Uma Vez Mais escrita por AnaMM
Notas iniciais do capítulo
http://www.youtube.com/watch?v=jg4wWI9mvG0
A primeira parte foi escrita ao som dessa música, encarem como uma trilha sonora :)
Espero que gostem ;)
Lia caminhava na chuva, no deck de um porto. Ouviu um trovão e, assustada, virou-se para a costa.
–Dinho?
Como na despedida muda que tiveram no ano anterior, Dinho a mirava encharcado. Aproximou-se de Lia. Uma lágrima solitária se mesclava aos pingos de chuva em seu rosto. Aproximou-se mais um pouco, hesitante, levando uma mão ao rosto de Lia. Por um momento a roqueira não mais tremia de frio. A pele de Adriano sobre a sua era sua única fonte de calor e a queimava por dentro.
–Não fala nada. – Disse o garoto, encostando brevemente seu dedo sobre os lábios da loira.
Seus rostos se aproximavam lentamente, até que seus lábios se encontraram. Lia não fazia idéia do quanto sentira a falta do garoto de cachos até beijá-lo, enfim. Não queria se afastar daquele beijo nunca mais.
Para desgosto de Lia, Dinho se afastou. O garoto olhou para a roqueira com uma expressão de dor e desespero em seu rosto. A loira, então, reparou no tronco encharcado de Dinho, sujo por uma água escura. Adriano afastou a mão de seu abdômen e Lia pode ver melhor. Não era água escura, como imaginara, mas vermelha.
–Dinho? Dinho, o que aconteceu com você?
O garoto não disse nada, apenas apontou-lhe com a cabeça a mão da roqueira. Um calafrio correu sua espinha ao perceber que segurava uma faca.
–Dinho, eu...
–Eu não disse que você sentia a minha falta? – perguntou debochado, dirigindo-se à ponta do deck. – Adeus, Lia Martins.
Com a última frase, Dinho se deixou cair, sendo engolido pelas ondas para a eternidade. Estava morto, e Lia o havia matado.
–DINHO!!! DINHO!!!
Gritava desesperada. Não sentia mais a chuva, ou o ar frio, apenas o abraço de seu pai. Estava em seu quarto, na casa de Marcela, que chegava à porta com um copo de água. Gil parou à porta assim que a mãe entrou no quarto.
–Calma, minha filha, calma, foi só um pesadelo.
–Mas foi tão real, pai! – Lia estava em pânico, agora sendo abraçada por Lorenzo e por Marcela, que lhe havia entregue o copo.
–Está tudo bem, Lia. O Dinho está vivo, você vai vê-lo no colégio amanhã, fica tranqüila.
–Como tudo bem? Ele... Ele tentou... !
–Eu te falei que ele desistiu, lembra?
–Uma certa loirinha rebelde soube reanimá-lo muito bem – Marcela piscou para a enteada – e eu acho que ele não voltou a tentar...
Lorenzo ficou desconsertado com o comentário de Marcela e Gil fechou o punho, mas ambos se controlaram. Acalmar a roqueira era mais importante que ciúmes e protecionismo.
–Que cara mais imbecil, fazer esse teatrinho todo por uma garota!
–Não foi só por causa da Lia, Gil. Como eu disse, o Dinho está passando por uma fase difícil.
Antes que Lia pudesse questionar o pai, Lorenzo completou:
–Amanhã vocês conversam, que agora você tem que se acalmar e voltar a dormir, mocinha!
Vendo o olhar perdido de Lia, Marcela se ofereceu para ficar no quarto com a enteada até que ela dormisse.
–Eu cuido dela, vocês dois têm aula cedo e plantão e precisam dormir. Eu fico aqui fazendo companhia para a Lia, fiquem tranqüilos.
Gil e Lorenzo se retiraram; o segundo, hesitante. A roqueira voltou a se deitar, agradecendo a presença da madrasta.
–E-eu não o perdoei ainda, que fique bem claro. Eu nem gosto mais do Dinho...
“Marrenta... O Dinho tinha razão...”
–Foi muita informação, eu entendo. Depois vocês se entendem, Lia. Como o seu pai falou, o melhor a fazer agora é descansar e conversar com ele amanhã.
–E não pode ter sido minha culpa, né? Se ele se importasse tanto comigo, não teria me traído, nem ido embora.
–Amanhã. – Marcela sorriu para a enteada com cumplicidade. – Amanhã é um novo dia, com novas respostas.
Lia enfim pôde dormir tranqüila, após mais alguns minutos de hesitação. A informação ainda a atormentava, mas não havia nada a ser feito naquela hora da madrugada.
Ainda preocupada com a enteada, Marcela voltou para o seu quarto. Sabia que Lia ainda tinha sentimentos fortes pelo ex, mas começava a acreditar que a garota nunca admitiria. Se nem o pesadelo a fez confessar a falta que ele faria se outra vez saísse de sua vida, a professora não conseguia pensar em mais nada que a convencesse. Nem mesmo o que Lia ainda não sabia.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Espero que vocês tenham gostado e vêm mais emoções por aí, aguardem ;) em breve, a verdade por inteiro. (tipo, em breve MESMO)
bjs