Full Moon escrita por gabiromboli


Capítulo 26
Capítulo 25 - Lycantropus




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Capitulo 25 - Lycantropus

 

Descemos as escadas e vi Jared e Kim se despedindo juntamente com Collin, apenas acenei percorrendo a sala com o olhar a procura de Sam e Emily. Agatha estava sentada observando Embry jogar sozinho o vídeo-game e resolvi perguntar.

- Onde está o resto do pessoal?

- Quill foi levar Claire para casa e o resto está lá fora, por quê? – ela perguntou curiosa como sempre.

- Vamos fazer uma reunião. – falei rapidamente fechando os olhos.

- Jake, por favor, vocês poderiam entrar? Andy e eu temos algo para contar. – disse mentalmente enquanto me ajeitava na poltrona com Andy no colo.

Estava conversando com Sam enquanto limpávamos a churrasqueira quando a ouvi dentro da minha cabeça novamente como antigamente.

- Tudo bem cara? De repente você fez uma careta de quem está com dor de barriga. – ele brincou guardando os últimos espetos.

- Lizzy estava falando comigo. Ela quer contar algo lá na sala para todos nós. – disse esfregando a testa havia me desacostumado com o desconforto em ter outra voz além da minha dentro da cabeça.

 - Emily, Leah vamos pra sala vai ter reunião. – Sam as chamou usando sua postura de alfa aposentado.

Não demorou muito e todos que ainda estavam na casa se acomodaram na pequena sala esperando o que nós iríamos contar, Jake veio se sentar no braço da poltrona que estava enquanto Leah sentou-se no sofá juntamente com Embry e Agatha e Sam e Emily preferiram ficar em pé próximos ao corredor para cozinha.

- Obrigada por terem vindo, mas não sou eu que vou contar algo e sim Andy. Pode falar querida. – a incentivei esfregando levemente seu braço fino e pequeno.

- Papai, mamãe eu sou diferente. – a menina falou cheia de autoridade.

- Diferente? Como assim meu anjinho? – Emily perguntou sem entender assim como todos nós.

- Eu faço coisas especiais. – Andy tentou novamente explicar a todos, mas apenas deixando-os mais confusos.

- Andy eu posso? – perguntei recebendo um aceno como confirmação. – O que ela está tentando dizer é que ela é psíquica assim como eu.

Aquilo era possível? Lizzy falava com uma naturalidade como se estivesse comentando sobre o placar do jogo de beisebol de terça feira, deveria ter outra explicação.

- Mas... como isso é possível? – Sam perguntou espantado.

- Mostre a eles querida. – incentivei colocando-a no chão.

Andy ficou em pé no meio da sala enquanto todos nós esperávamos o que iria fazer, Lizzy estava tranqüila podia dizer que até um pouco orgulhosa, ao mesmo tempo, que a menina ia fazendo força e ficando vermelha.

- Olá papai! – Andy falou dentro da mente de todos da sala.

- Entenderam o que estávamos dizendo? – falei mentalmente causando alvoroço na sala.

- Ela faz as mesmas coisas que você? – foi a vez de Embry perguntar pasmo.

- Quase. Os poderes vão amadurecendo com o tempo vai depender como o corpo dela irá reagir. – disse imaginando em que nível ela se encaixaria depois de madura.

- Não tem como parar isso? – Agatha perguntou assustada.

- Não! Não quero que pare! – Andy gritou fazendo que todos gemessem de dor.

- Andy! Você não pode gritar assim! – falei passando a mão na testa.

- O que eu fiz tia Liz? – ela me perguntou sem entender.

- Você nos machucou filha. – Emily soltou baixo tentando se recuperar.

- Desculpe mamãe. – a criança disse correndo para os braços da mãe.

- Não se preocupe Andy, você ainda é muito nova. – tentei consolá-la vendo seu arrependimento nos olhos.

- E o que mais ela vai fazer? – Sam perguntou despertando meu interesse será que ela ficará mais forte que Lizzy?

- Hoje acredito que nada muito além do que vocês viram talvez consiga mover algo, mas nada preocupante. – devaneei lembrando quando meus poderes apareceram.

- Por que vocês não perguntam para ela mesma? – Leah que estava até então paralisada disse sarcástica levantando do sofá andando até a escada.

- Eu não sei se consigo outra coisa. – Andy disse no colo da mãe.

- Venha Andy quero lhe mostrar algo. – Emily a colocou no chão enquanto me sentava no meio do chão da sala.

– Está vendo essa moeda de 50 cents? Quero que você a mova assim. – Lizzy disse colocando a moeda no tapete e a levitando fazendo os olhos da criança brilhar de emoção.

- Eu faço igual? Igual o que fez no casamento do tio Seth? – ela perguntou incerta de como fazer eu acho.

- Isso mesmo, mas vamos com calma. Quero apenas que você a levante e me devolva ok?! – expliquei com medo que ela se empolgasse e acabasse explodindo a moeda.

A menina confirmou com um sorriso enorme no rosto e começou a fazer força ficando cada vez mais vermelha, Lizzy observava atenta caso algo de errado acontecesse e ao mesmo tempo parecia estar feliz de ter encontrado alguém como ela.

Não precisava abrir a barreira em minha mente para ver o quanto ela estava feliz em ver finalmente alguém parecida com ela, no fundo sabia que Lizzy se achava uma verdadeira aberração por ser tão misturada, apenas ser parte vampira e conviver com eles não era suficiente para ela.

Aos poucos a moeda começou a tremer timidamente enquanto Andy começava a suar pelo esforço, depois de alguns segundos a moeda foi arremessada em minha direção fazendo que ela caísse de joelhos no chão totalmente exausta.

Parei a moeda no ar aparando também a queda de Andy, levando-a para Emily que assistia a tudo totalmente estarrecida assim como o resto da sala.

- Sua menina tem talento Sam Uley, vai ser muito poderosa quando crescer. – Lizzy disse para Sam enquanto acariciava o cabelo de Andy que continuava desacordada.

- Como você pode ter tanta certeza? – Leah perguntou me contrariando.

- Por que meus poderes só apareceram quando tinha doze anos, ela com quatro já demonstra sinais de controlá-los muito melhor do que eu com doze.

- Por quê? – perguntei sabendo que essa era uma curiosidade mutua pelas pessoas da sala.

- Não sei exatamente, talvez ela seja mais poderosa de todos que já encontrei. – falei sinceramente me lembrando do que já pesquisara.

- Vou colocá-la na cama junto Jason, querida. – Sam avisou pegando Andy dos braços de Emily que ainda estava estática.

- O que exatamente aconteceu aqui? Minha filha vai ficar bem? Jason também vai mudar? – Emily despertou quase histérica.

- Calma Emy vai ficar tudo bem. – Agatha interveio sentando-a no sofá tentando consolá-la.

- Emily não precisa se preocupar, as coisas não funcionam assim. Andy ainda é uma humana e Jason tem uma probabilidade minúscula de também ser psíquico. – Lizzy tentou acalmar Emily e acho que nós também.

- Como não? Eles são irmãos, fora que ele pode se transformar em um de nós quando for mais velho. – Embry disse constatando o fato de Sam ser lobo também deixando Emily ainda mais nervosa.

- Embry! – Agatha o repreendeu tentando acalmar Emily.

- Você e sua boca grande! – Leah disse batendo na cabeça de Embry indo para o lado da prima.

- Se acalmem, por favor. Vou contar o que sei e aí podem tirar as conclusões que quiserem, antes disso não. – falei nervosa por tanta precipitação.

- Então nos conte o que sabe. – Sam soltou de volta à sala aparentemente tenso com a situação.

Respirei fundo e voltei a me sentar na poltrona próxima ao Jacob, confesso que aquela não era a reação que esperava deles, afinal são lobisomens convivendo com mestiços e vampiros. Por acaso pensaram que seus filhos não teriam os mesmos problemas?

- Bom... quando fui morar com Aro ele quis pesquisar sobre outros iguais a mim e ao contrario dos vampiros, que trazem seus talentos a tona depois da transformação nós desenvolvemos habilidades ainda como humanos. Carlisle acredita que cada talento é único no caso dos vampiros, porém nós psíquicos desenvolvemos praticamente os mesmos poderes diferenciando apenas no nível.

- Que nível? – perguntei sem entender o que Liz estava explicando.

 - Os psíquicos são classificados em níveis sendo de um a cinco aumentando conforme a intensidade desses poderes. Normalmente eles não passam do nível dois. – falei esperando que eles entendessem que aquilo não era o fim do mundo.

- Você disse que Jason pode se tornar também, quando? – Sam quis saber provavelmente preocupado se ele se tornasse lobo também.

- A probabilidade é minúscula só existiram dez nesses últimos quatro séculos, mas se isso vier a acontecer será na adolescência.

- Mas Andy tem apenas quatro anos! – Emily disse um pouco mais calma, porém ainda tensa.

- Por isso Andy demonstra que será muito poderosa quando crescer, aparentemente ela já está no nível dois não sei dizer com certeza. – Lizzy confessou fazendo Sam relaxar um pouco.

- E como funciona esse negócio exatamente? – Leah perguntou ansiosa.

- Isso acontece, salvo as exceções, com o sexo feminino a partir da adolescência pelo fato de nós mulheres termos uma ligação maior entre os dois lados do cérebro. – tentei explicar da maneira mais fácil possível. – Vocês sabem que os humanos comuns usam apenas 7% da capacidade total do cérebro, certo? Bom nós temos uma aproveitamento maior variando entre os níveis de um a cinco, quanto maior o nível do psíquico maior é seu aproveitamento mental.

- Então você é mais inteligente que todos nós? – Agatha perguntou tentando absorver o que Lizzy estava nos contando.

- Não, na realidade eu penso que somos a evolução humana. – disse sinceramente apesar de querer dizer que além de cadela Leah também poderia se considerar uma mula! Mas achei mais prudente deixar isso para depois. – Nós temos o mesmo intelecto que um humano comum o que acrescenta são os poderes de telepatia, telecinese, levitação entre outros claro que variando de acordo com os níveis. Quanto menor o nível, menor a capacidade e menor o aproveitamento mental como já disse antes.

- Entendi, mas como isso ficou despercebido por nós durante todo esse tempo? O mundo deveria saber disso há muito tempo. – Embry questionou indo se apoiar na parede do corredor.

- E não passou Embry. Durante o último milênio estivemos muito a vista, mas com outro nome. Bruxas, feiticeiras, mágicos, ilusionistas é só forçar um pouco a mente que se lembrará de nós. – conforme dizia nossos nomes todos me olhavam com descrença.

- Bruxas? Isso é demais para mim! Emy estou indo, amanhã venho ver como está ok! – Leah disse se segurando para não rir de Liz o que me incomodou muito.

 Não sei como alguém poderia ser tão insuportável! Esperei a vaca fedorenta sair pela porta para continuar com a conversa sabia que estava tarde, mas também sabia que Emily e Sam continuavam cheios de dúvidas.

- Bom Emily acho que é a nossa hora também. – Agatha se levantou se despedindo de Emily e Sam.

- Mas agora que a coisa está ficando boa Agay? – Embry disse inconformado recebendo um olhar no mínimo matador em troca. – Ok, entendi! Tchau gente até amanhã.

Agatha e Embry foram embora deixando nós quatro na sala, Sam começou a conversar com Jake enquanto Emily foi para a cozinha, aparentemente ela estava bem, porém sabia o quanto estava preocupada com toda aquela história que havia contado.

Seria algo normal para uma mãe sentir, principalmente uma que tinha as marcas do sobrenatural em seu rosto. Talvez se estivesse em seu lugar minha reação fosse a mesma, mas não teria como descobrir.

Puxei conversa com Sam tentando amenizar o que havíamos descoberto a pouco observando Liz andar em direção da cozinha possivelmente indo fazer o mesmo com Emily. Apesar de parecer calma sabia que não era uma situação muito fácil para ela, Sam deixou de se transformar para ter uma vida tranqüila ao lado dela e essas descobertas de hoje apenas mostravam que não tinha adiantado em nada ele sair da alcatéia.

Quando cheguei à cozinha fiquei parada observando Emily limpar a pia que já estava limpa um sinal que ela não estava nada bem então resolvi puxar uma conversa para aliviar a tensão.

- O azul é do azulejo mesmo Emily. – brinquei enquanto ela esfregava os azulejos da parede fazendo que ela risse sem graça.

- Vou tentar tirá-los depois. – ela disse brincando também.

- Sabe, nunca pensei que fosse encontrar alguém que cozinhasse como Esme, mas me enganei. Você superou todas as minhas expectativas. – elogiei tentando aliviar a situação sabia que massageando o ego dela talvez a preocupação amenizasse.

- Imagina Lizzy, minha comida é simples. – falou sem jeito com o elogio.

- Verdade Emily, por isso os lobos não saem da sua casa. Você tem talento na cozinha não negue. – a contrariei enquanto pegava o pano de prato da sua mão para ajudá-la a secar o restante da louça.

- Fico feliz por ter gostado tanto assim. – Emily disse realmente feliz com o fato.

Peguei um dos pratos do escorredor e comecei a secar meticulosamente quando algo estranho aconteceu. Uma dor latente invadiu minha mente fazendo o que estava ao meu redor girar. Tudo ficou em câmera lenta, o prato escapou das minhas mãos caindo no chão e despedaçando em pedaços grandes enquanto Emily gritava desesperada meu nome, mas parecia que meus ouvidos estavam cheios de água. Meus dedos tentaram agarrar a pia, porém era como se ela fosse feita de gelatina não conseguindo me manter no lugar. não sentia meu corpo apenas a dor pulsante em minha mente que me envolvia.

Ouvi o eco lento do barulho do meu corpo se chocando com o chão enquanto Emily gritava em câmera lenta algo que não entendia então veio o cansaço pesando em meus olhos fazendo-me perder dentro do mar de dor que me envolvia.

Conversava com Sam sobre o jogo de beisebol que aconteceria no dia seguinte quando ouvimos os gritos de Emily vindos da cozinha. Ela gritava o nome de Lizzy enquanto ouvíamos o barulho de coisas caindo.

Sam se levantou rapidamente assim como eu, mas uma onda de dor me atingiu fazendo com que caísse ajoelhado no chão da sala, Sam voltou correndo me vendo urrar de dor enquanto apertava minha cabeça com as mãos a apoiando no chão.

Silabei sem som uma “vai” tentando conter a dor que enchia minha mente, com certa dificuldade cambaleei até a cozinha para ver o que estava acontecendo apoiei meu corpo na parede sentindo meus ouvidos zunirem e a vi caída no chão desfalecida enquanto Emily tentava explicar ao Sam o que havia acontecido.

Me arrastei até ela abrindo a barreira mental em busca de alguma resposta, mas o que encontrei foi apenas mais dor fazendo que meu corpo tremesse em resposta enquanto gritava sem conseguir conte-la.

---

Acordei com a sensação de que um caminhão tinha passado por cima de mim tentei abrir os olhos, mas a claridade incomodou me lembrando da dor de cabeça que me atingira.

- Jake... Jake? – ouvi Emily me chamar batendo em meu rosto.

- Humm... aí minha cabeça! – soltei passando a mão pelo pescoço. – O que aconteceu? – perguntei finalmente conseguindo abrir os olhos.

- Você desmaiou na cozinha. – Sam disse no outro lado da sala.

Olhei ao meu redor e vi que estava sentado no chão encostado contra a parede do corredor. Minha cabeça latejava ainda, porém a dor agora parecia mais uma enxaqueca do que o que havia sentido antes, Emily estava agachada na minha frente preocupada com os olhos vermelhos de tanto chorar.

- Ligamos para Carlisle, ele já deve estar chegando. – Emily contou andando em direção do sofá, nesse momento percebi um corpo desfalecido no sofá.

- O que aconteceu? – falei levantando rapidamente cambaleando no caminho, Sam me amparou deixando que visse melhor Lizzy.

- Ela estava me ajudando na cozinha quando gemeu de dor desmaiando logo depois. – Emily contou enquanto eu a observava.

Observei melhor Lizzy desmaiada no sofá havia sangue em seus ouvidos e em seu nariz. Estava pálida se não fosse pelos batimentos fracos de seu coração diria que estava morta naquele momento desejava apenas que ela acordasse bem. Será que nossas vidas não teriam paz? Sempre aparecia algo para atrapalhar nossa felicidade!

- Humm... J-jake... – Lizzy me chamou com a voz fraca sem abrir os olhos.

- Estou aqui meu amor. Estou aqui. – sussurrei pegando sua mão levemente fria. – Sam chamou Carlisle, vai ficar tudo bem. – disse tirando o cabelo com sangue de seu rosto.

- Não chame meu pai... ele vai ficar preocupado. – ela sussurro abrindo os olhos lentamente.

- Você precisa de um médico. Agora poupe energia ok! – falei beijando sua testa suada tentando me manter forte por ela.

Ouvi batidas na porta sentindo o cheiro característico entrar pela sala. Sam abriu a porta deixando que Carlisle entrasse seguido por Edward, sentando na poltrona exausto pelo esforço que tinha feito.

- Descanse Jacob vamos cuidar dela agora. – assenti para Edward que lia meus pensamentos. “Apenas a faça ficar bem, Edward!”

- Vou fazer o possível. – ele respondeu ao meu pensamento enquanto Carlisle a examinava sem dizer uma palavra.

- Pai... – Lizzy sussurrou com os olhos entre abertos, sua pulsação era totalmente irregular me deixando extremamente preocupado.

- Shiii... minha filha não se esforce, vou cuidar de você, mas precisa cooperar comigo ficando quieta ok! – Carlisle dizia calmo, mas seus olhos estavam angustiados por vê-la naquele estado.

Edward começou a me examinar contra a minha vontade dizendo que havia sangue em meus ouvidos também. A dor tinha sido tão intensa que machucara meus tímpanos, mas nada muito grave quanto a minha Elizabeth. Carlisle achou melhor levá-la para casa assim poderia cuidar melhor de seus ferimentos e quem sabe entender o que estava acontecendo ali.

Em pouco tempo já estava recuperado, mas ela continuou febril e delirando o resto da noite. Edward retirou um pouco de sangue para fazer alguns exames na esperança de descobrir uma solução para tudo aquilo.

Fiz questão de cuidar dela toda a noite, não podia simplesmente deixá-la sozinha queimando em febre. Esme me ajudou fazendo compressas para tentarmos abaixar a febre enquanto o resultado do exame de sangue não saia, Carlisle a medicou e depois de um tempo a febre cedeu nos deixando mais tranqüilos.

---

Minha respiração estava pesada sentia o ar congelante entrar por minhas narinas e gelar meus pulmões, era estranho sentir frio depois de tantos anos!

Olhei ao meu redor e apenas enxerguei o nevoeiro me envolvendo por todos os lados forcei meus olhos para ver além dele, porém o que via era apenas o branco, o nada. Aos poucos o nevoeiro foi se dissipando mostrando uma floresta diferente de Forks ou da tribo, não havia o verde mesmo sendo uma mata e sim o preto e o cinza como se tudo estivesse morto ao meu redor.

A floresta estava morta não havia sons ou cores apenas um silêncio mórbido e frio. Andei pela floresta procurando algo sem saber exatamente o que quando ouvi sussurros praticamente inaudíveis, forcei meus ouvidos para tentar entender o que diziam, mas era como se fosse uma língua desconhecida indecifrável para mim.

Então a vi parada a alguns metros de distância. Lizzy estava linda com um vestido longo branco e pés descalços olhando para mim com olhos cheios de amor, ela andava na minha direção lentamente pela floresta movendo seus lábios como se quisesse me dizer algo, porém os sussurros não me deixavam ouvir o que dizia.

No meio do caminho algo inesperado aconteceu, sua expressão aos poucos foi mudando e para minha surpresa no momento seguinte um lobo enorme inteiramente branco caminhava em minha direção.

O lobo parou a menos de três metros de distância me observando com a mesma intensidade que Lizzy fazia anteriormente, seus olhos eram azuis como os dela me deixando confuso. O lobo se aproximou ainda mais gruindo baixo parecendo tão receoso quanto eu mesmo, então aconteceram três coisas ao mesmo tempo.

No mesmo instante que o imenso lobo branco que estava na minha frente uivou a floresta subitamente criou vida tornando tudo a sua volta verde e vivo parando também os sussurros que interferiam nossa comunicação.

Os olhos azuis dele me olharam fixamente de uma maneira intensa e penetrante como se visse minha alma depositando em mim uma sensação totalmente diferente de tudo o que já havia sentido e como um relâmpago vi sobrepostos o rosto de Lizzy ao do lobo enquanto seus lábios sussurravam apenas uma palavra; Lycantropus.

Acordei assustado no quarto de Lizzy percebendo que já havia amanhecido, levantei-me da poltrona alongando minhas costas doloridas por tanto tempo mal acomodado nela e fui em direção da cama temente que ela não tivesse melhorado.

Liz dormia com uma feição tranqüila se não fosse pelo cabelo sujo de sangue diria que nada tinha acontecido, ela estava ainda mais linda com a pele rosada passei levemente meus dedos por seu rosto e percebi o quanto estava quente.

- Merda a febre não abaixou. – apenas constatei o fato sem saber o que realmente fazer.

- Humm... Jake? – falei sentindo seu cheiro amadeirado perto de mim, a cama estava tão boa que tinha preguiça de abrir os olhos.

- Liz! Ah meu amor! Você está bem? – ele me perguntou aliviado me deixando confusa.

- Claro que estou Jake. Quem não ficaria bem acordando com seu carinho? – brinquei enquanto levantava me espreguiçando.

Não estava entendendo Lizzy agia como se nada tivesse acontecido e realmente para ela aparentemente não havia acontecido nada.

- Não Liz! Continue deitada, Carlisle disse que você não deveria se esforçar. – tentei convencê-la a continuar na cama, mas ela apenas me olhou confusa.

Parei um minuto finalmente observando onde estávamos. Era meu quarto na casa dos Cullens, olhei novamente para Jacob e vi seu ar cansado além de estar usando as mesmas roupas que no jantar de ontem. Ao pensar no jantar um flash passou em minha mente me deixando entender o motivo de estar aqui.

- Eu desmaiei não foi? – ela me perguntou caindo em si finalmente.

- Foi um pouco mais complicado eu acho, Carlisle está no hospital com Edward fazendo exames com a amostra de sangue que tiraram ontem de você. – expliquei examinando seu rosto em busca de um possível sinal de mal estar. – Como está se sentindo meu amor?

- Na verdade me sinto estranha, mas de um jeito bom eu acho. – tentei explicar o inexplicável.

- Como assim? – Jake perguntou confuso e preocupado.

- Não sei explicar, apenas sei que é de um jeito bom Jake. Pode ficar tranqüilo. – disse o mais sinceramente possível.

Nesse momento ouvi algumas batidas na porta Jake abriu a porta deixando Esme entrar junto com Julian ambos com uma feição bem preocupada.

- Está melhor meu bem? – Esme perguntou para Lizzy que apenas sinalizou que sim com a cabeça, mas como era possível essa mudança tão repentina?

- É vadia você nos deu um baita susto. – Julian disse se aproximando da cama.

- Eu ainda não estou falando com você Jul. O que faz aqui? – soltei cruzando os braços emburrada.

- Ah não me venha com essa garota! Se não fosse por mim o lobão gostosão não estaria aqui estaria? – ele soltou fingindo estar indignado me fazendo rir da situação.

- É tenho que admitir que você às vezes até serve para alguma coisa. – provoquei um pouco lhe mandando uma piscadela.

- Você é mesmo uma bitch! E eu adoro! – o amigo de Lizzy soltou um gritinho a abraçando em seguida.

- Você precisa de algo minha filha? – Esme me perguntou ainda preocupada.

- Na verdade estou morrendo de fome mãe. – confessei sorrindo em seguida.

- Ok. Volto em alguns minutos com o café da manhã reforçado querida! – Esme disse sumindo logo em seguida em direção da cozinha.

- Onde estão os outros Jul?

- Rose, Alice arrastaram Bella até Londres para fazer compras, Emmet e Jasper foram caçar nas montanhas e os pombinhos ligaram falando que vão continuar a lua de mel por mais uma semana. – ele contava tudo com certo desanimo. – Resumindo está tudo um verdadeiro tédio esse lugar.

- Você sobrevive. – brinquei.

- O que aconteceu com você vadia? – o vampiro gay perguntou para Liz me deixando incomodado em continuar a chamando de vadia.

- Na verdade não sei muito bem... em um momento estava secando a louça e em outro tudo começou a doer e rodar, depois acordei aqui. – contei tentando entender o porquê daquilo.

- Na verdade acho que já sabemos o que está acontecendo com você, minha filha. – Carlisle disse parado na porta ao lado de Edward.

Olhei para Edward com medo do que poderia ser. Ela não lembrava muito bem do que tinha acontecido, mas eu sabia que não era nada bom.

- Tem razão. – Edward disse olhando para Jacob que por sinal não tinha uma expressão nada agradável.

- Pai eu estou me sentindo realmente bem, não quero que fique se preocupando comigo. – falei ignorando os olhares dos outros enquanto levantava da cama.

- Bem? Cherry você não viu o estado que chegou ontem aqui! Bem é a última coisa que você pode estar. – Julian disse tentando impedi-la de levantar.

- Jul eu estou melhor do que nunca para ser sincera. – tentei explicar me desvencilhando de seus braços.

- Liz você precisa descansar. – falei me aproximando pensando seriamente em amarrá-la na cama.

- Pare com isso vocês dois! Estou muito bem, na verdade nunca me senti tão bem. – soltei nervosa com a insistência de Julian e Jacob será que eles não entendiam o que estava dizendo?

- Na verdade acho que nem você está entendendo Lizzy. – Edward disse respondendo ao meu pensamento.

- Detesto quando você faz isso. – minha Liz resmungou cruzando os braços e se sentando novamente na cama.

- Minha filha nós realizamos alguns exames de sangue com a amostra que tiramos e encontramos algo preocupante. – Carlisle falava calmamente, mas sentia a tensão em sua voz me deixando aflita. – Anteriormente quando realizamos aqueles testes seu sangue continha hemácias normais humanas e mais dois tipos que classifiquei como sendo de seu lado vampiro e de seu lado lobisomem.

- Eu não estou entendendo pai. O que exatamente está acontecendo comigo? – Lizzy perguntou visivelmente confusa.

- É melhor você mesma ver. – o leitor de mentes disse entregando para ela uma folha.

- Essa é a sua primeira amostra de sangue e a outra foi feita da amostra tirada ontem. – Carlisle dizia enquanto Edward me entregava uma imagem ampliada do microscópio.

Me aproximei mais de Lizzy para ver a imagem e não acreditei no que via. Na foto dava para perceber três tipos de células diferentes, uma acho que era a hemácia pelo pouco que lembrava das aulas de biologia do colégio, mas as outras duas eram completamente diferentes. Uma parecia mais com um disco na cor cinza e a outra também vermelha lembrava a hemácia, porém em forma quase triangular.

- Não estou entendendo muita coisa Carlisle. – Jake confessou com uma das fotos na mão.

- Eu explico Jacob. O que você está vendo eram os tipos de hemácias que compunham o sangue de Lizzy quando realizamos o primeiro exame. – Carlisle disse se direcionando para Lizzy que também olhava confusa. – Essa aqui é sua hemácia humana essa outra, em forma triangular, podemos considerar como sua hemácia vampira e por último esta outra cinza sua hemácia lobisomem. No inicio pensei que todas estivessem ativas em seu sangue e que seu corpo fosse as três coisas ao mesmo tempo, porém com os exames que fizemos ontem descobri que estava errado.

Carlisle me entregou outra foto de microscópio completamente diferente, não queria ver figuras queria entender logo de uma vez o que estava acontecendo então esperei que ele me dissesse entregando a outra imagem para Jake que estava ao meu lado.

- O que exatamente está acontecendo pai? – Liz soltou sem ao menos olhar a outra imagem.

- A hemácia dita como da sua parte lobisomem na realidade não está na mesma forma, se olhar na imagem verá que as hemácias humanas e vampiras continuam iguais, mas ela está completamente diferente. – Liz olhou para a imagem junto comigo e como Carlisle acabara de dizer não estava igual agora parecia uma bola azul repleta de espinhos.

– Acreditamos que antes ela estava inativa e por alguma razão seu corpo a ativou. – Edward falou provavelmente ouvindo a confusão dos meus pensamentos.

- E o que isso significa agora? – Julian perguntou com medo do que pudesse acontecer com Lizzy.

- Na verdade não sabemos, a única coisa que sabemos é que esse processo precisa parar. – Carlisle respondeu sério evitando me olhar nos olhos.

- Por quê? – perguntei sentindo meu estômago revirar pelo nervosismo.


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Notas finais do capítulo

E aí gente curtiram o cap.?
Calma, calma que vou tentar postar o próximo ainda essa semana!
Ah e muito obrigada pelos reviews!
Bjo Bjo



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