Equus escrita por Grazi CWH


Capítulo 2
Losing Your Memory


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! volteiii



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Pequena negligência, grande consequência... por falta de um cravo, perdeu-se uma ferradura; por falta de uma ferradura, perdeu-se um cavalo; por falta de um cavalo, perdeu-se um cavaleiro...Benjamin Franklin

***

– Garota nada mais te segura agora minha pequena-grande vencedora – Charlie Swan falava feliz com sua filha de 14 anos que estava sentada no banco do caroneiro, da camioneta que transportava o cavalo que sua garota acabara de ganhar o premio de Hipismo Regional Junior Britânica de Saltos. Classificando-se para a prova do Nacional de Hipismo Junior – Próxima parada, Olimpíadas.

A adolescente não se cabia em si de tanta felicidade. Quando terminou seus saltos sem derrubar nenhuma barra e descobrir que ficou com 2 segundos a menos que sua adversária, não conseguiu para de chorar. Era sua primeira grande apresentação. Ela tinha completa confiança e sua égua, Alia, pois ambas estavam juntas desde o início. Isabella esteve presente desde as primeiras horas de vida e inicio de sua doma daquela pequena e saltitante potra tordilha, Anglo-Árabe, a perfeição com a ajuda de seu herói treinador e mais importante pai.

Ambas era consideras muito jovem para uma competição com aquela que participaram, Isabella com apenas 14 anos e Alia com 6 anos. E provaram seu valor.

– Calma pai. Ainda falta um bom tempo pra podermos conseguir as olimpíadas. Temos que treinar muito ainda. – mesmo falando isso a adolescente já se imaginava subindo no Podium e sendo presenteada pelo cerimonialista com a medalha de ouro e seu pescoço. – Quando eu ganhar você estará ao meu lado pai.

– Claro meu amor.

– Queria que a mamãe tivesse vindo – o semblante antes radiante se entristeceu, apertando o coração do pai.

– Não se deixa abater garota – Charlie disse como sempre carinhoso com a filha – Sabe que ela não gosta de qualquer animal que ela não possa comprar uma bolsa e carregar ele dentro. – essa comentário trouxe uma nuance de sorriso no rosto da filha.

– E por o nome do pobrezinho de Dior ou Chanel.

– Isso mesmo – o pai rio – vamos nos focar nas Olimpíadas agora.

Rindo o tempo passou e em algum momento a jovem dormiu. E sonhando com sua prova de salto, relembrando as emoções e sensações. Chegou ao ponto de ver a grande e ofuscante luz cega-la novamente. Tarde de mais se deu conta de que a luz não era os holofotes mais sim de outro carro que vinha na direção deles na contramão na tentativa de ultrapassar outro automóvel.

Ouviu o grito de seu pai a chamando e ao olha-lo só pode ver pânico em seus olhos e tudo se apagou.

***

Ryan Star - Losing Your Memory

Isabella acordou três dias depois perdida no tempo e espaço. Em um quarto que com toda certeza não era dela e olhando em volta se deparou com aparelhos que marcavam seu ritmo cardíaco, um oximetro em seu dedo indicador, sua perna direita estava engessada do pé ao joelho – formando um grande bota branca-, e seu braço direito também inmovilizado por gesso. Sentia uma dor de cabeça e pode ver hematomas distribuídos nas partes visíveis de seu corpo.

O ambiente estéril do quatro nos tons creme e azul jeans tinha uma grande janela que tinha uma confortável poltrona, esta estava repleta de ursinhos. Uma pequena mesinha ao lado tinha flores.

– Mais o que? – ela se perguntava, procurando uma forma de pedir ajuda. – Pai?

Jurava que ouvia sussurros em sua porta, mais não tinha certeza. Sua boca estava seca e áspera.

– Mãe? Tem alguém ai? – chamou o mais forte que pode. Seu esforço rendeu um alto sussurro com uma voz que não se parecia com a sua.

Isso deve ter sido o suficiente, pois um médico e duas enfermeiras entrarão no quarto, revisando seus curativos. Perguntando como se sentia, porem nenhum deles lhe respondia o que ela mais queria saber. Onde estava seu pai.

– Chega! – seu temperamento de adolescente rebelde que raramente vinha à tona, veio com força. – Onde esta o meu pai? E minha mãe, esta aqui? Onde estou? O que aconteceu comigo? – Eram tantas as perguntas que não se aguentou e começou a chorar.

– Tente se acalmar sta. Swan, sua mãe esta no refeitório saiu a pouco para comer algo. – Uma das enfermeiras desse calmamente com cara de pesar. Isso só piorou o estado da jovem.

– E meu pai? – perguntou novamente.

– Srta. Swan sou o Dr. John DeLourens. Peço que se acalme, permita-me terminar de examina-la. Enquanto isso, damos tempo para a enfermeira buscar sua mãe, sim?

Logo nem esperando sua resposta já ordenou que a enfermeira mais jovem saísse e disse algo a ela que Isabella não prestou muito atenção. Estava perdida, sem entender o que avia acontecido.

Pouco tempo se passou e a imagens de sua mãe apareceu na porta do quarto. Renne Swan era sempre uma visão bela e estonteante. Porem seu rosto sempre perfeitamente maquilado estava levemente borrado ao redor dos olhos, como se tivesse chorado há pouco. As roupas como sempre perfeitas e bem alinhadas.

Mais algo estava diferente. Sua mãe e ela nunca tiveram uma relação fácil, mas ao se deparar com os olhos verdes de sua mãe a adolescente viu ali que ninguém conseguiu lhe falar com palavras.

Sua garganta se fechou na hora. Um nó gigantesco se formou e seu estomago. Sentiu uma forte pontada no coração que pareceu irradiar para todo o braço. Não consegui falar, se mover, pensar em nada. Sua mente estava em branco.

Não. Não. Não.

Repetia mentalmente.

Uma lagrima solitária deslizou por seu rosto.

A equipe medica que estava no quarto esta pronta para agir.

Mais a adolescente não ficou histérica como esperavam. Simplesmente ficou calada olhando fixamente para a mãe que conseguiu se mover e se aproximar da filha.

Renne parou ao lado da cama de Isabella, a garota ainda olhava par ao mesmo ponto onde a pouco a mãe estava. Não dizia uma palavra, somente se via suas silenciosas lagrimas se derramarem em profusão.

– Filha – Renne pegou a mão da filha e isso foi o único que pode falar antes de se debulhar em lagrimas.

***

Isabella ainda ficou internada por mais três dias. Assim que sairão do hospital partirão para o aeroporto onde se acomodaram no helicóptero do Haras Wild Gold. Mãe, filha e a enfermeira contratada para cuidar de moça. Alçaram voo de Londres, onde Isabella foi atendida e voltariam para o Haras que se localiza nos arredores de Oxfordshire.

Isabella não falava desde que descobriu a morte do pai. Contestava as perguntas de todo com simples movimentos de cabeça. Sua mãe já lhe chamou a atenção por seu comportamento.

Vão pensar que alem de ter ficado viúva minha filha ficou louca e muda. Aprume-se menina.”

Mas Isabella não teve reação alguma.

Assim que chegaram aos campos verdejantes que sempre trouxeram alegria para a jovem, neste dia porem essa paisagem bucólica com os cavalos correndo felizes pelos campos lhe trouxe duas lagrimas que fizeram seu caminho no rosto pálido da jovem.

Assim que chegaram ao grande casarão que era a casa principal do haras levaram Isabella em seu quarto improvisado no primeiro andar. La a jovem ficou olhando pelas janelas procurando pela paz que aquele cenário sempre lhe propunha. Nada.

Estava vazia. Estava sozinha.

Eram 13hrs quando a governanta e ex baba de Isabella veio chama-la para andar pelo haras.

– Você fique tranquila pedi ao Connor para nos ajudar. Vai te levar no carrinho de mão como quando vocês eram crianças. – A boa Sra. Jane sorriu tentando passar força para aquela jovem que ela tanto amava e que estava sendo ignorada pela mãe. – Vou chama-lo para que ele venha que ajuda-la.

Connor era uma amigo de travessuras da infância. No haras não se sabia quem era pior. Ela ou ele. Pulavam, corriam e brigavam.

Agora o amigo inseparável estava calado como nunca esteve. A carregando sentada no carrinho a caminho dos estábulos, pois lá era sempre onde a moça se escondia para corar suas frustrações e tristezas. Era para a jovem: seu cantinho do paraíso.

Assim que chegaram a grande construção Isabella sentiu a paz que não alcançava a dias.

Connor parou o carrinho e passando para o lado da amiga abaixou e segurando sua mão ficaram por um tempo daquela forma calados. O único ruído eram os cavalos movimentando-se na baias comendo, deitados, andando os simplesmente pondo sua grande cabeça para fora a espera de um petiço ou afago.

– Bella você quer ficar sozinha? – pergunta o amigo. Como resposta teve uma leve negativa com a cabeça. – Tudo bem. Acho que tenho que levar para ver uma boa amiga, o que me diz, vamos?

Novamente um aceno positivo. Isabella esta inerte e não entendeu o porquê do amigo a levar para o prédio do veterinário do Haras. Passaram por vários empregados pelo caminho. Todos sabiam que a garota não esta bem ou falando com ninguém então limitaram-se a lhe dar um leve aperto de mão.

Connor parou em frente de uma baia enfermaria e abriu a grande porta de madeira a grades azuis. La dentro estava um animal deitado se via que avia passado por uma cirurgia da pata dianteira esquerda, e estava com seu branco pescoço enfaixado.

Isabella a reconheceu de imediato.

– Alia – a jovem falou em um sussurro. Sua primeira palavra em três dias. Se segurava para que não se esvaísse em lagrimas ainda.

– Ela fraturou a perna e teve outros arranhões, mas ela esta bem – Connor disse. – Ela anda meio dopada pelos remédios mais esta ótima. Vê! Ela sente que e você quem esta aqui. – disse assim que a égua moveu sua cabeça para onde estão. - Quer que a coloque ali um pouco com ela? Ok! Vou deixa-las juntas por um tempo e ver er... umas coisas por ai. Volto já.

Ajudou a amiga a se levantar e andar ate onde estava a égua. A acomodou sentada em um monte macio de feno e saiu passando somente a corrente na porta da baia.

Isabella fez um leve afago com sua mão boa na égua. E ao olhar para aqueles grandes olhos castanhos repletos de inocência, sua dor veio a tona como não avia ate afora. Chorou.

Chorou pela sua grande amiga que ali estava viva porem machucada e tinha consciência de nunca mais poderia saltar. Nunca mais teriam aquela liberdade que desfrutavam juntas,

Chorou por ela mesma que ainda não sabia como em um momento você esta tão feliz e logo segundo seguinte seu mundo desabar.

Chorou principalmente pelo seu amado pai. O pai que lhe deu a vida, lhe apoiava, consolava que era seu amigo acima de tudo. O pai não a veria nas olimpíadas como sempre disse que sonhava vê-la. O pai não causaria o medo em seu primeiro namorado serio, como sempre disse que faria. O pai não a abençoaria e levaria para o altar como sempre sonhou. O pai não estava mais lá.

A jovem chova com desespero, perdendo o fôlego. Soluçando e permitiu que sua real dor saísse de si.

A porta da grande construção hospital os trabalhadores a ouviam. Ouviam a menina que virão crescer e que todos tinham amor se esvair em prantos, e choram juntos pela perda daquela grande patrão e amigo.

***

– Bella você esta pronta? – Rosalie sua amiga mais fiel esta ao seu lado depois de fechar o vestido negro da amiga.

– Nunca estarei Rose – respondeu a amiga. – Não para isso.

– Eu estarei lá. Seu tio Colin esta lá em baixo.

– E minha mãe?

– Ela... esta lá embaixo com os amigos.

– Quer dizer se pavoneando como a viúva. – Rosalie nada, pois era verdade.

– Oh! Bella – Rosalie abraçou a amiga. – Seja forte. Sei que e difícil e que já deve ter ouvido muito isso, mas você vera que essa dor não estará ai sempre. Lembre-se de como Charlie era. Ele nunca iria querer que sua “garota” se fechasse não é! Vamos.

Quando saíram do quarto e seguiram para a sala lentamente.

Rosalie havia chegado na noite passada e encontrou a amiga ainda na construção que servia de centro clinico para os animais. Trazido a amiga novamente para casa e cuidado dela. Agora iriam para o enterro. Isabella não esteve na sala onde velarão o pai durante toda a noite.

A jovem nada disse durante todo o caminho ate o local onde seu pai quis ser enterrado. Aos pés de um frondoso carvalho que era o local favorito do pai. Era onde tantas vezes esteve com sua garota para ajuda-la nos deveres de casa. Onde lhe conto sobre a historia da família.

Rodeada pela amiga e seu Tio e tia que vivam nos Estados Unidos ela se fez mais forte. Sua mãe dessa vez Isabella pode perceber que Renne realmente chorava. Não tentando chamar a atenção somente olhava para a local onde seu marido desaparecia a baixo.

A cerimônia fora fechada. Alguns poucos amigos e familiares estavam presentes prestando suas condolências.

Naquela mesma noite Isabella foi informada pela mãe que ela venderia o haras e viveriam em Londres na casa onde Renne vivia e dois anos. A adolescente tentou persuadir a mãe a não fazer isso e somente se acalmou quando foi informada que o pai de Rosalie, Alaric Hale a quem era como um irmão para o pai e a quem considerava como um tio, iria comprar o haras.

Assim que mudaram-se para Londres e Isabella já avia tirado os gessos que a imobilizavam a jovem foi enviada para uma colégio interno, onde ficou por um ano. Nas férias da escola viajou para a casa dos tios que também viviam em um haras em Lexington - Kentucky ela sentiu a paz e alegria que a muito não sentia.

Recusou-se a voltar para o internato e como o apoio dos tios começou a estudar e voltou a treinar suas habilidades como amazona novamente.


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Notas finais do capítulo

Gurias sei que demorei e que este post deveria ter sido o primeiro mais a ideai dele foi algo inesperado. Tipo simplesmente as palavras e sensações vieram com tudo. Vou fazer algumas pequenas mudanças no cap já postado.
Obrigada por lerem e não desistirem de mim!!!
Beijinhos ate mais