Pdv sam

Tinha sido uma semana diferente, excitante, e exaustiva, os dias foram longos e as noites corridas, corridas, porém animadas. Carly Shay deu um grito histérico quando me viu saindo do quarto de Freddie Benson, gastei uns bons minutos explicando tudo a ela da forma mais resumida possível, e não demorou nem uma hora no café da manhã até que ela sugerisse encontros de casais e programas fofos, resumindo em cinco dias saímos com Carly e Brad em três. Fora isso, foi tudo tranquilo, Freddie e eu não fomos perturbados por Vivian, o que é estranho por que não senti nem mesmo o cheiro do seu perfume pelo corredor.

Eu estava feliz afinal, com Freddie sem Vivian, rodeada de bons sentimentos, estava me sentindo nos últimos capítulos de uma novela, onde os problemas quase não existem, o vilão ficou louco, é preso ou morreu, a mocinha esta com o mocinho e eles se amam mais do que nunca, e a única coisa que falta para o ultimo capitulo e felicidade completa é o casamento, a noticia de uma gravidez ou ambos, mas no meu só o que falta é ter a certeza de que a louca da vilã desapareça, não importa como, ainda não me sentia segura com ela por perto podendo soprar o meu castelo de cartas a qualquer momento. Vivian Darkbloom poderia fechar o dia ensolarado de qualquer um, e eu preferia que essa possibilidade estivesse à milhas de distancia da minha vida.

Amava ficar no apartamento de Freddie, com ele Carly e Brad, mas estava começando a achar que estava passando tempo de mais lá. Estava me distanciando da minha vida e isso me incomodava, fazia uma semana que não falava com a Ash, que não dormia em casa, e que não ia para a bendita academia que Benzs me obrigou a pagar mensalmente. Senti a pessoa que eu era a messes atrás bater na minha porta, eu estava deixando a minha vida pra trás, pior eu não estava sabendo conciliar as coisas. Tinha me desacostumado com essa vida cheia de amor, os últimos anos foram corridos, não namorei com ninguém, quer dizer, com ninguém que tivesse sido bom o suficiente para fazer com que eu esquecesse a vida, que literalmente me tirasse o chão. E agora eu havia encontrado, ou melhor, reencontrado, Freddie me tirava o chão, o ar, os batimentos cardíacos e me arrancava suspiros todas as noites e todas as manhãs.

Finalmente pensei em uma solução. Na manhã de sexta-feira acordei disposta a voltar para minha casa e organizar minha vida: eu vou para casa, vou cuidar das minhas coisas, vou ligar para Ash nós vamos sair, e no final do dia eu dormirei na minha cama com o meu namorado. E foi com esse pensamento que sai da cama de Freddie pela manhã ouvindo o protestar.

Estava a um passo da porta quando Brad me parou.

– Sam.

– Sim? Ah, bom dia pra você também, Brad.

– Desculpe bom dia. Tenho noticias da Vivian.

– Quais?

– Lembra das minhas suspeitas de que ela teria grampeado o seu celular e o do Freddie?

– Lembro o que tem isso?

– Pois é, não são mais suspeitas. É estranho, mas, eu andei pesquisando, verificando umas coisas e é como se a Vivian não existisse.

– Ela usa um nome falso? Isso é impossível Brad. Como ela conseguiu se matricular na universidade?

– Eu também não sei. Eu falei com uns amigos meus e eles não acharam nada sobre ela. Entretanto eu entrei no sistema da universidade pra ver se encontrava alguma coisa e aparentemente a Vivian é uma garota exemplar.

– Isso não é bom, ela grampeou meu telefone e tem uma ficha limpa, definitivamente nós não sabemos com quem estamos lidando.

– Não mesmo. Eu vou tentar outros meios e depois te digo.

– Ok.

– Então, voltando pra casa? – Brad perguntou-me da porta.

– Às vezes é preciso. – disse e entrei.

Joguei uma pilha de roupas na cadeira e subi. Minutos depois eu estava sentada no sofá me entupindo de bacon e assistindo ressurection, quando vi a maçaneta girar, dei um pulo do sofá e o bacon caiu, metade no meu colo, metade no chão.

– Nossa precisava disso? Ok, que você esteja me evitando por motivos desconhecidos, mas, eu não vou te matar, não ainda. – disse Ash, a me ver caída no chão.

– Porra Ashley, você me assustou!

– Susto é pouco para o que você merece sua, sua... Sua vadia egoísta, cretina, que esquece os amigos, pior que troca os amigos, alias pior ainda que começa a namorar e troca os amigos. – ela disparou em seguida, entrou no apartamento, mas deixou a porta aberta.

– Calma Ash. .

– Calma Ash? Calma Ash, Samantha? – Ashley estava gesticulando feito uma louca, e eu comecei a me perguntar se era encenação ou verdade.

– Ash, você disse que seria razoável, se controle! – Ian. O motivo para a porta aberta.

– Razoável? Controlar-me? Ah Ian, por favor, olhe para isso. Eu achei que ela havia nos esquecido por que estava passando o tempo preocupada com preservativos e o kama sutra, mas na verdade ela esta ai sentada no chão pegando o bacon caído para comer. Eu achei que ela havia nos trocado por sexo o que é um ótimo motivo, mas não, ela nos trocou por comida e preguiça!

– Oi Sam. – Ian me cumprimentou, e me deu um abraço apertado. Retribui seu abraço, mas não respondi, ainda estava em estado de choque.

– Eu não sei como você pode abraça-la. Essa vadia, cretina, descarada, vadia.

– Você disse vadia duas vezes. - falei finalmente.

– Eu sei disso. Ah, eu estou muito irritada! Qual o seu problema Samantha?

– Meu problema? Você chega aqui, me da um tremendo susto, acabada com metade do meu bacon, me faz perder o final da serie, me chama de vadia cretina, e de vadia três vezes e eu que tenho problemas?

– Sim é você que tem problemas. Nós estudamos juntas e os únicos momentos que eu te vi nessa semana você estava na sala de aula, eu tentei te ligar, você não atendeu, te mandar mensagem você não respondeu. Que sua mãe me perdoe, mas, essa semana você foi uma grande filha da puta. – Ash aumentou o volume.

– Não foi bem assim que as coisas aconteceram. – disse em minha defesa, mesmo sabendo que de certa forma, eu tinha sim, sido uma grande filha da puta.

– Não?

– Não, eu dormi na casa do Freddie esses últimos dias e eu fiquei sem celular.

– Ah, ok. E na universidade. Você ficou sem bateria?

– Ashley Victoria Benson, eu não sei por que você esta tão brava, quer dizer, eu sei, eu entendo e eu peço desculpas. Contudo, parece que você esqueceu-se do que você fez há um ano e meio atrás e que foi bem pior do que uma semana sem telefone.

– Eu realmente não me lembro de ter feito uma sacanagem dessas.

– Não você fez pior. Não foi Ian?

– Eu prefiro não me envolver nisso. – Ian estava no sofá de pernas cruzadas e levantou a mão se rendendo e livrando-se de tomar partido.

– Pois eu lembro muito bem. Você sumiu por um mês, eu já estava louca achando que você tinha morrido, sido sequestrada, mas não. Onde Ashley Victoria estava? Ela estava passando um tempo na casa de praia de seu amor recente. Enquanto você tava lá tendo suas férias loucas com um estrangeiro eu e sua avó estávamos loucas atrás de você.

– Huuum, eu tenho uma vaga lembrança desse episódio.

– Não sei como, você disse que passou a maior parte do tempo bêbada.

– Pois é, foi um mês intenso. Henrique Puerto... Ainda tenho um fraco por espanhóis.

– Portanto, eu não sou tão vadia assim.

– Claro que é, o fato deu ter sido vadia, muito vadia, nossa vadia mesmo com tudo que uma boa vadia tem direito, não faz de você menos vadia. Pelo menos eu passei meus dias fazendo algo melhor do que comer bacon.

– E quem disse a você que eu passei meus dias comendo bacon?

– Oh meu deus! Eu não acredito nisso! – gritou Ash.

– Digamos que as coisas foram intensas.

– Safada, vadia e safada. – Ash disparou e começamos a rir.

– Mas, serio desculpem, eu realmente vacilei.

– E quem não vacila baby.

– Pois é, olha o Ian, por exemplo.

– Eu? Eu não fiz nada.

– Claro que fez você é outro cretino, vadio, sacana, vadio.

– Sou?

– Claro, você passou semanas fora com a Lucy.

– Olha, eu não quero virar assunto, vamos fazer assim, eu vou comprar cookies e vocês ficam aqui e discutem o quão loucas e pervertidas vocês são.

– Pervertidas? – fiz uma cara de ofendida.

– Loucas? – Ash fez o mesmo.

– Somos boas meninas, somos santas! – exclamamos.

– Sei. – disse Ian e saiu à procura de cookies.

– Caramba Ash, que teatro foi aquele em? Eu quase, quase achei que você realmente tinha se chateado.

– Eu to ficando boa nisso.

– Demais.

– Ta vadia, vamos, me conta.

– Da pra parar de me chamar de vadia?

– Por quê?

– Por que sim, vadia.

– Ai, nossa, tudo bem, não precisa ofender.

– Eu e Freddie, Freddie e eu estamos namorando.

– Novidade, como se eu não soubesse que isso iria acontecer. Eu quero saber o que você fez nessa semana que te deixou tão ocupada a ponto de não responder a minha mensagem.

– O que tinha de tão importante nessa mensagem?

– Nada demais, só dizia: oi, sabe eu e o Tyler? Pois é, não existe mais. Agora não é mais Ty e Ash ou Ash e Ty é só, Tyler. Ashley. Viva a unanimidade, pra que duplicar as coisas né.

– Vocês terminaram? Achei que nem tinha começado.

– Por isso que terminamos.

– Por que vocês não tinham um começo?

– Tipo isso.

– Mas, se vocês não tinham um começo, como ter um fim?

– Foi assim. Ele disse que queria ter algo comigo e eu falei nós: já temos algo. E ai ele rebateu com: é, mas, quero que você conheça meus pais, por que vai ter um almoço na casa da minha tia e eu achei que seria legal se você fosse, mas não posso te apresentar como, minha-alguma-coisa.

– Ele te pediu oficialmente em namoro.

– Eu sei, e foi ai que a merda toda aconteceu. Eu disse a ele que não gostava dessa ideia, você sabe como eu sou Sam, isso me deixa uma pilha de nervos. Eu sugeri que nós terminássemos e ele veio com um nós nem começamos para terminar. E ai eu fui e aceitei o pedido de namoro, e ele ficou sem entender nada, mas ficou alegre e me beijou.

– Você não fez o que eu estou pensando, fez?

– Ah , sim, eu fiz. Ele veio com a historia da família de novo, eu disse que não, ele disse: mas você é minha namorada e eu disse: pois é, é dessa obrigação que eu não gosto, desculpe, mas agora que já somos esta não hora de não sermos mais. E ai eu protagonizei o namoro mais rápido da historia.

– Não. – comecei a rir, por que de certa forma era muito engraçado. – amiga, você tem problemas.

– É eu sei, o pior é que agora eu to com saudades dele e ele deve estar me odiando, sabe? Acho até que ele pegou uma foto minha colou na parede e agora esta atirando dardos no meu rosto.

– Eu faria isso em você e não na foto.

– Que cruel Sam.

– Você foi cruel, você... Eu não tenho nem palavra pra o que você fez.

– Nem eu.

– Caramba, Ash. O Tyler parecia perfeito pra você.

– Ele é. Eu amo ele.

– Então, por que terminou com ele?

– Por que, eu sou assim, eu acabo com as coisas boas antes delas começarem por que eu tenho medo que elas fiquem ruins ou que continuem boas, e só boas.

– Ash, não é bem assim que as coisas funcionam você deveria se dar uma chance.

– Ai, que inferno! Eu o amo. – Ash começou a chorar, e pela primeira vez depois de tantos anos eu a vi chorar por amor.

– Todo mundo sabe disso, menos ele.

– Sabe o pior de tudo? Depois de ter aceitado o pedido ele disse que me amava. Isso com certeza contribuiu pra minha reação.

– Ashley, eu quero de bater, sua vadizinha insensível.

– A gente não ia para com o vadia? E insensível? Eu estou chorando uma cachoeira em câmera lenta por causa de um hipster com um impala 67 e um sorriso sedutor.

– Amiga, você ainda pode mudar isso.

– Posso?

– Pode, pede desculpas.

– Não acho que seja suficiente.

– Eu também não, mas não custa tentar né?

– É, não custa nada mesmo. Só minha eterna decepção comigo mesma, caso eu receba um não bem redondo.

– Só um não, e uma decepção é apenas uma palavra carregada de sentimentos.

– Quer saber? Isso me deu uma ideia muito boa. Eu preciso ir Sam, depois eu volto, ainda quero saber sobre você e Freddie.

– Aonde é que você vai?

– Atrás de um impala 67. Beijo. – Ash jogou sua ultima palavra ao vento e saiu correndo pelo corredor.

Ian chegou logo depois com saquinhos de cookies e copos de café nas mãos.

– O que foi isso? – perguntou assim que entrou.

– Foi a Ash seguindo uma ideia.

– Ainda é sobre a cópia de Jonnhy Deep que ela namora?

– Sim.

– Se pedir desculpas resolve.

– Você acha que só desculpa vai resolver?

– Eu tenho certeza.

– Como você tem essa certeza toda?

– Ele é muito afim dela, e vamos combinar que um cara que diz que ama a Ash após pedi-la em namoro e ela ter dito não, não vai fazer charminho se ela simplesmente disser: desculpa, eu também te amo. – Ian fez uma voz melosa e infantil ao final da frase.

– Sabe Ian, às vezes eu questiono a sua masculinidade.

– Não deveria se não fosse pela Lucy, ou pelo Freddie, isso nunca passaria pela sua cabeça.

– Oh meu deus, o que? Você iria me jogar na parede e me chamar de lagartixa?

– Por ai.

– Huum, uma pena né.

– Ou não, eu posso fazer isso agora Samantha, não me provoque.

– Ah com certeza, não o provocarei.

– Muito bem, boa menina.

– Ian.

– Oi.

– Senti sua falta.

– Também senti a sua.