Única Esperança escrita por Wynara Rebel


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Obrigada a todos que comentaram e BEM-VINDA Bia Gomes,Boa Leitura



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Paulo: então você pode fazer isso tio?


O tio dele, Rodrigo, era detetive, Paulo nunca tinha ligado para a profissão dele, mas hoje estava precisando de ajuda.


Rodrigo: poder, eu posso, mas eu preciso do sobrenome dele.
Paulo: mas eu não tenho isso.
Rodrigo: mas sem o sobrenome não tem como eu localizá-lo.
Paulo: eu tenho o nome da mulher dele, que já morreu, e da filha dela...isso ajuda?
Rodrigo: muito, diga os nomes.
Paulo: a mulher chamava-se, Maria Das Doures Ferreira e a filha é Valéria Ferreira.
Rodrigo: vou procurar Paulo. - Eles se abraçam.
Paulo: obrigado tio, você não imagina como é importante para mim.
Rodrigo: não agradeça. 

Valéria olhava para as muitas fotos dela e de sua mãe espalhadas pela sala, andou um pouco, viu varias fotos de quando tinham se mudado para aquela rua, e de repente o passado voltou para a memória de Valéria como uma facada, o modo como Mark tratava a mãe antes do casamento e depois, a diferença, de como ela gostara de Mark a primeira vista, até que ouviu o carro e saiu do quarto, esquecendo a luz acesa, fechou a porta e desceu correndo. Ele entrou, jogou as coisas em cima de Valéria, como sempre, e subiu, quando ele ia entrar no quarto, ele viu a luz acesa da sala que ele tinha proibido Valéria de entrar, pensou que ele poderia ter esquecido de desligar, e ela não abriu para desligar, resolveu tirar a duvida, entrou na sala e o doce perfume de Valéria entrou por suas narinas, denunciando a invasão. Ele desceu as escadas, furioso, encontrou-a na cozinha, cortando algumas verduras, sentiu vontade de pegar aquela faca que ela usava e acabar com ela, mas não o fez.


Mark: VALÉRIA. - Ela se virou tão assustada que a faca deslizou por entre seus dedos, caindo no chão.
Valéria: o que foi?
Mark: VOCÊ, SUA RIDICULA, ENTROU NAQUELA PORRA DE SALA QUE EU DISSE PARA VOCÊ NÃO ENTRAR.


Ele foi para cima dela com tamanha fúria que Valéria pensou que ele fosse matá-la, antes tivesse matado, a surra foi tão grande, que quando ele acabou, Valéria mal conseguia se mexer de tanta dor. Paulo sorriu quando Valéria  entrou pelos portões da escola, era muito bom vê-la, ainda que ela estivesse de casaco novamente, ele se aproximou.


Paulo: Oi Valéria.
Valéria: oi.
Paulo: por que esse casaco?
Valéria: por que sinto frio. -
 Ela que estava fria, ele pensou. Ele tocou-a nos ombros, ela se afastou, gemendo de dor.

Paulo: tudo bem?
Valéria: sim, só dormir de mal jeito. – Valéria  abaixou a cabeça novamente.

Paulo: Valéria? - Valéria levantou o rosto.
Valéria: o que... - Foi interrompida por um suave beijo nos lábios, dado por Paulo.
Paulo: melhor.


Ela lutou contra a vontade de sorrir, mas acabou fazendo-o, era incrível como ele conseguiu fazê-la sorrir após a noite difícil que tivera. Paulo viu o sorriu dela, e sorriu também, maravilhado. Ele acariciou seus braços, carinhoso, mas ela se afastou novamente.


Paulo: o que você tem afinal de contas? Nem uma noite ruim faz você ficar dolorida desse jeito. - Ela não respondeu, só saiu andando.

Rodrigo sorriu para o amigo a sua frente, Matheus Petersen, um amigo de infância que trabalhava no cartório da cidade, podia ser útil para descobrir sobre Maria Das Doures Ferreira .
Rodrigo: sei que é difícil, mas sei que você tem registro de todo mundo que nasce aqui. - Ele apontou para uma porta, onde tinha uma placa onde se lia “arquivo geral”.
Rodrigo: vamos Matheus, isso é importante, é um caso para o meu sobrinho.
Matheus: não sei não digo, isso pode custar meu emprego.
Rodrigo: ninguém vai descobrir, a menos que você conte.
Matheus: esta bem, me convenceu, em que ano ela nasceu.
Rodrigo: isso eu não sei, só sei o nome completo dela.
Matheus: e qual seria?
Rodrigo: Maria Das Doures Ferreira.
Matheus: você vai ter que procurar no arquivo da letra “M”, você imagina quantas pessoas tem? Isso pode demorar meses.
Rodrigo: eu dou meu jeito.
Matheus: ok.


Matheus encaminhou Rodrigo pela sala, e colocou-o diante de um arquivo enorme da letra “M”. A aula passou tão rápido, que poderia se dizer que ela voou, Valéria ainda sofria com as dores causadas pela surra que Mark lhe dera na noite passada, Paulo ficou com ela por algum tempo no intervalo, eles ficaram calados, só aproveitando a companhia um do outro, agora estavam na ultima aula, e ele a olhava constantemente, o sinal bateu, os alunos começaram a sair, Paulo foi até Valéria.


Paulo: você esta melhor?
Valéria: um pouco.
Paulo: tem certeza?
Valéria: sim.
Ela sorriu.
Paulo: então quer que eu leve seus livros?
Valéria: não.

Paulo: mas você esta dolorida, vai carregar a mochila pesada e os livros na mão? Nem pensar.


Antes que ela pudesse protestar de novo, ele pegou a mochila e os livros dela e saiu andando, ela foi atrás, pedindo que ele lhe devolvesse, mas desistiu quando viu que eu ele não ia desistir, ele a levou até lá fora, Mark que estava no carro, o viu carregando os livros de Valéria, ele disse algo a ela, que sorriu sem notar a presença do carro, Mark sentiu ciúme e inveja, ele parou na frente dela, sorrindo também, ela já estava seria novamente, mas em seus olhos havia um brilho que ele nunca tinha visto, o menino aproximou o rosto do dela, os lábios dele tocaram os de Valéria, e Mark pensou que fosse explodir de ódio, só então ela pareceu notar o carro, se despediu dele com um breve aceno de cabeça, pegou suas coisas das mãos deles e foi até o carro, entrou, sentou e Mark pode vê-la corada.

Rodrigo quase gritou de alegria quando pegou a certidão de casamento de Maria Das Doures Ferreira e Mark Sunsex, ele leu tudo, estava radiante quando Matheus voltou para ver como ele estava indo.

Matheus: já achou?
Rodrigo: sim
Matheus: como você conseguiu tão rápido?
Rodrigo: pratica.


Ambos riram, se despediram e Rodrigo foi para casa, já sabia mais ou menos o que tinha que fazer, já tinha um nome, agora tudo estava mais fácil.


Foram para casa, sem falar nada, entraram em casa e então Mark decidiu falar.


Mark: o que ele tem Valéria? Por que ele e não eu? - Ela se virou para ele, visivelmente confusa.
Mark: eu vi  Valéria– ele começou a se alterar - vi você e ele saindo da escola – ela entendeu a que ele se referia, ele aumentou a voz- QUEM VOCÊ PENSA QUE EU SOU VALÉRIA? PENSA QUE PODE SAIR POR AI ME TRAINDO ASSIM? EM PLENA LUZ DO DIA? PENSA QUE SOU ÓTARIO?

Valéria  olhou para ele, irritada pelas acusações e então fez algo que ela nunca tinha feito antes, respondeu.


Valéria: EU NÃO TRAIR VOCÊ – ele fitou-a assustado pela reação - E SABE POR QUE? POR QUE SÓ SE TRAI UMA PESSOA QUANDO SE TEM ALGO OU SE SENTI ALGO POR ELA, E EU NÃO SINTO NADA POR VOCÊ, E NÃO TENHO NADA COM VOCÊ, NEM NUNCA VOU TER!!!!!!!
Mark: CALA BOCA SUA MAL AGRADECIDA, EU LHE DOU TUDO E É ASSIM QUE VOCÊ ME AGRADECE? SAINDO COM OUTRO?

O tapa atingiu Valéria no rosto, e foi seguido por outros tapas, murros, até que os joelhos dela fraquejaram e ela caiu no chão, então vieram os pontapés, seguidos por xingamentos, e lagrimas por parte dela, depois da surra, ele levantou, pediu desculpas e subiu as escadas. 

Rodrigo: qual são suas suspeitas Paulo?
Paulo: não sei, acho que Valéria sofre alguma coisa na mão dele.
Rodrigo: por que pensa isso? - Paulo explicou tudo o que sabia.
Rodrigo: entendo, faz total sentindo.
Paulo: eu sei.

Ele parecia infeliz, concluiu Rodrigo ao outro lado da linha do telefone, conhecia muito bem o sobrinho para acreditar que só gostava dessa menina como amigo.


Rodrigo: o que ela é para você?
Paulo: o que? -
 Tinha sido pego de surpresa pela pergunta.
Rodrigo: essa Valéria, o que você sente por ela.
Paulo: eu amo ela. - Rodrigo sorriu, embora Paulo não pudesse vê-lo sabia que ele tinha sorrido.
Rodrigo: vou ajudar sua namorada.
Paulo: ela não é minha namorada..pelo menos não ainda. - Rodrigo riu com vontade do outro lado da linha, se despediram e desligaram. 

Valéria limpou com cuidado todos os ferimentos que alcançou, fechando os olhos cada vez que ardia, estava sentada em uma cadeira em frente a um grande espelho que tinha no seu quarto, e enquanto terminava essa terrível missão, pensava em somente uma pessoa, Paulo, o que era normal, ele costumava entrar e sair da sua mente varias vezes ao dia, hoje no entanto, ela decidiu que ele teria que sair da sua mente para sempre ou ela teria sérios problemas.

[...]
Paulo sentou-se ao lado de Valéria no banco e pode perceber que o seu olhar estava vago e perdido em algum lugar que ele jamais saberia, observou os cabelos longos, hoje presos em um rabo-de-cavalo, os olhos castanhos, lindos, os lábios avermelhados, e sentiu vontade de beijá-los, ela finalmente pareceu o notar, levantou o rosto, fitando-o com um ar confuso.


Valéria: o que tanto olha?
Paulo: você.
Valéria: por que?
Paulo: gosto de olhar você. - Valéria, mesmo contra a vontade, sorriu.
Valéria: não posso dizer que você tem bom gosto. - Disse em tom de brincadeira.
Paulo: mau gosto eu teria se não te achasse linda, como você é.

Valéria sorriu mais uma vez, e, achando que isto já havia ido longe de mais, levantou e saiu, sem dizer uma sozinha palavra de despedida para Paulo.


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Notas finais do capítulo

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