Não Olhe Para Trás escrita por Mnndys


Capítulo 44
Reencontro




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- Eu nem acredito que você está aqui. – Mamãe diz.

Estou abraçada a ela jogada no sofá da sala de estar.

- Pode acreditar. Vim pra deixar essa casa animada outra vez. – Digo.

- De pernas para o ar, você quer dizer. – Elliot provoca.

- Eu também senti saudades Elliot. – Brinco.

Acho que estou me sentindo como mamãe, nem acredito que estou ali. Foram cinco meses que mais pareceram um ano. Mas não posso reclamar, porque foram meses inesquecíveis.

Elliot tem se desculpado desde o aeroporto pelo atraso da entrega do bistrô, não me preocupo, sei que ele estava no projeto da nova casa de Christian também, e casa onde meu futuro sobrinho irá morar é importante demais.

- Quanto tempo mais para Ana ter o bebê? Um mês? – Pergunto.

- Mais ou menos isso. – Mamãe me responde.

Kate, Ana e Christian virão para casa também e depois sairemos para jantar. Comemorar a minha volta.

É só pensar e Kate aparece radiante pela porta.

- Uau! – Grito. – Você está mais magra!

Ela para e faz uma pose.

- É a ansiedade para o casamento. – Justifica.

- Ah mulheres! – Suspira Elliot, incapaz de compreender as expectativas de uma mulher com o casamento.

Não demora muito para Ana e Christian chegarem.

- Agora sim a família está completa. – Digo.

- É bom tê-la aqui de novo Mia. – Ana diz educadamente.

A barriga dela está enorme.

- Como está o pequeno Ted? – Pergunto.

- Agitado. – Diz um pouco exausta. – É só pensar em sair e ele começa a se mexer, acho que ele gosta de festas.

- Que ótimo garoto. – Digo, falando diretamente para a barriga dela. – Espero que goste tanto quanto sua tia.

- Tomara que não, um só assim na família já basta. – Christian fala.

- Você e Elliot adoram me criticar, isso só é medo de assumirem que me amam. – Reclamo.

Os dois riem.

- Vamos indo senão vai ficar tarde. – Papai apressa.

- Quer vir no carro com a gente? – Christian pergunta.

- Eu esperava dirigir meu carro esta noite. – Revelo. – Andar de taxi cinco meses é bem cansativo.

- Meu bolso que o diga. – Papai reclama. – Mas filha espera até amanhã para dirigir, você deve estar exausta.

A verdade é que eu não estava, mas decido fazer a vontade dele. Aceito o convite do meu irmão.

Vamos a um restaurante que ainda não conheço, Elliot disse que é ótimo.

- E então Mia, quais são seus planos agora? – Christian pergunta.

- Esperar as obras terminarem e entrar em ação. – Sintetizo.

- Pelo que sei Elliot está quase lá.

- Sim, e eu mal posso esperar para que esteja pronto. – Falo animada. – Vou procurar um decorador e deixar tudo como pretendo. Depois preciso selecionar funcionários e procurar estabelecer contato com alguns fornecedores.

Todos estão parados me observando.

- O que eu fiz de errado? – Pergunto.

- É só que isso não parece muito você. – Diz a sincera Kate.

- Acho que é porque é uma parte nova de mim. – Digo. – Quero poder dar o meu melhor em algo, ser boa em uma coisa útil, como todos vocês são.

- Tenho certeza que se sairá muito bem. – Ana diz apertando firme minha mão.

Ela sorri para mim e sinto confiança. Ana é boa como chefe, como esposa e provavelmente será como mãe.

- Obrigada. – Digo.

Volto meu olhar para a mesa e Kate está emburrada falando baixinho com Elliot.

- Vou matar ele. – Ela diz.

Matar quem?

De repente ela se levanta.

- Com licença. – Pede.

Acompanho-a com o olhar, ela anda até umas três mesas atrás da nossa e para. Um rapaz sentado se levanta e vejo que é Ethan.

Olho rapidamente de volta para a mesa, todos estão alheios a situação, com exceção de Elliot que observa Kate com atenção.

- O que foi? – Gesticulo para ele.

Ele dá de ombros.

A tentação de olhar para trás me sucumbe de novo. Kate e Ethan estão de pé conversando, sentada a mesa está uma mulher, está de costas para onde estou, então só posso ver seus compridos cabelos loiros.

Decido ignorar a cena e tento me deter na conversa a mesa.

Menos de um minuto depois sinto duas mãos pararem em meus ombros.

- Boa noite. – Ethan diz.

- Boa noite. – Toda a mesa, com exceção de mim, retribui.

Não me sinto corajosa o suficiente para olhar para Ethan. Permaneço imóvel com o toque dele.

- Quanto tempo Ethan. – Papai diz. – Sente-se conosco.

- Obrigada senhor Grey, mas não posso. – Declina. – Só vim cumprimentá-los e dar um abraço nesta mocinha. – Ele diz.

Finalmente ergo meu olhar até ele. Lá está Ethan sorrindo.

Me levanto.

Só neste momento observo-o bem. Está diferente. Está com barba, o cabelo bem curto, quase raspado, parece mais forte, mas o que chama minha atenção é a tipóia em seu braço.

Com o braço livre Ethan me puxa para um abraço.

Não consigo me manter firme a isso, encosto minha cabeça nele e me permito aproveitar o momento. Estar nos braços de Ethan, sentir o calor dele, é tão bom, que quase parece um sonho.

- Oi. – Ele sussurra em meu ouvido.

- Oi. – Retribuo.

Não sei quanto tempo dura o nosso abraço, para mim, depois de tanto tempo, acabou rápido demais.

- Preciso voltar para a mesa. – Diz.

- Aham. – Digo, mas sinto uma pontada de ciúmes. – O que aconteceu com o braço? – Pergunto antes que ele possa ir.

- Cai de moto. – Responde sem graça.

Arregalo os olhos para ele. Nunca soube que ele andava de moto, acho que tinha muita coisa para eu saber.

- Depois a gente conversa. – Ele diz, lendo meus pensamentos. – em vinda de volta.

Ele vai e eu me sento de volta. Minha família me olha com curiosidade, talvez esperando alguma coisa. Eu respiro fundo uma vez, dou o meu melhor sorriso a eles e ajo o mais normal possível.

Por fora era fácil controlar, mas por dentro eu tinha me tornado um turbilhão de sentimentos desenfreados.


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