Anna escrita por Rukia Kuchiki


Capítulo 2
Uma família


Notas iniciais do capítulo

Ainda estou fazendo capítulos importantes, apenas para o entendimento da história, no próximo vai começar mesmo, eu acho. ><



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2006 – oito anos.

 Anna escrevia em seu caderno de estudar, tinha tantos deveres para fazer que sua mente ficou ocupada com isso durante uma tarde inteira, queria tanto deitar-se em sua cama e olhar para o teto como fazia sempre.

Ao contrário das outras crianças que moravam ali, Anna não tinha nenhum problema psicológico, só estava presa ali por que era uma assassina. Definitivamente ela era uma criança magoada com a vida, não brincava, não sorria, apenas passava os dias e as noites encarando o teto e sonhando com o final daquele pesadelo que era a sua vida.

Tinha uma amiga, Luiza, ela era gordinha e por isso era excluída pelas outras pessoas do local, Luiza era a única menina que não tinha medo de Anna, o resto nem chegava perto, preferiam fingir que ela não existia.

Anna jogou o lápis com força no chão e começou a chorar, seria tão mais fácil se sua mãe estivesse ali, se elas morassem juntas. Anna já não tinha muitas lembranças de sua mãe, mas as poucas que tinha eram boas, de gargalhadas e carinhos que recebia antes de dormir, o abraço caloroso, o sorriso que lhe acalmava quando se machucava.

— Anna? – a voz de Luiza soou do outro lado da porta.

— Entra – limpou as lágrimas, juntou o lápis do chão e ficou encarando a porta até Luiza entrar – oi.

— Vim ver como estava. E também avisar que hoje eles vão levar algumas crianças.

— Vão me levar? – perguntou esperançosa.

— Talvez, você sabe que eles escolhem por beleza – ela abaixou a cabeça – provavelmente você será escolhida… Eu nunca serei.

Anna se aproximou de sua amiga e envolveu-a em um abraço apertado, tentando transmitir o mesmo que sua mãe lhe transmitia.

— Você é linda, Lu. E eu amo você.

— Obrigada – Luiza sorriu e se afastou – também te amo, Anna. Vamos lá, temos que nos arrumar pra seleção.

Todo mês, as crianças eram arrumadas adequadamente e postas em filas, então um casal que visitava a clínica escolhia uma criança e adotava, normalmente eram idosos, já que as crianças eram grandes e casais jovens queriam bebês. Aquilo funcionava como um orfanato, a diferença é que eram crianças problemáticas.

Anna seguiu Luiza até a sala onde havia muitos vestidos e escolheu um branco com babados, colocou uma meia-calça vermelha por baixo e se olhou no grande espelho enquanto esperava Luiza se arrumar.

Todas as meninas estavam em uma fila e os meninos em outra, Anna era a primeira da fila, que era por ordem alfabética e estava muito nervosa, balançando as mãozinhas delicadas na frente do corpo e pressionando os lábios.

— Boa noite – disse uma enfermeira morena – estão todos arrumados adequadamente? – passou os olhos por todas as crianças e parou em Anna – se acalme, Anna, você vai se sair bem.

Anna assentiu, mas não se acalmou. O silencio tomou conta do lugar, então dois homens com sorrisos gentis entraram na sala.

— Olá, crianças – disse um que tinha uma barba curta.

— Boa noite – apenas Anna respondeu, estava se sentindo envergonhada, pois pensou que as outras crianças também responderiam, mas não responderam.

— Ora, qual seu nome? – disse o homem que usava uma boina vermelha – adorei a sua meia-calça, amo a cor vermelha – falou apontando para sua boina.

— Sou Anna, prazer – se abaixou um pouco, fazendo uma referência com o vestido e sorrindo para o casal.

— Ela é adorável, querido – disse o homem com a boina – Anna, você gostaria de morar com a gente?

—V-vocês me querem? – ela tinha lágrimas nos olhos e sorria ao mesmo tempo, era sua chance de ter de volta uma vida.

— Sim, querida – o homem com barba se abaixou para ficar na altura da pequena – eu sou David e esse é o meu marido John, nós temos uma filha já, ela tem 9 anos, quantos anos você tem?

— T-tenho oito, senhor.

— Não me chame de senhor, querida, queremos ser seus pais – John falou sorridente e segurou a mãozinha de Anna.

— Vocês querem adotá-la? Não acham melhor conhecerem o histórico antes? – disse a enfermeira morena, encarando Anna com repreensão.

— Não precisamos disso, senhora, ela tocou nossos corações – David falou de forma educada e formal.

Anna estava sentada na sala de espera de mãos dadas com John enquanto David estava dentro do escritório assinando os papéis.

— Então, Anna, você vai adorar conhecer a sua irmã.

— V-vou.

— Sim, querida – abraçou-a de lado, como um verdadeiro pai.

Anna não era abraçada por um adulto há muito tempo, sentiu-se acolhida pela primeira vez depois da morte de sua mãe e isso a deixava muito feliz, talvez ela fosse ser feliz agora.

Depois de um tempo dentro do carro de seus novos pais, eles finalmente pararam em uma casa de dois andares amarela, aparentemente enorme, Anna desceu do carro tremendo, estava nervosa, apreensiva, não sabia se podia confiar nesse homens, nem se gostaria de sua nova vida, apesar de odiar viver na reabilitação.

Quando entraram, Anna foi conduzida até uma sala, onde se sentou em um sofá grande e ficou ali em frente a uma lareira na companhia de David enquanto John ia buscar a suposta irmã no andar de cima.

Quando ouviu passos na escada, os olhinhos acinzentados e brilhantes de Anna se dirigiram ao local e brilharam mais ainda quando viu a silhueta da menina.

— Olá, Anna – a menina se aproximou e sentou-se ao lado de Anna, que apenas a encarava – eu sou Milly.

— O-oi…

Anna achou a menina linda demais, tinha cabelos loiros levemente ondulados, olhos bem escuros, nariz delicado e um sorriso encantador.

— Bem vinda, Anninha – depois daquelas palavras, Anna tinha certeza que havia achado um lugar onde seria feliz. Uma família.


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Notas finais do capítulo

Desculpa se não está bom. Vou melhorar.



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