Uma Vez Mais escrita por AnaMM


Capítulo 15
Teatro?


Notas iniciais do capítulo

Mil desculpas pela demora!!! Semana de provas, duas fics ao mesmo tempo... Acabei me atrasando pra postar.

Queria agradecer a Luiza Pessoa por recomendar a fic ♥

O próximo capítulo não deve demorar tanto pra sair, não se preocupem ;)



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Lorenzo começaria o trabalho um pouco mais tarde aquela manhã, e Marcela não dava aula no primeiro período. Lia não havia dormido em casa, Gil já tinha saído para a escola, estavam só os dois. O médico parecia preocupado, não tendo falado muito desde que acordou.

-O que foi, Lorenzo?

-Eu estou preocupado com a situação daqueles dois...

-Eu normalmente perguntaria quais dois, mas acho que é meio óbvio... O Dinho é um deles, não é? Aposto um pãozinho que a Lia é a outra!

-Eu sei que não deveria me meter, que o Dinho quer falar na hora certa, do jeito certo, mas... Eu conheço a minha filha, Marcela. Se depender dela, na pior das hipóteses eu vou chegar em casa dizendo “filha, seu ex morreu, quer chorar ou comemorar?” e ela não vai entender nada.

-Bate na madeira, Lorenzo! E você que pensa! Eu bem vi aqueles dois de chameguinho ontem no sofá.

-De que?? – Lorenzo não podia estar mais surpreso.

-É, a Lia se comoveu com o estado dele e quando o Dinho acordou não se desgrudaram um segundo, rolaram até uns beijinhos, achei tão fofo!

O médico não sabia se ficava feliz pelo paciente ou preocupado com a filha se rendendo ao garoto que a fez sofrer.

-Então eles voltaram?

-Bom, a Lia tentou deixar claro que era só um momento de trégua, mas quem entende aqueles dois? A essa hora ela pode estar tanto arrancando o pescoço dele, quanto o beijando e abraçando. Se bem que tem o Vitor, também...

-Coitado do Vitor, não tem culpa de nada... E a Lia também não ajuda, né? Isso ela puxou da Raquel!

Marcela riu do namorado querendo culpar a ex-mulher e levou seu prato à pia para não precisar responder. Quando voltou, lembrou a questão principal do assunto.

-Você acha melhor contar pra ela?

-Eu prefiro que a Lia saiba a verdade logo. Não dá pra prever se vai dar tudo certo ou não, mas é melhor preparar o terreno... E depois daquela cena ela deve estar cheia de dúvidas.

Ficaram pensativos por um momento, até a professora questionar Lorenzo quanto à cena que a atormentara tanto.

-O que aconteceu com o Dinho ontem, Lorenzo?

-Você tem certeza que quer saber? – o médico encarou o silêncio da professora como consentimento - O Dinho tentou se matar.

-ELE O QUE??? – Gil entrara naquele exato momento e perguntou em uníssono com a mãe, ambos aterrorizados pela confissão do pai de Lia.

-Gil? Filho, o que você está fazendo aqui?

-E-eu esqueci uns cadernos... Que história é essa? O Dinho tentou se matar? Por isso ele tava daquele jeito? Por isso ele precisou ser sedado? Por que ele tentou se matar? Como assim? A Lia já sabe? Tem certeza que não era blefe? E se foi só pra chamar a atenção? Aposto que foi! Aquele imbecil só se importa com ele mesmo, não faz sentido!

-Filho, olha como você fala do Dinho! Ele é meu aluno, ex da minha enteada e, apesar dos erros, ótimo garoto!

-Até você defendendo ele?

-Gil, o que você falou foi muito grave, a Marcela tem razão.

-Por que você ta defendendo tanto o Dinho? Você nunca foi com a cara dele!

-É uma história complicada, filho...

-Por que vocês não param com os segredinhos e contam de uma vez?

-Esse é um assunto meu e do Dinho que não lhe diz respeito!

Gil se sentiu ofendido pela reação do médico e até mesmo da mãe. Pegou seu material e se retirou, irritado. Marcela cogitou ir atrás do filho, mas estava chocada demais com o que ouvira de Lorenzo para levantar de sua cadeira.

-Lorenzo, isso é muito grave!

-Eu sei... O Dinho perdeu completamente o juízo! Eu não sei mais o que fazer...

-Vocês não têm acompanhamento de psicóloga no hospital? Se bem que, pelo que eu vi aqui em casa, acho que a Lia já se encarregou de animá-lo.

Lorenzo engasgou seu sanduíche, vermelho, com os olhos arregalados.

-Calma, ela não o deixou tão feliz quanto você imagina. Foram só uns beijinhos...

-Eu sei muito bem aonde esses “beijinhos” levam! Aliás, às vezes eles não precisam nem disso, né?

Marcela riu da preocupação do médico, sabendo que ele tinha razão. Lia e Dinho juntos eram sempre um perigo para um pai conservador como seu namorado. A sua preocupação com o garoto, no entanto, logo desmanchou seu sorriso. Conversaria com ele após a aula.

-x-

-Lia! Lia, espera!

No intervalo, Dinho tentava chamar a atenção da garota que o ignorava. Correu até ela, mas a roqueira apenas mudou de direção, saindo da quadra em direção à frente do portão do colégio, acompanhada de seus fieis escudeiros: Ju, Gil e Vitor. Dinho a seguiu e alguns alunos começaram a prestar atenção na cena, curiosos quanto à nova “performance” do ex-casal. Cansado de tentar se comunicar civilizadamente com a ex, Adriano a alcançou e segurou-a pelo braço.

-Me larga! Não enche, garoto! Me deixa em paz!

-Agora você vai me ouvir!

-Ei! Larga a minha namorada!

Vitor tentou empurrar Dinho, mas o garoto estava com a mão firmemente envolta no cotovelo de Lia. Parecia estar usando as forças que lhe restavam para manter-se imóvel, em pé. Aproximou Lia de si e suas respirações se mesclaram. Vitor havia visto o suficiente. Separou o rival de sua namorada à força, aproveitando a distração de Dinho, que já não a segurava com tanta firmeza, perdido no olhar da garota. Lia pareceu acordar de um transe ao ser puxada por Vitor e, mais uma vez, atacou Dinho.

-Eu te odeio! – Lia saiu bufando e Ju e Vitor a seguiram.

-Você não vem, Gil? – perguntou a it-girl.

-Eu quero falar com o Dinho, pode ser? Ele precisa ouvir umas verdades.

-Vê lá o que você vai falar... – Ju olhou para Adriano uma última vez antes de voltar para a sala de aula com a amiga. O garoto estava sentado no chão, atirado contra o portão da escola. Dinho sempre foi cheio de vida e Juliana estranhava o novo comportamento agressivo e sombrio do aventureiro, que parecia tão mais sério do que ela lembrava. No entanto, não era a seriedade resultante da maturidade que o garoto poderia ter adquirido viajando o mundo sozinho, era simplesmente a ausência de sorrisos.

Dinho estranhou a presença de Gil e se levantou para encarar o pichador.

-O que você quer? Veio rir da minha cara, exigir que eu me afaste da Lia?

-Eu sabia que você não prestava, mas nunca imaginei que fosse capaz de algo tão baixo.

-Eu perdi o controle, eu sei. Mas eu nem segurei tão forte, o Vitor que é fraco...

-Eu não estou falando disso. Como você pôde fingir suicídio pra chamar a atenção da Lia?? Você não tem noção? Preocupar o Lorenzo e a minha mãe daquele jeito por conta de um teatrinho??

-Não fala o que não sabe! Aliás, nem deveria saber!

-Eu ouvi o Lorenzo contando pra minha mãe.

-A Marcela sabe? Olha só, não conta pra Lia! Eu preciso-

-Você fica! E vai me ouvir!

-Eu não fingi nada, Gil, e isso não é da sua conta, agora me deixa ir!

Antes que o filho da professora pudesse impedir, Dinho correu para a quadra poliesportiva, mas o sinal para o retorno às aulas mudou sua trajetória. Para sua sorte, Gil não pareceu tocar no assunto com a melhor amiga.  


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Notas finais do capítulo

Espero que vocês estejam gostando e fiquem ligados nos próximos capítulos ;)



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