Uma Vez Mais escrita por AnaMM


Capítulo 42
Preparativos


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou! A fic, porque lia e dinho juram que não voltaram. E a amizade vai ficando mais colorida pouco a pouco... Temos um pouco do pov do Lorenzo, também, e um mini salão de beleza instaurado por tatá, fatinha, lia e ju. A vítima? Veremos ;) Um capítulo leve depois da tempestade. Fiquem de olho, que o próximo é FESTAAA! Será que rola?



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Dinho riu sem força, levando as mãos às mechas de Lia.

– Você mudou tanto, cresceu... Eu continuei o mesmo.

– Não fala isso, Dinho... Eu nem me reconheço mais... Eu não evoluí, só escondi quem era. Já você...

– Eu o que? – Perguntou divertido.

– Você amadureceu, Dinho, virou homem.

– Homem? Eu não passo de um moleque, isso sim.

– Pensando melhor, você tem razão.

– Eu tenho? Quem é você e o que você fez com a Lia? - Fingiu choque.

– Você sabe o quão preocupados nos deixou? Dinho, o colégio inteiro já tava achando que você tinha... - Interrompeu a fala como se as palavras pudessem se tornar realidade. - Enfim, nós estávamos preocupados. Sumir por um dia não é bem a atitude mais madura do mundo, você é um moleque, mas já foi pior.

Dinho riu das palavras de Lia. De certa forma entendia o que a roqueira queria dizer.

– Você me fez crescer. - Confessou.

– Hein? - A loira questionou tão confusa quanto sem jeito.

– É, eu nunca... Eu nunca tinha perdido algo, alguém, no caso, que me importasse tanto a ponto de realmente querer mudar. As coisas simplesmente não fazem sentido sem você.

– É... Cafona você segue sendo.

– Lia, olha pro seu namorado. Eu sou o cafona?

– Ok, - Riu. - talvez o Vitor seja, mesmo, muito cafona, mas a culpa é sua.

– Minha?

– É, se você não tivesse me deixado daquele jeito, eu não teria aceitado o primeiro que fosse fofo comigo.

– Então você admite?

– O que?

– Que você não sente nada pelo Vitor, que é uma ilusão que você mesma construiu?

– Eu não disse isso.

– Aham...

– Não disse!

– Como você quiser. - Respondeu sarcástico.

Tentando segurar o riso, Lia esbofeteou os ombros de Dinho, que desviou. O garoto se ergueu e estendeu a mão à roqueira.

– A proposta do pedalinho ainda tá de pé? Pelos velhos tempos.

A loira se levantou, apoiada à mão de Adriano, e sorriu. Daria qualquer coisa pelos velhos tempos, mas, mais ainda, queria ainda ter tempo de construir um novo presente.

–x-

– Acharam ele? - Marcela perguntou ao ver Lorenzo chegar.

– A Lia o encontrou, felizmente. Não têm hora pra voltar, "beijos". - Respondeu incomodado.

– Que ótima notícia! Você não parece tão empolgado. - Estranhou.

– Você acha que eles voltaram?

– Lorenzo, não é aquele tipo de "sem hora pra voltar" que você tá pensando, o Dinho nem tem condições pra isso mais.

– O que não o impediu de... Bom, você viu.

– Aquilo foi no primeiro dia, ele tava bem melhor do que agora. Relaxa, Lorenzo. Se eles voltaram, não sei, e espero que sim, mas o que você teme que aconteça está longe de ser uma realidade.

– Talvez você tenha razão...

– Infelizmente pros hormônios desses dois, sim, eu tenho razão.

– Marcela!

– Lorenzo, uma hora você vai ter que se conformar com o fato de a sua filha ter uma vida sexual ativa.

Ao ver a reação incômoda de Lorenzo, Marcela mudou de assunto, rindo.

– Você faz esse discurso de pai protetor e ciumento, mas eu sei que no fundo você adora aquele menino.

O médico recolheu seu livro por um instante e respirou fundo.

– Ele não é um simples paciente pra você, dá pra ver que você o protege como quase um filho.

As palavras de Marcela resgataram lembranças de um ano antes.

– O Dinho sempre teve esse efeito em mim como paciente, mas eu nunca entendi. Lembra quando eles se perderam no acampamento? Por mais furioso que eu estivesse, como pai, eu tinha uma simpatia por ele... A gente se entendeu, e eu percebia como os olhos dele brilhavam quando o nome da Lia era citado, e como ele se preocupava por ela... Por mais que quisesse, já não conseguia culpá-lo nem pelo acampamento.

– O Dinho desperta uma certa empatia diferente, mesmo. As aulas de educação física andavam meio desanimadas sem ele. - Riu.

– Eu tinha muita raiva dele como namorado da minha filha, com certeza, e nem essa simpatia toda conseguia me dobrar, ainda mais depois que eles fugiram. E eu realmente o odiei quando tudo aquilo aconteceu e a minha filha sofreu como eu nunca tinha visto, mais até que quando a Raquel foi embora. Eu tinha tanta raiva daquele moleque... Daí ele volta cambaleando, ainda com os olhos inchados e me implorando por ajuda, e, de repente, ele não era mais o desgraçado que fez a minha filha chorar até perder a força pra produzir uma lágrima sequer. Ele era o moleque de riso fácil que me chamava de senhor e insistia pra ver a Lia mesmo que a irritasse. E como eu ria disso... Nesse tempo de tratamento ele ganhou mais importância na minha vida do que deveria. Talvez seja normal, ele é o ex ou atual da minha filha, mas não é só isso. Eu olho pra ele e vejo um filho. Como eu posso continuar, Marcela, me diz? Por favor, eu não sei o que fazer. Eu não deveria ter me apegado tanto a um paciente, e agora não estou preparado pra perdê-lo. Nessas horas eu invejo a Raquel, e como ela consegue ser tão...

– Fria? Lorenzo, o Dinho chegou sozinho. Você já parou pra pensar que, talvez, um dos motivos pelos quais o Dinho ainda está com a gente é essa ligação entre vocês? Não seria a mesma coisa com um médico qualquer, e ele sabia disso quando te procurou. A família dele tava lá nos Estados Unidos, você era o mais perto de um pai, por mais abalada que estivesse a relação de vocês, que ele pôde encontrar.

– Você acha mesmo?

– Com certeza. - Uma voz inesperada respondeu.

Ao seguir a direção da voz, Lorenzo se deparou com sua filha e Dinho de mãos dadas, a porta já trancada. Adriano se aproximou do sofá, levando a loira consigo.

– Foi também por isso. Por isso e porque você era o médico em quem eu confiava, o que ajudou a minha mãe com a gravidez de risco e, bom, o pai da pessoa mais incrível que eu conheço, ou seja, o senhor é bom no que faz. - Brincou.

– "Você", por favor. - Lorenzo retrucou.

Marcela revirou os olhos e sorriu.

– Vocês voltaram? - Perguntou apontando para as mãos entrelaçadas.

– Quisera eu.

– Ainda não. - Lia respondeu sem jeito, largando rapidamente a mão do ex.

– Amizade colorida? - A professora perguntou desconfiada.

– Talvez. - A roqueira confessou.

– Você disse "ainda"? Então eu tenho chance? - Dinho perguntou sorridente, ao que Lia respondeu com um beijo no rosto e mudou de assunto.

–x-

– Vocês dois? Morando juntos? Isso não vai prestar! - Juliana desconfiou.

Havia chegado ao apartamento apressada, com um estojo de maquiagem e um saco de formato estranho. Era véspera da festa que havia sido prometida quando Dinho saíra do hospital.

– Em primeiro lugar, Juliana, a gente não tá dormindo junto, como a Fatinha já deve ter anunciado pro colégio inteiro. Segundo, não tá rolando nada entre a gente.

– Nada... Só uns beijinhos... - A funkeira acrescentou empolgada.

– O que você veio fazer aqui, mesmo, Fatinha? - Lia perguntou impaciente.

– Eu vim ajudar o meu amigo a se arrumar pra festa, não posso?

– Fatinha, eu não uso maquiagem. - Dinho brincou.

– Foi a desculpa que eu arranjei pra te ver, mal agradecido!

– Não seja por isso! Olha só, Dinho, isso aqui é pra você. - Ju anunciou, entregando-lhe o saco.

Confuso, Adriano segurou no ar uma peruca.

– Então, Lia, tá mais tranquila agora? Teu namorado recuperou os cachos. Não precisa me agradecer!

– Pô, genial! - A roqueira riu. - Falando sério, Juliana, tá horrível! Se eu fosse você, não botava essa dica no blog. Já que é assim, vem cá, Dinho.

– Opa, se eu soubesse que daria tão certo, teria pedido os cachos falsos antes! - Respondeu animado ao ver o gesto de Lia para que se aproximasse.

– Deita aqui.

– Lia, eu já falei que não posso...

– Para de ser idiota, que a minha irmã tá aqui.

– Como se eu não soubesse... - A caçula murmurou.

– Não deveria. Vem, Dinho.

Seguindo as instruções, o garoto se sentou ao lado da ex no sofá. Lia mexeu no estojo de maquiagens da melhor amiga e sorriu inventiva. Desenhou por cima das ainda discretas sobrancelhas de Adriano.

– Vê se desenha certo isso aí, hein, Lia, que de maquiagem você ainda não é muito boa. - Ju orientou.

– Sou melhor que a Tatá.

– Não é, não! - A pequena protestou. - Eu treinei nas minhas bonecas e estou muito melhor que você!

– Aham, conta outra, Tatá. - A mais velha retrucou.

– Lia, pera aí, deixa eu ajeitar essa maquiagem. - Ju pediu, também pegando um lápis.

– Qual é, tá virando bagunça, agora? Olha lá o que vocês vão fazer comigo...

– Você não insiste que me ama? Então assume o meu lugar como boneca de testes dessas duas, meu bem. - A roqueira zombou.

– Ih, Dinho, você tá mó gato! - Tatá assegurou.

– Você quer dizer que antes eu não estava?

– Dinho, deixa eu te contar um segredo: o teu charme tá nesse sorriso e no olhar encantador, e só. - Lia explicou.

– Elas tão te zoando, Dinho, você tá sempre lindo. - Ju o defendeu.

– Ih, Ju, eu pensei que você já tivesse superado a paixonite! - Fatinha provocou.

– Pelo visto só você gosta de mim, Ju...

– Não sei por que a surpresa, você sabe que eu te odeio. - Lia se pronunciou.

– Me apaixonei pela amiga errada... - Dinho suspirou. Ao notar o silêncio incômodo com a lembrança, Dinho mudou o foco. - E você, Tatá, só desculpo por ser a minha cunhada que eu adoro.

– Então vocês voltaram? - Perguntou empolgada.

– Não. - Dinho e Lia responderam em uníssono.

– Vamos ver por quanto tempo dura essa negação... Aposto que vão se pegar na festa. Você não, Ju?

– Com certeza, Fatinha!


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Notas finais do capítulo

Comentários são sempre bem-vindos e fiquem de olho. A amizade ficará cada vez mais colorida...



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