Eternally Forbidden escrita por Ivie Constermani


Capítulo 19
18. Descobertos


Notas iniciais do capítulo

Tá aí o outro. Boa leitura!



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No dia seguinte Enid se esforçou para parecer normal na frente de Evan. Mas ele definitivamente não é bobo, e percebeu o silêncio e a expressão assustada dela.
- O que houve? - Ele perguntou enquanto eles caminhavam de mãos dadas até a primeira aula de Enid.
- Nada. Por quê?
- Você está muito quieta - ele observou e apertou a mão dela levemente. - Pode me dizer o que houve.
Enid hesitou pensando em uma mentira. Quando falou sua voz soou cansada.
- Eu tive um pesadelo. Sonhei que você me deixava.
Evan a fitou por alguns segundos e depois a abraçou. Ele acariciou as costas dela com o polegar e Enid inspirou o cheiro do perfume dele em seu pescoço. Ela nem podia imaginar como seria ficar sem ele, não sentir mais esse cheiro.
- Tudo bem, meu anjo, eu estou aqui. - Evan disse com a voz mansa, acalmando-a.
- Diga que não vai me deixar. - Enid pediu. - Diga que não me deixará.
Ele hesitou. Enid sabia que ele não podia prometer isso. O para sempre não existia. Evan a soltou e observou cada curva do rosto de Enid.
- Não digo isso. Não posso dizer.
Enid assentiu e piscou várias vezes para as lágrimas não descerem. Evan a beijou brevemente e a deixou na frente da sala de aula. Enid suspirou, engolindo a vontade desesperada de chorar e entrou.

Depois da segunda aula Enid foi até o banheiro feminino. Lá estavam algumas meninas que retocavam a maquiagem e fofocavam, aproveitando os segundos extras.
Enid entrou em um reservado. Algumas meninas de vozes desafinadas entraram no banheiro falando em voz alta sobre um pessoal que estava revistando a escola por algum motivo.
Enid prestou atenção na conversa.
- Parece que alguém se encrencou - disse uma delas e soltou um risinho.
- Não. Eu não acho que eles sejam policiais... - disse a outra.
- Você não viu que um deles estava armado?
Enid saiu e parou para lavar a mão e ouvir mais sobre o assunto.
- Não quer ir lá e dar uma olhada? - perguntou uma das meninas, a loira e alta.
A outra menina, morena e baixa fez uma careta e ajeitou o rabo-de-cavalo.
- Não. Eles são esquisitões. Me dão medo... - disse ela.
- Bom, eu vou. - A loira disse e saiu.
Enid observou a menina, que continuou refazendo seu penteado.
- Do que vocês estavam falando? - Enid perguntou tentando parecer natural.
- Têm uns caras estranhos na porta da escola e uns outros revistando. Sei lá, acho que eles não são policiais - a menina respondeu dando de ombros.
- Hum. Vou lá dar uma olhada.
Enid saiu do banheiro e caminhou com passos vacilantes até a entrada da escola. Ao passar pelo almoxarifado algo a puxou para dentro da salinha com força, e tapou a sua boca. Enid tentou se livrar dos braços fortes que a cercavam e gritar. Mas um rosto muito conhecido apareceu na sua frente e os lábios redondos e avermelhados pediam silêncio.
Evan a soltou e Enid bateu no braço dele recuperando-se do susto.
- O que deu em você, Evan? Pelo amor de Deus, eu quase morri de susto! - ela queixou-se.
Evan coçou a nuca, nervoso.
- Dá para parar de gritar?! - Ele disse e a encarou. - Eles estão aqui.
Enid o fitou por segundos, sem compreender.
- Eles quem?
Evan pôs o ouvido na porta como se tivesse medo de que fosse descoberto lá e finalmente falou num sussurro.
- Lullaby.
Enid engoliu em seco. O pânico começou a dominá-la, as mãos soavam e tremiam violentamente. Evan continuou na porta, tentando ouvir algo do lado de fora.
- O que eles querem? - Enid perguntou.
Evan a olhou com ironia.
- Querem a mim, quem mais seria! - ele disse, debochando. -E parece que é urgente, pois eles vieram a escola para me procurar. Eles nunca se rebelam.
Enid inspirou fundo. O lugar pequeno e empoeirado estava dando claustrofobia.
- E o que você vai fazer? - ela perguntou, com medo da resposta.
Evan a observou por um instante.
- Você sai primeiro, vá ficar com seus amigos e finja que não sabe de nada - ele explicou como se fosse um plano para roubar o banco. - Depois eu saio e me entrego.
- O quê?! Você não pode de entregar! Eles vão matá-lo! - Enid gritou, e foi repreendida por Evan, que tapou a boca dela.
- Shhhh! Amor, vai ficar tudo bem. Eles não vão me matar. - Evan sorriu, confiante. - Eu tenho um plano.
Enid o abraçou com força, com medo do que poderia acontecer.
- Tudo bem, tudo bem... - ele beijou a testa dela. - Agora vá. Finja que não sabe de nada.
Evan a empurrou porta afora, mas Enid pulou para dentro da sala novamente, orando para que ninguém tivesse visto. Evan a encarou, confuso. Enid inspirou fundo.
Fora um erro não contar a ele. No fundo ela sabia que ele ia descobrir de um jeito ou de outro. Ia ser mais difícil contar agora.
- Evan... Eu não posso ir - ela começou a dizer, hesitante.
- Por quê?
Enid piscou algumas vezes antes de falar.
- Eles já sabem quem eu sou.
Evan engoliu em seco e levantou uma sobrancelha, ainda confuso. Enid percebeu que ele tentava controlar a raiva porque uma veia grossa pulsava em sua têmpora.
- Ontem, no shopping um deles me capturou e tentou me fazer falar onde você estava.
Evan ficou atônito prestando atenção em cada gesto corporal de Enid.
- E o que você disse? - ele perguntou.
- Disse que não sabia do que ele estava falando. E ele me ameaçou.
- Ele quem? - A voz de Evan começou a ficar descontrolada.
- Um... demônio.
Evan a encarou primeiro perplexo, depois com raiva e por último confuso.
- Como você conseguiu escapar???
- Vine me salvou.
- Vine estava lá?!
- Estava. Ele... matou o demônio e me salvou.
Evan olhou em volta, enraivecido.
- Ele não me contou - ele disse para si mesmo.
- Eu pedi!
Evan a encarou, aproximando-se.
- Por que diabos você pediu isso? - A voz dele agora estava realmente enraivecida.
- Porque eu não queria que você me deixasse.
Enid agarrou-se a ele, abraçando o tórax de Evan com força, com medo de que ele fugisse. Ele não devolveu o abraço, e isso fez com que Enid ficasse com mais medo ainda.
- Isso foi errado - ele disse finalmente com a voz mais calma.
- Eu sei. Me desculpa. Mas eu não podia deixar que isso acontecesse. Isso não pode acontecer.
Evan a abraçou de volta por um breve segundo e abriu a porta.
- Você fica aqui. Posso demorar a voltar, mas eu volto, pode ter certeza - ele disse e a beijou por alguns segundos e depois saiu, deixando-a sozinha naquela sala claustrofóbica.


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Notas finais do capítulo

Comentários? Não tenham vergonha, dêem sua opinião. Diz aí como é que tá, o que precisa melhorar.
Fiquem na paz... ♥



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