Full Moon escrita por gabiromboli


Capítulo 23
Capítulo 22 - Confissões


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Mais um cap saindo quentinho do forno!
Sei q a Lizzy não está causando muito, mas as coisas vão mudar, prometo!
Espero que gostem!
Bjo Bjo



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Capitulo 22 – Confissões

 

Estava sentada no sofá da sala passando os canais da TV a cabo totalmente entediada e entregue a depressão depois do acontecido no casamento de Nessie. Ninguém tocou no assunto a meu pedido, mas estava difícil esquecer as palavras que saíram da boca dele e para onde olhava via seu rosto dizendo que não me queria.

Além disso, também tinha brigado com Julian, ele havia planejado o nosso encontro na biblioteca junto com um dos lobos achando que nós poderíamos nos acertar, doce ilusão, por mais que alguns seres da fantasia humana existissem isso não significava que sempre existiam finais felizes, muito menos no meu caso.

Fazia uma semana que não o via e isso me corroia por dois motivos; um por ele não me querer e dois por eu saber que merecia isso e um pouco mais.

Não me dava o direito de chorar mais por ele, chorei tudo naquele dia na floresta e se era daquela maneira que ele queria eu respeitaria estava decidida a deixá-lo em paz nem que para isso tivesse que sofrer mais do que já estava sofrendo.

- Ficar aí mofando não vai adiantar nada Lizzy. – ouvi Rose falar atrás do sofá.

- Eu sei, mas ele deixou bem claro o que queria. – disse sentindo a dor aumentar em meu peito.

- Mas isso não significa que tem que ficar nesse estado, você tem duas opções além de ficar aqui, ir até o cachorro fedorento ou seguir em frente você escolhe. Só, por favor, não escolha ficar assim é deprimente demais ver alguém igual a você. – ela disse acho que tentando a sua maneira me animar.

Rose não me deu tempo para formular uma resposta indo em direção da garagem. Tinha que admitir que ela estava certa, não podia ficar aqui nesse estado, mas ao mesmo tempo não tinha animo para me mover dali. Havia trancado a porta dele em minha mente, mas só de pensar em não dizer seu nome meu coração doía como se estivesse acontecendo novamente.

Resolvi sair um pouco quem sabe talvez ares novos amenizassem minha dor. Corri para meu quarto precisava separar algumas coisas para poder acampar, ficar isolada de tudo e de todos talvez me trouxesse o equilíbrio que estava faltando ultimamente. Coloquei na mochila algumas roupas e desci correndo em direção da garagem.

- Aonde vai filha? – Esme me perguntou saindo da cozinha.

- Vou passar uns dias fora mãe. Vai ser melhor assim.

- Tem certeza? Você não me parece bem e depois de... –ela não precisou terminar para mudar a expressão acho que vendo a minha de dor.

- Tenho certeza, preciso ficar um pouco afastada. Quando estiver melhor eu volto prometo. – sussurrei para não transparecer ainda mais minha dor enquanto dava um beijo na testa dela.

- Avise a todos por mim ok! – falei enquanto corria para a garagem.

Chegando a garagem vi quem queria encontrar, Emmet estava ajudando Rose a consertar o Porshe de Alice, fui à sua direção implorando para que ele aceitasse meu pedido.

- Emmet era você que eu queria ver! – falei rapidamente.

- Gata eu sou branco demais pra você. – soltou fazendo Rose sair debaixo do carro chutando sua perna.

- Você não faz meu tipo, mas precisa de um favor. – disse tentando me entusiasmar com a idéia.

- Manda. – falou enquanto passava a chave de fenda para Rose.

- Preciso de seu jipe por alguns dias. Prometo que ele volta inteiro. – disse rapidamente sentindo a depressão vir novamente.

- Pode levar se isso for melhorar sua cara, não agüentaria ver você desse jeito por muito mais tempo. – ele falou me surpreendendo.

- É eu... – tentei formular alguma resposta sem resultado.

- Não precisa explicar nada pode ir. – Rose disse saindo de baixo do carro novamente.

- Obrigada. – silabei enquanto corria em direção ao jipe o acelerando rapidamente.

Aumentei a velocidade sentindo o vento entrar cortante pelas janelas abertas não deixando que minhas lágrimas escorressem pelo meu rosto.

Estava sufocada e a falta dele só aumentava fazendo meu coração se apertar ainda mais, Carlisle dizia que quando um vampiro se apaixona realmente sua natureza muda completamente e uma vez modificada isso seria eterno cruzei os dedos para que isso não acontecesse também comigo. Preferiria morrer a continuar dessa maneira não suportaria por muito tempo amá-lo e não poder tocá-lo, ouvi-lo ou ao menos olhá-lo! Agora entendia o que Edward havia sentido no tempo que se afastou de Bella Jacob era meu vicio, era minha droga.

Ao pensar em seu nome minha dor se tornou insuportável e quando vi havia perdido o controle do jipe. Freie bruscamente dando um cavalo de pau na pista molhada, por sorte não havia mais nenhum carro na estrada.

Reassumi o controle e estacionei no acostamento respirando rapidamente buscando colocar um pouco de ar nos meus pulmões apertados de dor me permitindo chorar o que não havia me deixado fazer durante toda essa semana.

- Não posso ficar aqui. Reaja Elizabeth. – falei comigo mesma enxugando as lágrimas teimosas dos olhos.

- Vai me fazer bem ficar afastada por um tempo. – disse olhando no espelho do retrovisor.

Respirei fundo ligando o jipe voltando para a estrada, tinha resolvido que iria fazer tudo o mais humanamente possível talvez essa lentidão me colocasse em ordem. Então lembrei da loja de artigos esportivos que havia passado no dia do casamento mudei o curso da viajem indo em direção de Forks, se iria acampar como uma humana precisaria de utensílios humanos.

Parei no estacionamento da loja olhando novamente para o retrovisor tentando inutilmente esconder minhas olheiras e os olhos cansados de tantas noites em claro, desisti de tentar consertar o que era impossível colocando óculos escuros para apenas esconder.

Entrei na loja e senti o cheiro característico dos lobos olhei rapidamente em direção do balcão e os vi parados olhando para mim, Leah estava atrás do balcão e dois homens- lobos conversavam com ela do outro lado. Ótimo! Era tudo o que eu precisava; lobos!

Separei o que precisaria para um acampamento humano e fui rapidamente ao caixa contando até mil mentalmente para manter-me calma, sabia que Leah não deixaria barato a minha presença aqui.

- Oi. – falei para os meninos. – Vou levar isso, por favor. – disse para Leah.

- Vai querer mais alguma coisa, Elizabeth? Talvez algo como vergonha na cara? – ela soltou acída e totalmente irônica.

- Leah... – ouvi um dos lobos falar em tom de reprovação.

 - Se precisar de algo fora isso falo com você. – disse me controlando.

- Eu insisto Elizabeth, ou melhor, Lizzy como todos a chamam, acho que seria bom você levar um pouco de vergonha na cara ou quem sabe eu posso tirar um pouco das suas penas se você quiser. – ela falava cinicamente fazendo meu sangue ferver.

Não me contive e em um piscar de olhos já havia jogado Leah no balcão imobilizando seu braço com uma mão e apertando seu pescoço com a outra.

- Leah não me provoque. – sussurrei bem próxima ao seu rosto. – A única coisa que me impede de separar sua cabeça do corpo é unicamente o fato de que por alguma maneira totalmente desconhecida para mim, Jacob gosta de você e somente por não querer machucá-lo ainda mais eu não o faço entendeu, Leah? – rosnei seu nome sem me dar conta que os lobos me seguravam tentando evitar que eu fizesse o pior.

Soltei-a tentando controlar o tremor por todo meu corpo, por sorte não havia mais ninguém na loja além de nós quatro. Ela estava caída no chão atrás do balcão tossindo e segurando o pescoço tentando se recuperar do susto, seus amigos me soltaram olhando abismados para mim.

Andei rapidamente até a porta, minha única vontade era sair dali o mais rápido possível estava ficando cada vez mais difícil me controlar.

- Volte aqui vagabunda! Não pense que você vai sair assim! Volte aqui! – ela gritava enquanto tremia segurada por seus amigos.

- Sabe Leah você não é tão durona quanto parece é aquela velha história cadela que ladra não morde. – falei tirando os óculos para olhá-la melhor.

- Eu poderia morder você, mas não doeria tanto quanto o que vou te dizer: Jacob não quer você! Entendeu Lizzy? Jacob não quer você! Ele não ama você! – ela cuspiu cada palavra em meu rosto com um sorriso nos lábios.

Paralisei ao ouvir aquilo, o que eu estava fazendo? Ela tinha razão, eu não valia nada. Leah tinha motivo de me tratar daquele jeito e não podia reclamar de estar defendendo-o talvez fosse melhor assim, Jacob ficaria muito melhor com ela do que comigo.

Coloquei meus óculos novamente para que eles não vissem meus olhos lacrimejando e fui novamente em direção a porta querendo sair dali o mais rápido possível.

- Eu sei disso há muito mais tempo que você Leah pode acreditar. – sussurrei antes de fechar a porta. Queria fugir dali, não melhor, eu queria deixar de existir!

Ouvi seus amigos a repreenderem enquanto saia em direção do estacionamento. Entrei no jipe sem forças para ir além daquilo e me deixei chorar novamente segurando forte o volante tentando arrumar forças para sair dali conseguindo apenas chorar mais.

De repente ouvi batidas no vidro levantando a cabeça do volante assustada colocando os óculos em seguida para que não me vissem chorando. Abaixei o vidro vendo os dois amigos dele no lado de fora.

- Você esqueceu suas coisas. – um deles me disse.

- Obrigada. – falei tentando mentalmente lembrar o nome deles. – Vocês não deveriam estar com sua amiguinha nervosa lá dentro?

- Nós queríamos pedir desculpas pela Leah, ela anda meio nervosa com toda essa história... – o mais baixo falou.

- Não precisa se desculpar por ela... hum... Quill certo? – cortei chutando o nome.

- Isso mesmo sou Quill e ele é o Embry.

- Você vai viajar? – Embry me perguntou colocando as sacolas no banco do passageiro.

- Vou passar um tempo fora. – disse tentando acabar a conversa.

- Não! Você não pode! – Quill soltou abrindo a porta do jipe.

- Claro que posso! – falei nervosa.

- Calma Quill. – Embry sussurrou em seu ouvido. – Olha a gente não quer tomar seu tempo, mas será que podemos conversar em outro lugar? Tem uma lanchonete legal na reserva que acha? – ele perguntou tentando ser o mais simpático possível.

- Vocês estão me chamando para sair? – perguntei abismada.

- Se você quiser. – Quill completou.

- Por que eu faria isso? – perguntei tentando achar alguma lógica naquilo.

- Queremos falar sobre o Jake. E aí vai ser ou não? – Embry falou cruzando os braços.

- Entrem logo. – sussurrei enquanto colocava o cinto.

O caminho foi silencioso me sentia nervosa não sabia o que esperar deles, afinal eles eram amigos do cara que havia me dado um fora e que possivelmente me odiava agora. Apertei o volante com mais força com certo medo do que aconteceria nessa conversa.

- É aqui, pode estacionar ali do lado. – Embry falou apontando para as árvores a nossa direta.

Parei o jipe e entramos na lanchonete, era um lugar sem muito luxo, mas aconchegante. Eles pareciam conhecer todos ali cumprimentando as pessoas pelo nome enquanto caminhavam para ultima mesa perto dos banheiros.

- O que vão querer hoje meninos? – a garçonete perguntou praticamente se jogando para cima de Quill. Qual era o problema dessas mulheres da aldeia?

- O de sempre Maya e você Lizzy vai querer o que? – me perguntou apontando para o cardápio.

- Quero um expresso grande, uma porção grande de fritas e um X-baicon, uma torta de maçã. – falei rapidamente enquanto passava os olhos pelo cardápio.

– Ah e pode me trazer antes disso uma vitamina mista, por favor. - quando levantei os olhos os três me olhavam assustados.

- O que foi? – perguntei sem entender.

- Hum... nada senhora, vou trazer seu pedido. – a garçonete disse indo embora. Olhei novamente para Embry e Quill esperando o que eles iriam me dizer.

- O que exatamente vocês querem de mim? – perguntei cruzando os braços.

- Fala você Embry. – Quill disse cutucando-o com o cotovelo.

- Humm... você sabe que somos amigos do Jacob e estamos aqui justamente por causa dele.

- Sei e exatamente por isso acho que vocês não deveriam estar aqui, Leah tem razão quando diz que ele me odeia... – falei desviando o olhar enquanto a garçonete colocava minha vitamina e as cervejas deles na mesa.

- Jacob não a odeia, na verdade, ele está sofrendo muito com tudo o que aconteceu. – Quill falou antes que Embry pudesse continuar.

- Quill pode confiar em mim quando digo que ele me odeia, eu sei! – enfatizei bem lembrando o que ele havia sentido no casamento de Nessie além da dor ao ter que repetir isso.

- Não tem como odiar um impr... – Embry falou mordendo seu lanche.

- Um o que? – perguntei fazendo com que ele engasgasse com pedaço da boca.

- Nada! Ele quis dizer... ele, ele... – Quill parecia nervoso com alguma coisa.

- Como você pode ter certeza que ele te odeia? – Embry cortou parecendo desesperado tanto quanto Quill.

- Eu apenas sei... vocês estão bem? Olha não quero ficar aqui discutindo se sei ou como sei. – falei enquanto comia meu lanche. – Vocês disseram que iriam falar sobre o Jacob, mas até agora só disseram coisas sem nexo.

- Nós ajudamos seu amigo no dia do casamento e vimos o que aconteceu, o Jake está sofrendo com tudo isso e se você fosse falar com ele talvez...

- Você viu o que aconteceu da outra vez! – falei sentindo meus olhos arderem. – Todos nós já nos machucamos muito com toda essa história, talvez seja melhor assim e, além disso, tem também a Leah. Talvez seja melhor eles ficarem juntos mesmo, ela não vai machucá-lo como eu fiz. – sussurrei tentando me manter forte.

- Leah e Jake juntos? – Embry falou espantado.

- É! Por que não? – falei enquanto eles riam.

- Além do fato que eles não dariam certo, a Leah também é noiva e ela não iria trair... – Quill tentava falar enquanto ria de mim.

- Tem absoluta certeza? Por que eu não! – interrompi nervosa enquanto tirava meus óculos.

- Lizzy pode acreditar na gente, não tem como Leah fazer algo assim. – Embry falou convicto de algo por trás de suas palavras.

- É verdade, ela mais parece mãe dele ainda mais depois do que aconteceu anos atrás. Ele nunca mais foi o mesmo depois que Bella casou, nós achávamos que ele nunca mais se apaixonaria novamente. – Quill contou me deixando totalmente perplexa.

- O que? Bella e Jacob juntos? Mas c-como?- perguntei aumentando um pouco o tom da voz.

- Eles não te contaram? Na época em que Bella era humana eles tiveram um lance, mas ela quis o sanguessuga a ficar com ele. – Embry contou enquanto bebia outra cerveja.

- Então ele e Leah não tiveram nada? Eu entendi tudo errado desde o começo. Mas ele ama Bella? – perguntei enquanto minha cabeça borbulhava.

- Não desde que ela virou sanguessuga, hoje eles são apenas amigos. – Quill confessou.

Fiquei tentada em entrar nas mentes deles, mas isso iria contra meus princípios eles tinham o direito de ter privacidade em seus pensamentos.

- Olha eu não vou ficar aqui discutindo sobre o passado, acho melhor eu ir embora. – falei me levantando.

- Não! Espera Elizabeth estamos falando sério, Jacob precisa de você. – Quill disse segurando meu pulso.

- Ele não precisa de mim Quill. – sussurrei segurando as lágrimas que se formavam.

- Lizzy confie na gente ele está pior depois do que aconteceu no casamento. Vá até lá, vocês precisam se acertar. – Embry falou em pé ao nosso lado.

- Sinto muito, foi escolha dele. – soltei enquanto colocava novamente os óculos para não verem minhas lágrimas.

Sai da lanchonete segurando o choro que se formava em meu peito certa de que não havia outra maneira para nós dois.

- Lizzy tente pelo menos. O não você já tem! Não tem mais nada a perder. – Embry gritou na porta da cafeteria me fazendo parar antes de entrar no jipe.

Ele tinha razão já o tinha perdido de qualquer forma, mas o que poderia fazer para mudar isso? Ir até lá e conversar apenas não iria adiantar. O que eu diria para ele? “Olá Jacob! Estou aqui para me humilhar e rebaixar porque finalmente entendi que amo você?” Isso não adiantaria em nada, seria apenas tempo perdido.

- E então você vai tentar? – ele pressionou ainda mais.

- Não sei se consigo sozinha. – sussurrei tentando me manter forte enquanto as lagrimas teimosas rolavam por meu rosto.

- E não vai. – Quill disse ao meu lado.

O caminho até a casa de Jacob não demorou muito, mas o frio na minha barriga só aumentava o medo de uma nova rejeição só aumentava. Aquilo era uma situação totalmente nova para mim e não sabia como lidar com tanto nervosismo.

- Se acalme Lizzy assim você vai ter um ataque cardíaco. – Quill falou tentando me acalmar.

- Isso não é tão simples assim. Não dá para simplesmente bater na sua porta e dizer: “Oi Jacob, por favor, não me mate eu vim pedir desculpas e dizer que gosto de você.” – soltei em tom irônico.

- E vai ser exatamente isso o que você vai fazer agora. – Embry falou enquanto parávamos próximo à casa.

Parei o jipe enquanto avistava melhor a casa, resolvi abrir a porta dele em minha mente para prever o que poderia acontecer fazendo com que levasse um choque pela intensidade dos sentimentos.

- Lizzy você está bem? – Quill perguntou apertando meu braço.

- E-eu estou bem... – sussurrei sem abrir os olhos apoiando minha cabeça no encosto do banco. – Digamos que ele pensa muito alto. – soltei enquanto esfregava a testa tentando amenizar a dor de cabeça.

- Você pode entrar na mente dele? – Embry falou surpreso se remexendo no banco traseiro.

- É algo inevitável... nós estamos meio que conectados... – disse fechando novamente a porta invisível.

- Como ele está? – Quill perguntou.

- Na verdade eu não sei, seus sentimentos estão muito confusos e gritando ao mesmo tempo. Não consegui separar todos eles, então fechei novamente a barreira mental que criei.

- Então vai logo lá e acaba com a confusão deles. – Embry soltou fazendo piada da situação.

Sorri brevemente enquanto criava coragem para seguir em frente. Desci do jipe olhando rapidamente para os lobos buscando incentivo e fui caminhando devagar em direção da casa de madeira avermelhada. Não sabia como começaria ou o que falaria, mas era um caminho sem volta.

Mofar não era mais uma palavra que me definiria eu estava definhando, apodrecendo isso sim! Sentado na minha cama eu só pensava em formas melhores de morrer, por que era isso que aconteceria comigo.

Sam tinha razão não havia maneira de evitar um imprinting, fazia uma semana que me torturava em continuar afastado dela, mas como poderia inverter essa situação se simplesmente tinha acabado com ela durante o casamento de Seth?

Sabia que tinha toda razão em tratá-la daquela maneira, mas falar tudo aquilo não melhorou em nada na realidade ver Lizzy chorando apenas piorou ainda mais a situação.

De repente senti seu cheiro invadir meus pulmões, não podia ser verdade! Era um sonho, não melhor, uma alucinação! Ela não poderia estar parada aqui na porta!

Parei em frente da porta sem saber o que me aguardaria atrás dela, agucei mais meus sentidos e pude sentir seu coração acelerado. Ele já sabia que estava aqui, era agora ou nunca!

Bati na porta sentindo meu coração palpitar ainda mais. Deus! Estava parecendo uma adolescente. Podia sentir seu coração acelerado próximo, mas mesmo assim não atendeu a batida.

- Jacob? – falei baixo tentando manter a voz firme enquanto batia novamente.

Estava parado no meio da sala sem saber o que fazer era Lizzy realmente e não uma alucinação. O que deveria fazer? Seria muito bom ter o poder do leitor de mentes aqui no momento para me ajudar! Precisava ser firme, se ela visse como estava realmente provavelmente zoaria novamente com minha cara!

Depois da terceira tentativa ouvi a maçaneta se mover, Jacob abriu a porta brevemente seu rosto era uma máscara dura e sem emoção deixando a situação ainda mais difícil.

- O que você quer? – perguntei tentando ser o mais sério o possível.

- É e-eu vim ver como está. – falei incerta de como começar. – Embry e Quill falaram comigo que você não estava muito bem e eu resolvi vir...

Aqueles traidores! Eles não tinham o direito de ir até a casa dos Cullens e falar o que bem entendiam sobre mim! Eles iriam pagar e muito caro!

- Bom agora que você já viu que estou bem pode voltar. – ele falou frio e quase raivoso.

- Na verdade eu... eu... queria conversar com você. – Lizzy falou aparentemente nervosa com algo sua pulsação gritava em meus ouvidos além do rosto corado e as mãos levemente suadas.

- Pode falar, estou ouvindo. – soltou parecendo inquieto.

- É que eu... bem... eu queria... eu... – tentei falar, mas as palavras não saiam me deixando ainda mais nervosa enquanto Jacob me olhava inquieto.

- Será que você pode entrar? – ela disse nervosa.

- O que?

- Isso mesmo. Volta... volta e fecha a porta. – falei enquanto o empurrava casa adentro deixando a porta fechada entre nós.

  - Elizabeth o que é isso? Eu não tenho tempo pra suas idiotices! – gritei através da porta fechada, essa mulher era louca mesmo!

- Cala a boa Jacob! – soltei nervosa. – Oh Deus por que tem que ser assim tão difícil? – falei andando de um lado para o outro.

- Como assim calar a boca? Você está louca? – disse começando a ficar nervoso com a situação.

- Você não entende! Eu fui preparada para tudo durante todos esses anos, mas não para isso! Nunca para isso! É algo totalmente novo, inusitado pra mim! – as palavras saiam sozinhas da minha boca. – Estava tudo certo como deveria ser antes de você aparecer, mas aí você veio e urgh!

Não estava entendendo onde ela queria chegar Lizzy dizia tudo muito rápido, podia senti-la andando de um lado para o outro na varanda.

- E isso dói aqui dentro consumindo cada pedaço do meu corpo, consumindo minha energia! Eu simplesmente não entendo como deveria funcionar! – disse nervosa enquanto jogava a jaqueta no chão da varanda. – Me mata o fato de não conseguir controlar... de... de não ter o controle da situação.

- Elizabeth não estou entendendo nada. – confessei batendo minhas mãos na porta fechada entre nós.

- O que estou tentando dizer Jacob é que... é que... – senti meu peito ficar apertado quase sem ar. – Eu não posso... simplesmente não consigo mais ficar longe de você.

Congelei no lugar, o que ela acabara de dizer? Não era possível!

- Não sei mais e na verdade não quero estar em outro lugar que não seja ao seu lado Jacob! Você mudou algo em mim... era como se antes estivesse faltando uma peça em mim... e agora eu estou completa com você... – agora eu sussurrava encostada na porta tentando conter as lágrimas que teimavam em esquentar meu rosto.

- Mesmo que pra você isso tenha mudado eu precisava dizer...  dizer que sinto muito por ter percebido isso agora e não antes. Estava com medo e tentei lutar contra esse sentimento o máximo que pude.

A cada palavra que saia da sua boca o meu sorriso e a vontade de acabar com o espaço entre nós só aumentavam, parecia que finalmente as coisas se acertariam.

- J-jacob eu... eu amo você. – as palavras saíram praticamente inaudíveis enquanto encostava minha cabeça na porta.

Por mais que tenha sido apenas um sussurro para mim parecia que ela estava gritando aos quatro ventos que me amava! Resolvi por um fim naquela tortura abrindo a porta e fechando o pouco espaço que restava entre nós.

Me surpreendi quando Jacob me puxou pela cintura enquanto selava nossos lábios cheio de saudades, pela primeira vez sentia em um beijo o verdadeiro amor e não apenas desejo carnal.

 - Finalmente! – ouvi Quill gritar longe fazendo com que eu interrompesse nosso beijo para rir enquanto ele e Embry gritavam e assoviavam.

- Deixe-os pra lá Jake. Vem cá! – falei com nossos lábios juntos aos seus colando ainda mais nossos corpos pulando em seu colo causando alvoroço entre seus amigos.

- Vão procurar um quarto! – Embry gritou rindo enquanto Jacob me beijava sem pudor.

- Calem a boca! – gritei para Embry e Quill enquanto carregava Lizzy para dentro da casa. A única coisa que me importava agora era tentar compensar o tempo perdido cada beijo, cada carinho, cada palavra não dita.

Nunca havia pensado como era bom viver um amor, era a melhor sensação que já havia sentido por que será que quis lutar por tanto tempo contra aquilo?

Quando percebi nós já estávamos em seu quarto. Jake me colocou delicadamente em sua cama parando para me olhar quase que como em adoração.

- O que foi? – ela perguntou enquanto a admirava.

- Estou tentando ter certeza de que isso não é apenas a minha imaginação, que amanhã eu vou acordar e você não vai estar aqui. – disse com sinceridade nos olhos.

- Não vou a lugar algum Jake. – ela sussurrou sorrindo. – Eu te escolhi como meu companheiro, sou sua agora e para sempre.

- Minha? – perguntei fazendo graça.

- Sua Jacob, somente sua. – intercalava cada palavra com beijos em seu rosto. – Me faça sua Jacob. – pedi olhando o castanho quente de seus olhos.

- Somente minha... eternamente. – sussurrei antes de dar fim a nossa tortura.


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