Única Esperança escrita por Wynara Rebel


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiii,boa tarde,como vocês estão? espero que bem...
BOA LEITURA!



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Paulo estava sentado impaciente na cadeira enfrente a de Mark, os dois se encaravam, com ódio, Rodrigo temia onde aquilo iria parar, Lara também. Paulo estava muito nervoso, levantou então e começou a andar pela pequena sala, passou por perto da porta varias vezes, recebendo olhares furiosos do policial que estava ali, ele engoliu seco, será que a Valéria precisava dele?

Daniel: então desde que sua mãe morreu ele bate em você?



 

Valéria assentiu, fazia quase dez minutos que não falava nada, já estava chorando, será que o delegado não via o quanto era difícil esse assunto para ela?



 

Daniel: e ele a tocava? - Valéria assentiu novamente.
Daniel: e ele alguma vez a estuprou senhorita?



 

Ela levantou os olhos arregalados e cheios de lagrimas, não iria contar, não para alguém que não conhecia, era humilhante demais, mas e se não contasse? O delegado vendo sua indecisão pressentiu o pior.



 

Daniel: não precisa responder, esta liberada senhorita...



 

Ele foi interrompido por gritos vindos de fora da sala, todos levantaram o mais rápido que puderam, correndo para a porta, quando abriram viram Mark e Paulo brigando feio, um policial tentava segurar Paulo, enquanto o outro tentava o mesmo com o Mark, mas era difícil eles se movimentavam muito. Paulo por um momento levou o olhar até Valéria, ela estava chorando, com uma expressão horrorizada, como se não esperasse isso dele, ele parou, Mark se jogou por cima dele, dando-lhe socos no rosto. Valéria gritou, Rodrigo foi para cima de Mark, junto com os policiais para tirá-lo de cima de Arthur. Mark foi levado para a sala onde iria depor. Paulo estava machucado, sangue escorria dos seus lábios e nariz, tinha marcas vermelhas pelo rosto e pelo corpo, Valéria se odiou naquele momento. Lara começou a cuidar de Paulo, enquanto Rodrigo se aproximou de uma Valéria estupefata e sem ação que ainda se mantinha parada perto da porta da sala.



 

Rodrigo: Valéria? - Ela se virou para ele, sem esboça reação alguma.
Rodrigo: você esta bem?



 



 

Ela assentiu, mas chorava, ele a abraçou. Valéria não sentiu medo, sentiu-se confortada como se alguma coisa lhe fizesse ter certeza que ele nunca machucaria ela. Valéria não estava enganada. Eles se soltaram, e Valéria teve coragem de se aproximar de Paulo, ele estava melhor agora que Lara, com uma água mineral, havia lavado os ferimentos e improvisado alguns curativos. Lara lhe deu um terno abraço, sussurrando que a adorava, Lua quase sorriu. Paulo viu Valéria se aproximar e sentar ao seu lado.



 

Paulo: Valéria? - Ela o olhou.
Valéria: você não deveria ter brigado com o Mark.



 

Uma profunda dor estava presente em seus olhos, ele ia falar algo, mas a porta se abriu, Mark saiu de dentro dela, parecendo furioso.



 

Daniel: creio que depois da cena que presenciei, não posso permitir que a senhorita Ferreira volte para casa com o senhor Sunsex.
Mark: mas o moleque me provocou. - O delegado fitou Paulo, sentado, machucado e com Valéria ao seu lado.
Daniel: e o senhor bateu nele como se ele fosse um animal, não posso permitir que a senhorita Ferreira volte para sua casa, mas também não posso mandá-la para sua casa. - Disse assinalando Rodrigo.
Rodrigo: por que não?
Daniel: seria antiético, sinto muito, preciso de alguém fora dessa briga legal.
Lara: eu.



 

O delegado fitou a jovem e Rodrigo conseguiu captar uma certa malicia em seu olhar, o ciúmes veio como uma onda levando-o a se aproximar mais de Lara.



 

Lara: só vim aqui para depor, mas sou tão vitima quanto a Valéria, tenho certeza que ela não ligaria de morar comigo alguns dias, importaria Valéria?



 

Todos os olhares se voltaram para Valéria, que constrangida e com muito medo, negou com a cabeça, Paulo sorriu, era o sinal que precisava, ela queria se livrar de Mark.



 



 

Mark encarou Valéria com um olhar nada amigável, ela respirou fundo, será que dava para voltar atrás?



 

Daniel: então a senhorita Ferreira vai para a casa da senhora?
Lara: senhorita Sunsex. - Rodrigo viu um sorriso se formar nos lábios do delegado, com ciúmes, envolveu Lara possessivamente pela cintura.
Daniel: da senhorita Sunsex, o policial Leo irá acompanhá-los até a casa do senhor Sunsex para pegar as coisas da senhorita Ferreira.



 

Eles foram, Valéria, Lara, Rodrigo, Mark e Paulo para a casa de Mark, pegar as coisas de Valéria, Paulo insistiu para subir com ela e mesmo sobre protestos ele conseguiu. Paulo olhou atentamente o segundo andar da casa, viu Valéria, entra em um quarto, pegar uma pequena mala, e depois sair, entrar em outro, a seguiu, neste havia uma cama de casal, ele estremeceu, viu um pouco de sangue nos lençóis. Valéria guardava as roupas o mais rápido possível na mala, não queria que Paulo descobrisse nada, fechou a mala e viu que ele a olhava.



 

Paulo: o que ele fez? - Ela não respondeu, pegou a mala e saiu do quarto. Chegando lá embaixo, Valéria viu Mark fitando-a furioso.
Mark: Valéria, pare com esta brincadeira e diga que você que morar aqui comigo.
Valéria: não.



 

Ele ficou vermelho, de raiva, enquanto saiam, e Valéria recebia um abraço de Lara, ela se perguntava se estava fazendo o certo. Eles chegaram à casa de Lara.



 

Lara: minha tia, que morava comigo, foi morar na índia, por isso agora moro sozinha. - Ela explicou para Valéria, que entrava, logo depois vinha Paulo com a mala, e Rodrigo que fechou a porta.
Lara: vem Valéria, me entregue a mala Paulo, vou levar ela para o quarto de hospedes.



 

Paulo entregou a mala, enquanto Rodrigo levava ele para a cozinha, para beber alguma coisa. As duas entraram no quarto, Lara colocou a mala na cama e fitou Valéria.



 

Lara: o que ele fez? - Valéria foi pega de surpresa e somente arregalou os olhos.
Lara: eu sei que ele fez alguma coisa, você está diferente.
Valéria: ele me bateu... - Lara a cortou.
Lara: não foi isso, ele te batia antes, e você não era assim, parece que perdeu a vontade de viver. - E tinha perdido mesmo, Valéria pensou.
Lara: é algo muito mais profundo.



 

Valéria chorou, e foi amparada por Lara, sentadas na cama, Lara afagava os cabelos castanhos de Valéria, enquanto esta chorava todas as magoas dos últimos anos.



 



 

Paulo: eu sei que tem algo ali tio. - Rodrigo bebeu um pouco do suco que servira para ele e Paulo.
Rodrigo: não importa, agora ela esta aqui, protegida e para lá não volta mais.
Paulo: eu sei, eu não deixaria que ela voltasse, mas tio ela esta como uma morta viva, pálida, e... - Rodrigo o interrompeu.
Rodrigo: eu entendo você, eu também quero saber o que foi, mas não podemos ficar a pressionando, vamos esperar ela ficar à-vontade para falar.



 

Paulo: é, você tem razão.



 

Mas Paulo não via a hora de ver aquela antiga Valéria de novo, que apesar de tudo, tinha uma luz própria incrível, e chamava a atenção de qualquer pessoa, qualquer um que olhasse saberia que ela era especial, como ele vira, aquela Valéria que, apesar de tudo, tinha um brilho no olhar, sempre.

Valéria se encontrava com a cabeça no colo de Lara, que lhe fazia carinho nos cabelos.



 

Lara: esta melhor?
Valéria: sim.
Lara: e esta melhor a ponto de me falar o que aconteceu?
Valéria contou tudo, despejou tudo em cima de Lara, falou da dor, dos tapas, da invasão, do sangue, da raiva, do ódio, da vontade de morrer, do nojo de si mesma, do medo que Mark fizesse algo a Paulo, a ela, ao Rodrigo, a todos que a ajudam. Depois de tudo, Lara se encontrava pasma e furiosa.



 

Lara: esse homem merece a morte, não é possível, você falou isso para o delegado sim?
Valéria: não, mas tenho certeza que ele percebeu.
Lara: ele merece morrer, meu Deus, o que ele fez com você. - O abraço foi terno, e Valéria se sentiu como se abraçasse a uma irmã.
Lara: que tomar um banho? - Valéria assentiu.
Lara: o banheiro é logo ali, tem toalha e sabonete no banheiro.



 

Valéria assentiu, pegou umas roupas e se trancou no banheiro. Lara a observou, Mark estava acabando com a vida dela aos poucos, como fizera com sua mãe, com a mãe da Valéria, ela não ia permitir, Valéria não merecia isso, faria o que fosse preciso, mas ele não se livraria dessa. Lara saiu do quarto, foi para a sala, encontrou Paulo e Rodrigo conversando sobre alguma coisa, sentou-se ao lado de Rodrigo.



 

Paulo: como ela esta? - Lara pode ver a dor nos olhos dele.
Lara: esta tomando banho, a gente conversou.
Rodrigo: sobre o que?
Lara- sobre o Mark.
Paulo: o que ela disse? - Lara pensou um pouco.
Lara: não sei se... - Nesse momento Valéria entrou na sala, tomada banho, os cabelos ainda molhados, todos ficaram fitando-a.
Valéria: o que foi?
Lara: na verdade, eles querem saber o que você me contou, eu devo contar?



 

Valéria se viu sem saída, estava abusando da hospitalidade deles, eles estavam sendo gentis com ela, dando-lha amor, carinho, cuidando-lhe, e ela os trava mal, sem querer, mas trava, eles tinham o direito de saber o que tinha acontecido, engolindo a humilhação e a vergonha, Valéria assentiu. Todos perceberam o quanto era difícil.



 

Paulo: meu amor, se não quiser, não precisa falar. - O apelido carinhoso fez Valéria sentir-se culpada, será que depois que soubesse tudo ele ainda a chamaria de meu amor?
Valéria: pode contar Lara. - Ela sentou-se em uma cadeira mais afastada.
Lara: bom o Mark, ele, bem... – ela procurava as palavras certas – Ele abusou da Valéria. Abusou, digo, sexualmente falando.



 

Rodrigo quase caiu do sofá. Lara contou-lhe tudo, como Valéria havia lhe contado, e no final da narrativa, Paulo estava possesso.

Paulo não falou nada, ele se levantou, e andou até a Valéria, que tinha a cabeça baixa, para tentar contar as lagrimas, agora ele entendia. Se ajoelhou na frente dela e sussurrou.



 

Paulo: meu amor olhe para mim. - Ele disse isso levantando o rosto dela.
Paulo: foi por isso que me rejeitou? É por isso que não me deixa mais chegar perto de você? - Não tinha como negar.
Valéria: sim.



 

A voz dela quase não saiu, ela tinha medo, Paulo respirou fundo tentando, em vão, se conter. Ele tinha tocado nela, tinha tido ela contra a vontade da própria. Imagens desagradáveis começaram a se formar em sua mente, ele quase podia ouvir os gemidos do idiota, ele ia pagar. Lara estava tentando fazer Rodrigo se acalmar, já que este, como Paulo, tinha ficado irado com Mark, ele jurava que ele ia pagar. Paulo levantou.



 

Paulo: ele vai pagar agora. - Todos pararam e o fitaram.
Paulo: eu vou matar aquele... - Ele não terminou a frase, indo direto para a porta, foi impedido por seu tio.
Rodrigo: eu entendo você Paulo, eu também queria poder ir lá e matá-lo com as minhas próprias mãos, mas não podemos, perderemos a razão, temos que agir pelos tramites legais. - Paulo elevou a voz.
Paulo: VOCÊ NÃO VIU O QUE ELE FEZ COM ELA???!!!! O QUE ELE FEZ COM A GENTE? ELE NÃO TINHA NADA QUE TOCAR NELA, NEM UM DEDO!!!!! - Valéria viu ódio nos olhos de Paulo, e desejou nunca ter entrando na vida deles, subiu as escadas e se trancou no quarto.
Rodrigo: VOCÊ ESTA AGINDO COMO UMA CRIANÇA QUE EU SEI QUE VOCÊ NÃO É, ATÉ APRECE QUE NÃO É FILHO DO SEU PAI. UM ADVOGDADO QUE PENSA ANTES DE AGIR!!!!! – Ele abaixou a voz - espere, é difícil, mas contenha seus impulsos, a hora de usá-los vai chegar.
Lara: sim, Paulo, ouça o seu tio, ele tem razão.
Paulo: é, eu sei, pra variar. - Todos olharam em volta.
Lara: cadê a Valéria?
Paulo: na confusão ela deve ter subido.
Rodrigo: eu vou falar com ela. - Ele subiu as escadas, Lara levou Paulo para a sala, ainda tentando acalmá-lo.



 



 

Rodrigo bateu na porta, Valéria demorou, depois dele se identificar, ela abriu, e sentou na cama, Rodrigo entrou e sentou do lado dela.



 

Rodrigo: o que foi? - Valéria olhando pro chão estava, olhando continuou.
Valéria: não gosto quando o Paulo fica nervoso, nem você, nem a Lara, 
Rodrigo: ficamos nervosos por que amamos você Valéria. - Ela olhou para ele.
Rodrigo: você entrou tão rápido nas nossas vidas e já fez um furacão delas.
Valéria: isso é ruim.
Rodrigo: isso é bom, porque mostra o quanto você é especial menina, você foi feita para dar e receber amor, e tenho quase certeza que sua mãe também era assim.
Valéria: por que diz isso?
Rodrigo: porque o Mark se interessou pelas duas, ele é maluco, mas não é burro Valéria, ele sabe o que quer, e ele quer você, com já quis sua mãe e a mãe de Lara. Eu poderia mentir para você sabe? Dizer que o Mark vai esquecer fácil de você, mas eu não gosto de mentiras entende? Temos que lidar com a realidade, e infelizmente a realidade é essa, mas eu posso falar que não vamos  deixar ele chegar perto de você, aqui você esta protegida.
Valéria: e a escola?
Rodrigo: você vai voltar a ir, e as meninas, Sol, Luana e Jéssica, que estão sentindo sua falta, diga-se de passagem, vão lhe ajudar com a matéria, eu não sei se o meu sobrinho é a melhor pessoa para isso, se é que me entende. - Valéria assentiu, ele viu o humor nos olhos dela, e ela deu um sorriso débil.
Rodrigo: Sabia que eu a amo não é Valéria? - Aquilo pegou Valéria desprevenida, e ela o fitou nos olhos.
Rodrigo: sim pequena, a amo como amaria a uma filha que nunca tive.
Valéria: eu...
Rodrigo: não diga que me ama se não tem certeza, só me da um abraço.



 

Os dois se abraçaram, e Valéria soube que o amava, muito, como se fosse seu pai. Eles se separaram e ficaram conversando de assuntos banais, as vezes ela dava um sorriso débil, em outras ela se soltava e ria, era bom ver que ela estava melhorando ao poucos. Quase uma hora depois, Paulo abriu a porta, e sorriu ao ver Valéria sentada de costas para Rodrigo, os dois o fitaram.



 



 

Paulo: tio a Lara esta fazendo alguma coisa para a gente comer, e ela esta ficando nervosa por que não sabe aonde você guardou a panela maior. - Rodrigo arregalou os olhos. 



 

Ele disse sorrindo zombador, seu tio tentava esconder o romance com Lara, como se fosse possível, ele quase morava na casa dela.



 

Rodrigo: como se eu pudesse saber, a ultima pessoa que usou foi ela, aquela maluca – se virou para Valéria - depois a gente conversa mais pequena. - Ele se levantou, Valéria assentiu. Rodrigo foi saindo pela porta.
Rodrigo: LARA, EU NÃO SEI ONDE ESTA, VOCÊ FOI A ULTIMA QUE USOU, SUA DOIDA. VOCÊ DEVERIA PROCURAR UM PISCOLOGO SUA LOUCA!!!



 

Antes de Rodrigo fechar a porta, Valéria e Paulo ainda puderam ouvir a resposta nada educada que Lara dava a Rodrigo. Quando a porta se fechou, os dois riram.



 

Paulo: e ele ainda tenta falar que os dois não têm nada.
Valéria: formam um bonito casal.
Paulo: como eu e você. - Ele a fitou intensamente, se aproximando e sentando na cama. Valéria abaixou a cabeça.
Paulo: calma, eu não vou fazer nada - Ele ficou um pouco magoado por causa da reação, mas tentou entender.
Paulo: queria falar que fui ao tumulo da sua mãe. - Valéria o fitou.
Valéria: por quê?
Paulo: não sei, no dia que você me expulsou da sua casa, sentir uma imensa vontade de ir lá. - Valéria deu um sorriso débil.
Valéria: ela me acalma sempre, lá eu me sinto mais perto dela, como se ela ainda estivesse aqui.
Paulo: eu limpei o tumulo e levei algumas flores. - Valéria estava começando a se soltar falando com Paulo.



 

Valéria: sabe as flores favoritas dela eram as flores do campo, ela amava, vivia comprando para enfeitar a casa. - Paulo sorriu.
Paulo: serio? - Valéria assentiu.
Paulo: então eu acho que adivinhei por que foram essas as flores que eu levei para ela.
Valéria: ela deve ter ficado feliz.
Paulo: sim. - Eles passaram alguns minutos em silencio.
Paulo: você já pensou em se casar? - Valéria o olhou surpresa, não esperava uma pergunta, muito menos essa.
Valéria: já sim – disse tímida - algumas vezes quero dizer, quando o Mark tava longe, eu pensava que um dia eu poderia conhecer alguém e me casar. - Ele se aproximou mais.
Paulo: que bom, me promete uma coisa?
Valéria: o que?
Paulo: promete que um dia, vai se casar comigo? - Valéria arregalou os olhos, ele tocou de leve o seu rosto e a trouxe para mais perto.
Paulo: promete?


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Notas finais do capítulo

Gostaram?,
Gente a historia ja esta na final,infelizmente.