Ainda A Única escrita por woozifer


Capítulo 6
O desenho


Notas iniciais do capítulo

Capitulo dedicado a: Pandora, bem-vinda de volta à minhas filhas Cupcakes (:

Desculpe se houver erros.



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Era a hora do almoço, Sunny estava tagarelando sobre a hierarquia do colégio enquanto eu estava mais preocupada em comer.

Novamente, depois do almoço, fomos caminhar enquanto ela continuava falando.

- Hey, sabia que eles construíram um parque de diversões lá perto da minha casa? – disse a loira.

- Jura? Que legal – falei tentando soar empolgada.

- É, quer dizer, é mais ou menos, meu irmão quer ir lá todos os dias agora.

- E você não quer levá-lo? – deduzi e ela deu de ombros.

- Não é exatamente a coisa mais legal do mundo ficar esperando cinco minutos uma criança ficar gritando num carrossel achando que aquilo é a Disneylândia.

Eu ri e tirei o cabelo do rosto.

- Você tem irmãos? – perguntou ela.

- Não, filha única – falei fazendo careta.

- Hm, sem ninguém pra te tomar tudo, isso deve ser bom.

- Eu encaro isso como “um crescimento solitário sem ninguém nem pra brigar”.

- Filosofia de vida – disse ela brincalhona, eu ri e ela me acompanhou.

- Com certeza é, baseio minha vida completamente nisso, tudo o que me acontece é culpa do meu irmão, ou melhor, do irmão que eu não tenho.

- Você seria uma péssima irmã mais velha.

- Eu sei.

Então o sinal tocou e lá fui eu para meu armário, peguei minha mochila, e fui para a sala da aula de fotografia.

Entrei e me sentei em uma das cadeiras vazias, entre uma menina de cabelo castanho e um menino de cabelos cor de areia.

O professor entrou, o professor era um menino da minha idade, cheio de espinhas na cara, olhos verdes e cabelo castanho loiro.

Ele estava usando suéter e estava um calor infernal.

Em resumo ele tinha cara de nerd.

- Boa tarde pessoal – falou ele, sua voz era sedosa e não parecia pertencer àquele ser.

- Boa tarde – respondemos todos em grupo.

- Hoje vamos fotografar a vegetação, lá no campo de futebol, apesar de não ter muitas espécies diferentes de arvores e flores por lá, enfim, vamos lá.

Peguei a câmera e pendurei no pescoço, o professor –cujo nome era Arthur- sorriu para mim e todos o seguimos para o campo de futebol.

A turma de fotografia tinha mais ou menos uns trinta alunos, todos bem equipado com suas máquinas no mínimo semi-profissionais.

- Oi, sou Ariana – disse a menina de cabelos castanhos, a que eu me sentei ao lado dela e tal.

- Oi, sou Amélia – falei olhando pro chão só pro ter que falar com alguém que eu não conhecia.

- Você é amiga da Sunny, não é?- disse ela, e eu a olhei enquanto passávamos pelas portas duplas do refeitório, que levava ao campo de futebol.

- Sou.

“Eu acho que sou, digo, eu nem a conheço!”.

- Ah, que legal, ela é minha vizinha!

Sorri para Ariana e ambas escolhemos uma arvore do distante do campo de futebol para fotografar, fomos até lá e a fotografamos de vários ângulos diferentes enquanto ela puxava assunto comigo e eu respondia Ariana parecia ser o tipo de garota tímida num primeiro momento, mas se ela começava a falar era difícil de parar, e ela tinha um jeito meigo.

Quando o sinal soou guardei a câmera e fui para a aula de francês.

Compreendi umas poucas coisas que os outros falavam em francês, e um menino chamado Miguel me ajudou com alguns exercícios que a professora passou no quadro da sala, no fim da aula ela confirmou comigo se iria na minha casa ao sábado me ajudar com francês e eu lhe disse que era mesmo pra ela ir lá em casa.

- Hey, você é da minha turma de desenho – disse Miguel quando saíamos da sala de francês, lado a lado.

- É? – falei tentando não soar esnobe, do tipo “vocês não merecem que eu note sua presença”.

- Sim, eu ai falar com você ontem, mas você parecia muito concentrada, não quis atrapalhar –disse ele e eu sorri e baixei o rosto pensando que talvez eu estivesse encarado demais Chace ontem.

- Ah – foi tudo o que eu disse e pude ver pela visão periférica que ele estava sorrindo para mim, mas continuei com o rosto baixo.

Então entramos na sala da aula de desenho, Samuel me indicou um lugar eu me sentei lá, Miguel sentou-se atrás de mim.

- E aí turma! – disse Samuel todo empolgado – Hoje vamos fazer um desenho contrário do de ontem! Hoje vocês tem que estabelecer um ponto de luz e fazer um desenho de luz e sombra ok? Go! Go! Go!

O pessoal riu e então comecei a ouvir o som de lápis passando em folha, peguei meu material antigo e comecei a pensar no quê desenhar, ele não tinha dito o que deveríamos desenhar, portanto pensei que fosse um desenho livre, depois de pensar por um tempo acabei desenhando o Mickey Mouse e quando fui pintá-lo ele parecia mais um Mickey Mouse maligno, mas por fim acho que ficou bom.

Depois que terminei meu desenho me virei para trás, completamente curiosa para ver o que Miguel e os outros estavam desenhando, a menina que e sentava ao meu lado tinha desenhado um palhaço diabólico, a menina atrás dela tinha desenhado uma vela, e Miguel tinha desenhando uma menina de costas, com os cabelos cacheados caindo-lhe pelas costas, quando ele ia começar a pintar os cabelos dela de vermelho escuro ele olhou para mim e sorriu de canto, então pegou uma mecha do meu cabelo em silêncio e comparou ao lápis, e eu fiquei estática, sem me mexer ou falar nada pelo próximo um minuto enquanto ele começava a pintar o desenho.

- Amélia, terminou? – perguntou Samuel e veio saltitando do outro lado da sala até onde eu estava, eu ri baixinho e Samuel sorriu, então pegou meu desenho e o avaliou – Ficou bom, parece a versão sombria do Mickey Mouse, aquele que tem a voz grossa e robótica, e provavelmente ele nem pergunte às crianças onde estão as coisas que ele precisa para completar suas aventuras.

Eu ria e os outros da sala me acompanhavam.

- A versão mais vida louca do Mickey Mouse – concluiu Miguel, Samuel concordou com ele e então os outros voltaram a fazer o que faziam.

Samuel se afastou e depois me chamou.

- Amélia, já que terminou, poderia me ajudar a organizar o armário? – perguntou ele, dei de ombros e fui até o armário que ele se referia, enquanto começávamos o trabalho EME perguntou baixo – Você ficou com o Chace ontem?

- Oi? – falei meio histérica e ele riu.

- Hey, calma aí, só estou curioso.

- Não fiquei com ninguém! – me defendi ainda histérica e ele ergueu as mãos em rendição.

- Tudo bem então, é que sei la, você desenhou ele ontem e tal...

- Eu não sabia que era ele, eu cheguei na escola ontem.

- Eu sei, mas bom, Chace é esse tipo de cara sabe?

“Não”.

- Sei – falei desconfiada.

“Só que me falta agora, todo mundo começar a falar mal de mim e eu mal cheguei à Sacramento mereço isso?”

Fizemos o resto do trabalho em silêncio, então voltei ao meu lugar, e só faltavam três minutos para eu ser finalmente liberada do colégio.

Comecei a arrumar minha mochila, então uma folha foi deslizada pela minha mesa, ergui os olhos para Miguel que estava parado a minha frente.

- Pra você – disse ele sorrindo de canto, com as bochechas ficando vermelhas.

Peguei o desenho e vi que a menina que ele tinha desenhado era eu, o desenho tinha ficado perfeito.

- Sou eu? – perguntei o olhando, ele deu de ombros em concordância, sorri um pouco – Não parece comigo, ela é bonita.

- Você é bonita.

- Não concordo, mas obrigada - sorri e guardei a folha cuidadosamente entre meu material de desenho.

O sinal soou, me levantei e ajeitei mina blusa.

- Obrigada pelo desenho e pela ajuda na aula de francês, tchau Miguel – falei.

- Tchau Amélia.

Saí da sala de aula quase correndo, eu estava ansiosa por ficar sozinha, quieta.

Para mim, oito horas num colégio, com centenas de adolescentes, era tempo demais.

O tempo estava bom, então não tive que pegar meu guarda-chuva, e quando saí do colégio, depois de uns cinco minutos de caminhada meu pai apareceu.

Enfiei-me dentro do Línea e suspirei contente por minha única companhia ser meu pai.


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Notas finais do capítulo

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