Full Moon escrita por gabiromboli


Capítulo 8
Capítulo 7 - Recomeço




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Sentia o cheiro do algodão, lavanda e do lilás, alguns raios de sol tocavam minha pele não queria acordar estava tão confortável e relaxada naquela cama quente e macia, precisava aproveitar aquele momento ao máximo! Não tinha a mínima noção de quanto tempo dormira apenas espreguicei-me lentamente abrindo um pouco os olhos.


Levantei em um sopro ao perceber alguém no quarto, ela era pequena e delicada com cabelos pretos e espetados, seu olhar era divertido como se estivesse rindo de uma piada interna. Mantive minha posição não sabia se poderia confiar nela, mas seus olhos dourados acenavam que sim.


- Bom dia dorminhoca! Meu nome é Alice e é um prazer conhecê-la! –sua voz era como um sino, encantadora.


- Obrigada. – foi a única coisa que consegui responder.


- Não precisa se preocupar, nós não faremos mal a você, apenas vim para ajudá-la a se vestir. – ela disse abrindo um grande sorriso. Não consegui me conter e levantei minha sobrancelha. Desde quando preciso de alguém para me dizer o que vestir?


- Desculpe Alice, mas acho que posso fazer isso muito bem sozinha! – disse cruzando os braços.


Ela tentou me contestar e sem resultado saiu do quarto fazendo biquinho, até achei um pouco de graça nisso, mas não amoleceria tão facilmente assim. Nunca amoleci e isso não aconteceria hoje!


Procurei algo para vestir e no fim coloquei uma calça jeans escura, botas e uma blusa de mangas compridas pretas, me olhei no espelho estava com uma aparência bem melhor do que há algumas semanas, mas meus olhos não mentiam sobre o que tinha passado, talvez mais uma semana de um bom sono resolveria meu problema. Agora tinha coisas mais importantes para me preocupar como, por exemplo, os sete vampiros desconhecidos e os três donos dos corações acelerados no andar térreo.


Olhei para o quarto observando cada detalhe rapidamente traçando e calculando o que seria preciso para desaparecer dali se fosse preciso. Carlisle era meu pai, mas não sabia se aqueles que estavam com ele me aceitariam assim tão facilmente.


Talvez devesse ir embora, afinal ele já tinha outra família e eu só traria problemas para ele! Droga! Porque as coisas eram sempre complicadas para mim? Tudo bem Lizzy respire fundo! Mas o que vou fazer?


É claro que depois de todo esse tempo meu pai teria encontrado outras pessoas para ficar com ele, Demitri tinha razão! Mas não podia ir embora assim, pelo menos conversar não arrancaria nenhum pedaço!


Respirei fundo e sai do quarto na direção de onde vinha o cheiro, a casa parecia muito grande com paredes claras e muitas janelas não muito longe podia ouvir o som de um riacho e dos animais na floresta, era uma sensação muito boa estar aqui.


Desci demasiadamente devagar resistindo a cada degrau, estava com medo do que me aguardava lá em baixo, olhei para o fim da escada e lá estava ele com um grande sorriso no rosto que chegavam aos seus olhos, não consegui resistir e retribui da melhor forma possível. Era estranho como Carlisle me acalmava fazia mais de um século que não sorria!


A dor por tudo que passei encheu meu coração e fechei o sorriso, precisava ser firme, afinal ele tinha me deixado, não podia amolecer!


- Olá pa...er... Carlisle. – disse friamente. Isso foi um choque para ele e a dor aumentou ainda mais.


- Olá filha! – ele disse vindo me dar um abraço.


Seu abraço era reconfortante, mas não consegui corresponder precisava ter certeza antes de tudo! Precisava saber a verdade! Ouvi um pigarro vindo da nossa esquerda olhei para todos colocando uma máscara de frieza em meu rosto, não poderia facilitar nada hoje!


- Desculpe deixe-me apresentar a todos. – ele disse me direcionando para a sala onde todos estavam. – Queridos está é Lizzy, minha filha! – ele disse com orgulho na voz, olhei para todos os rostos que me observavam.


Todos eram lindos com seus olhos dourados, iguais ao de meu pai, estavam posicionados em casais uma grande família feliz! Droga realmente ao deveria ter vindo para cá!


- Desculpe, mas meu nome é Elizabeth! – disse desvencilhando do abraço de Carlisle. – Lizzy é para os íntimos e vocês não são! – não queria ser nem um pouco educada com eles.


Carlisle me olhou com dor em sua expressão, desviei o olhar não queria que ele visse a minha. Pude ver pela minha visão periférica que o homem que havia me salvado e interferido em minhas mensagens também estava aqui, mas pelo cheiro ele não era humano. No momento isso não era importante, só queria sair dali e ir para um lugar onde pudesse respirar!


- Carlisle gostaria de me desculpar pelos problemas que causei, não quis incomodá-lo, sinto muito! Agora se me der licença vou pegar o que sobrou das minhas coisas e irei embora antes que perceba. – disse olhando para o chão não queria encará-lo. Todos ficaram sem reação pela minha resposta, mas não me importei virei agora em velocidade vampira e fui à direção do quarto, mas ele me deteve.


- Lizzy, não faça isso comigo! Já sofri demais. – eu o olhei com incredulidade.


- Já disse que me chamo Elizabeth e você Carlisle é o ultimo da lista que pode me pedir algo! – cuspi as palavras com raiva e repeti suas palavras com sarcasmo – Já sofri demais, ok!- precisava sair dali antes que perdesse o controle, mas as palavras saiam sem o meu controle.


- Durante quase dois séculos fui torturada, queimada, desprezada, vivendo como se fosse um cachorro, por você ter me abandonado! – agora eu gritava as coisas que estavam presas na minha garganta – Você acha que tem algum direito sobre mim? Deixei de ser sua filha quando me largou para apodrecer com os Volturi! E veja só agora querendo dar uma de bom PAI! – estava totalmente descontrolada e isso não era muito bom.


Meu corpo tremia levemente pela raiva que corria por minhas veias, não consegui controlar então as luzes começaram a piscar, meus olhos estavam embaçados pelas lágrimas que se acumulavam, mas hoje não as deixaria cair, já havia deixado isso acontecer todas as noites por quase dois séculos e hoje tinha que segurar!


Carlisle estava estático pelo que tinha dito a ele então um deles veio em minha direção. Rosnei alto para que ele não avançasse, em vão.


- Elizabeth se você conseguir se acalmar nós poderemos explicar tudo a você! – olhei incrédula para seu rosto. Afinal quem ele pensa que é?


- Eu sou Edward. – levei um susto eu não havia dito nada!


- E realmente você não disse. Eu escuto os pensamentos das pessoas, por isso eu digo que devemos conversar com calma irei explicar tudo o que estava pensando. – me enfureci ainda mais como ele ousava invadir o único lugar que era seguro para mim!


- SAIA DA MINHA CABEÇA! – gritei o jogando telepaticamente contra a parede da sala. Todos me olharam assustados e então Carlisle me segurou pelo braço recobrando a consciência.


- Elizabeth acalme-se! Não sabia que estava com eles! Pensei que estivesse morta! Morta! – ele me chacoalhava fazendo um ruído estranho, isso era um choro?


Sem que pudesse reagir ele abraçou-me fortemente repetindo a mesma frase. Não consegui segurar as malditas lágrimas que teimavam a descer pelos meus olhos e depois de um tempo acabei cedendo ao seu abraço.


Carlisle e eu nunca fomos da mesma temperatura e mesmo depois da minha transformação desastrosa continuávamos assim, mas para mim isso era reconfortante, sua temperatura fria era aconchegante para mim. Senti uma atmosfera de paz e tranqüilidade no ar invadindo meu coração e depois de alguns minutos naquela posição consegui me acalmar.


- Sempre amei você como minha filha e sempre vou amar! Peço perdão por ter acreditado em Aro! Não vá embora Elizabeth, não me perdoarei se for! – Carlisle disse soltando-me com certo custo e olhando em meus olhos provavelmente vermelhos de tanto chorar.


- Você não sabia mesmo? – perguntei sussurrando ele negou com a cabeça me abraçando mais uma vez.


 Desvencilhei-me de seu abraço e encarei seu rosto decidindo se acreditava ou não. Seus olhos dourados eram mais verdadeiros do que já imaginei; era verdade! O abracei o mais forte que consegui lembrando de todos os momentos que o tive em minha vida. Era meu pai, somente isso!


  Continuamos daquela maneira por um bom tempo, apenas não queria soltá-lo. Finalmente tudo se encaixava, agora entendia o porquê nunca me encaixei aos Volturi no fundo eu sempre fui uma Cullen e nada mais.


Ouvi alguma movimentação e lembrei-me das pessoas que nos rodeavam e do quanto havia sido estúpida com todos, teria que me retratar agora eram minha família também.


Soltei a contra gosto Carlisle e o encarei por alguns segundos, será que ele ainda me amaria sabendo de tudo o que já fiz? Sabendo o que me tornei? Do que sou capaz de fazer? Precisava saber antes que me iludisse e me machucasse mais. Mordi meus lábios e fechei meus olhos com força, ele precisava saber.


- Carl... – ele me interrompeu tampando meus lábios com o dedo.


- Para você eu sou “Pai” e não Carlisle. – disse com um sorriso no rosto e eu retribui sorrindo por um breve momento.


- Pai... – disse com hesitação na voz talvez por que sabia que ele não me chamaria mais de filha depois disso. – Pai você me ama? Digo pra sempre? – ele pareceu não entender minha pergunta por trás do que dizia.


- Para sempre amarei, filha! Para sempre. – ele disse frisando bem o sempre, era agora!


- Mesmo que eu não tenha me tornado uma boa pessoa você ainda vai me amar? – não consegui encarar seu rosto com medo da sua reação e expressão.


- Durante toda a minha existência.


- Vai amar mesmo se eu matar? – perguntei mais diretamente.


- Durante toda a minha existência.


- Mesmo que já tenha matado tantos a ponto de perder a contagem, vai me amar? – senti o ar fica tenso enquanto revelava sobre mim.


- Durante toda a minha existência.


- Mesmo que essas pessoas tenham sido amigos seus ainda vai me amar? – as lágrimas teimavam em encher meus olhos escorrendo lentamente por eles.


- Durante toda a minha existência.


- E se dissesse que já torturei, mutilei e muitas outras coisas piores com vampiros, humanos e outros seres, você ainda vai me amar? – terminei a frase em um sussurro quase inaudível, sentia as lágrimas descerem em torrente por meus olhos tinha me transformado em um monstro depois de tanto tempo.


- Durante toda a minha existência. – ele me disse levantando levemente meu queixo para olhar em meus olhos.


- Elizabeth... Lizzy... não importa o que você já fez! Sempre será minha filha e eu sempre a amarei! – ele me abraçou mais uma vez me fazendo chorar copiosamente em seu ombro. Como ele poderia me amar se eu era um monstro sem raça definida?


Não podia me descontrolar colocaria tudo a perder se fizesse isso, então respirei fundo e recobrei o pouco de consciência que tinha, fechei os olhos e aos poucos consegui voltar à razão.


- Obrigada – sussurrei apenas.


A pequena de cabelo preto e espetado veio em nossa direção com um sorriso gigante em seu rosto.


- Agora chega Carlisle! Você vai tê-la por toda eternidade, divida um pouco com todos nós! – ela disse cruzando os braços e batendo um pouco os pés.


- Certo Alice! Lizzy deixe-me apresentar sua família novamente. – apenas assenti com a cabeça. – Como pode ver esta é Alice. – ela simplesmente pulou em minha direção me abraçando, era louca por acaso? Pude ver pela minha visão periférica o menino de cabelos cor de cobre rindo baixinho.


- Você é linda! Como você chegou só com aquela roupa nós vamos fazer compras depois, com seu corpo e rosto MARAVILHOSOS não podemos desperdiçar! – ela parecia uma criança com excesso de açúcar no sangue, tive que me conter para não rolar os olhos para ela.


Quando consegui me desvencilhar dela veio em nossa direção uma mulher com cabelos castanhos levemente ondulados, sua expressão era de... devoção? Se precisasse de uma mãe com toda certeza a escolheria! Seu olhar era tão maternal nunca tinha visto nada igual em toda minha vida. Sem que esperasse ela me abraçou fiquei completamente sem reação.


- Desculpe, sou Esme. – Ela disse percebendo minha reação.


- Não se desculpe! É que faz tanto tempo que não faço isso... acho que desacostumei, mas vou me habituar novamente! – disse sorrindo da melhor forma possível, não queria magoá-la.


- Lizzy pode considerá-la sua mãe se assim quiser. – Carlisle disse docemente. Esme era sua companheira, um belo casal. Meu pai tinha um bom gosto! Sorri em resposta e a abraçando deliberadamente, era estranho estar me sentindo tão bem nesse lugar.


Carlisle foi me apresentando um a um, Jasper o vampiro com um toque psicopata nos olhos, Reneesme uma meio-vampira neta dele com o nome mais estranho que ouvi na terra, Seth seu noivo, menino muito legal mesmo, Emmet o irmão urso sem neurônios, Rosalie que não consegui formular nada sobre, Bella mãe biológica de Reneesme, Edward o cara que havia jogado na parede alguns minutos atrás. Desculpei-me um a um por minha falta de educação.


Todos eram muito agradáveis e simpáticos, mas faltava um. Ele estava sentado no sofá fingindo assistir a televisão, seus batimentos denunciavam isso, era quase ensurdecedor.


- Lizzy este é Jacob. – meu pai o apresentou enquanto ele levantava do sofá vindo em nossa direção.


Foi como um choque vê-lo realmente pela primeira vez, ele era realmente alto mesmo com meus 1,74 cm faltava pelo menos 40 cm para alcançá-lo. Quando nossos olhos se encontraram seu coração disparou envergonhando-o ainda mais, mas manteve o olhar firme no meu, seus olhos eram pretos e penetrantes fiquei sem graça por tamanha a intensidade em que me olhava, estava presa e sem reação.


Ouvi Edward pigarrear a minha esquerda, agradeci aos céus por isso. Jacob abaixou o olhar ao me cumprimentar e segurar minha mão algo que quase morri de rir internamente pela diferença monstruosa na cor, temperatura e tamanho. Feita as devidas apresentações Alice puxou-me em direção do andar superior, mas foi detida por Edward.


- Alice você vai ter tempo o suficiente para fazer isso, agora deixe que conversemos com ela um pouco. – ele parecia divertido com algo que ela pensava.


- Lizzy nós gostaríamos que esclarecesse o que aconteceu exatamente com você. – Carlisle disse enquanto todos se posicionavam na sala para me ouvir. Suspirei para tomar coragem para começar, mas não sabia a melhor forma de começar.


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