Eternally Forbidden escrita por Ivie Constermani


Capítulo 20
19. Negócios são negócios


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo que eu acabei agorinha!



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Os dias passaram. A cada hora que passava Enid pensava que Evan não ia voltar. Ou pior, que ele estava morto.
Ela tentou voltar a sua rotina normal, mas ela não conseguiu. A cada cinco minutos ela chegava as chamadas do celular esperando que ele ligasse. Mas ele não ligou.
Aquilo a corroeu como uma doença. Enid não vivia para ela, vivia para Evan. A preocupação aumentava a cada amanhecer e tudo o que ela queria era que Evan aparecesse na escola de surpresa e dissesse que estava tudo bem, que eles iam ficar juntos para sempre e que ninguém iria atrapalhar. Mas era apenas um sonho, porque ele não voltou durante sete dias.
Choveu no final de semana e o acampamento foi adiado para o próximo final de semana. O que foi ótimo porque Enid já não ia mesmo.
A aparência dela não era das boas. Ela perdeu o sono, o apetite, e a ansiedade esteve com ela todos esses dias. Além do mais ela estava gripada.
Tudo por causa de Evan. Mas ela sentia que ele estava vivo e estava voltando para casa.
Uma semana passou e era quinta-feira novamente. Todos notaram a falta de Evan e iam perguntar onde ele estava para Enid. Ela dizia que ele estava "resolvendo alguns assuntos".
A falta dele estava a matando pouco a pouco. E no meio da aula de história ela decidiu que não suportava mais esperar.
Ela ia procurar por Vine.

O encontro estava marcado para as 17h, depois das aulas de Enid.
Ela foi para casa, para deixar seu material. Vine marcou de levá-la para um café para conversarem melhor.
Quando Enid viu os olhos escuros e o chapéu refinado de Vine se sentiu melhor. A expressão dele não mostrava tristeza, mas também não estava tranquila. Ele estava sério, os lábios finos numa linha reta, os olhos sem brilho.
- Oi. - Enid o cumprimentou enquanto entrava no Porsche dele.
Vine não respondeu. Ele dirigiu em silêncio por vinte minutos até chegar em uma cafeteria no lado oeste da cidade.
Eles se sentaram em uma mesa longe do resto dos fregueses. Enid respirou algumas vezes antes de fazer a pergunta que tanto queria.
- Ele está morto? - A voz dela estava fraca e rouca por causa da gripe.
Vine hesitou lendo o cardápio. Chamou um garçom, ainda sem olhar para Enid.
- Dois capuchinhos, por favor - ele pediu.
- Um sem açúcar. - Enid disse ao garçom que saiu de perto deles e foi atender outra mesa.
O silêncio continuou. Vine ignorou Enid completamente. Ela estalou os dedos perto do rosto dele.
- Ei, Vine, viemos aqui para conversar não para tomar café e ignorar um ao outro - ela disse, nervosa. - Então só me responde. Evan... Eles mataram o Evan?
Vine a observou por alguns segundos inexpressivo.
- Não. Evan está vivo.
Enid sentiu um peso enorme sair de suas costas, e ela queria gritar e dançar de felicidade. Ela sorriu abertamente para Vine, mas ele não demonstrou nenhuma reação.
- E onde ele está? Preciso vê-lo! - Ela perguntou.
Vine tocou no chapéu, o ajeitando na cabeça.
- Ele voltou há três dias - respondeu naturalmente.
- O quê? Por que ele não me procurou?
Vine voltou a olhá-la, mas agora havia piedade em seus olhos. Algo como pena, tristeza... Enid se sentiu diminuída e se encolheu na cadeira com medo da resposta.
- Ele quer te ver - disse Vine, olhando em volta. O garçom estava se aproximando. - Mas primeiro vamos tomar café. Depois vamos lá.
Enid não discutiu. Ela bebeu o café em três goles, sentindo queimar sua garganta e estômago a animando mais. Ela veria Evan. Isso significava muito a ela. Mas ela sentia que algo estava errado.

Vine dirigiu por alguns minutos e por fim parou na área nobre da cidade. Estacionou o carro num estacionamento pago e andou pelas ruas, com Enid ao seu lado.
Quando ele finamente parou foi na frente de uma casa enorme cercada de grades e com um jardim verdejante na frente. Vine olhou para uma câmera de segurança acima de sua cabeça e as grades abriram automaticamente.
Enid ficou embasbacada com o tamanho da propriedade. A casa em si era pequena comparada ao tamanho da área externa. As paredes eram azul-celeste com algumas colunas feitas de pedra em volta, um sobrado com janelas de dois andares gigantescas transparentes. A varanda era de um estilo vitoriano, com luzes pregadas nas paredes. A porta tinha mais ou menos um metro de largura e dois de comprimento, feita de vidro e com a maçaneta de metal.
Vine abriu a porta e Enid se deparou com uma sala enorme pintada de branco, com um piano vermelho no lado leste, um sofá vermelho de cinco lugares na frente de uma lareira e uma estante cheia de livros no outro lado. Uma escada de piso de porcelana ficava bem de frente para porta e havia candelabros em cada degrau. Flores de lírios enchiam os vasos de flores nas prateleiras, e uma escultura de cobre com aros em volta do planeta Terra se posicionava ao lado da porta.
- Uau... Essa é sua casa? - Enid perguntou a Vine.
Ele sorriu achando a ideia de Enid ridícula.
- Não - respondeu.
- É minha.
Aquela voz. A voz que Enid desejou ouvir durante uma semana. Ela virou-se rapidamente. Evan descia os últimos degraus da escada com um pouco de dificuldade. Mas ele estava lindo, vestido todo de branco com o cabelo bagunçado e de chinelos.
Enid não pensou duas vezes e correu na direção dele, se jogando nos braços fortes, que a seguraram perto calorosamente, mas Evan gemeu de dor.
Enid se afastou para poder vê-lo e não escondeu a cara de horror.
Evan estava cheio de hematomas no rosto. Um olho estava com a pálpebra caída sobre ele, e ele ficava entreaberto, os lábios inchados e vermelhos, várias manchas roxas espalhadas pela face, nas bochechas e queixo. Parte de uma das sobrancelhas fora depilada e ali estava um corte profundo.
- Evan, meu Deus... - Enid balbuciou. - O que eles fizeram a você?
Evan sorriu, cabisbaixo e segurou a mão de Enid com força.
- Está tudo bem. Eles só... me espancaram até eu desmaiar. Mas não dói muito, não mais.
Enid o abraçou novamente. Eles ficaram assim por alguns minutos, até Enid se certificar que ele realmente estava ali, vivo, a abraçando.
Evan a levou para o quarto dele, no segundo andar da casa. O espaço era grande, pintado de verde-escuro e com listras brancas, uma cama king size com lençóis de ceda brandos, uma escrivaninha de vidro, uma estante de livros. As paredes eram decoradas com prateleiras cheias de CDs. Deviam ter uns 200 CDs lá. Enid se sentou ao lado de Evan num sofá de dois lugares de veludo preto que ficava de frente para uma tevê LED de 40 polegadas.
- Seu quarto é lindo... - Enid comentou olhando em volta.
Evan sorriu, mas ele não parecia feliz. Os olhos não tinham o brilho de sempre. Evan estava triste.
- O que houve, meu amor? - Enid perguntou.
Evan fez uma expressão de dor quando Enid tocou o rosto dele. Mas não era dor física.
- Preciso que você me escute e só fale quando eu dizer para você falar. Entendeu? - ele perguntou, os olhos fixos nos de Enid.
Ela assentiu, ficando rígida.
- Você estava errada ao tentar esconder o perigo que você sofreu no shopping. Isso podia ter custado a sua vida.
Enid assentiu. Evan piscou e continuou:
- E estava errada em achar que eu cogitaria continuar com você se você estivesse em perigo. Seria egoísmo por sua vida em risco para tê-la ao meu lado.
Evan estava bravo. O tom de voz rouco e alto. Enid não gostou da expressão dele.
- Não que eu não goste de você, mas eu gosto tanto que preciso tê-la longe. Para sua proteção.
Enid reprimiu as lágrimas ao entender o que ele dizia. Evan se afastou dela, apertando os olhos com força como se também estivesse afastando as lágrimas.
- Fale - ele ordenou ainda com os dedos nas pálpebras.
Enid buscou a voz e quando conseguiu falar a voz estava baixa e embargada.
- Não acredito no que você está dizendo. Não acredito que vai me deixar.
Evan a observou. Uma lágrima escapou dos olhos de Enid, e ela não quis secar. Era bom Evan ver o quanto ela precisava dele.
- Eu não queria te deixar. Mas eles mandaram. - Evan suspirou. - Eles me deixaram vivo por um preço. E essa era uma das condições. Deixar a humana.
- A humana não quer deixá-lo!
- A humana perdida deixá-lo ou vai morrer assim como o nefilin!
- A humana não de importa em morrer pelo nefilin!
- Pare de falar na terceira pessoa!
Eles já estavam aos berros. Evan havia se levantado e andava pelo quarto, nervoso.
- Você tem certeza de que vai me deixar por causa deles, Evan? - Enid perguntou. As lágrimas rolavam pelo seu rosto.
- Não posso fazer nada, Enid! Ou é isso ou eles matam você! Eu não iria me perdoar se eles te matassem!
Enid não conseguia se conformar.
- Você é um covarde! - Ela cuspiu entre os dentes.
- Não. Eu sou um homem apaixonado! - Evan a fitou por um breve segundo e depois a fungou, como se quisesse chorar. - Agora saia daqui. Diga à Rosie que nós terminamos, que você me odeia. Inventa alguma história, diga que nós brigamos.
- É claro, porque nós estamos brigando! - Enid berrou e se aproximou da porta. - Quando você criar coragem venha falar comigo.
- Enid, não se preocupe. Eu não vou te procurar.
Enid não quis mais ouvir. Saiu porta afora esbarrando em Vine e correu para longe daquela casa aos prantos.
Ela não conseguia acreditar no que Evan dissera. Agora ela entendia...
Ele não a amava o suficiente.

Vine entrou no quarto de Evan e o encontrou jogado na cama com os olhos vermelhos e inchados. Ele reprimia o choro.
- Pelo visto não foi legal - ele comentou com Evan.
- Foi horrível. Eu fiz ela me odiar... Mas era o único jeito de afastá-la. Só não sei se conseguirei tê-la de volta.
- Ela te ama. Vai te perdoar.
Evan se levantou da cama e foi até o telefone. Era hora de por o plano em pratica.
- Ainda não sei o que você fez para conseguir sair vivo. - Vine disse, olhando pela janela.
Evan discou o número no celular e respondeu antes de começar a chamar.
- Eu prometi a eles o que eles querem mais que a mim.
Vine sorriu, o observando.
- O que é?
Evan sorriu, meio satisfeito, e finalmente respondeu.
- Meu pai.


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Notas finais do capítulo

Comentários, por favor! Lamentamos o término do nosso casal favorito! E agora, o que vai acontecer??? Beijos



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