Anna escrita por Rukia Kuchiki


Capítulo 7
Lágrimas


Notas iniciais do capítulo

Hei, boa noite. ^^
Leiam as notas finais, por favor. Obrigada.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/357426/chapter/7

A noite estava bonita, era começo de inverno, Anna adorava inverno, adorava passar horas observando o céu escuro, imaginando como seria se pudesse voar naquela imensidão, um sonho seu sempre foi voar, desde pequena, sua mãe dizia que pra voar bastava fechar os olhos e sentir as asas, mas Anna nunca conseguiu, sentia-se fracassada.

— Anna? – Milly entrou no quarto sem fazer barulho, queria se certificar de que a irmã estava dormindo.

— O que foi? – virou-se para encarar a menina loira de cabelos compridos e sorriu ao vê-la em uma camisola transparente, estava tão sexy.

Ultimamente Anna vinha tendo alguns desejos estranhos, imaginava Milly em momentos íntimos e chegou até a observá-la tomar banho escondido.

— Não está dormindo ainda? Amanhã tem aula – ela fechou a porta do quarto e adentrou mais, indo na direção de Anna.

A morena sentiu algo entre as pernas e mordeu os lábios, aquela cena de Milly andando devagar até si estava deixando-a louca. Odiava esses hormônios da adolescência.

— Preciso de um conselho – disse a loira, sentando-se na cama.

Anna se afastou da janela e sentou ao lado de Milly, mantendo o olhar nas pernas longas e lisas de sua irmã.

— Sabe o Matt? – Anna revirou os olhos, mas assentiu – já faz quase um mês que estamos saindo, ficamos algumas vezes, mas ele não parece querer algo sério – disse cabisbaixa, o que deixou Anna irritada, como esse Matt ousava deixar Milly chateada?

— Não quero que tenham nada sério também, Milly – sussurrou – nenhum homem será bom o bastante para você, querida – acariciou os cabelos da loira – não gosto dele, nem o papai, achamos ele um idiota que só quer se aproveitar da sua beleza.

— Mas eu nem sou bonita, Anninha, se ao menos tivesse seus olhos…

— Você os tem – encarou-a séria, fazendo Milly sentir um arrepio no corpo todo – e é linda, sabe disso, encanta qualquer um.

Milly sorriu bobamente e se jogou para trás, deitando na cama, Anna riu e fez o mesmo.

— Não consigo viver sem você, como seria se nossos pais não tivessem te adotado?

— Você é boa com as pessoas, está sempre rodeada de amigos – deu de ombros – eu não faria tanta falta.

— Boba, claro que faria… Anna, olha só – ela parecia com medo de falar – quero te perguntar algo, mas você não pode mentir, tudo bem?

— Ta, mas não faz pergunta idiota.

— Não é – sorriu – você vê mais algum espírito além da sua mãe?

Anna parou para pensar, nunca tinha reparado nisso, se via não sabia, pois reconhecia sua mãe como um espírito apenas por saber que esta estava morta. No entendo, tem a sua tia, idêntica a sua mãe, que também estava morta, sendo assim… Via ou não? E de todas as vezes que sua mãe apareceu, será que não foi sua tia?

— Não sei – respondeu sinceramente, sua mente estava confusa agora – juro que não sei.

— Tudo bem, acho que posso conviver com isso – sorriu – vou dormir, faça o mesmo, amanhã tem aula cedo, Anninha – levantou e beijou a testa da menor, então saiu do quarto.

Anna voltou a observar o luar, depois de algum tempo caiu em sono profundo debruçada na janela, ali, calma, recebendo a leve brisa, a lua abraçando seus sonhos.


Anna odiava acordar cedo para ir à escola, odiava a escola em si, odiava as pessoas, as classes rabiscadas, as redes sociais dos alunos escritas no quadro negro, o professor de história gordo, barbudo e tarado, o caminho que tinha que fazer andando todos os dias, odiava tudo isso, mas nada se comparava à raiva que sentia toda vez que via Matt abraçar a sua Milly, quando ela sorria pra ele, seus olhos brilhavam, as mãos se juntavam instantaneamente e ela molhava os lábios de minuto em minuto para ter certeza que não estariam secos quando o menino resolvesse beijá-la. Além de raiva, Anna sentia inveja da vida do garoto, queria ter tudo o que ele tinha, as meninas, o carro importado, os vários amigos que o seguiam por onde fosse, as roupas, ela queria tudo, mas principalmente Milly, que ela teve desde os oito anos, mas nunca teve como realmente queria.

— Bom dia princesa – Milly passou sorridente, dando pulinhos e beijou a bochecha fofa de Anna, fazendo a morena sorrir enquanto tomava seu café da manhã – conseguiu dormir?

— Um pouco, estou meio dolorida – disse, mas continuava sorrindo, estava de bom humor apesar de não querer ir pra escola – Milly, é recém o segundo mês de aula e eu não aguento mais – resmungou, formando um bico nos lábios e fazendo Milly apertar suas bochechas.

— Fofinha – sua voz afinou e ela sorriu – vai estudar sim, pra poder tirar boas notas e orgulhar nossos pais, e a mim também.

Anna revirou os olhos e foi até o armário pegar seu remédio.

— Anna, vamos logo, eu quero chegar logo na escola.

— Pra quê? Pra ficar com aquele chato?

— Para, eu gosto dele…

Anna tomou o remédio, pegou a mochila e foi em direção à porta, Milly a seguiu e elas começaram a caminhada até a escola, era cerca de 20 minutos, não era longe, mas enjoava quando se fazia o mesmo caminho todos os dias.

— Acha que eu estou bonita? – Milly perguntou parando na entrada da escola e dando uma viradinha.

— Ta – murmurou – seus amigos estão lhe chamando, eu vou pra minha sala.

Depois de dizer isso, Anna andou sem olhar para os lados, sabia que tinha alguns olhares sobre si e odiava isso, em um mês de aula já havia conseguido fazer vários inimigos, as pessoas simplesmente tinham medo de chegar perto dela e por isso criavam histórias sobre a vida da menina, algumas até eram verdade, mas Anna não se importava, só queria terminar logo o colegial.

Ao entrar na sala, dirigiu-se até a última classe, onde avia se acostumado a sentar e ficou observando as pessoas pela janela, de longe via sua irmã agarrada ao menino mais irritante do mundo, Matt segurava a cintura da loira e olhava para os lados, certificando-se de que todos olhavam e apreciavam seu troféu. Anna trincou os dentes, queria estrangular o rapaz com as próprias tripas, se fosse possível.

Durante a aula, tudo o que ela conseguia era pensar em um modo de afastar sua irmã daquele menino popular e idiota, pensava em mil maneiras de fazer com que ela percebesse o quão imbecil ele era, mas nada que a convencesse de que daria certo, também não queria brigar com Milly, só queria seu bem.

— Senhorita Anna é desta turma? – uma voz que Anna nunca havia ouvido na vida chamou-lhe a atenção.

Uma senhora de idade, usando um óculos meia-lua e um vestido parecido com capa de botijão de gás estava parada na porta da sala, olhando para o professor.

— Sim, senhora – o professor virou o rosto para Anna e acenou com a cabeça – Anna.

Anna levantou-se e foi até a porta, a senhora segurou sua mão e puxou-a para fora da sala.

— Não nos conhecemos ainda, eu sou a diretora do colégio.

— Ta, pra que me chamou?

— Você é irmã da Milly, não? – Anna assentiu – ela está sentada na secretaria, não está muito bem, poderia me acompanhar?

Anna assentiu nervosa e acompanhou a senhora até a secretaria, nunca havia entrado lá e pretendia nem entrar, mas Milly precisava de si.

— O que aconteceu? – perguntou ao ver a loira com o rosto inchado e lágrimas nos olhos escuros.

Milly levantou a cabeça para encarar Anna e abraçou-a pela cintura, apertando seus corpos.

— Você sempre soube – sussurrou entre soluços – ele… N-não é o certo pra mim, Anna.

— O que ele fez? – a raiva tomava conta de Anna – me diga o que esse idiota fez, Milly.

— E-ele disse que… Eu perguntei se não teríamos nada sério… Ele disse que nunca namorou e não seria comigo a primeira vez… D-depois ele ficou com uma menina na minha frente – desabou em um choro profundo, deixando Anna ainda mais enraivecida.

Anna abraçou a loira, sentindo seu perfume encher o ar a sua volta, a diretora apenas observava a cena com um pequeno sorriso de compreensão, a senhora já havia sofrido muito por amor e entendia o que a jovem estava sentindo.

— Passe a me escutar – Anna disse – menino nenhum serve pra você.

— E-eu sei disso… Você já me falou isso…

— Então escute, deixe de ser idiota.

Milly se apertou mais nos braços de Anna e as duas ficaram ali por quase uma hora, depois de se acalmar, voltaram para suas salas e assistiram o resto da aula.

Anna não deixaria o menino humilhar Milly.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaria que me informassem se estão gostando assim, ou querem que mude algo, não sei. >
Obrigada a quem está acompanhando, tenham uma ótima noite.
Bye Bye.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Anna" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.