Continuação...

Vitor olhou pra Lia, e depois se virou para o outro lado, sem responder.

Lia: Vitor, eu to falando sério. A sua mãe tá voltando pra cá. E eu não to falando isso pra te animar, e eu sei que não te anima, mais eu queria que ela não te pegasse de surpresa.

Vitor: Lia, não quer que eu acredite nisso né?

Lia: Quero. Se não quiser acreditar não acredite, mais vai ser pego de surpresa quando ela vier pra cá, por quê eu to dizendo.

Vitor: Linda, minha mãe nem te conhece, não tem jeito nem como, de você saber que ela tá vindo pra cá.

Lia: A Rosa avisou a sua mãe do acidente e passou meu número Vitor, eu acabei de falar com ela, ela disse que ia vir pra cá.

Vitor: Você não vai dizer aonde eu to né?

Lia: Eu vou retornar mais tarde.

Vitor: NÃO, VOCÊ NÃO VAI RETORNAR. ISSO É UMA DECISÃO MINHA, EU É QUE TENHO QUE DECIDIR SE QUERO VER ELA OU NÃO.

Lia: Vitor, pensa, pode ser bom você se resolver com ela, não pode? Tudo ia ficar no seu devido lugar.

Vitor: NÃO VAI, ELA JÁ FEZ ISSO VARIAS VEZES, DIZ QUE ME AMA, MAIS É SÓ VER O SAL QUE FICA TODA ENCANTADINHA E NEM ME DA MAIS BOLA, LIA, SE ELA VIER AQUI, A CULPA VAI SER SUA.

Lia: TUDO BEM VITOR, EU SÓ QUERIA QUE AS COISAS FICASSEM CERTAS ENTRE VOCÊS DOIS, NÃO PRECISAVA GRITAR. -ela disse irritada e saiu do quarto, batendo a porta.

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Ju e Fatinha estavam na recepção do hospital, e Fatinha discutia com a recepcionista para poder entrar e ver Vitor.

Fatinha: Olha aqui querida, o meu anjo tá internado lá dentro, e eu quero entrar, você nem queira me impedir. -ela disse se virando pra entrar.

Recepcionista: Se você entrar, eu chamo os seguranças e você vai ter de sair de lá nem que seja arrastada.

Fatinha: OLHA AQUI, QUEM VOCÊ PENSA QUE É PRA DIZER O QUE EU POSSO FAZER? SE A MINHA AMIGA PODE ENTRAR, EU TAMBÉM POSSO.

Recepcionista: Moça, a senhora está em um hospital, não faça escândalo, por favor.

Fatinha: Primeiro que eu tenho nome: Maria de Fatima dos Prazeres, prazer nenhum em te conhecer. Segundo que eu não sou cega e sei que eu estou em um hospital, infelizmente, mais eu vou deixar isso bem claro. -ela virou para trás. -OLHA AQUI GENTE, PESSOAS E PESSOAS DESTE HOSPITAL, SABE ESSA MOÇA AQUI? -ela apontou pra moça da recepção. -É UMA METIDINHA MIMADA. SEM EDUCAÇÃO QUE MINHA NOSSA... SE QUEREM SER TRATADOS COM RESPEITO, RECLAMEM BASTANTE DA CINDERELA AQUI.- ela se virou.

Recepcionista: Você ficou maluca Dona Maria de Fatima dos Prazeres? É isso não é? Eu vou ser demitida.

Fatinha: Isso é pra você aprender que não se meche comigo, por que como diria Clarisse Lispector: Cada louco com a sua mania. Agora confundir uma pessoa louca, com uma que não bate bem, é bem ruim, né não?

Ju que não queria ver confusões ali, puxou Fatinha pra trás e a fez sentar no sofá. Não entendia como Fatinha poderia ser tão alterada, estava dentro de um hospital, pela décima milésima vez na semana, e estava brigando com a recepcionista.

Ju: Fatinha, para com isso, você tá num hospital. Se você se esqueceu, o Vitor sofreu um acidente e daqui a pouquinho a Lia sai de lá dentro com noticias pra gente ok?

Fatinha: Ai gente, eu tinha esquecido do meu anjo. Ai minha santa Clarisse Lispector, faz ele ficar bem.

Ju ficou quieta, e levou um tremendo susto quando Lia abriu a porta com tudo e saiu de lá de dentro totalmente irritada com alguma coisa.

Ju: Ih, alguma coisa aconteceu. -ela sussurrou para Fatinha.

Lia: Vamos? -ela disse quando se aproximou.

Fatinha: Calma, você quer ir embora Lia? Como tá o Vitor?

Lia: O Vitor tá bem, e sim, eu quero ir embora. Eu não aguento mais, não quero ficar mais nem cinco minutos dentro desse hospital. E se você vier visitar o ingrato do Vitor, Fatinha, diz pra ele que a mamãezinha tá vindo pra cá e chega em menos de uma semana. -ela disse se sentando no sofá.

Ju: Vocês terminaram Lia?

Lia: Não, nós não terminamos Ju. A mãe dele me ligou e disse que tá vindo pra cá. Ai eu disse pra ele que ela tava vindo e que seria até bom se ela viesse, mais ele já começa a brigar e fazer escândalo. Eu não vou ficar fazendo discurso, pra dizer pra ele que mesmo com todos os defeitos do mundo, ele tem mãe, e é ela.

Fatinha: Parece alguém que eu conheço né Lia?

Lia: Fatinha, não enche beleza? Eu sei que você adora o Vitor, mais, por favor, intende que eu não quero mais ficar aqui. Eu acabei de sair e tive que entrar de novo, por que ele é um irresponsável, que não pensa antes de fazer as coisas, e não quer nem saber das consequências.

Ju: Parece novamente alguém que eu conheço.

Lia: Você também Ju?

Fatinha: Ai Lia, desculpa, mais tá na cara que você gosta dele, e você sabe muito bem que você fez isso varias vezes também. Vive brigando com a sua mãe e dizendo isso com aquilo, nunca quer falar com ela, e não aceita que ninguém tente te convencer a isso.

Ju: E também vive agindo por impulso, sem pensar nas consequências que a ação vai causar. Por isso eu acho que seja o que aconteceu, ou oque o Vitor te disse, você tem que aceitar, por quê não é diferente pra você. -ela completou.

Fatinha: É Lia, e você sabe muito bem que eu vivia brigando com o meu Moreno, mais percebi que eu tenho muita coisa parecida com ele. E você tá querendo fazer o Vitor mudar e fazer uma coisa que você também faz, e não quer mudar por nada.

Ju: E agora você vai entrar lá dentro e pedir desculpas, também vai dizer pro Vitor que não vai mais cuidar da vida dele e vai deixar tudo acontecer normalmente, se ele não quer falar com a mãe, ele não vai falar com ela. -ela mandou.

Lia: Ju, eu só quis ajudar, eu quero que ele fique de boa com os pais dele ué, ele vive reclamando que o Sal é o preferidinho da familia, mais não faz nada pra mudar isso. -ela reclamou.

Ju: Lia presta atenção, se você quer ajudar e ele não quer, deixa pra lá. Você sabe que tentou amiga. Por favor. E pensa, você iria gostar se ele fizesse você ficar de boa com a sua mãe? Não, por quê essa é a sua vida.

Fatinha: E as vezes é até melhor o Sal ser o preferido Lia. Se é pra ser assim, está sendo. Deixa as coisas se arrumarem com o tempo. -disse ela se surpreendendo com o que tinha acabado de falar.

Lia: Eu vou, mais eu vou acabar me arrependendo por isso.

Fatinha: Não se preocupa por quê, Como dizia Clarisse Lispector: Melhor se arrepender do que se fez, do que se lamentar por não ter feito.

Ju: Coitada da Clarisse. Mais a Fatinha Lispector tá certa, vai lá dentro e fala com o Vitor.

Lia: Tá. Mais você duas vão ter que ouvir meus conselhos pelo resto da vida de vocês. E olha Fatinha, sem brigar com ninguém aqui ok?

Ju: Tarde demais.

Lia: Como!?

Fatinha: Explicamos depois, agora vai falar com o anjo, antes que eu vá no seu lugar, por você, o que seria muito bom né amiga?

Lia revirou os olhos e saiu.

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Com Vitor.

Vitor estava pensando em como Lia poderia fazer aquilo. Ele estava ali, deitado naquela cama, e ela ainda ficava cobrando as coisas dele. Ficava pensando em como era difícil Lia intender que ele não queria ver a sua mãe, apesar de tudo, mais não queria. Seus pensamentos foram interrompidos quando alguém abriu a porta. Ele olhou quem era, e era ela, a pessoa que ele achou que não apareceria ali durante um bom tempo. Olhou fixamente pra porta e sorriu, sem acreditar que aquilo era verdade.

Vitor: Achei que não iria entrar aqui por um bom tempo né Linda? Mais você gosta demais de mim pra fazer isso. Nunca ia conseguir. -ele disse sorrindo.

Lia: Não me agradeça não tá seu convencido? Agradeça a Ju e a sua querida Fatinha, por quê foi elas que me convenceram a entrar aqui, eu não teria vindo por conta própria, tá certo? -ela disse o beijando.

Vitor: É sacrifício demais ficar longe de mim né?

Lia: Não é sobre isso que eu vim falar, e você sabe. -ela disse mudando de assunto. -Eu queria te pedir desculpas. Eu não deveria ter tentado te brigar a nada, até por quê você levaria um belo de um tapa na cara se fizesse isso comigo.

Vitor: Tá tudo bem Linda, não precisa pedir desculpas. Eu sei que você quer que eu me acerte com a Helena, mais eu não quero ok?-ele disse sério.- E aposto que você não me daria um tapa na cara.

Lia: Daria sim, por quê eu posso fazer isso e você não. Mais sério Vitor, eu vou embora por quê eu preciso mesmo tomar um banho e dormir. Você tá bem né?

Vitor: To sim, mais não fala pra Helena que eu to aqui não tá?

Lia: Tá, eu não falo pra ela. Mais você tem certeza que eu posso ir embora?

Vitor: Claro que eu tenho Linda. Eu estou muito bem.

Lia: Tá, eu vou, mais eu voltou amanhã, assim que eu sair do colégio, beleza?

Vitor: Vou ficar te esperando até você aparecer.

Lia: Ok.

Vitor: Ah, e avisa pro Mathias disfarçadamente por quê eu não fui pra lá, e por quê eu não vou ajudar o Leandro com alguns livros que ele pediu, tá?

Lia: Pode deixar que eu aviso sim. Agora deixa eu ir. -ela lhe deu um beijo e saiu.

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Com Fatinha e Ju.

As duas aguardavam ansiosas na sala da recepção. Tinham dado muitos conselhos a Lia, e estavam orgulhosas por isso ter dado certo. Nenhuma das duas nunca poderiam imaginar que Lia ia seguir algum deles, alias, elas eram péssimas com isso.

Fatinha: Nossa Ju... Eu acho que a Lia colou chiclete na cruz pra ter esse azar em? Nem foi pra casa e teve que voltar direto pro hospital...

Ju: É... Fatinha... Sabe que eu nunca tinha imaginado que ela podia gostar do Vitor? Eu achei que era alguma coisa, assim, bem pouca, bem... Alguma coisa que os dois ignorassem.

Fatinha: Olha Ju, eu sempre achei que o Vitor gostasse da Lia, mais que um dia fosse ter alguma coisa séria, eu duvidava e muito.

Ju ia responder mais foi interrompida por Lia que entrou na sala. As duas desejaram que tudo tivesse dado certo, pois se não tivesse, em menos de duas horas, Lia estaria tacando todos os pratos na parede da casa de Marcela. Ficaram aliviadas quando Lia sorriu.

Fatinha: E ai? O casal LiTor confusão fizeram as pazes?

Lia: Mais é claro. E pode parar com essa de confusão, pode ser?

Ju: Mais é confusão mesmo.

Lia: Tá, façam o que quiserem, mais agora eu quero ir pra casa. Eu mal sai desse hospital e já tive que voltar. O Vitor me garantiu que vai ficar tudo bem, que eu posso ir embora, e que eu só volto amanhã depois do colégio.

Fatinha: Aii, que bom que vocês fizeram as pazes, eu fico tão feliz. Obrigada minha santa Clarisse Lispector por ter evitado um quase fim do mundo! -ela disse fazendo Lia e Ju rirem.

Lia: Tá. Agora vamos embora.

Fatinha: Eu vou ligar pro meu Moreno e ele vem buscar agente.

Ju: Ih Fatinha, acho que não vai dar não... O Bruno tinha uma reunião importante do C.R.A.U e deve estar lá até agora. Ele não pode sair. Ia deixar eu, você e a Lia no Shopping e partiu direto pra lá.

Fatinha: Ih, vamos ter que ir andando mesmo.

Sal que ficou sabendo do acidente de Vitor, correu pro hospital em que ele estava, não que ele estivesse preocupado, mais queria saber o que estava acontecendo. Não estava acompanhado de Luana. Ouviu Fatinha dizendo que teria que ir andando e se fez de bom moço, se oferecendo para leva-las embora.

Sal: Não precisa ir andando não Linda.- ele disse se aproximando- Eu levo vocês. Vai ser um prazer acompanhar as amigas da namorada do meu maninho até a casa de vocês.

Lia não estava acreditando que depois de ter provocado praticamente dois acidentes, Sal tinha a coragem de ir até lá e se oferecer para leva-las embora. Mesmo que o acidente de Vitor não tivesse sido provocado diretamente por ele, era bem claro pra ela, que ele tinha deixado Vitor bastante nervoso pra que ele batesse a moto.

Lia: O que você tá fazendo aqui Sal? -ela disse ignorando o que Sal tinha dito.

Sal: Como o que eu to fazendo aqui? Meu irmão tá internado aqui por quê sofreu um acidente de moto, e você me pergunta o que eu to fazendo aqui? -ele disse ironicamente.

Lia: Você nunca se importou com o Vitor, pra que irritar ele mais um pouco do que você já irritou? Por quê pelo que eu sei, ele tinha acabado de sair do SEU apartamento quando sofreu esse acidente.

Sal: Fica tranquila que eu não consegui ver o Vitor por quê o seu paizinho disse que ele não pode receber visitas agora, por quê não está mais no horário. Mais não pense você que eu vou desistir. -ele disse sorrindo cinicamente pra Lia. -Aceitam a carona? -ele disse de assunto.

Lia: Não, nós não aceitamos. -ela disse fazendo o sorriso de Sal desaparecer. -Podemos ir andando, sem problema nenhum.

Ju: LIA. -ela a repreendeu. -Claro que aceitamos, iriamos adorar se você fizesse essa gentileza. Se não for te incomodar. -ela disse forçando um sorriso.

Lia: Ju, se você quiser ir, você vai, eu não entro no carro dela de jeito nenhum. Nem que seja arrastada. E dessa vez vocês não vão me convencer.

Ju: Lia, ele é irmão do seu namorado, para de ser chata e vamos logo. Eu aposto que a Fatinha também vai né Fatinha?

Fatinha: Eu não, pode ir você. Eu espero os pais da Lia e pego carona com eles. Eu tenho que ir na casa dela mesmo.

Sal: Poxa gente... Mais Ju, se você quiser, eu posso te deixar na sua casa. Se elas não querem ir, não me incomodo nada de levar você.

Lia: Ela não vai. -disse Lia a puxando pro lado.

Sal: Vamos Ju? -ele disse ignorando Lia.

Ju: A Sal, deixa pra próxima vai. Se a Fatinha e a Lia vão ficar, eu fico com elas, sem problemas. Obrigada mesmo.

Sal assentiu e saiu. Ju se sentou no sofá, inconformada.

Ju: Lia, ele é irmão do seu namorado. Não sei por quê vocês duas não gostam dele. Ele parece ser um cara tão bacana. Não vejo motivos pra ser tão detestado.

Fatinha: Mais eu e a Lia, temos motivos, se você preferir, pode ir com ele. -ela disse apontando pra porta de saída.

Ju revirou os olhos.

Lia: Então fica quieta. E vamos esperar o meu pai. -ela disse se sentando.

Algum tempo depois Lorenzo apareceu. Estranhou que elas ainda estivessem ali, pois Lia tinha visto Vitor a bastante tempo, e este tinha garantido para ele que tinha dito a Lia, que ela poderia ir pra casa. Ju estava sentada, entediada com as mãos na cabeça, Fatinha estava mexendo no celular, e Lia estava conversando com um amigo que ela havia encontrado andando por ali.

Lorenzo: Filha? Ainda tá aqui? -ele disse se aproximando de Lia. -Oi Henrique. -ele disse cumprimentando o amigo de Lia, cujo nome era Henrique.

Henrique: Oi Lorenzo. -ele disse cumprimentando Lorenzo.

Lia: É pai, eu tive que esperar você pra poder ir embora. O Bruno tava em uma reunião. O Sal até ofereceu carona, mais eu não confio nele.

Lorenzo: Bom, então vamos. Eu vou pegar algumas coisas na minha sala e vocês me esperam lá no carro. Pode ser? -ele disse entregando a chave do carro pra Lia.

Lia: Pode. -ela disse pegando a chave.

Lorenzo: Tudo bem. Tchau Henrique. -ele disse saindo.

Lia: Henrique, eu vou indo. Tchau. -ela ia saindo, mais este a segurou pelo braço a impedindo de sair.

Henrique: Lia, foi muito bom te ver de novo. Espero poder te ver mais vezes. -ele disse a soltando.

Lia: É. Você sabe onde eu moro, é só passar lá. Agora eu tenho mesmo que ir. -ela disse saindo sem olhar pra trás.

Lia ficou muito contente em rever o amigo, mais sabia que tinha acontecido alguma coisa ali. Queria sair logo, alias, ele era só um amigo antigo, mais que tinha suas certas paixonites e encantos por ela, e ela sabia bem sobre isso. Assim que chegou perto de Ju e Fatinha, as duas começaram a perguntar sobre o garoto.

Fatinha: Quem é esse seu amigo gato? -ela disse levantando.

Ju: Lia, esse eu não conhecia. -ela disse fazendo o mesmo.

Lia: Gente, esse é um amigo antigo. Ju, você não conhece por que eu convivi muito pouco tempo com ele. Ele era filho do advogado que cuidou da separação dos meus pais. Depois que eles se separaram, nos falamos algumas vezes, mais depois nunca mais. Mais ele se chama Henrique, e é muito legal.

Ju: Lia, tá na cara que rolou um clima estranho ali.

Lia: Ju, eu estou namorando com o Vitor. O Henrique tinha suas paixonites por mim, no passado. Hoje ele já deve ter esquecido. E também não rolou clima nenhum.

Fatinha: Bem que você poderia apresentar ele pra gente.

Ju: Fatinha! -ela disse a repreendendo.

Lia: Tá, chega. Agora ele não me deixa mais em paz. Eu apresento ele depois pra vocês, agora vamos por quê o meu pai mandou agente esperar no carro.

As duas assentiram e foram para o carro. Lorenzo deixou Fatinha no Hostel, e depois levou Ju para seu apartamento. Por ultimo passou no mercado, pra depois seguir rumo a casa de Marcela.

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Na casa de Marcela...

Lia e Lorenzo haviam acabado de chegar. A única coisa que Lia queria naquele momento era tomar um banho e ir direto para a sua cama, além de ter uma boa noite de sono, depois de finalmente ter saído daquele hospital. Marcela ainda estava no colégio, e Gil estava grafitando.

Lia: Pai, eu vou tomar um banho, comer alguma coisa e cair na cama. Eu tenho aula amanhã cedo e quero muito descansar. Manda o Gil me esperar amanhã cedo, pode ser?

Lorenzo: Pode. Lia, eu preciso falar com você. Mais pode ser na hora do jantar. Agora vai tomar um banho e descansar um pouco. Quando o jantar estiver pronto, eu te acordo.

Lia: Tá, pode ser. É alguma coisa com a Tatá?

Lorenzo: Não, mais eu tenho que falar com você, sua avó, sua mãe, a Tatá, por isso eu chamei todo mundo aqui hoje a noite. Se você quiser pode chamar a Ju e a Fatinha. A Marta e o Olavo vão estar aqui também, preciso falar com eles, sobre o seu acidente também. Mais esse é outro caso.

Lia: Tá. -ela disse e saiu.

Entrou no seu quarto e foi direto pro chuveiro. Depois de um bom banho de água fria, ligou pra Ju e Fatinha, as convidando para jantar em sua casa, as duas aceitaram e combinaram de dormir na casa de Lia aquela noite. Estariam lá daqui duas horas. Lia se jogou na sua cama disposta a não pensar em mais nada, mais isso era impossível. Tudo vinha na sua cabeça aquele momento. Varias decisões. A todo momento seu celular tocava, e era Helena, a mãe de Vitor. Lia não sabia mais em quem pensava, nela ou nele. Decidiu que não atenderia mais telefonemas dela e não falaria onde Vitor estava. Faria de tudo para evitar discussões. Pediria a Fatinha que se caso em algum momento daquele jantar, o acidente de Lia fosse discutido, que ela não falasse nada sobre sal, sem a ordem de Vitor.

Sabia que isso não poderia ser mantido por muito tempo, alias, Sal iria acabar falando aonde ele estava, mais ela não queria que essa atitude viesse dela. Iria evitar ao máximo brigas com Vitor, pois em brigas com ele, ela sempre saia destruída. Não importasse o por que. Hoje, naquele dia, viu o medo que tinha de perde-lo, e não iria desrespeitar aquilo. Depois de mil pensamentos, ela acabou adormecendo. Acordou duas horas depois, com o escândalo de Fatinha e Ju, que estavam na sala, conversando com Marcela sobre o vestibular. Ela acordou e foi até lá.

Lia: Oi gente. -ela disse se sentando no sofá. -Por quê não me acordaram?

Ju: Você estava dormindo e sabíamos que você precisava descansar. -ela olhou para os lados. -Cadê o Gil? -ela disse reparando na sua falta.

Lia: Ela saiu, mais volta daqui a pouquinho.

Fatinha: Então, voltando a falar sobre o vestibular... O que vocês tão pensando? Eu sempre sonhei em fazer turismo, seria perfeito.

Ju: Eu quero muito fazer estilismo, em uma cidade maior.

Lia: Eu jornalismo. Acho essa área muito legal.

E nessa conversa elas ficaram muito tempo. Até que a hora do jantar chegou. Todos estavam sentados a mesa, e Lorenzo desta vez olhava sério para todos. Naquele dia havia tomado uma decisão muito importante. Paulina, Raquel, Tatá, e todos os outros estavam preocupados com o motivo desse jantar.

Lorenzo: Bom, eu acho que devem estar se perguntando sobre o por quê de mim ter chamado todos vocês aqui. Eu tenho certeza que estão completamente curiosos. Pedi pra Lia chamar as suas amigas, por quê não sei como vai ser, mais eu tomei uma super decisão.

Marcela: Lorenzo, para de enrolar e vai direto ao ponto.

Fatinha: To vendo que nesse mato tem coelho. -ela sussurrou para Ju, percebendo que Lorenzo não iria falar uma coisa que Lia concordaria.

Ju: Também to percebendo.

Lorenzo: Bom, é muito importante o que eu tenho a dizer, e eu acho que não é uma decisão só minha, envolve a família inteira, e apesar dos meus problemas com a Raquel, ela tem que saber o que acontece, alias, ela está aqui agora, como uma mãe de família, e não como a pessoa que deixou as filhas aqui.

Raquel: Obrigada Lorenzo. Agradeço por você estar pensando deste modo, e ainda achar que eu tenho que participar dessas decisões familiares com você.

Tatá: Fala logo pai, tá me deixando curiosa demais.

Lorenzo: Eu vou me mudar. De cidade... E pretendo levar as minhas filhas, a Marcela, e o Gil comigo. -ele disse deixando todos surpresos, e Lia quase caindo para trás.

Continua...