Todos já tinham chego em casa. Rosalie usava um vestido branco curto, larguinho deixando a barriga ainda pequena a mostra. Emmett usava uma camisa branca por fora da calça social preta, e os cabelos normalmente com gel estavam desgrenhados. Mike dançava com os braços rodando de um lado para o outro e tentando fazer com que Jessica seguisse seus passos. Minha mãe estava na cozinha, terminando de trazer as coisas para a mesa, enquanto meu pai estava emburado em um canto do sofá conversando com Carlisle.

Meu pai ainda não parecia convencido de que eu não estava grávida. Mesmo com o exame que provou isso, de vez em quando eu ainda o pegava fitando minha barriga e controlando os remédios de enjôo que ficava em cima da mesa para que Rosalie não se esquecesse de tomar.

Edward estava abraçado comigo, olhando para Emmett que balançava os braços de um lado para o outro e cantando “YMCA” em plenos pulmões. Esme estava com os braços enganchados nos de Rosalie que sorria feliz, olhando para Jasper e Alice dançando abraçados em um canto do jardim.

Alguns amigos de Emmett e outras de Rosalie apareceram, enquanto Mike ainda tentava fazer com que Jessica dançasse. Sam, o grandalhão meio desajeitado, chegou carregando uma caixinha branca e entregou diretamente a Rose, que a abriu e sorriu radiante, dando um abraço no grandão, que mesmo com a pele morena pude ver que corou.

Alice e Jasper já tinham achado um apartamento que era perto da faculdade e principalmente perto de nosso antigo prédio. Eu e Edward ainda teríamos alguns problemas com isso, mas com o tempo as coisas se ajeitavam. Rose e Emmett já estavam arrumando o quarto dos gêmeos, e nem preciso dizer que Emmett ficou colado na parede quando tentou colocar o papel de parede, preciso?

Repentinamente a música mudou. As luzes foram apagadas e Edward me apertou mais em seu abraço. Pudemos ouvir os gritos das meninas que estavam despreparadas. Se elas vivessem apenas um dia conosco...

(http://www.youtube.com/watch?v=1LBaeKIxNIA música geeente)

Emmett e Mike estavam parados no meio de uma rodinha que se formava em volta deles. Eles mexiam uma perna, levantando e soltando o pé. Os dois olhavam para o chão. Minha boca se escancarou, Edward soltou um gemido baixo em meu ombro e do nada, minha mãe e meu pai aparecem em nosso lado.

-At first I was afraid, I was petrified, Kept thinkin' I could never live without you by my side, But then I spent so many nights thinking how you did me wrong, And I grew strong, And I learned how to get along. –Emmett começou dando alguns passos a frente e jogando os braços para o alto.

-And so you're back from outer space, I just walked in to find you here, with that sad look upon your face, I should have changed that stupid lock, I should have made you leave your key, If I had known for just one second you'd be back to bother me. – Mike completou, indo até seu lado e colocando um dos braços em volta dos ombros do meu irmão mais velho.

Os dois fizeram caras de sofridos e olharam para o nada, com as testas franzidas e os lábios repuxados, todos na expectativa do que aconteceria a seguir. De repente, um ser com vestido Pink sai de trás deles, dando um empurrão para o lado em cada um e com plumas em volta do pescoço.

-Go on now, go walk out the door, Just turn around now, 'Coz you're not welcome anymore, Weren't you the one who tried to break me with goodbye? Did you think I'd crumble? Did you think I'd lay down and die? Oh no not I, I will survive. For as long as I know how to love, I know I'll stay alive. I've got all my life to live, and I've got all my love to give. I'll survive. I will survive. I will survive... –só depois de alguns minutos que eu percebi que a pessoa de pink cantando era Jessica.

Emmett e Mike grudaram as costas um no outro e dobraram os joelhos, colocando uma mão para cima e fechando os olhos com força.

-HEY, HEY! –eles gritaram no ritmo da música.

A música e a “apresentação” continuavam rolando em minha frente. Eu estava petrificada, e Edward estava imóvel me segurando. Eu não conseguia ouvir nem sequer os suspiros de minha mãe ou os gemidos de meu pai. Tudo o que eu conseguia ver era Emmett, Mike e Jessica que agora caia do colo de Mike, que não a tinha pego a tempo quando ela se jogou para trás terminando sua performance.

Quando a música terminou, nenhum barulho foi feito. Eu continuava olhando para os três de boca aberta, enquanto Edward estava com a respiração lenta. Minha mãe sacudiu a cabeça e eu fiz o mesmo, olhando para ela que me olhava com os olhos arregalados.

-Mãe, como eu posso ter saído do mesmo lugar que eles? –ela riu um pouco.

-eu me faço essa pergunta todos os dias. –eu acabei rindo, sendo seguida por Edward que parecia estar começando a sair do transe.

-Cara, sempre achei que você tinha talento. –falou o grandão rindo um pouco e dando um soco no peito de meu irmão.

-JESSICA, COMO VOCÊ OUSA USAR ESSE VESTIDO PARA ISSO? –gritou Alice com as mãos na cintura.

Meu pai entrou novamente e Carlisle o seguiu. Depois de alguns minutos minha mãe entrou novamente para pegar mais bebidas e água para Rosalie que parecia catatônica, ainda por causa da cena.

-AI, MEU PÉ! –Jessica gritou e logo fui ver o que tinha acontecido.

Eu me aproximei e vi que ela tinha pisado em alguma coisa e seu pé estava sangrando. Até então nada de mal, tendo em vista que era comum alguém pisar em cacos de vidros. Senti uma mão em meu ombro e me virei para olhar, encontrando meus amados olhos verdes.

-Dança comigo. –ele falou me puxando e começando a me embalar na música lenta.

A música lenta era contagiante. Eu me acomodei com a cabeça em seu ombro e fiquei simplesmente sentindo seu perfume me invadir e causar a sensação de borboletas no estomago que normalmente eu sentia quando estávamos tão perto e tão à vontade. Suas mãos estavam em minhas costas, me mantendo por perto. Eu sentia sua respiração acelerada bater em meu ombro, fazendo com que toda minha pele se arrepiasse com seu toque.

Ele deu um beijo em meu rosto, e eu sorri, afundando meu rosto em seu pescoço e sentindo melhor seu cheiro. Ele riu um pouco e eu apertei mais meu abraço em volta de seu pescoço. Não sei se os movimentos que fazíamos poderiam ser considerados uma dança. Nós mais nos mexíamos do que realmente dançávamos. Eu podia sentir meu coração se acelerando, quando percebi que o dele também estava pulando do peito.

-acha que as coisas poderiam ser melhores? –ele falou afagando meu cabelo. Eu sacudi a cabeça.

-com toda a certeza não. –eu levantei a cabeça e fitei o imenso sorriso e os olhos verdes. Ele aproximou a cabeça lentamente, até que seus lábios tocassem os meus.

Um sorriso foi involuntário, e quando vi já estava nas pontas dos pés para me aproximar mais e mais dele. Ouvi um pigarrear e olhou para o lado lentamente, sem soltar Edward que ria e segurava minha cintura.

-sem querer atrapalhar, mas... JESSICA CORTOU O PÉ VAI ACHAR ÁLCOOL OU ALGUMA COISA DO TIPO! –Mike falou com um olhar desesperado.

-hunf, to indo. –eu falei, dando um selinho em Edward e correndo para dentro de casa.

Fui direto para a cozinha, que deveria ser o lugar mais obvio para se ter álcool. Comecei a mexer em todas as gavetas, mas não tinha nem sinal que algum dia já teve álcool lá. Fui para o banheiro, e nada encontrei novamente. O único lugar que sobrou foi o banheiro do quarto de minha mãe, e eu comecei a ir para lá com um pouco de pressa.

Eu parei na porta, já com a mão pronta para bater e entrar, quando escuto algo que me chamou a atenção. Era a voz de meu pai e minha mãe conversando, e eles pareciam irritados e extremamente nervosos. Eu me segurei para não entrar e intervir, e eu teria feito isso se o assunto não tivesse chego aonde chegou.

-ELA TEM DEZOITO ANOS RENÉE. DEZOITO. –era a voz do meu pai, e ele parecia estar andando de um lado para o outro pelo barulho de passos.

-ELES SE AMAM CHARLIE. ELES SÃO JOVENS, MAS ISSO NÃO SIGNIFICA QUE É UM GRANDE ERRO! –minha mãe estava com a voz rouca, como se já estivesse cansada de brigar com ele.

-E VOCÊ ACHA QUE É CERTO? QUE TIPO DE RESPONSABILIDADE VOCÊ ACHA QUE ELES TÊM? –meu pai revidou com a voz mais alta.

-pare de gritar, não estamos sozinhos em casa. –minha mãe falou quase que sussurrando.

-e você quer que eu fique calmo? Com minha filha se cansando com um... Menino, uma criança? –eu segurei a boca com a mão.

 -eles não são mais crianças Charlie, e para sua informação Bella fará dezenove muito em breve. E Edward é muito mais responsável do que o próprio Emmett. –escutei um barulho atrás de mim e me virei. Era Emmett que estava vindo me procurar.

-ei, está todo mundo esperando o álcool... –eu fiz sinal para que ele fizesse silêncio e ele correu para o meu lado. –mas que diabos...

-oras, Emmett, Emmett... E o que podemos esperar dele? Não foi um erro o suficiente se casar em Las Vegas e agora terá que criar duas crianças. –A boca do meu irmão se escancarou, e eu encostei a cabeça na porta, decidindo se queria ou não terminar de ouvir a conversa.

-para a sua informação Charlie, nós nos casamos em Las Vegas e se você acha que foi um erro... –minha mãe começou.

-é diferente Renée, nós não tínhamos dezoito anos e você não ficou grávida de gêmeos logo em seguida.

-é verdade, nós tínhamos dezenove e tivemos os gêmeos dois anos depois. Quando já tínhamos um filho. –minha mãe esbravejou. A briga estava começando a perder o foco.

-Esse casamento, Essas crianças... Tudo parece um grande erro... Não quero estar aqui para ver Bella cair e voltar para casa chorando. –ele falou determinado.

-pelo amor de deus não diga uma coisa dessas. –Emmett suspirou pesadamente ao meu lado e me olhou com um sorriso tristonho. Eu ainda estava em choque, segurando pelas lágrimas que viriam a seguir.

-é pirralha, acho que está na hora de acabar com isso. –ele falou antes de abrir a porta do quarto.