A Sogra escrita por FreddieMcCurdy


Capítulo 9
Visitinha agradável...




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Gravata alinhada, blazer preto. Muito formal.

Eu não conseguia achar um jeito de combinar minha roupa com a ocasião. Na verdade, Sam me deixou ainda sem base. Era para eu me produzir, ou ser eu mesmo? Se fosse para qualquer outra ocasião, colocaria apenas uma blusa do time de futebol e estaria ótimo. Mas não, estava conhecendo a mãe de uma garota com que iria numa festa. Estranho.

Mas deixei todos os pensamentos de lado e olhei no relógio antes de sair de casa. Já eram quase 15h20, ou seja, na hora. Peguei as chaves e caí na estrada.

No caminho, fui lembrando de tudo aquilo que Sam havia me falado na outra semana, quando a gente estava praticando para a peça, que por sinal, precisava ser praticada mais vezes.

Assim que fiz a curva e avistei ao longe a casa de Sam, o estômago revirou. Qual é, Benson! Você é homem!

E a dúvida bateu à porta: ser eu mesmo ou um exemplo de garoto? Nerd, educado e depressivo?

Não deu tempo. Eu já tinha estacionado e estava fora do carro. Foi quando decidi. Tirei a gravata, a enrolei e fingi que era uma bola de futebol americano: bati na mão e lancei-a até a outra quadra.

–Touchdown. – sussurrei, antes de tocar a campainha.

Eu respirei fundo, tentando ouvir o que acontecia lá dentro, mas não consegui ouvir. Depois de alguns minutos, uns passo se aproximavam, e a porta se abriu.

Sam estava lá na minha frente, com uma trança embutida nos cabelos, e umas mechas de franja meio soltas, que ela rapidamente colocou atrás da orelha.

–Ah, oi! Você chegou!

–Sim, disse que viria.

–Legal, então... entre!

Eu mordi o lábio automaticamente, passando pela salinha que já conhecia. Sam fechou a porta atrás de mim, puxando meu ombro para trás e andando na minha frente até onde ficva a sala de jantar. Ok, confesso: olhei e babei na bunda dela. Obrigado, vestido.

–A propósito, você está linda. – falei, baixinho. Ela virou para trás, virando o olho. Mas sei que ela gostou do elogio.

–Imbecil. – pude ouvi-la falando, e não segurei a risada.

Assim que chegamos na sala de jantar, vi que existia uma pessoa sentada na bancada, com as pernas cruzadas. Pisquei, para ter certeza de que não estava delirando. Ela olhava para o nada, e me encarou quando me viu.

Era exatamente idêntica a Sam.

Os cabelos loiros, presos em rabo-de-cavalo. A única coisa que mudava era que, com todo respeito, a outra era muito mais “desenvolvida”. Grandes seios, as pernas torneadas, e os olhos verdes totalmente hipnotizantes. Mas, ao contrário de mim, ela não babava. Nem ao menos sorria.

Ok, aquilo me arrepiou.

–Fredward Benson, eu presumo.

Abri a boca, mas não disse nada. Sam que falou por mim.

–Sim, mamãe. Ele é o garoto que te falei.

De repente, a mulher abriu um sorriso vistoso. Eu fiz o mesmo automaticamente. Se levantou, puxando o vestido branco na altura do joelho mais para baixo.

–Por favor, sente-se, Fredward.

–P-Pode me chamar de Freddie, Srta. Puckett. Se quiser, claro.

–Oh, quanta gentileza, Freddie. – sorriu novamente, apontando para a cadeira da ponta.

Eu, sem pensar, fiz o que ela disse. Me sentei, pedindo ajuda com os olhos para Sam, que apenas olhava com alegria. Não sei o porquê, mas Sam também sorria como sua mãe.

–Trarei um lanche que eu mesma fiz para esta adorável tarde, Freddie. Só um segundo, vou buscar.

Sam deu espaço para sua mãe passar, e esperou até que ela entrasse na cozinha para sentar ao meu lado e segurar em minha mão, falando baixo.

–Não se preocupe, ela não consegue nos ouvir. – ergueu as sobrancelhas, acariciando a palma de minha mão. – Você parece meio tenso. Está com vergonha?

–Claro que não. – menti. – Sua mãe parece legal.

–É, parece mesmo. – riu, e soltou minha mão dois segundos antes da mulher entrar na sala, colocando dois potes e um prato cheio de torradas em cima da mesa.

–Peço perdão por meus maus gestos. Desculpe-me. Meu nome é Pam, pode me chamar assim se quiser, também. – Pam deu uma risadinha, deixando os cabelos longos do rabo-de-cavalo virem um pouco mais à frente de seus ombros. – Então, Freddie, pode comer. Eu insisto.

Sam pegou uma torrada com um creme rosa, e enfiou tudo na boca. Pam lhe lançou um olhar de reprovação, mas me esticou o prato. Eu peguei a torrada, e a mordi três vezes antes de ela continuar a falar.

–Fique tranquilo, querido, não vou fazer um questionário enorme. Só algumas coisinhas que provam que você naõ é um marginal. O que eu já sei, pois minha filha só traz garotos belos e inteligentes para minha casa.

–Mãe! – Sam falou pelos dentes, abaixando a cabeça. Tive muita vontade de rir, mas não podia.

–Enfim. Toca algum instrumento? Isso seria interessante.

Ok. Hora de mentir.

–Claro. Violão, violino e piano. Às vezes, até pego a flauta, mas não tenho muito costume. Os dedos doem – ri, fazendo meu papel perfeitamente bem. Pam pareceu surpresa, mas continuou a sorrir.

–Interessante. Notas altas no colégio?

–Claro. Apenas A+. Mas preciso ser franco com a Srta., acabei tirando um B- em um trabalho em grupo. Pelo visto, não sei escolher parceiros homens. – olhei para baixo, depois sorri de lado e Pam desviou o olhar, ainda com a mesma expressão.

–Nossa, Freddie. Você parece ser um garoto exemplar! Estou impressionada! – deu uma piscadela, e Sam olhou para mim, feliz. – Merece um brinde, não é mesmo? Champagne sem álcool. Por favor, filha, pode buscar o champagne na cozinha para nós tomarmos em comemoração ao casamento de Carly? Parece que você arranjou um par.

–Claro, mãe! Volto em segundos! – disse, logo se levantando e andando até a cozinha. Eu sorri, olhando para Pam com o olhar fixado embaixo da mesa.

–Muito obrigado pelos elogios, Pam. Eu estou real...

–Chega.

De repente, o sorriso em seu rosto desapareceu. Olhou fundo em meus olhos, sem um pingo de alegria. Sua expressão estava séria, e até me assustou um pouco.

–Descupe. Como?

–Eu disse chega, Fredward Benson. Sei quem é você.

–Ah... – suspirei, mas ainda persistindo. – Ainda não estou entend...

–Não adianta dar uma de esperto. É mal de família achar que pode se enganar Pam Puckett. Não, “Freddie”, não pode me enganar. Sei tudo sobre sua família, e sei quem você é.

Desisti, coçando o cabelo.

–Tá, olha...

–Não me interrompa, marginal. – cuspiu as palavras. – Não sei quem pensa que é, mas sei que você não vai acompanhar minha preciosa filha ao baile, nem até a esquina ou a lugar algum. Sam está na cozinha, procurando o champagne na geladeira, sendo que ele está no fundo do armário. Preste atenção, pervertido: assim que minha filha pisar nesta sala, você vai dizer a ela que eu sou uma mãe excepcional, mas que não poderá ir ao baile pois no dia fará uma cirurgia incancelável. Dirá que não quer magoá-la, e que outro dia vocês se falam.

A expressão de Pam continuava a mesma. As sobrancelhas alinhadas, sem sorriso.

–Logo depois que sair dessa casa, nunca mais vai ver, falar ou mesmo ficar a dois metros de distância da minha filha.

Foi a minha vez de ficar catatônico, esperando-a acabar de dar seu discurso. Quando vi que Pam não falaria mais nada, finalmente abri a boca e não fui interrompido.

–Olha só. “Não sei quem você pensa que é”, mas nem mesmo meu pai me dá ordens. Eu gosto da Sam. Me sinto bem quando estou com ela, e não vou parar de falar ou de andar com ela. Se ela quiser sair, nós vamos sair. Se ela quiser ficar longe de mim, eu vou ficar longe. Eu a respeito, e nunca irei magoá-la.

–Nunca é muito tempo, sr. Benson. E espero que saiba que isso é uma ordem. Fique longe da minha filha.- foi a primeira vez que vi uma emoção em seus olhos verdes. Raiva. Raiva profunda.

–Ameaças não me comovem, Pam. Só quero que saiba disso.

Assim que disse a última sílaba, Pam abriu um sorriso. Eu estranhei, mas fiz o mesmo, pois ouvi os passos de Sam com o champagne entrando na sala.

–Foi difícil, mas achei! Aqui está. Vamos brindar?

–Claro, minha filha. Eu mesma estava aqui conversando com Freddie sobre o dia do casamento de Carly, e o quanto quero que seja perfeito. Pena que ele me disse... – cortou a frase, de repente, fazendo cara de triste.

–Disse o que? – Sam perguntou, me encarando.

–Disse que estarei contando as horas, Sam. – sorri. – Ah, e aliás, eu e meu pai vamos fazer um programa de pais e filhos hoje à tarde. Pena que não poderei ficar, Pam.

Ela estava fulminando de raiva, mas ainda sorria. Me conduzi em direção à porta, colocando três torradas cheias na boca de propósito, só para ver a reação dela. Não foi uma das melhores. Mas quem disse que eu ligava?

Nós três andamos em direção à porta, e eu ia atrás de Sam. Ela abriu a porta, saindo.

–Onde vai, mocinha? – Pam perguntou, preocupada.

–Ah, mãe, vou acompanha-lo até o carro. Volto em alguns minutos.

–É, ela volta. Então, até mais Pam. – ironizei, encarando sua expressão repugnante que daria medo em qualquer um.

–Até mais, Fredward. E fique de olhos abertos, viu? Nunca se sabe quando um meteoro pode esmagar sua cabeça em mil pedacinhos. – ela deu uma risada, sem um pingo de humor na frase.

Sam fechou a porta atrás de mim, e andou na minha frente até meu carro. Ela subiu no capô, cruzando as pernas.

–Não foi tão difícil, foi? Minha mãe te assustou? Ela geralmente faz isso.

–Não, não me assustou. Ela até que é bem legal. – falei, encostando-me em suas pernas, a quase doze centímetros de seu rosto. – Parece que é de família – encostei de leve minhas mãos por cima das dela, apoiadas no carro. E de propósito, pois sabia que Pam olhava pela janela. Com isso, dei um risinho.

Sam ficou meio vermelha, mas não tirou minha mão de lá.

–Então eu te vejo na segunda, certo? Promete que não vai me evitar?

–Vou tentar, loira. Não prometo, mas vou tentar. – ri, tomando coragem para o que eu ia fazer em seguida.

Me aproximei cada vez mais, imaginando a cara de Pam dentro da casa espiando pela janela. Eu me aproximava, e Sam não movia a cabeça. Continuava olhando para baixo, esperando meu ato. Aos poucos, encostei os lábios em sua bochecha gelada, fazendo com que ela tremesse de de leve.

–Então... te vejo na segunda, certo? - falei, olhando fundo em seus olhos verdes. Ela também me olhava, sorrindo.

–Claro. Até lá. - Sam entrelaçou os dedos na minha mão, e logo depois tirou sua mão de lá e saiu de cima do carro.


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Notas finais do capítulo

SEDDIEEEE ♥
E aí, o que acharam?A pergunta é: por que ela não quer o Freddie perto da Sam e o que ela fará a seguir?
Vejam no próximo capitulo de "A Sogra"...
ok isso foi ridículo.



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