Anna escrita por Rukia Kuchiki


Capítulo 4
Sem remédios


Notas iniciais do capítulo

:>



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/357426/chapter/4

Anna estava encarando o espaço embaixo da escada sem pensar em algo realmente, já estava pronta para o primeiro dia de aula, só esperava Milly se arrumar.

— Hei, o que está fazendo? – Milly agarrou as duas mãos de Anna com força, fazendo-a acordar e sentir uma ardência no braço esquerdo – você se furou, Anna, tá doida?

Anna abaixou o olhar devagar até seu braço e viu ali um hematoma fundo, sangrava e havia um pedaço de pele do lado.

— O-o que? N-não fiz nada.

— Anna, tomou seu remédio? – perguntou preocupada.

— Eu não sou doente, porra – correu até a porta e abriu-a, saiu e chuto-a com força.

Milly pegou a mochila de Anna e saiu correndo atrás da irmã.

— Anna, para de correr – disse ofegante.

Anna parou e virou-se, encarando Milly, que respirava com dificuldade.

— Não mandei me seguir – pronunciou com raiva.

— Você vai parar agora com isso, Anna. Pega essa mochila e anda como gente, temos aula agora.

— Você não me diz o que fazer.

— Digo sim, sou sua irmã mais velha.

Anna apertou os dentes, segurando a vontade que estava de soquear Milly.

— Não… Não é minha irmã… É uma droga de filha de dois porras de pais gays.

Anna sentiu um vento diferente e olhou para o lado, sua mãe estava ali, com a camiseta vermelha de sempre, sorriu para ela, acalmando-a. Anna respirou fundo e encarou Milly, que tinha lágrimas nos olhos.

— Milly – sussurrou se aproximando – me desculpe… Milly… Olhe pra mim – segurou o rosto da maior e deu-lhe um sorriso terno – não vou mais fazer.

— A-anna… Você não tomou o seu remédio? – Anna negou com a cabeça – prometa que vai tomar todos os dias, você fica nervosa sem ele e me assusta…

— Desculpa – abaixou a cabeça e voltou a andar.

Chegaram ao colégio em silêncio, cada uma foi para a sua sala e Anna sentiu-se sozinha ali. Não conhecia ninguém naquele lugar, então sentou-se na última classe e por lá ficou a observar as pessoas que entravam na sala.

— Mãe, acha que eu sou louca? – perguntou sussurrando para o espírito que estava ao seu lado.

Sua mãe negou.

— Não sei o que me deu pra brigar com a Milly…

O sinal tocou e a sala lotou em segundos, um professor barrigudo e barbudo entrou na sala e fechou a porta, dirigiu-se ao quadro negro e começou a escrever a matéria, depois de encher o quadro virou-se para os alunos.

— Bom dia, eu sou o professor de história, Marcus, gostaria que nas minhas aulas todos os alunos fossem exemplares e tivessem o caderno completo. Quem não apresentar isso no final do ano irá repetir tudo no ano que vem. Entendido?

Houve um coro de “sim” e Anna revirou os olhos, achou aquele professor um babaca. Encarou sua mãe, que gargalhava silenciosamente e sorriu consigo mesma.

Após a aula, Anna ficou na frente do portão esperando por Milly, que apareceu após dez minutos, cercada de amigos e sorrindo feito boba.

— Vamos, Milly? – chamou-a.

— Só um pouquinho – disse e voltou a falar com seus amigos.

Mais cinco minutos e Milly veio em direção a Anna, sorriu para a irmã e segurou a mão da menor.

— Como foi o primeiro dia de aula? Fez algum amigo?

— Não.

— Eu fiz, são muito legais e tem um menino lindo…

— M-menino? – Anna arregalou os olhos e parou de andar – como assim? Você quer namorar ele?

— Não, Anna, ainda nem o conheço, só estou comentando que ele é bonito e eu me interessei. Você não se interessou por nenhum garoto?

— Não – abaixou a cabeça e voltou a andar.

— Você tem psicólogo hoje, Anninha.

Anna assentiu e olhou para os lados a procura de sua mãe, mas ela não estava ali.

— O que ele falou sobre as últimas aparições dela? – perguntou curiosa.

— Nada, eu não contei. Só você sabe, se eu contar ele vai dizer pros nossos pais e eu não quero isso.

— Você tem que se deixar ajudar, Anninha.

— Então me ajude ficando de boca calada – disse grossa, pondo um fim naquele assunto.

Chegaram em casa e Milly foi fazer o almoço enquanto Anna conectava o vídeo game na televisão da sala.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tirem suas próprias conclusões sobre Anna.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Anna" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.