Closed Minds escrita por lovemyway


Capítulo 13
Capítulo 13 — Motivos


Notas iniciais do capítulo

Há milhares de anos atrás, numa história não tão distante, uma nobre escritora narrou o capítulo na perspectiva do jovem Noah Puckerman, no qual ele se encontrou com uma pessoa misteriosa em um estacionamento escuro e perigoso, pessoa essa que, até então, nunca foi revelada. Agora, tantos milênios depois, a verdade será, enfim, descoberta.

Juntem-se a mim nessa jornada de descobrimento e surpresas!

Ao final da jornada, sintam-se a vontade para deixar nobres reviews numa caixinha lá embaixo, extremamente poderosa (o poder das palavras, meus caros, jamais deve ser ignorado!).

Dito isso, só posso desejar a vocês uma boa leitura! Espero que apreciem o capítulo!



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Noah





O estacionamento estava praticamente deserto. A maioria dos agentes não ficava após o turno — e nem eu, para falar a verdade, mas achei que, naquele caso, poderia abrir uma exceção. Se quiséssemos ajudar Brittany de alguma forma, Rae e eu precisaríamos saber todos os detalhes de seu caso. Por isso, fiquei até mais tarde para estudar.



Caminhando em direção ao meu carro, observei, pela enésima vez, a tela do celular, porém, ela continuava tão livre de notificações desde a última vez que eu checara. Há cinco minutos. Rachel ainda não me ligara, e comecei a ficar um pouco preocupado. Estava tão atento em meu telefone, digitando uma mensagem muito malcriada a uma certa princesa judia, que acabei por esbarrar em alguém. Meu celular caiu no chão, antes que eu tivesse enviado a.mensagem. Soltei um palavrão em voz alta, e ergui a cabeça, pronto para dar uma de Santana e sair chutando alguns traseiros. Entretanto, quando vi quem estava diante de mim, a voz se perdeu em minha garganta. Pelo visto, o sentimento não era recíproco, porque a pessoa disse:



— Precisamos conversar.



E aquela era uma conversa que eu não estava ansioso para ter.

~x~




— O que você está fazendo aqui? — perguntei, olhando ao redor assustado para ter certeza de que estávamos sozinhos. Abri a porta do carro e indiquei o lado do carona com a cabeça, pedindo silenciosamente para que ela entrasse. Se fôssemos pegos conversando, eu estava tremendamente fodido. E eu não era o único.



Nós dois entramos no carro, e eu travei as portas. Os vidros escuros impossibilitariam qualquer pessoa de fora de nos avistar; ainda assim, era perigoso que ela estivesse ali. Principalmente com tudo o que estava acontecendo. Era um risco que Rachel e eu não podíamos nos dar ao luxo de correr.



— Eu sei sobre Brittany.

— O que? — indaguei, arregalando os olhos. — Como diabos você pode saber sobre isso?

— Porque eu tenho um informante aí dentro, Puckerman.

— Um informante?

— Você não achou mesmo que eu ia deixar minha filha entrar na toca do leão desprotegida, ou acha? — perguntou ela, sarcasticamente. — Você não pode ser tão idiota assim.

— Até onde sei, eu sou a proteção dela — retruquei, ofendido. — Não foi o que você me disse pra fazer quando me pediu para entrar no governo com ela? Não era isso que você queria, Shelby? Que eu protegesse sua filha? Algo que, sejamos francos, você mesma não pode fazer.

— Não finja que está fazendo isso pela Rachel — exclamou ela, apontando o dedo para mim, irritada. — Eu sei suas verdadeiras intenções, Puckerman. Sei porque você fingiu que tinha traído o idiota do seu namorado porque queria afastá-lo de tudo isso. Então não pense, por um segundo, que acredito que você está fazendo isso por pura bondade no seu coração. Você está nisso pelo seu irmão, tanto quanto eu estou pela minha filha. E por falar nele… O garoto já aprendeu a se controlar? Qual é o nome dele, mesmo? Joe? Jack?

— O nome dele é Jake — respondi entredentes. — E não ouse abrir essa boca pra falar merda nenhuma sobre ele.

— O que aconteceu? — perguntou Shelby, amenizando o tom de voz.

— Estava fora de controle — disse, suspirando. — Não podia mais deixá-lo por conta própria. Precisei tomar uma atitude.

— Meu Deus, Puckerman, o que você fez?

— Disse que ele deveria se juntar à Resistência. Nós tivemos uma longa conversa sobre isso, e precisamos inventar uma história para nos proteger. Para todos os efeitos, nós não nos conhecemos. Ele é só o filho bastardo do meu pai, e provavelmente não é o único. Não tenho tido contato com ele desde então… Mas sei que está tudo bem. A Resistência vai mantê-lo protegido. Se ele ficar longe de Nova Iorque, longe do centro de toda essa merda… De qualquer forma, se algo tivesse acontecido, eu provavelmente já saberia.

— Sim — concordou ela, acenando com a cabeça. — Acredite, você saberia.

— O que você veio fazer aqui, Shelby? Sabe que é perigoso. Se até mesmo a Rachel visse você conversando comigo… Ela não pode saber de nada, não é? Não pode saber que, durante todos esses anos, eu sempre soube do segredo dela. Não pode saber que o verdadeiro motivo pelo qual aceitei entrar na DILM foi porque você me procurou, ainda quando estávamos na NYU, e me contou tudo antes mesmo que ela o fizesse.

— Noah…

— Eu ainda lembro, você sabe? Do dia que ela veio até mim, chorando, e se jogou nos meus braços. Quando ela estava desesperada, dizendo que precisava proteger alguém. Assustada, por precisar se juntar à organização que destruiu o mundo dela.

— Eu não tive escolha — protestou Shelby. — Eu estava tentando proteger minha filha, assim como você estava tentando proteger o seu irmão. Entrar na DILM era a única maneira de mantê-la em segurança, por mais absurdo que isso possa parecer. Se ela estivesse trabalhando para eles, se ela desempenhasse o papel dela como deveria, então não haveria motivos para eles desconfiarem que ela estava mentindo. E, sim, Rachel precisou de um incentivo a mais. Foi um mal necessário. Isso agora é passado, Puckerman. Precisamos focar no presente.

— Muito bem — disse, suspirando. — Qual é a situação agora?

— Brittany não foi designada a vocês por acaso. Ryan Carter, diretor da DILM, foi sempre absolutamente contra leitores trabalhando para o governo. Ele nos detestava. Foi por causa dele que as coisas desandaram, que toda a parceria foi comprometida. Ele começou a implantar o medo e a dúvida, e você sabe como essas são armas poderosas. Muitos leitores resolveram sair do governo com medo do que aconteceria. Alexia Reynolds foi uma dessas pessoas.

— A mulher que morreu no armazém? — indaguei confuso. — O que ela tem a ver com isso?

— Ela foi caçada, junto com outros. A diferença é que ela tentou se esconder, mas não conseguiu fazer isso por muito tempo. Você lembra do que eu contei sobre o que exatamente aconteceu naquele armazém?

— Sim. Você disse que a irmã da Quinn trabalhava para os caras maus.

Shelby revirou os olhos.

— Ela trabalhava para leitores que um dia também fizeram parte do governo. Leitores que, assim como Alexia, saíram por causa de Ryan Carter, mas que, ao invés de se esconder, montaram um grupo extremista que queria tomar o poder para eles. Eles foram a Resistência original. Trabalhavam na surdina, tentando recrutar pessoas poderosas, e eliminando aqueles que foram contra eles e aqueles que se metiam em seu caminho. Por isso eles foram atrás da Rachel. Eu permaneci no governo mesmo depois que eles saíram, e eles viram isso como uma traição. Quinn nunca foi o alvo verdadeiro, mas eles gostariam de eliminá-la, como um bônus. Eles também não morriam de amores por Russel Fabray.



— E o que isso tem a ver com o que está acontecendo agora conosco? Com Rachel?

— A Resistência não era a única que tentou colocar Rachel como alvo, Noah. Ryan Carter também criou seu próprio grupinho para nos caçar. Ele não podia fazer nada abertamente com quem ainda trabalhava para o governo, mas ele queria. Acredite em mim. E agora que ele se tornou diretor, ele vai fazer de tudo para usar Rachel. Ele vai tentar provar que ela está enganando todo mundo, que ela é uma leitora, como eu. Provavelmente vai criar alguma teoria de que estamos trabalhando juntas para destruir o governo de dentro. E se eles souberem o segredo da Rachel…

— Tudo vai à merda.

— Eu usaria outras palavras, mas, sim, tudo vai à merda.

— O que fazemos, então? Como podemos mantê-la dentro do governo e protegê-la contra eles?

— Não podemos — disse Shelby, respirando fundo. — Não mais. É exatamente por esse motivo que você precisa entregá-la para a Resistência.

— O que? — perguntei chocado. — Eles vão matá-la!

— Não, não vão. Quinn é a líder deles.

— Quinn é a líder? Puta que pariu. Quem mais está envolvido nisso?

— Que você conheça? Quinn, Brittany, Santana e aquele garoto de boca grande que namorou a Rachel.

— Sam? Caralho. Como ele se envolveu nisso?

— Não sei, e não me importo. O que eu sei é que a Resistência tem um espião dentro do governo.

— E você sabe disso…

— Por causa do meu informante, claro. Você precisa descobrir quem é esse espião. Eu tenho um plano, e é essencial que ele informe a ela. Rachel precisa acreditar que está indo salvar a amiga, quando na verdade o plano é fazê-la ser capturada. Puckerman, é de suma importância que Rachel não saiba sua ligação com o espião. Ela precisa acreditar que o plano foi criado por ele. Meu informante o manterá atualizado, e vai lhe dizer os detalhes. Vocês precisam trabalhar juntos para descobrir isso. Nada pode sair errado, você está entendendo? Absolutamente nada.

— Por que não podemos contar a ela a verdade? Por que não deixar Rachel saber sobre tudo? Eu estou cansado de mentir para ela, Shelby. Rachel é minha melhor amiga. É como uma irmã para mim. Detesto vê-la se machucar, vê-la sofrer, sem poder dizer nada sobre isso. Sem poder dizer que eu sei porque ela está sofrendo. Sem poder dizer que entendo.

— Rachel é alvo dos dos lados, Noah, é perigoso que ela saiba de tudo. Colocaria muitas pessoas em risco. Além disso, se tudo sair de acordo com o meu plano, a Resistência será tão perigosa para ela quanto o governo. Santana é a que mais me preocupa. Ela poderá tentar matar minha filha.

— E o que vai impedi-la se Santana quiser matá-la?

— Quinn, eu espero. Quinn, e o amor que ela sente por Rachel. Estou contando que ele seja o suficiente para mantê-la viva.

— E se não for?

— Precisa ser — disse Shelby.

— Certo. Estamos contando com a sorte, então.

— Com a sorte — concordou ela —, e com muito mais que isso.

— Só mais uma coisa, Shelby. Você disse que preciso me manter em contato com o informante. Só que não posso me manter em contato com alguém que não conheço.

E pela primeira vez desde que nos encontramos, Shelby abriu um sorriso.

— Mas você o conhece, Puckerman. O nome dele é James.

— James?

— Sim. Ele é meu filho adotivo, irmão da Rachel.

— Sinto muito dizer, mas eu não conheço nenhum James.

— Não, talvez não — ela disse, abrindo um sorriso ainda maior. — Mas você conhece Brody Weston. E para todos os efeitos, Brody Weston e James Corcoran são a mesma pessoa.

~x~

— Brody Weston — disse, apoiando-me na parede e erguendo as sobrancelhas. — Então você foi colocado conosco, hum? Imagino que essa seja uma grande coincidência.

— Claro — ele respondeu, abrindo um sorriso largo extremamente falso. — Se você acredita nesse tipo de coisa. Pessoalmente, eu acho que é destino. Ele faz coisas engraçadas às pessoas, você não acha? Cria uniões um tanto quanto... Peculiares, eu diria.

— Você não acha que pode ser reconhecido? — indaguei, olhando ao redor para me certificar de que estávamos sozinhos. Ainda assim, precisava ser cauteloso com as palavras. Só porque não havia ninguém por perto, não significava que não estávamos sendo vigiados.

— Passei com honra na prova de disfarces. Acho que tenho uma base bastante boa em se tratando disso. Não que eu vá usá-la em breve. Ainda não tenho permissão para realmente participar das grandes missões. Não em campo, ao menos. Só nas pequenas, por hora, até que me autorizem a ir adiante.

— Sei. Imagino que você saiba quem é minha parceira?

— Estou familiarizado com ela, sim. Algum problema? — ele perguntou, arqueando as sobrancelhas.

— Nenhum. Só estou me certificando de que você sabe qual é o seu lugar. Rachel está completamente fora de alcance para você, entendeu?

Brody soltou uma gargalhada alta, o que me deixou irritado. Eu não estava para brincadeiras. Eu sabia que Rachel guardava mágoas em relação ao irmão — fiquei sabendo disso por Brittany, quando ainda estávamos no colegial. Depois que a baixinha perdeu a memória, e que nos tornamos próximos, eu sabia praticamente tudo sobre ela. Ou tudo o que eu poderia saber. Grande parte só foi me contada por Shelby, muito depois. Ainda assim, consegui deduzir muita coisa.

Depois de tudo o que aconteceu em Lima — Shelby aparecendo, armazéns incendiando, Rachel perdendo a memória —, eu sabia que não se tratava de uma coisa estúpida entre ex-namoradas, como Shelby estava tentando vender a história. Meu irmão era, afinal, um leitor. Ele descobriu muito novo que podia ler mentes, mas, no começo, era algo que ia e vinha. À medida que ele foi crescendo, entretanto, as habilidades começaram a ficar mais fortes. Nos últimos anos, entretanto, havia saído de controle. Eu o escondi em algum lugar seguro, mas sabia que não podia mantê-lo em segurança. Minha única resposta foi, então, fazê-lo se juntar a Resistência. Eles poderiam dar a ele um suporte que eu não podia. Tirar dúvidas, ajudá-lo a se controlar, conversar com pessoas que realmente compreendem como ele se sente. E eu? Eu só podia observar enquanto meu irmão sofria, tendo minhas mãos atadas, sem ter a menor ideia do que fazer. Não sei se ter ele na Resistência é a melhor solução — mas foi a única que consegui pensar.

— Eu estou falando sério — disse, cerrando a mandíbula e apertando as mãos em forma de punho, tentando controlar a raiva. — Nenhum contato com ela além do necessário.

Ele parou de rir e me lançou um olhar longo e penetrante, seguido de um suspiro.

— Nem que eu pudesse, Puckerman. Você não tem nada com o que se preocupar. Eu jogo para o outro time.

— Mantenha seu time longe dela — murmurei, num tom de voz tão baixo que ele precisou se inclinar em minha direção para escutar. — Ela não precisa carregar mais essa merda sobre os ombros.

— Eu me importo — retrucou Brody, lançando-me um olhar ofendido. — Caso você esteja se perguntando. Eu sempre me importei. E eu mantenho o que disse. Ficarei longe dela. Até o momento em que ela precisar de mim. E se esse momento algum dia chegar, nem mesmo você vai me impedir, Puckerman.

— Qualquer que seja — sussurrei, e, então, falei em voz alta: — Mova esse seu traseiro daí, Weston. Nós temos trabalho a fazer.

— Sim — ele concordou, o sorriso falso voltando ao seu rosto. — Nós temos muito trabalho a fazer.

~x~

— Você conseguiu? — perguntei nervoso.

— Relaxa — Brody sussurrou, olhando por cima do ombro. — E pare de agir de maneira suspeita. Sim, eu consegui. Descobri quem é o espião do governo. Realmente — ele balançou a cabeça, rindo. — Posso entender o porquê da escolha. Nunca imaginaria que seria ele...

— Ele quem?

— Ansioso demais, Puckerman? — indagou uma voz zombateira. — Eu, é claro. Quem mais seria?

— Você só pode estar brincando comigo! — exclamei, incrédulo.

Ryder Lynn piscou para mim e riu, empurrando-me para fora do caminho e se postando ao lado de Brody, que revirou os olhos e resmungou algo que soou como "exibido". Concordei com ele mentalmente. Dentre todas as pessoas, jamais poderia imaginar que Ryder Filho da Puta Lynn estivesse envolvido com isso.

— Você torturou o garoto — apontei, desconfiado. — Como sabemos que não está mentindo?

— Usando a cabeça, idiota. A de cima, de preferência. Justamente porque eu o torturei, ninguém jamais desconfiaria de mim. Além disso, eu precisava fazer o garoto parecer fraco. Desse jeito, ninguém suspeitaria que um magrelo daqueles era quem estávamos procurando.

— E qual é a sua? Por que está nisso?

— Por causa da minha irmã — Ryder deu de ombros. — Como nosso querido Brody aqui. Ele me contou que é parente do Frodo. Honestamente, que azar, Weston. Tanta gente para ter como irmã, e você ficou logo com ela?

— Cala a boca — dissemos Brody e eu ao mesmo tempo.

— Tão sensíveis — ele revirou os olhos —, de qualquer forma, Bodezinho aqui me contou o plano.

— Meu nome é Brody — corrigiu Weston, irritado.

— Não é — retrucou Ryder.

— O que? — perguntou Brody, estreitando os olhos. — O que você...

— Não é da minha conta — cortou-o Lynn, erguendo a mão e pedindo para que Brody ficasse em silêncio. — Agora vamos aos negócios, sim, rapazes? É um plano perigoso. O meu lado acha que sou eu quem vou atirar na Brittany. Rachel acha que vai fazer isso para salvá-la. Mas como vocês sabem se ela vai seguir com o plano? Rachel não sabe que vai realmente atirar, causar dano, e tudo. Ela pensa que Brittany estará usando um colete. Qual vai ser a reação dela ao perceber que é tudo verdade?

— Ela não vai perceber — retruquei —, ela vai achar que é sangue falso. Além disso, Rachel não vai ficar parada por lá, encarando a Brittany. Ela vai correr para o nosso ponto de encontro, no beco.

— Ainda assim — disse Ryder —, tantas coisas podem dar errado. Como ter certeza que Santana vai ver Brittany sendo baleada? Como ter certeza de que ela vai seguir Rachel para capturá-la? Como ter certeza de que ela não vai deixar Rachel fugir?

— Ela não vai — garanti. — Se eu conheço Santana Lopez, e eu conheço, ela não vai perdoar Rachel por ter atirado na Brittany.

— E como você vai fazer com que a Brittany não use colete? — indagou Brody, franzindo o cenho. — Isso não é parte do plano que você contou pra eles?

— Sim — concordou Ryder. — Para eles. E quando eu digo eles, quero dizer Santana. Mas eu conversei com Brittany pessoalmente. Ela sabe o que tem que fazer. Sabe que precisa se sacrificar em nome do grupo. É um mal necessário. Ela vai colocar o colete na frente de todo mundo. Quando ela chegar no ponto de encontro, estarei esperando. Eu vou atirar nela enquanto ela ainda estiver com colete, vou usar a desculpa que foi por acidente, e ela vai tirá-lo. Ele vai se tornar inútil se o sangue falso estiver aparecendo.

— Então ela vai enfrentar os outros agentes desprotegida. E se algum deles tentar machucar ela?

— Não vai acontecer — disse Brody —, ela é valiosa, é nosso alvo. Não a matariam.

— Existem destinos piores que a morte — disse, lançando um olhar intenso a Brody.

— Vamos torcer para que nenhum deles aconteça, então — resmungou Ryder. — E pare de ser tão dramático, pelo amor de Deus. Muito bem, não posso ficar por mais tempo, podem desconfiar da minha ausência. Eu a visitarei hoje na casa dela. Vou convencê-la.

— Faça isso — disse Brody, concordando com um aceno de cabeça. — E não se esqueça de que muitas pessoas dependem do seu sucesso.

— Sem pressão — acrescentei, abrindo um sorriso falso para o Lynn. Ele me mostrou o dedo do meio.

— Fodam-se vocês dois. Estou indo. Podem voltar a chorar, gritar, cantar músicas deprimentes, ou o que quer que emos fazem nos dias de hoje.

~x~

— E então? — murmurou Brody, nervoso, assim que entrei no escritório.

Joguei-me sobre minha cadeira, sentindo minhas pernas tremerem, e coloquei as mãos sobre o rosto. A imagem da expressão de Rachel ao me ver jogando-a nos braços de Santana não saía da minha cabeça. Ela me odiaria por isso. Ela me odiaria por todas as mentiras que eu vinha acumulando ao longo dos anos. "Um mal necessário", pensei para mim mesmo, lembrando-me das palavras que Ryder havia dito. Era um mal necessário.

— Deu certo — sussurrei, tirando as mãos do rosto e encarando Brody. Ele tinha o semblante preocupado, e parecia tão nervoso quanto eu, até mais. Rachel era irmã dele, afinal de contas. Ainda que eles não fossem próximos. Ainda que ela não se lembrasse.

— Isso é bom — ele disse, o rosto pálido. — É bom, não é? Fizemos a coisa certa, não fizemos?

— Pergunte a sua mãe — rebati estressado. — Essa merda toda saiu da cabeça dela, ou não?

— É... É... Escute — Brody recuperou a compostura, colocando uma expressão neutra no rosto. — Ryan Carter está convocando uma reunião. Ele soube o que aconteceu. Ele conversou com alguns agentes assim que eles chegaram.

— Ele sabe sobre Rachel?

— Ele sabe que ela foi capturada — ele disse, lançando-me um olhar significativo. — Mas, infelizmente, não teve testemunhas. A não ser Ryder Lynn, você sabe, aquele babaca que foi promovido recentemente. Ele disse que a viu sendo levada, só que não sabe por quem, já que não conseguiu ver o rosto do raptor direito.

Suspirei aliviado. Nós estávamos seguros. Por enquanto.

— Eu só espero que ela fique bem — sussurrou Brody.

— Eu também — respondi, respirando fundo.

Eu também.


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Notas finais do capítulo

Agradeço a você, jovem corajoso, que suporta a espera entre os capítulos com dignidade e esperança. Espero que tenha gostado deste! E até o próximo :)



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