Ainda A Única escrita por woozifer


Capítulo 7
Vôlei


Notas iniciais do capítulo

Cá está (acho eu) Chamélia, Pandora.

Desculpe se houver erros.



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- Amélia, levanta.

- Posso faltar ao colégio hoje? –choraminguei.

- Você já não vai para o colégio amanhã Amélia, anda, levanta – disse ela irritada.

Bufei e me levantei, minha mãe saiu do quarto e eu fui para meu guarda-roupa, peguei uma calça jeans, uma blusa qualquer, um casaco, e separei meu tênis, depois do banho me vesti, calcei o tênis, penteei os cabelos e passei a maquiagem de sempre, então peguei a mochila, minha grade de horários e desci.

- Bom dia Mel – disse meu pai.

- Pai – falei irritada enquanto me sentava no meu lugar, ele riu.

- Desculpe, força do hábito.

- Sei – falei pegando as torradas.

Depois de um tempo comendo lembrei-me de perguntar aos meus pais:

- A Melody pode vir aqui amanhã?

- Melody? Você já tem amigos aqui? Ai que legal! – disse minha mãe toda emocionada, revirei os olhos.

- Ela é minha professora de francês, mãe – esclareci, mas minha mãe continuava emocionada, com sorriso de orelha a orelha.

- É claro que ela pode vir, querida – disse meu pai, assenti e voltei a comer em silêncio.

Estávamos na sexta-feira já, então amanhã era sábado, ou seja, eu poderia acordar tarde, eh!

- Ela mora no outro bairro, perto daqui, então eu vou ter que ir buscar ela lá na cafeteria porque ela não sabe onde é aqui, posso ir? – falei terminando de comer e me levantei.

- Claro que pode – disse minha mãe- mas essa Melody é legal?

- Hm, é, eu acho, não a conheço direito, ela só me dá aula, mãe – revirei os olhos ao colocar meu prato e meu copo na pia.

- Sei, mas você tem mais amigos?

- Eu... Converso com algumas pessoas do colégio.

- Algum gatinho?

- Não, Lilian, ela não conversa com meninos, não é Amélia? – disse meu pai irritado, segurei o riso.

- É, tem uns bonitinhos – respondi minha mãe, ela bateu palmas como uma criancinha.

- Precisamos urgentemente conversar sobre garotos, minha querida! – disse ela e eu ri.

- Chega, vamos pra escola – resmungou meu pai, eu e minha mãe rimos, peguei minha mochila e nós saímos de casa, depois de dez minutos de viajem ele disse – Você estava brincando quando falou aquilo pra sua mãe, não estava? Por favor, me diga que estava.

Mordi o lábio pensando em Miguel e assenti para meu pai enquanto segurava o riso, ele suspirou aliviado.

- Ótimo.

Assim que meu pai me deixou em frente a escola apinhada de adolescentes belos que riam e conversavam em grupinhos, eu me arrastei em direção a porta de entrada, assim que entrei dei de cara com Chace e quase caí.

- Quase hein – disse ele sorrindo para mim e me firmou.

- De novo né – murmurei e ele riu baixo.

- É... Viu o Logan?

- Acabei de chegar – confessei coçando a nuca.

- Ah... Quer me ajudar a procurá-lo?

- Porque não?

Ele sorriu e me indicou a porta pela qual eu havia acabado de entrar.

Olhei em volta a procura dos cabelos pretos e dos olhos verdes de Logan, ou talvez de sua brancura apenas, mas não o vi em lugar algum.

- Não o vejo – falei.

- Nem eu... – ele pegou meu braço e eu o olhei, Chace olhava meu relógio – ainda tem dez minutos, talvez ele esteja atrás do colégio.

- Vamos lá então.

- Ok.

Chace me indicou a direita e eu segui para lá com ele ao meu lado.

Tínhamos acabado de chegar ao fim da parte da frente do colégio e virado a quina da parede que levava a lateral do colégio quando ouvi um barulho parecido com o de pássaros e o vi pegar seu celular no bolso e olhar a tela, ele a observou por um tempo, em silêncio e então suspirou cansado.

- É o Logan? – perguntei curiosa e tentei ver a tela, mas ele a escondeu de mim.

- Não, é a minha mãe – disse ele fazendo careta. – ela acabou de me dizer que marcou um jantar hoje a noite e que eu devo comparecer com roupa de gala.

“Roupa de gala só para um jantar? Uau”.

- Vou orar por você – falei brincando e ele riu e balançou a cabeça.

- Odeio esses jantares que ela organiza, é tipo “Chace, vista um terno, coloque aquela coleira azul, e esprema seus dedos num sapato desconfortável só para comer e depois ir pra cama, e ande logo!” – ele dizia isso numa voz muito esquisita, e eu ri.

- Coleira azul? – indaguei e ele deu de ombros.

- É o apelido carinhoso da minha gravata.

Não consegui mais me segurar e gargalhei, ele riu comigo.

- Hm... Sabe, esse jantar seria mais legal se... Você fosse comigo – disse ele hesitante.

Apertei os lábios e olhei a grama a meus pés.

- Ir com você?

- É... Sabe, você janta lá em casa, eu te apresento aos meus pais, depois te levo em casa... Quase como um encontro.

Passei a língua nos lábios enquanto sentia meu rosto corar um pouco e cutuquei minha orelha para que meu cabelo criasse uma cortina entre nós.

“Como vou dizer não à ele? Tipo, eu não sei dizer não. Ai meu Deus”

- Seus pais não ficariam irritados com isso? – falei e senti sua mão em meu braço, ele me parou e me virou para si, então me fez olhá-lo nos olhos azuis.

Ele envolveu minha cintura com um dos braços e me puxou para mais perto, eu já sentia minha respiração se desregularizar quando ele aproximou seus lábios dos meus e vi que Chace iria me beijar, então virei o rosto e ele me soltou confuso.

“A gente conversa com uma pessoa todos os dias de uma semana, e ela acha que já pode chegar beijando, não é assim não, tio”.

- Desculpe – resmungou ele, meneei a cabeça e crispei os lábios enquanto encarava o chão- pensei que estivesse interessada em mim, desculpa... Esqueça isso de jantar está bem?

Dei de ombros, ainda calada e ouvi Chace suspirar.

- Você está brava comigo?

- Não exatamente – falei baixinho, mas ele pareceu ouvir – só não esperava por isso.

- Me desculpe Amélia, de verdade, é que... Geralmente as meninas que se aproximam de mim querem me beijar e...

- E você pensou que eu fosse uma dessas – concluí e o olhei, agora era ele que encarava o chão – você está enganado.

Dito isso continuei a andar rapidamente, e cobri fácil os dois últimos metros que faltavam para eu chegar atrás do colégio, onde eu podia ver o campo de futebol.

-Amélia! – ouvi Chace gritar a minhas costas, mas continuei andando rapidamente, e ele tornava a gritar meu nome enquanto eu estava no colégio pela cantina, o sinal soou e eu fui para minha sala de Álgebra.

Me sentei em uma das mesas vagas e baixei a cabeça sobre o tampo da mesa, então cobri meu rosto com os braços.

“E eu estava errada, os californianos realmente só se importam consigo mesmos aquilo de ter me dado uma carona? Puro interesse em querer ficar comigo. Legal saber que pensa que sou uma vadia, Chace Burns”

- Amélia? – ouvi uma voz suave e me encolhi ainda com o rosto coberto.

- Me deixa – resmunguei.

- O que aconteceu? – perguntou preocupado, ergui a cabeça para encarar Miguel, ele me olhava hesitante.

- Nada – falei e arrumei meu cabelo.

- O que foi? – insistiu.

- Cólica – menti e dei um sorriso forçado.

Quer se livrar de um homem? Diga a ele que está com alguma dor daquelas que eles não tem a mínima do quanto dói, só sabem que dói o bastante para deixar uma mulher irritada, como cólica, sempre funciona.

- Ah... Bem, te vejo depois – falou e foi se sentar a algumas mesas atrás da minha.

A professora entrou e eu abri minha mochila, tirei meus cadernos de lá, porém não consegui me concentrar na aula, tanto é que nem prestei atenção quando o sinal soou, e Miguel teve que ir me cutucar para que eu acordasse para a vida e fosse para minha próxima aula.

A próxima era Educação Física, portanto eu veria Logan e Sunny, o que não era de todo um mau.

Logan era o tipo de cara que me fazia rir, isso nesses poucos dias que o conhecia, ele fazia graça de tudo, e era do tipo cara de pau, que fala o que pensa, ele andou dizendo para umas pessoas que eu era sua nova namorada, mas depois de eu insistir muito, e de uma ameaça de Chace, ele desmentiu tudo, mas não me importei muito, eu sabia que ele não fazia por mal, só queria ser simpático.

Entrei no vestiário feminino e encontrei Sunny lá, eu não tinha visto-a até então, e comecei a achar que estava precisando contar aquela história do Chace e tudo o mais, para alguém, e ela era a pessoa com quem mais eu conversava, e aquilo poderia fortalecer nossa amizade, ou não.

Depois de cumprimentá-la e a mais algumas garotas que eu conhecia e que conversavam comigo, fui me trocar, depois de por novamente meu “uniforme de exercício físico” prendi meus cabelos, calcei meu tênis e fui na companhia calada de uma das garotas que jogou vôlei comigo no outro dia.

Assim que entrei na quadra de vôlei, avistei Logan, e ao seu lado estava... Chace.

- Hey, Lily – falei chamando a menina que andava ao meu lado- pensei que a tumra de educação física fosse sempre a mesma.

- Ah... Não, na sexta o time inteiro de futebol se junta à nossa educação física – disse a menina sorrindo para mim, assenti e voltei a olhar Chace, ele estava me olhando, olhei para o chão e tomei meu lugar na quadra de vôlei como levantadora novamente.

- O time vencedor da nossa ultima aula começa! – disse a treinadora e jogou a bola para a menina que iria sacar.

Descontei toda minha raiva e frustração no jogo, levantei bolas ótimas para as outras cortarem, fiz o rodízio duas vezes para poder cortar, e as duas vezes, ninguém bloqueou ou conseguiu pegar as bolas, e ainda saquei descontando de uma vez, tudo o que restara da minha frustração na bola.

Quando a treinadora mandou – sim, ela ordenou – que fossemos todas beber água, me arrastei atrás das outras, calada.

- Você está quase insuportável nesse jogo, hoje – comentou uma voz ao meu lado, olhei para Logan e sorri ao ver seu sorrisinho impertinente.


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Notas finais do capítulo

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