou.

Eu escutei um grito de uma voz que parecia a minha, e senti minhas mãos lançarem-se para ela, agarrando o seu pescoço. Eu podia escutá-la engasgando. Podia sentir suas mãos arranhando as mãos, buscando me afastar. Eu podia sentir meu corpo reagindo como se não pertencesse a mim mesma. Como se eu estivesse apenas ali, uma presença, só observando a cena se desenrolar diante de meus olhos.

Repentinamente, ela parou de lutar. Minhas mãos ainda apertavam o seu pescoço, mas ela não tentava mais se libertar. Rachel apenas me encarava, impotente, desistindo, esperando pelo momento em que tudo se tornaria preto, e ela desmaiaria.

Não, disse uma voz em minha mente. Ela não vai desmaiar, Quinn. Ela vai morrer.

Ela vai morrer.

E você vai ser a pessoa a matá-la.

Meu olhar encontrou o de Rachel.

E eu entendi. Ela não havia desistido de lutar. Ela estava me dando permissão. Dando-me permissão para seguir em frente. Dando-me permissão para tomar o destino dela em minhas mãos. Ela estava me dando um voto de confiança. Ela estava mostrando que se importava.

Eu a soltei rápido, como se minhas mãos estivessem pegando fogo. Olhei para elas, assustada com o que tinha feito, e dei alguns passos para trás, desajeitada. Tropecei na cadeira, e caí no chão.

— Quinn — Rachel me chamou, tossindo. — Quinn, olhe para mim.

Mas eu não podia. Não conseguia. Eu me sentia tão fraca, tão impotente, tão estúpida. Eu detestava aqueles sentimentos. Detestava o que fazia todas as vezes que me aproximava dela. Era como se um monstro despertasse dentro de mim. E eu não queria isso. Eu me encolhi no chão, sentindo-me como uma garotinha assustada. Eu era uma garotinha assustada. Tanta pressão nos meus ombros. Tantos sentimentos surgindo ao mesmo tempo. Era impossível lidar com tudo ao mesmo tempo. Não dava. Não dava. Era impossível.

— Quinn — a voz de Rachel era só um sussurro, e eu procurei ignorá-la, mandá-la para longe, manter tudo trancado dentro do peito. Mas era tarde demais. Eles estavam transbordando. Todos os sentimentos de mágoa, rancor, medo, incerteza, insegurança, que eu havia reprimido pelos últimos sete anos estavam surgindo, um atrás do outro, consumindo-me.

Duas mãos tocaram delicadamente meu rosto e o levantaram. Rachel me puxou para perto, passando um dos braços ao redor de meus ombros e me abraçando com força. Eu não sabia como ela havia se soltado, mas não me importava. Abracei-a pela cintura, chorando abertamente, agarrando-me a ela como se minha vida dependesse disso. Talvez dependesse. Eu dependia. Rachel encostou os lábios em meu ouvido e cantou, num sussurro:

There's still a little bit of your taste in my mouth/ Still a little bit of you laced with my doubt/ It's still a little harder to say what's going on. There's still a little bit of your ghost, your witness/ Still a little bit of your face I haven't kissed/ You step a little closer each day/ that I can't say what's going on. Stones taught me to fly/ Love, it taught me to lie/ Life, it taught me to die/ So it's not hard to fall/ When you float like a cannonball.

Aos poucos fui me acalmando, mas não a soltei. Quando parei de chorar, Rachel ergueu meu rosto e limpou o resto das lágrimas, lançando-me um sorriso triste, que não chegou aos seus olhos.

— Eu sinto muito, Quinn. Eu sinto tanto.

— Por quê? — perguntei, num sussurro. — Por quê?

Ela suspirou e acariciou meu rosto. Fechei os olhos por alguns instantes, apreciando a sensação, e me senti vazia quando ela parou. Eu queria mais. Precisava de mais. Eu precisava dela. Mas eu também precisava de respostas. E Rachel entendia isso. Ela me entendia.

— Eu acordei de madrugada — ela disse, olhando para um ponto fixo, a testa franzida. Então, ela se voltou para mim. — Estava escuro no quarto, mas eu sabia que não estava sozinha. Eu podia sentir a mão dela na minha, segurando com força. Eu… — ela balançou a cabeça, suspirando novamente. — Ela é minha mãe, Quinn. E eu estava fragilizada. Ela me contou coisas… Coisas horríveis. Ela me disse que eu teria que deixar você para trás. Eu pensei, juro, que estava fazendo o melhor para te deixar segura. Eu pensei que te deixar fosse te libertar. Mas não era.

— Como assim? — perguntei, sentindo meu coração bater mais rápido no peito. — Você… Você estava tentando me proteger?

— Você também não estava quando se afastou? Quando foi embora? — ela perguntou. — É claro que eu queria proteger você, Quinn. Eu te amava. Eu te amo. Quando você foi, eu achei que fosse para melhor. Mas você levou parte de mim, também. E eu tentei me convencer de que era a coisa certa a ser feita. Tentei me convencer que minha mãe nunca teria me pedido para abrir mão de alguém que amo por nada. Mas eu estava enganada.

Um olhar de raiva cruzou seu rosto. Estendi minha mão e segurei a dela, instintivamente. Ela sorriu para mim. O primeiro sorriso sincero, completamente Rachel Berry, que me fez prender a respiração.

— Shelby me manipulou. Todos esses anos, é tudo o que ela tem feito. Há tantas coisas que você precisa saber… Mas esse não é o momento. O que você precisa saber agora é que eu entrei governo porque ela me mandou. Ela ameaçou você. E eu sabia que se não fizesse o que ela queria… Quinn… Ela matou seu pai.

— O que? — indaguei, chocada. — Rachel, o governo matou meu pai.

— Não foi o governo. Você lembra do que Blair te disse no armazém? Que ela trabalhava para um grupo? Shelby trabalha para ele. Eles causaram o acidente do seu pai. E eles o fizeram para provar um ponto.

— E que ponto era esse?

— Que eles estavam dispostos a passar por cima de tudo e de todos para conseguir o que queriam. Inclusive de você. E eu não podia permitir isso. Então, eu entrei para o governo. Tenho passado informações para eles esse tempo inteiro, mas ultimamente as coisas se complicaram. Alguém desconfiou de mim. Designaram-me Brittany como alvo de propósito, porque sabiam que eu faria o possível para protegê-la. Porque dessa forma eu seria exposta. Você precisa acreditar em mim…

Rachel agarrou meus ombros, tensa, um olhar culpado atravessando seu rosto.

— Eu juro que nunca imaginei que fosse machucá-la. Não era esse o plano. Ela deveria estar usando colete. Ele me disse que ela estaria usando.

— Ele quem?

— O espião de vocês. Ryder Lynn.

— Ryder? — perguntei confusa. — Espere, ele mandou você atirar?

— O plano é dele — confirmou ela. — Ele me contou tudo. Ele me disse o que eu precisava fazer. Ele me garantiu que Brittany não se machucaria. Eu nunca teria aceitado se imaginasse que isso fosse acontecer… Eu fiz de tudo para protegê-la, Quinn. Eu coloquei tudo a perder. Por que iria tentar machucá-la? Por que iria machucá-la e ser capturada? Isso é estúpido! Não fazia parte do plano, nada disso.

— Noah Puckerman… Ele entregou você para Santana, não é? — perguntei, tentando raciocinar. — Talvez ele…?

— É possível — concordou Rachel, com um aceno de cabeça. — Ele também está sendo manipulado por Shelby. Até onde sei, ela pode ter contado a ele milhares de mentiras. Eu acredito que Shelby esteja por trás disso. Não, eu sei que ela está por trás disso. Eu só não entendo o motivo. Por que me descartar agora? Eu estava trabalhando para ela, mesmo contra a vontade. Dando todas as informações que ela precisava…

— Talvez ela tenha outra pessoa infiltrada. Ou talvez ela já tenha todas as informações que precisa.

— Ou talvez eu seja descartável — Rachel disse, num tom sombrio. — Ela percebeu que eu estava perto de ser exposta, e se livrou de mim antes que eles pudesse colocar as mãos em mim. Antes que eu pudesse revelar a eles tudo o que sei.

— Sim — concordei, balançando a cabeça, surpresa —, deve ser algo do tipo. Meu Deus. Sempre soube que sua mãe é uma vadia, mas nunca imaginei que fosse tanto.

— É — ela acenou com a cabeça, irritada. — Eu sei como você se sente.

— Rachel… E a minha irmã? O que aconteceu com ela? Ela está viva, eu sei.

— Como você sabe… Quer saber, não importa. Sim, ela está viva.

— O que aconteceu?

— Eu honestamente não sei, Quinn. Eu descobri que ela estava viva por acidente, entreouvindo uma conversa. As coisas têm estado agitadas no governo, recentemente. Muitas capturas. É como se eles estivessem tramando alguma coisa, não sei. O que eu sei é que há um nível no subsolo que só os agentes autorizados podem acessar, e eles são de confiança do alto escalão. Eles mantém pessoas valiosas como refém. Imagino que sua irmã seja uma dessas pessoas.

— Esse tempo todo ela esteve lá?

— Não, eu acho que não. Para ser sincera, não tenho certeza se ela foi capturada naquela época. Ela trabalhava para esse grupo da Shelby. Eles não iriam correr o risco de tê-la contando os segredos deles por aí, não é? Mas não sei, é tudo uma grande bola de neve.

— Sim — murmurei. — Sim, é.

— Você acredita em mim? — perguntou Rachel, hesitante. — Eu sei que é muita coisa para processar. Sei que você pode desconfiar.

Ela estava certa. Era muito para processar. Eu nunca poderia imaginar que havia tanto por trás disso. Mas será que era verdade? Será que eu podia confiar em Rachel?

Você já fez sua escolha, disse a voz em minha mente.

Sim, eu já havia feito. Tantos anos guardando meus sentimentos para mim só tinham me afundado. Era hora de começar a confiar em meus instintos novamente. Era hora de voltar a sentir. Olhei para a mão de Rachel, e percebi que ainda não havia a soltado. Levantei os olhos para encará-la.

— Sim, eu acredito em você.

— Sobre tudo? — ela perguntou, insegura.

E eu sabia que ela não estava se referindo muito mais do que ela havia me contado sobre Shelby e sobre Blair. Aquilo era sobre ela. Sobre mim. Sobre nós. Ela estava me perguntando se eu acreditava que ela me amava. Pela primeira vez desde que a vi, abri um sorriso sincero.

— Eu acredito em você — disse-lhe, sentindo como se um enorme peso tivesse desaparecido de minhas costas. — Sobre tudo.

— Você sabe que isso muda tudo, não é? — ela olhou para as nossas mãos entrelaçadas, e depois para mim.

— Só se quisermos que mude.

— Você não quer? — ela indagou num sussurro, sua voz soando extremamente frágil.

Eu quero, pensei. Eu quero mais que tudo.

Mas eu não podia. Não enquanto não lidasse com todos os sentimentos de raiva, ódio e frustração que estavam presos dentro do meu peito. Eu precisava cuidar de mim mesma. Encontrar uma forma de lidar com as coisas que antes eu apenas ignorava. Eu precisava descobrir como fazer aquele monstro desaparecer. Aquele que me fez perder o controle. Aquele que me fez machucar Rachel mais de uma vez. Eu não poderia estar com ela enquanto não o tivesse feito desaparecer. Não seria certo. Não seria saudável.

— Eu não posso — disse-lhe, suspirando. — Não agora. Não enquanto eu não encontrar uma forma de não machucar a nós duas. Eu preciso de um tempo para reorganizar a bagunça que está minha mente, meu coração. E tudo o que você me contou... Só me parece que as coisas vão piorar. Você me entende?

Ela acenou com a cabeça.

— Eu vou esperar, então.

— Talvez demore — avisei-lhe, sentindo um aperto no peito, temendo que ela desistisse de mim. — Eu sou uma bagunça.

— E quem não é? — perguntou Rachel, soltando uma pequena risada. — Seremos uma bagunça juntas. Além disso, não estou com pressa. Posso esperar.

Eu sorri, também.

Um dia, eu diria as palavras que gostaria de dizer. Sussurraria em seus ouvidos todas as declarações de amor que eu havia esperado tanto tempo para proclamar. Eu lhe diria, com todas as letras, o quanto eu a amava. O quanto a amo. Mas eu o faria no momento certo.

E quando esse momento chegasse, seria perfeito.


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Notas finais do capítulo

Quinn precisa se reorganizar antes de se entregar de novo pra alguém, mas isso não significa que faberry vai desandar, muito pelo contrário. Podem ficar felizes, daqui pra frente é correr pro abraço uahuahuahuaha.

Apenas lembrando que reviews são sempre muito bem vindos! :P

Espero que tenham gostado!

Até o próximo :D

P.S.: A música que Rachel canta é cannonball, do Damien Rice. ♥♥♥



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