Não Olhe Para Trás escrita por Mnndys
Notas iniciais do capítulo
Sinopse:
Mia passará um tempo longe de casa de novo, mas dessa vez deixando algo ainda mais especial para trás: Ethan. Em Nova York ela terá uma vida corrida, se dividindo entre muito trabalho e seus novos amigos, tendo aqueles que se tornarão mais importantes. A vida de Mia vai ser uma agitação só, mas fica a pergunta, será que a distância e o tempo poderão apagar o sentimento entre ela e Ethan?
Fecho a ultima mala.
Estou triste por um lado, mas ansiosa por essa experiência. Nos últimos dez dias tenho me convencido que vou me dedicar a aprender o máximo que puder.
Os últimos dias foram difíceis. Mais difícil ainda foi a noite anterior em que me despedi de Ethan.
- Então é isso. – Digo quando desço do carro na porta de casa.
- Boa viagem. – Ele diz. – Lembra do que me prometeu? – Ele pergunta.
Está falando de uma conversa que tivemos alguns dias antes, sobre viver minha vida em Nova York e me esquecer dele, pelo menos no começo, para me adaptar. Sem e-mails, sem telefonemas. Não sei onde estava com a cabeça quando prometi aquilo.
- Não se esquece de mim. – Peço.
- Claro que não. – Diz fazendo carinho no meu rosto.
Seguro as lágrimas, prometi que não ia chorar. Eu precisava parar de prometer essas coisas.
- Te vejo quando voltar. – Digo tentando ser forte.
Ethan me abraça e depois eu viro e ando em direção a casa.
- Mia. – Ele chama.
Olho para trás e ele vem em minha direção.
- Eu não deveria fazer isso, mas... – Ele diz e me beija.
É estranho, mas aquele beijo me dói não fisicamente, mas emocionalmente. Tem gosto de saudade.
- Eu te amo. – Sussurro.
- Também te amo. – Ethan diz antes de ir até o carro e ir embora.
As lágrimas não precisam mais serem seguradas, deixo elas caírem vendo Ethan se afastar.
- Mia posso entrar? – Christian pergunta e me faz sair das minhas lembranças.
- Claro entra ai. – Falo.
- Ta pronta?
- Não ta meio cedo? – Pergunto para ele.
- Preciso passar em um lugar antes. – Ele responde enquanto puxa uma das malas.
Reviro os olhos para ele.
- Então papai deveria me levar. – Reclamo.
- Para de ser chata Mia. – Ele diz.
Ele leva minhas três malas para o carro, enquanto me despeço dos meus pais. Mamãe está chorando sem parar.
- Vai passar rápido. – Digo tentando acalmá-la. – Você pode ir me visitar quando tiver uma folguinha também.
- Se cuida querida. – Ela diz. – E, por favor, seja responsável.
- Eu vou ser. – Digo. – Eu te amo mãe.
Dou um abraço no meu pai e em seguida entro no carro de Christian.
A maior parte do caminho vamos em silêncio, trocamos algumas palavras sobre coisas banais. Christian para o carro em uma rua no centro.
- Vem. – Ele chama.
- Eu espero aqui. – Falo.
- Vem Mia. – Ordena.
Saio do carro a contragosto e vou com ele. Entramos em um salão bem grande, sem nada dentro.
- O que é isso? Novo negócio? – Quero saber.
- Mais ou menos. – Ele diz. – Eu comprei, Elliot tem algumas idéias para reformar e você também pode opinar, afinal é seu.
Olho para ele surpresa.
- Meu? – Pergunto confusa.
- Enquanto você estiver fora vamos reformar e quando voltar aqui vai ser o seu bistrô.
Pulo imediatamente no pescoço de Christian e o cubro de beijos.
- Ai meu Deus. – Digo surpresa. – Eu nem sei o que dizer. Obrigada. – Falo.
- É bom te ver sorrir. – Christian diz se soltando do meu abraço.
Não imaginei que teria vontade de sorrir aquele dia.
- Obrigada por me fazer sorrir. – Agradeço.
Christian puxa minha mão e se senta em uma pequena mureta e me faz fazer o mesmo.
- Tenta entender o que ele fez. – Ele diz se referindo a Ethan.
- Eu estou tentando, mas é difícil. – Confesso. – Você não deixaria Ana ir.
Ele passa a mão pelo cabelo.
- Não, eu não deixaria. – Ele diz confirmando minhas suposições. – É por isso que o Kavanagh é muito mais digno do que eu.
- Eu preferia que ele não fosse tão digno. – Reclamo.
Não sei quanto tempo fico ali sentada admirando o meu futuro espaço de trabalho, imaginando como estará mudado em cinco meses. Aliás, tudo estaria muito diferente em cinco meses e eu tinha que começar a me conformar com essa idéia.
- Qualquer coisa me liga, passa um e-mail, manda sinal de fumaça. – Christian diz.
- Pode deixar Se cuida também e cuide da Ana e do bebê também. – Digo. – Mas não a sufoque.
Chega minha hora, Christian está me fazendo ir em seu jato, eu disse que isso é exagerado, mas ele afirmou que se faz é porque pode. Não é algo pelo que valesse a pena discutir.
Damos o ultimo abraço e eu vou.
Sento-me na ultima poltrona do jato.
Antes de decolarmos passo uma SMS para Marie com quem vou dividir o apartamento. Nós nos conhecemos em Paris e ela também foi aceita. Christian me ofereceu seu apartamento de Nova York, mas não quero morar sozinha em uma cidade que não conheço tão bem.
Decolamos.
Olho para a poltrona em que Ethan estava sentado na ultima vez que eu estive nesse jato, é estranho, mas já estou sentindo falta dele. Me afasto do pensamento dele e começo a pensar em tudo que farei em NY e no bistrô que me espera quando voltar, era nisso que eu me focaria nos próximos meses.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!