Continuação...

Lia não acreditava no que tinha acabado de ouvir. Gil estava parado, e Marcela, estava apenas olhando. Lia queria dizer que não iria, mais antes que ela pudesse fazer isso, outra pessoa se manifestou, a salvando de uma possível discussão.

Raquel: Você enlouqueceu né Lorenzo? Você só pode estar brincando. Eu sabia que você nunca iria me chamar pra jantar de livre e espontânea vontade. Tinha que ter alguma coisa.

Lorenzo: Raquel, por favor, deixa eu explicar o que está acontecendo? Dá pra deixar eu explicar do por quê que eu pretendo me mudar?

Lia: Pai, você não pode explicar nada. Simplesmente você quer levar a Tatá, eu, a Marcela e o Gil, pra outra cidade, mais nós temos uma vida aqui, não podemos largar tudo e ir. -ela disse já irritada.

Lorenzo: Lia, por favor... -Raquel o interrompeu.

Raquel: Lorenzo, você não vai, mais nunca, tirar as minhas filhas de mim. Você conviveu com elas a vida toda e agora que tudo estava se arrumando você vem com essa história de ir embora da cidade?

Paulina: Lorenzo, me desculpe, mais eu tenho que concordar com a Raquel. Você não pode levar as meninas assim, embora, e deixar a mãe delas aqui.

Lorenzo: Mais surgiu uma oportunidade boa. E em Curitiba, lugar pra onde eu pretendo me mudar, tem ótimos colégios. Vai ser ótimo conhecer amigos novos.

Raquel: Lorenzo, você faz o que você quiser, mais você só leva as minhas filhas daqui, passando por cima de mim. E eu não mudo de ideia. -ela disse saindo da mesa, pegando sua bolsa e indo embora.

Fatinha e Ju sentiam que estavam sobrando ali, alias, era uma conversa de família, que elas pretendiam não participar. Lia permanecia olhando para a parede. Gil estava olhando para Ju, e Marcela olhava pra Lorenzo, inconformada.

Lia: Pai, eu não vou. Me desculpa, mais eu não quero. Meus planos pra esse ano estão montados aqui. Tudo que eu pensei esta aqui. Insubstituível.

Lorenzo: Seu namorado está aqui, você quer dizer né?

Lia: Também.

Olavo: Lorenzo, desculpe a minha opinião, mais a Raquel é a mãe das suas filhas, e você não pode leva-las daqui sem a permissão dela. Se não for da vontade dela também, você não pode se mudar levando a Lia e a Tatá.

Gil: Lorenzo, eu não queria ser chato. Agradeço pelo convide. Curitiba é uma cidade linda, mais eu tenho a Ju, o colégio, meus amigos, e não quero me mudar.

Marcela: Eu poderia ir com você. -ela disse olhando pra Lorenzo. -Mais se for da vontade do Gil ficar, ele vai ficar. Eu posso pedir transferência pro Mathias, e dar aulas em outro colégio.

Lorenzo: Obrigado Marcela, mais eu não deixaria a Lia e a Tatá aqui sozinhas, e a Raquel é desnaturada. Abandonou elas aqui uma vez, e pode abandonar de novo.

Paulina: Desculpe a minha intromissão, mais eu acho que a Raquel não faria isso. A Lia poderia ficar na casa dela.

Lia: Não. Na casa da Raquel eu não fico.

Tatá: Eu não quero me mudar de cidade. Quero continuar morando com a minha mãe, aqui.

Lorenzo: Essa decisão cabe a mim.

Paulina: Não Lorenzo. Essa decisão cabe a Raquel também. As filhas são dela também. E eu não vou deixar que você faça nenhuma besteira. -ela se levantou. -Vamos Tatá. -Tatá se levantou.

As duas saíram e Lia olhou para Ju e Fatinha, fazendo elas intenderem que Lia estava pedindo que elas fizessem alguma coisa rápido, que fizesse seu pai acreditar que ela ficaria bem se ficasse no Rio.

Fatinha: Olha, se a Lia ficar, eu posso arrumar um quarto pra ela no Hostel. Não vai ter problema nenhum. Eu moro lá e ela vai estar entre amigos.

Ju: Ou pode ficar no meu apartamento. Seria muito legal e ela conviveria com... Família e amigos... Não é mesmo pai? -ela disse se virando para Olavo.

Olavo: Claro. A Lia é praticamente da família. Ficaria muito contente se ela fosse morar com agente.

Marcela: Gente, pra que tudo isso se a Lia pode continuar morando aqui?

Lia: Aqui?

Marcela: Ué, mais é claro. O Gil não quer ir, então ele vai ficar aqui, e não tem problema nenhum em você ficar também Lia. Ficaria tudo mais fácil. Fariam mais economia, e guardariam dinheiro pra coisas mais importantes.

Ju: NÃO. -ela protestou. -A Lia pode muito bem ficar no meu apartamento ou no Hostel, não precisa ficar aqui. E alias, não iria me deixar nada confortável.

Marcela: Ju, pelo amor né querida? O Gil te ama, e é praticamente irmão da Lia. É até chato você pensar assim. -ela disse se virando para Ju.

Ju: Tem razão. Desculpa Marcela. Eu devo ter ficado maluca.

Fatinha: E se ela quiser ficar no Hostel, é só falar comigo que eu falo com o Michelzito e ele arruma um quarto pra ela. E eu acho que consigo fazer com que seja grátis.

Lia: Claro que não Fatinha. Se eu vou ficar lá, vou ter que pagar. Sem essa de "grátis" beleza?

Fatinha: Qual é o problema? O Dinho tá lá até hoje sem pagar. -ela disse sem querer.

Marta: É tão novinha e já está roubando empresas Fatinha? O Bruno não poderia ter arrumado uma namorada mais certa que você né? -ela disse ironicamente.

Olavo: Marta, por favor, tenho certeza que ela só falou isso por gentileza, não é Fatinha?

Fatinha: Não é o que eu quis dizer sogrinho, mais se quiserem intender assim, por mim tudo bem. É só não falar nada pro Michelzito que fica tudo bem!

Marcela: Ai Fatinha... -ela riu. -Você é "A" figura.

Fatinha: Como diria Clarisse Lispector: Eu só sou eu mesma, com um pouquinho de glós, glamour e loucura. -ela disse fazendo todos rirem.

Lorenzo: Eu não sei o que vocês estão falando se eu não disse que a Lia vai ficar ainda. -ele disse em tom sério. -Fatinha, eu agradeço pelas suas intenções, e te acho muito criativa.

Fatinha: Obrigada Tio! -ela disse em tom divertido.

Lorenzo: Ju, eu sei que você quer ajudar, mais eu acho que a Lia e irresponsável demais, e que o seu apartamento não é tão grande pra tanta gente...

Ju: Intendo, mais nós poderíamos arrumar um lugar pra ela.

Fatinha: O Hostel está as ordens também. Se o problema for o pagamento eu dou um jeito. Pode ser mais caro, mais barato, sem pagar, pagando. -ela disse tentando dar um jeito de fazer a Lia ficar na cidade,

Lorenzo: A Lia é muito nova pra morar sozinha. Mais se precisarmos, eu ficarei muito feliz em deixar ela lá entre "amigos".

Lia: Tá... Então eu posso ficar aqui na casa da Marcela?

Lorenzo: Quem disse que você vai ficar mocinha? Eu agradeci as suas amigas, mais não disse que você vai ficar...

Marcela: Lorenzo, meu amor, confia na filha que você tem. Ela é meio maluquinha, mais se prometer que vai se comportar, eu tenho certeza que ela vai.

Lorenzo: Marcela, eu não pedi a sua opinião, e acho que eu é quem decido a vida da Lia né? -ele disse em tom sério. -É brincadeira! O que eu não falo pra ver as pessoas que eu gosto felizes em? -ele disse em tom divertido.

Lia: E?

Lorenzo: E a Lia fica! -ele disse e todos comemoravam.

Lia: Pai! Você é o melhor pai do mundo! Eu te amo! -ele disse dando um abraço em seu pai. -Obrigada mesmo tá? Eu fico muito feliz que você confie em mim! -ela disse dando outro abraço em Lorenzo.

Lia abraçou Ju e Fatinha, que estavam felizes. Nem ela sabia como tinha feito para que seu pai a deixasse ficar ali. Só sabia que tinha que ficar. Não era só pelo Vitor, era por todos. Família e Amigos. Tudo a prendia ali.

Fatinha: TIOOOO! Mal comecei a te chamar de "tio" e já estou amando. -ela disse dando um abraço em Lorenzo. -Obrigado por ter deixado a Lia ficar aqui, e eu prometo que ela vai adorar ficar com essas amigas loucas que ela ama.

Lorenzo: Também gostei de você Fatinha. -ele disse rindo. -Mais agora temos que pensar em outras coisas. Ainda tem eu, a Tatá, todo mundo.

Ju: Não antes de mim te dar um abraço. -ela disse o abraçando. -Valeu! Eu nunca iria te perdoar se você levasse a minha melhor amiga embora.

Fatinha: Uma das suas melhores amigas né? Eu também sou uma melhor amiga sua. E aceito posição como cunhada! -ela disse sorrindo.

Lia, Ju e Fatinha deram um abraço coletivo, enquanto Gil, Marcela, Olavo e Marta apenas observavam felizes. Depois eles foram para a sala e se sentaram.

Lorenzo: Bom, a Lia vai ficar aqui com o Gil, tá bom? E os dois prometam que não vão fazer da casa da Marcela, um salão de festa. -ele disse abraçando Marcela de lado.

Lia: Eu prometo.

Gil: Também prometo

Lia: Mais pai, e a Tatá? Como ela fica?

Lorenzo: Eu vou falar com a Raquel amanhã e vamos resolver tudo.

Olavo: Bom, eu e a Marta vamos indo. -ele disse se levantando com Marta. -Você vai ficar dormindo aqui Ju?

Ju: Vou. A Fatinha também né?

Fatinha: Claro. Consegui sair mais cedo do Hostel hoje.

Lorenzo acompanhou Marta e Olavo até a porta, e quando eles estavam saindo, Fatinha os chamou, os fazendo voltar pra trás.

Fatinha: SOGRINHO, SOGRINHA!!!

Marta: Fala criatura. -ela disse ironicamente.

Fatinha: Se você encontrar o meu Moreno diz pra ele que a Fatinha mandou um mega beijo e que está com SAU-DA-DES. -ela disse cantando.

Marta: O SEU Moreno serio o... -ela foi interrompida por Olavo.

Olavo: É, o Bruno, agora vamos embora. -ele disse a puxando pra fora da casa de Marcela.

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Na Manhã Seguinte...

Ju, Lia, Fatinha e Gil estavam indo para o colégio, Lia ainda não acreditava no ocorrido da noite anterior, mais estava com medo de que Lorenzo conseguisse levar Tatá. Depois do colégio, Ju e Fatinha iriam com ela ver Vitor no hospital, e talvez ele recebesse alta ainda naquele dia, mais isso era meio que impossível.

Assim que chegaram no colégio viram Orelha desesperado, Luana estava ao seu lado, muito irritada por sinal. O celular de Orelha estava jogado no chão, todo quebrado. Por um momento Lia sentiu vontade de rir. Ria por Luana ter quebrado o celular de Orelha, alias, a muito tempo ele merecia isso. Estava curiosa pelo motivo de Luana ter quebrado o celular de Orelha. Se aproximou e pode ouvir oque eles diziam.

Luana: Isso é pra você aprender que não se mexe comigo tá intendendo Orelha? E que eu to farta dessas tuas brincadeirinhas ai. Eu quero esse vídeo fora dessa rede social agora.

Orelha: Você quebrou meu celular e ainda exigi que eu tire o vídeo?

Luana: Pelo que você tá vendo sim. Ou quer que eu quebre você inteirinho também? Eu posso fazer isso sem problema nenhum.

Orelha: Tá bom, mais já pode ter sido compartilhado.

Luana: Seu prazo é até amanhã. Passou de amanhã, quem vai acertar as contas com você, vai ser outra pessoa. E vai ser bem pior. -ela disse saindo pelo meio das pessoas.

Todos começaram a sair e Dinho se aproximou da turma de Lia.

Lia: O que o Orelha fez pra Luana quebrar o celular dele?

Dinho: Postou um video dela brigando com o irmão do Vitor, o... -ele disse tentando se lembrar do nome.

Sal: Sal?

Dinho: Esse mesmo. Dá uma olhadinha lá que ele vai demorar pra tirar. Ela disse coisas horriveis, se revelou naquele video. Ai ele postou na rede e ele ficou uma fera.

Lia: Bem feito pros dois.

Ela disse saindo.

Depois de cinco aulas intediantes, chegou a hora de ir embora. Todos sairam correndo pela porta. Ju e Fatinha ficaram esperando Lia do lado de fora do colégio. Quando ela finalmente saiu de lá de dentro, Luana a segurou pelo braço. Ju e Fatinha correram até elas.

Lia: O que foi Luana?

Luana: Lia, desculpa, mais eu queria te perguntar uma coisa.

Fatinha: Fala logo garota, não tá vendo que a Lia tá com pressa.

Luana: Eu queria saber como está o Vitor.

Ju: Não tem coragem de ir até lá?

Luana: Até você Ju?

Ju: Não sei como um dia eu pude ser sua amiga. Você é uma cobra.

Luana: Ju, não acredita no que aquele video do TV Orelha falou.

Fatinha: Agente ouviu.

Lia: Ele tá bem Luana. Posso ir embora agora?

Luana: Pode.

Lia saiu acompanhada por Ju e Fatinha. Durante todo o caminho até o hospital, Lia ouvia seu celular tocar incansavelmente. Era a Helena. Será que aquela mulher não iria deixar ela em paz nunca mais? Até que ela recebeu uma mensagem avisando que havia um recado na caixa postal. Lia não achou tão ruim e decidiu ver o que era. Assim que abriu o recado, se deu conta da seguinte mensagem de voz: -Lia, eu tentei te ligar milhões de vezes, mais você não atendeu nenhuma. Eu sei que sabia que era eu, mais não atendeu a pedido do Vitor. Eu sei que ele não quer me ver querida, mais um dia você vai ser mão e intender. Por favor, eu não quero te pedir nada, apenas quero avisar que estou entrando no Rio agora, e queria que você preparasse o meu filho, por quê eu consegui saber do Sal onde ele está, e estou indo pra lá assim que deixar as minhas coisas no apartamento dele. Assim que ouviu aquilo, saiu a desparada pelas ruas. Chegou no hospital e correu para o quarto onde Vitor estava. Tarde demais. Quando entrou lá dentro, a tal de Helena já estava lá, e Vitor... Este estava chorando. Mesmo que fosse disfarçadamente. Deveria numa hora dessas, estar se sentindo completamente traido. Deveria estar morrendo de raiva de Lia, que assim que entrou recebeu um olhar de desprezo e ódio, vindo dele. Assim que viu o jeito como ele estava, sentiu seu mundo cair na em sua frente. Não teve nem tempo de se explicar.

Lia: Vitor, eu juro que eu nã... -ela disse sendo impedida por ele.

Vitor: Lia, sai daqui, e nunca mais olha na minha cara. NUNCA. -ele disse em tom sério, dando a intender que não estava brincado em nenhuma palavra.

Continua...