Doce E Sincero escrita por Miyuki Hime


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora. É que realmente foi complicado para postar.Meu teclado quebrou, teve entrega de provas, fiquei sem internet e o pior: minha gata, a Mei, morreu. Mil desculpas. E aqui está o novo cap.



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Sexta.


Sábado.


Eu ainda não sei o que está acontecendo comigo. Eu ainda sinto vergonha só de pensar em Ezra. Não era possível que eu estivesse apaixonada por ele. Ou será que era? Pensar sobre isso só me deixava mais confusa e com mais medo ainda.

Eu já não uso mais as muletas.

Domingo.


Segunda.

Nem preciso dizer como eu acordei de manhã. Nervosa, embaraçada e um pouco desesperada. E o que eu irei fazer? Tudo vai ser resolvido hoje.

Entrei em sala já com o pensamento longe. Minhas amigas vieram logo ao meu encontro quando me viram sentar perto delas.

— Por que não veio sexta? – Carol se apressou. Carol tem um longo cabelo meio bege esbranquiçado, não é uma cor feia e nem única, mas combinava muito com a pele morena clara dela e os grandes olhos castanhos claros.

— Eu dormi demais. – Eu já tinha preparado essa resposta. Não é difícil de acreditar, eu realmente durmo demais.

— Por que não avisou? Te mandei várias mensagens.

— Meu celular descarregou e eu não sabia onde estava o carregador. – Eu também já tinha preparado essa, eu não menti, eu tinha desligado o celular devido às mensagens de Ezra.

— Aquele menino não parou de nós encher. – Laura disse.

— Ezra? – Uma corrente de adrenalina me percorreu.

— Ele mesmo. Afinal, o que tá rolando entre vocês dois, hein? – Carol perguntou com um sorriso malicioso no rosto.

— Nada. – Eu disse ao corar, já tinha começado a me acostumar com essas minhas reações.

— Sei. Conta tudo. – Carol se inclinou mais em sua cadeira.

— Estamos em aula. – Tentei escapar e consegui pelo menos até o intervalo quando a multidão se formou no corredor e carreguei elas para o meio. Sentamos em um lugar mais escondido do pátio e ficamos lá. Acabei contando tudo a elas, menos a parte em que eu fugia dele pela janela. Como eu já esperava, Laura disse que ele é um aproveitador que só quer ficar comigo porque ninguém conseguiu ainda e Carol disse que nós combinávamos muito e que seriamos um casal perfeito. Depois elas começaram a ter uma leve discussão sobre quem estava certa e eu já estava mais preocupada em registrar as pessoas que passavam a minha frente. Assim que ele entrou em meu campo de visão me escondi atrás das meninas. Ezra voltou a passar por aquele lugar mais umas três vezes sempre com os amigos. Eles procuravam alguém. Provavelmente esse alguém sou eu. Os amigos dele já devem saber de tudo. Meu rosto esquentou e eu sabia que ele estava rosado.

O dia se passou e eu não sabia nada do que os professores tinham tentando me ensinar. Eu não conseguia me concentrar em outra coisa que não fosse ele. Ao último toque do sinal eu meio que pulei da carteira, dei um tchau rápido para as meninas e me juntei à fila mal organizada que se dirigia ao pátio. Assim que consegui chegar em segurança até a entrada sai em disparada para fora dos portões.

— Aonde você vai? – Ezra me olhava com um sorriso de vitória. Ele estava encostado no muro por qual eu tinha pulado a janela na quinta. – Vejo que você melhorou. – Ele olhou para o meu pé que antes estava machucado.

Eu não sabia o que responder e mesmo que soubesse eu não conseguiria. Eu me sentia sufocada e um pouco tonta. Pensei em correr, mas era melhor resolver tudo de uma vez. Ezra puxou minha mão e me levou para dentro da escola, passamos pelo corredor do fundamental e ele nos colocou em uma sala. Vamos. Começa. Ele me soltou e ficou de trás para a porta me impedindo de fugir por aquele caminho.

— O que você quer que eu diga? – Fitei o chão.

— Por que você fugiu do banheiro na quinta?... Anastácia, você saiu pela janela? – Era a primeira vez que ele falava esse meu nome. Ele sempre me chamava por Kim. Isso me causou uma corrente de adrenalina.

— Saí. – Eu passei todo esse tempo, mas não consegui arranjar uma desculpa para isso.

— Por quê? – Seus olhos cinza pareciam mais escuros.

— A culpa é sua. – Coloquei minha mochila em uma das carteiras.

— O que eu fiz?

— O que não devia ter feito. – Eu não queria falar que foi por causa de um simples beijo.

— Anastácia... Foi por que eu tentei te beijar? – Outra corrente de adrenalina passou por mim.

— Foi.

— E qual o problema daquilo? Foi só um selinho, nada demais.

Nada demais. Isso me magoou. Então eu estava enganada todo esse tempo. Ele não gostava de mim, só me achou bonita o bastante para me beijar.

— Por que você está assim? Não é como se eu tivesse te atacado.

Realmente não era. Por que eu estava assim então? Provavelmente pela minha infeliz timidez.

— Foi o seu primeiro beijo, né? – Ele perguntou delicadamente.

Demorei um pouco para responder:

— Foi. Mas...

— Desculpa. Eu não faria se soubesse que você ia ficar desse jeito, mas mesmo assim você pulou de uma janela usando muletas e faltou aula só por causa disso? – Ele me fitava com olhos confusos.

— Não foi só por isso. Eu só fiquei em pânico. – Me sentei em uma das cadeiras. – Eu descobri uma coisa que eu não...

— Fala. – Ele virou a cadeira e se sentou a minha frente.

Perto demais, pensei.

— Só me responde uma coisa. – O fitei.

Seu rosto está mais minimamente corado do que o normal para um humano.

— O quê?

— Por que você me beijou?

Ele corou mais um pouco.

— Eu estou a fim de você. Por isso.

Levei um tempo para organizar todos os pensamentos no lugar. Eu sentia uma felicidade estranha.

— Mas você disse que o beijo não foi nada demais.

— Eu quis dizer que não foi nada demais para que fizesse você ficar me evitando.

— Então...Você gosta de mim. – Não foi uma pergunta.

— Gosto. E você?... Gosta de mim? – Dava para ver a ansiedade em seu rosto.

Meu rosto esquentou mais ainda. Se é que isso é possível. Demorei um pouco para responder. E se eu disser que sim... o que vai vir depois?... Resolvi que queria ver o que viria.

— Sim. E-Eu gosto.

Ele sorriu.

— Então por que você estava me evitando?

— Eu só não sabia o que fazer... Ainda não sei.

Ele deu sorriso meio malicioso.

— Não tem problema. Eu te ensino tudo. – Ezra ficou na mesma posição de quando tentou me beijar da primeira vez. Seu rosto estava tão perto do meu que eu podia sentir sua respiração. – Posso? – Ele olhava para os meus lábios.

Eu assenti. E num segundo depois eu já sentia seus lábios nos meus. Assim que ele abriu mais a boca e eu pude sentir a textura de sua língua eu meio que estanquei por uns três segundos, mas consegui voltar ao normal e reunir coragem. Ezra fazia tudo bem devagar, provavelmente para que eu pegasse o ritmo. Assim que eu conseguia fazer direito, ou quase isso, alguma coisa ele aprofundava mais o beijo. Eu não sei muito bem descrever o que sentia. É como tudo que eu tinha sentido nos últimos dias só que muito, muito, muito mais forte e também muito melhor. Eu poderia ficar ali por horas ou dias que não me importaria. Tudo era embriagante e altamente novo para mim. Sempre duvidei da autenticidade dos sentimentos apresentados em romances, mas agora eu sabia que era tudo até mais forte do que eles diziam ser.

Paramos o beijo por falta de ar. Meu rosto estava fervendo o que provavelmente estava deixando parecida com um tomate. Eu me sentia um pouco tonta, meu coração estava tão acelerado quanto minha respiração. Ezra não estava muito diferente. Assim que nós recuperamos o ar ele segurou levemente o meu queixo e o levantou de modo que seu rosto ficasse a centímetro do seu. Ele fechou os olhos e foi aí que eu vi o que ele queria fazer. Coloquei a mão direita em seu peito e o afastei sem tirar os olhos do chão.

— O que foi?

— Eu não sou assim. – Minha voz saiu um pouco baixa.

— Como assim?

— Eu não sou de ficar... beijando meninos por aí. – Eu voltei a fitar o chão.

— Você beijaria se o menino fosse o seu namorado?

O olhei surpresa e depois que senti meu rosto esquentar e meu coração acelerar voltei a olhar o chão.

— Sim.

— Isso é estranho para mim. – Ele colocou a mão na cabeça. – Eu realmente gosto de você. Nunca encontrei uma menina como você antes. Acho que por isso eu nunca namorei com ninguém antes. Nenhuma garota já me fez sentir o que sinto por você... – Ele levou um tempo para voltar a me olhar. – Então... eu posso ser o seu namorado? – Ele voltou a fitar o chão.

Sim. – Respondi sem conseguir esconder o sorriso.

Ezra me olhou não muito surpreso. Abriu um sorriso largo. Ele realmente gosta de mim.

Logo em seguida ele voltou a selar meus lábios. Dessa vez eu já sabia mais o que deveria fazer por isso o beijo foi mais tranquilo, não tão devagar e bem melhor porque além de tudo aquilo que eu já havia sentido agora eu também tinha um sentimento de segurança. Ezra gosta de mim. E eu estava apaixonada pelo menino com cabelos cor de ouro, olhos cinza, pele branca. O menino atirado e ao mesmo tempo preocupado, doce e ao mesmo tempo surpreendente, misterioso e ao mesmo tempo revelador. E eu, a garota com a qual ele nunca tinha falado antes, a menina quieta e cheia de defeitos poderia estar o amando? Paixão ou amor? Nunca pensei que esses sentimentos fossem tão bons, tão confusos e tão diferentes um do outro.





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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Não gostei muito desse final por isso vou colocar um epílogo.
Esse vem rápido, posto no máximo até sexta.



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