-Bella você tem certeza que isso é necessário? –sussurrou Edward no meu ouvido. Eu mordi os lábios pensando, e Emmett se aproximou de onde estávamos abraçados.

-claro que é pivete, ou você acha que eu vou perder isso de alguma maneira? –ele falou sorrindo como uma criança.

-não sei Emmett, talvez seja melhor nós tirarmos algumas partes. –eu falei me aproximando de Edward.

-MAS NEM MORTO. – e Emmett saiu correndo para ajudar Mike com o cabelo.

Eu suspirei fundo e me virei para abraçar Edward de frente. Ele sorriu com os olhos cravados nos meus. Toda vez que eu o olhava, era como se fosse á primeira vez. Ficava completamente sem ar, o coração acelerava e o sorriso era incontrolável. Ele me puxou para mais perto e eu fiz o mesmo, colando meus lábios aos dele. Minhas mãos correram para seus cabelos e as dele seguravam possessivamente minha cintura.

-to com saudade de você. –ele sussurrou, separando nossos lábios, e levando os dele até meu pescoço.

-saudade? –eu perguntei beijando sua bochecha.

-sim. Quero mostrar uma coisa para você depois dessa confusão que está armada. –ele sorriu se afastando um pouco e colocando uma mexa de cabelo atrás da minha orelha.

-o que? –perguntei curiosa.

-você vai descobrir. –ele falou sorrindo e me dando um beijo rápido.

E lá estávamos nós, na frente da casa de Jessica, com Mike parecendo que ia explodir de tanto nervosismo e roendo as unhas para que ela estivesse em casa. Mike a chamou uma, duas e três vezes. Eu suspirei pesadamente, já convencida de que não tinha ninguém em casa. Talvez ela estivesse enchendo um balde de água, eu faria isso pelo menos. Mike pegou uma pedrinha e jogou na janela.

Ele suspirou, percebendo o mesmo que eu, e começou a andar de volta para o carro. Eu e Edward olhávamos de dentro de seu volvo, enquanto o resto do povo (inclusive Fofo) estava no carro da frente. Bem, nós tentamos disfarçar os carros, mas perderíamos a visão perfeita que tínhamos da calçada do visinho. Quando Mike estava quase chegando ao carro de Emmett escutamos o barulho abafado de uma janela abrindo. A sorte é que os vidros eram escuros, ou estaríamos perdidos (como se Jessica não conhecesse nossos carros).

-Mike? –ela disse, com o som que parecia apenas um sussurro, para quem estava dentro do carro.

-JESSICA. –ele berrou voltando para debaixo da janela.

-o que está fazendo aqui? –ela apoiou um cotovelo na janela e o olhou com uma sobrancelha levantada.

-Eu... Eu... Eu... –PALERMA, PALERMA, PALERMA. Eu berrava na minha cabeça.

-sim...?

-preciso... É... Falar com... Você. –eu suspirei aliviada. O meu celular vibrou.

-o que foi Emmett? –perguntei para meu irmão, que parecia estar rindo.

-estamos fazendo um bolão, querem participar? –era a cara dele mesmo.

-quanto? –eu respondi.

-sabia. –ele riu alto. –quanto tempo acha que ele vai levar para falar uma frase?

-dez minutos? –eu olhei para Edward que tinha um sorriso zombador nos lábios. –e você?

-vinte. –ele beijou minha bochecha.

-certo, então vamos esperar para ver quem vai ganhar. –eu assenti e desliguei.

Eu olhei para Edward e ele sorria radiante. Era apenas a minha impressão, ou fazia realmente uma eternidade que eu não o via sorrir assim? O que importava é que meu peito parecia estar cheio, e era impossível não sorrir também olhando para aqueles olhos. Eu tirei o cinto de segurança e me aproximei dele. Ele fez o mesmo, e me abraçou e me deixando quase deitada em seu peito.

-concordo com você. –eu disse, enquanto ele alisava meus cabelos. Ele me olhou, aproximando sua cabeça da minha e erguendo uma sobrancelha.

-Com o que? –ele perguntou curioso.

-to com saudades de você. –ele sorriu radiante mais uma vez, e novamente não consegui controlar o meu sorriso.

Ele me puxou, me colocando sentada em seu colo e me segurando pela cintura. Eu abracei seu pescoço e coloquei minha cabeça ali, sentindo seu perfume e sentindo sua respiração. Ele beijou meu ombro e foi subindo, tirando o cabelo do meu ombro e beijando ali. Minha pele inteira se arrepiou e eu levantei a cabeça para olhar para ele.

-eu já disse que te amo? –ele falou, fazendo com que um sorriso enorme nascesse em meu rosto.

-hm, não lembro. –ele riu, colocando a boca em minha orelha.

-eu te amo, eu te amo, eu te amo... –eu ri e procurei sua boca com a minha.

As mãos de Edward corriam pelas minhas costas, e eu nem lembrava mais onde estávamos. Eu podia sentir sua respiração acelerada, e como sua pele estava quente. Sua mão passava em minha barriga e cintura, enquanto as minhas viajavam por seus braços e ombros. Em poucos segundos estávamos os dois ofegantes, e meu celular tocando de novo.

-não atende. –ele falou mordendo meu lábio inferior.

-não vou. –eu respondi, o fazendo rir um pouco.

E ficamos mais alguns minutos se beijando, até que os telefonemas cessaram. Tocava uma música calma no radio e Edward brincava com meu lóbulo da orelha. Eu dei algumas mordidas leves em seu pescoço e ombros, e eu sabia que ia deixar marcas. Ele abraçava minha cintura com força e provavelmente estaria doendo, se eu soubesse meu nome naquele momento. Mais alguns minutos nos beijando, e senti alguma coisa vibrar. Dessa vez não era no meu bolso e parei o beijo para olhar para Edward que fazia uma careta.

-é melhor atender, eles não vão parar. –eu falei suspirando.

-mas que saco, cadê o aviso de ocupado quando precisamos dele? –ele pegou o celular e suspirou alto o atendendo.

Edward atendeu e eu continuei sentada em seu colo, só então me dando conta de que ainda estávamos na frente da casa de Jessica. Mike ainda estava embaixo de sua janela, e fazia gestos com a mão que pareciam extremamente nervosos, e ela apenas o olhava na mesma posição que eu me lembrava antes. Mike deu um passo para trás em um gesto nervoso, jogando as mãos para o alto e caindo sentado no chão. Eu suspirei e continuei olhando a cena, tentando escutar o que ele dizia.

-Jessica... Você é ao sol da minha... NÃO... É... Você é a janela... PUTA MERDA. – eu coloquei a mão na testa e suspirei. Eu só podia ser adotada.

-como assim eu sou a janela? –Jessica colocou a mão na cintura. Isso estava mesmo começando a ficar ruim.

-meu amor, é o Emmett. –falou Edward no meu ouvido me passando o celular.

Eu atendi sem vontade nenhuma. Eu sabia que ele ia me cobrar o dinheiro do bolão, fazia bem mais de meia hora que estávamos parados na frente da casa da menina e Mike ainda não tinha conseguido dizer uma palavra que fizesse sentido.

-o que foi Emmett? –eu falei de má vontade. Fala sério, ele tinha acabado de estragar meu momento com Edward.

-Bella, quem vai salvar o palerma? –eu dei um pulo no colo de Edward, que me olhou assustado.

-como assim? –eu perguntei sem entender.

-Bella, fala sério, você acha que ele vai conseguir falar alguma coisa hoje? Ele já a chamou até de caminhão... –eu suspirei.

-quem deu um poema da internet para ele decorar? –eu perguntei de olhos fechados e deitando no peito de Edward.

-ninguém, eu acho que ele tento improvisa. -eu suspirei

-ótimo, então...

-vai lá Bella! –ele falou empolgado.

-Bella? Pode esquecer, eu já fiz o suficiente, é a sua vez de ajudar. –ele fez um som enjoado e eu segurei o riso.

-certo. –ele falou mal humorado, desligando o telefone.

Emmett saiu do carro em frente ao de Edward, com as mãos nos bolsos do moletom e com a cara amarrada. Ela caminhou vagarosamente e penosamente, até onde meu gêmeo ainda estava sentado no chão, com as mãos erguidas e olhando para a janela onde Jessica já olhava para Emmett confusa.

-levanta Mike. –ele falou, segurando meu outro irmão pela camiseta. Mike se colocou em pé rapidamente. –fala.

-Eu... Eu... Eu... –Emmett suspirou impaciente.

-respira Mike. –Mike obedeceu.

-Eu... Eu... –Emmett respirou fundo, coçando a cabeça. –Eu...

-Mike...

-Eu... A... A... –Emmett deu alguns tapas nas costas de Mike, que começou a tossir. –Eu te amo Jessica.

-pronto funcionou, agora termina sozinho certo? Boa noite Jessica. –ele voltou para o carro.

Eu e Edward encarávamos a cena, horrorizados. Onde Emmett tinha aprendido a ser tão sutil? Edward me olhou com os olhos arregalados e eu estava com a mesma expressão. Ficamos em silêncio por alguns segundos, e eu olhei pela janela mais uma vez e Mike parecia dizer as coisas mais facilmente agora, e Jessica já estava no andar de baixo, parada na porta e olhando meu irmão se declarar, ou dizer coisas sem sentido o que era mais fácil.

-Ah Mike, não precisava de tudo isso. Eu só queria saber se você tinha certeza que queria ficar comigo. –Mike parou por um momento e encarou o carro de Edward. EPA. Quais tinham sido minhas palavras mais cedo mesmo?

“-Jessica quer uma prova de amor Mike, nada mais do que isso! – eu falei sorrindo.

-Prova de amor? –eu assenti. –O que tem em mente?

-acho que você deve ir até lá e se declarar, ora essa. –eu sorri e meu irmão ficou vermelho tomate.

[minutos depois]

-tem certeza que eu preciso fazer isso? Não posso simplesmente ir até lá e roubar um beijo? –eu revirei os olhos. Quanto romantismo.

-claro que não. Confie em mim Mike, por favor!”

Nesse caso, acho que meu irmão estava pronto para arrancar minha cabeça com os dentes se necessário. Eu engoli seco, analisando o olhar assassino que Mike lançava para o carro. Talvez eu tenha exagerado um pouco quando disse “declaração de amor”. Ah, mas que droga! Nem da mais para ajudar o irmão sem que ele fique bravo!

-Edward? –eu o olhei com os olhos arregalados.

-sim? –ele me beijou rapidamente nos lábios.

-talvez agora seja uma boa hora para você me mostrar o que você quer. –eu tentei sorrir, mas meu desespero estava bem visível. Meu amável namorado gargalhou, soltando minha cintura para que eu sentasse de volta em meu banco.