Premonição: Diversão Macabra escrita por MV


Capítulo 9
Incontrolável


Notas iniciais do capítulo

Bom, capítulo novo... Como disse, nesse capítulo não tanta ação, mas isso não impede que não tenhamos cenas emocionais fortes. Aliás, este capítulo focará mais nos pensamentos dos personagens. Neste capítulo, também haverá uma forte presença de Matt.
O capítulo também está bem curtinho em comparação com os outros, é mais para preparar o terreno pro fim.



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Luke suspirou.

– Sim, Sally. Agora é nossa vez. - Luke falou para a garota, que estava sentada ao seu lado.

Depois da saída do cemitério, os quatro sobreviventes até o momento, haviam se reunido em uma lanchonete próxima, para comer um lanche.

– Mas... Não, não pode ser. - Sally falou. - Não é nossa vez, tem que ser a vez de apenas um. - Ela continuou, falando baixo. - Eu tenho que aproveitar minha vida enquanto eu posso, a Carey já dizia...

– Ei, Sally. - Luke falou. - Vamos parar de falar dela, por favor.

– E ignorar o fato que ela está morta? Morta como todos os outros, Luke? - Sally falou. - Sabe o que eu acho? Você está muito tranquilo com tudo isso. Luke, você viu tudo o que aconteceu, e mesmo assim, parece que não caiu a ficha! Você está marcado para morrer.

– Calma Sally. - Lisa falou, intervindo. - Você irá sobreviver, como aconteceu comigo e com o Matt, não é?

– É, é. - Matt falou pouco se importando com a conversa.

– O que importa agora Sally, não é saber quem morrer primeiro. Nós precisamos achar um jeito de quebrar essa lista antes de tudo, antes de chegar nossa vez. Algum modo de salvar três de nós.

– Três, por que três? - Lisa perguntou.

– Alguém precisa morrer pra nós escaparmos. Morrer fora da ordem, se matar... Ah, eu não sei, o Derek que sabia tudo...

A imagem de Derek voltou a mente de Luke, e Luke não conseguia conceber a ideia de que ele estava morto. Derek não merecia morrer daquele jeito, depois de ter escapado tantas vezes da morte. O que levou Luke a outro pensamento: Derek tentara escapar da morte várias vezes, mas no final ela acabou o pegando. Será que era impossível escapar desse destino? Será que as tentativas seriam úteis?

Ele preferiu não pensar nisso.

– Ótimo. E aí, quem quer se matar? - Matt perguntou, sorrindo. - Desculpa, mas eu não sacrifico minha vida em prol de outras.

– Matt, o que é isso? - Lisa se virou, indignada.

– Vai me dizer que não faria o mesmo, Lisa? - Matt falou. - Pra mim, é mais fácil nós escaparmos um de cada vez, ou seja, cada um mata alguém. Assassinato, gente. Eu mato alguém e fico com a vida da pessoa. Vai me dizer que não sabia disso, Luke?

– Saber, eu sabia. Mas eu não queria contar, porque matar pessoas é muito sádico.

– Pra viver mais, vale tudo. - Matt falou, encostando-se á cadeira.

– Matt, o problema é que ninguém aqui estaria apto a matar alguém. Sinceramente, ainda não chegamos nesse ponto. - Sally falou. - Pelo menos eu, agora você, eu não sei...

– Se for a melhor opção, e dê resultado, dane-se. - Matt falou, pensando no que fizera com Tommy.

A misteriosa morte de Tommy na casa deixava tanto Luke como os policiais que investigavam aquilo confusos. Matt não havia deixado qualquer registro do que poderia ter acontecido, e se deixou, nenhuma levava até ele. Os policiais e investigadores haviam levantado a hipótese de que algum ladrão entrara ali, e tentando roubar alguém, acabaram por matar Tommy, visto as manchas de sangue espalhadas pela casa. Mas era de consenso comum que a morte de Tommy antes da queda, foi de certa forma provocada por alguém. Todos eram suspeitos, e ao mesmo inocentes, e neste grupo estava Matt.

Ele estava a salvo, por enquanto. Mas ele tinha certeza de que sairia muito bem dessa. Não iria perder o resto da vida que ganhou, ajudando a morte, numa cela. Ele achava.

– Eu acho que já está na hora de nós irmos. - Lisa falou.

Lisa levantou da sua cadeira, enquanto Matt fazia o mesmo. Neste momento, Luke falou:

– Eu e Sally vamos mais tarde, tá? Deixa que eu pago pra vocês.

– Ah, Luke. - Lisa falou. - Muito obrigado, mas não precisa de tudo isso. Deixa que eu e o Matt pagamos. Matt?

Matt estava totalmente desconexo do mundo naquele momento. Ele olhava um carro parado do outro lado da rua, onde uma criança olhava fixamente para ele, com uma expressão macabra, fazendo os pelos da nuca de Matt se eriçar. Um grande caminhão passou naquele momento, e a figura sumiu.

– Matt?

Ele olhou para cima, e viu uma nuvem de chuva se aproximando. Tinha o formato de uma caveira. Balançou a cabeça, e viu que não havia caveira, e nem nuvem no céu. Será que estava ficando louco? Depois do pacto com a morte, e da morte de Tommy, Matt via estranhas coisas macabras o tempo todo, todos relacionados com a morte.

– Matt! - Lisa gritou, tirando o garoto de seus pensamentos. - Você me escutou?

– Não, o que foi?

...

17:00.

Matt não estava na casa da república naquele momento, interditada após a morte de Tommy. A mesma coisa ocorrera com a república das garotas. Temporariamente, ele e Luke estavam em quartos alugados, concedidos pela universidade, que eram localizados na rua do campus. Ele estava sentado na beirada da sua cama, olhando para um pequeno espelho, onde via sua face. Ele sentiu um arrepio, e quando se viu novamente, sua figura estava totalmente desfigurada.

Uma voz falou na cabeça de Matt.

Tenho uma missão pra você. Pequeno ajudante.

– O que você quer? - Matt falou.

Você foi muito bem sucedido com Thomas Atterson, garanto que nada acontecerá com você. Agora você terá de seguir com seu jogo, vá atrás os próximos. Te direi o que fazer.

Subitamente, o garoto pensou em Lisa. A morte como se estivesse lendo seus pensamentos, falou:

Não, não é ela. É o casal. Eles estarão em uma rua deserta daqui a alguns minutos, e estará vindo um caminhão. Empurre-os. O caminhão não terá ninguém, estará desgovernado. Não haverá ninguém na rua.

Mas... Eu...

Você quer essa vida ou não?

Matt parou. Nunca pensou em se tornar um serial killer, mas percebeu que após matar Tommy, ele já tinha se tornado um. O interior de Matt era mais nebuloso do que ele pensava antes de aceitar. Sua vingança tinha acabado, mas sabia que sua vida ainda corria perigo. Para ele, qualquer coisa valia para ficar mais tempo vivo.

Estava ficando louco lentamente.

Então?

– Eu aceito.

Sabia que você ia aceitar.

...

Luke e Sally caminhavam abraçados por uma rua, próximo ao campus. Luke estava estranhando o fato da rua estar totalmente deserta. Do lado esquerdo, erguiam-se algumas casas, já do lado direito, havia um barranco que levava a um rio.

– Não tem nem um carro por aqui... Parece que até não tem pessoas morando aqui...

– Falando sozinho, Luke? - Sally perguntou.

– É. Eu só estou estranhando uma coisa. - Ele parou. - Olha ao seu redor. Não tem ninguém. Nenhum carro. Nada.

– Luke, estou preocupada. Tenha calma.

Um vento gelado passou sibilando entre eles. No rio, a água se chocava contra algumas pedras.

– Sally, você viu isso? - Luke perguntou assustado. - Não pode ser.

– É. É hora de falar. - Sally falou.

– O quê? - Luke perguntou. - O que você tem para falar?

– Sabe Luke... Eu tenho pensado em como quebrar essa lista, e cheguei numa conclusão. Eu vou morrer no seu lugar, vou me sacrificar pra te salvar.

– Sally? O que é isso? Como assim?

– Eu sempre te amei, Luke. Mas só agora consegui me aproximar de você. Não quero que tudo isso termine num piscar de olhos, eu prometi a mim mesmo que morreria no seu lugar, e salvaria todo mundo. Não me importo com minha vida, o que queria fazer já fiz.

– Sally, pare com isso. - Luke falou, segurando o rosto de Sally. - Nós dois vamos sair vivos disso, tá? Acredite em mim.

Sally pegou as mãos de Luke, e lentamente arrastou sua cabeça na direção de sua boca, e ele não fez nenhum movimento para retirar sua mãos. E então seus lábios se encontraram, e Sally sentia todo o calor que irradiava de Luke.

...

Matt caminhava apressadamente com um olhar indiferente, em direção a rua. A morte o lembrara de que faltava pouco, e se ele não estivesse lá naquele momento, ela faria tudo sozinho, levando os dois de uma só vez.

Nem Luke nem Sally passavam por sua mente, nem pensar que os dois também eram seres vivos, como ele. Ele apenas queria matar, viver mais. A cada vez, menos importava os outros. Somente ele importava como sempre acontecera, porém, agora atingia um ponto drástico.

...

Luke sorriu para Sally.

– Vai dar tudo certo, acredite. - Luke falou. - Tudo vai passar, e vai acabar.

– A questão, Luke, é como. - Sally falou. - A única certeza que temos é que um de nós quatro terá de morrer para salvar os outros.

Luke abaixou sua cabeça, e então olhou para frente. Mas em vez de ver Sally, apenas viu duas luzes fortes vindo na direção deles.

– Sally... O caminhão...

Sally virou a cabeça, enquanto um caminhão vindo de um frigorífico invadia a calçada numa velocidade fulminante. Luke teve um grande reflexo de tirar Sally do caminho, enquanto o caminhão virava com toda a força sobre o garoto, enquanto Luke apagava.

Num instante, não restava mais nada. O caminhão desceu capotando, arrancando várias árvores no barranco, enquanto dois corpos desciam o barranco, arrastando-se pela grama, e batendo em pedras e árvores. O caminhão apenas parou na beira do rio, enquanto sua carga, de carnes vindas do frigorífico, caíam sobre o rio, tingindo ele de sangue.

...

Matt finalmente chegara ao local onde ocorrera a tragédia. A rua, anteriormente deserta, agora estava repleta de curiosos. Matt olhou para o rio, e também para o caminhão, e lembrou-se que a morte falou que faria o trabalho sozinha se demorasse muito. Aparentemente, era isso que aconteceu. Acabara de perder uma batalha por sua vida, mas ela já estava garantida por conta do assassinato de Tommy.

Mas a morte nunca dissera isso.

...

Sally abriu os olhos, e sentiu a dor tomar conta de seu corpo. Levantou os olhos, e depois, a cabeça, que estava cheia de cortes. Estava na base do barranco, e aparentemente, algo acontecera com sua perna. Ela não se mexia direito, e logo ela pensou que a tinha quebrado.

Não se lembrava de nada depois de Luke tirar ela do caminho do caminhão desgovernado. Logo depois desse momento, ela já rolava pelo barranco. Tentou procurar Luke pelos arredores, em vão. Foi quando viu, a alguns metros dela, no rio, repleto de sangue, um corpo boiando. Era ele.

– Luke! - Sally gritou, enquanto tentava se arrastar para o rio, e gritou de dor.

O corpo de Luke estava boiando no meio da água. Não era possível dizer se o rapaz estava morto ou apenas desmaiado, pois o corpo estava consideravelmente longe de Sally. Suas roupas estavam encharcadas de água com sangue, e parte desse sangue saía do rapaz, embora não fosse possível ver qualquer corte, apenas em seus braços e na sua cabeça.

– Luke! - Sally gritou desesperada, sem resposta. Ela bateu a cabeça contra o chão, enquanto derramava lágrimas pelos seus olhos. Eu falei tanto em me sacrificar pelo Luke, e no final, ele fez isso. Ele me tirou do caminho, e sofreu com a pancada do caminhão.

Então ela viu um movimento vindo do barranco. Algumas pessoas desciam, entre elas, Matt, que veio correndo na direção deles.

– Sally, você tá bem? - Matt perguntou.

– Matt... O que você tá fazendo por aqui? - Sally perguntou, levantando a cabeça.

– Eu estava andando por aí, daí vi o que estava acontecendo de longe, então...

– Entendi. - Sally falou.

Matt olhou para frente, e viu o corpo de Luke na água, boiando.

Ele está morto, ela conseguiu acabar com um deles.

Então se surpreendeu com o pequeno movimento que Luke fizera. Ele estava vivo.

...

19:00.

Lisa entrou no Hospital do Centro, correndo desenfreadamente. Logo depois de saber a notícia do acidente entre Luke e Sally, através de Matt, ela largou tudo o que estava fazendo e saiu correndo na direção do hospital.

Localizou Matt na recepção do hospital, e logo foi em sua direção perguntando:

– E então Matt? Como eles estão?

Matt olhou para Lisa, e falou:

– Ah, não foi nada grave. O Luke deve quebrou o braço, e a perna, enquanto a Sally só torceu o pé. Nada pior que isso, mas o Luke teve que passar por um banho, eu já te falei o porquê...

– Coitados deles... Mas o que importa é que isso acabou. Chegamos ao final da lista, com os dois ao final. Eu acho que a morte não vai voltar, chegamos aos limites dela. - Ela sorriu na direção de Matt.

– Ah, Lisa, eu não sei. Lembra-se do que o Derek dizia? Que a morte não o deixava em paz, e não deixaria até levar ele para... O além. O que aconteceu de fato. - Matt falou, mas em seu íntimo pouco se importava com isso.

– Matt, você não está ajudando. - Lisa falou. - A propósito, eu gostei do seu ato de vir aqui pro hospital acompanhar os dois, eu acho que tem algo dentro de você mudando. Você nunca foi assim, e você sabe disso.

– Ah, de nada. - Matt falou.

– Matt, eu quase falei um texto aqui, e você me responde com "de nada"?

– Lisa, eu não estou com vontade de ficar discutindo essas coisas inúteis. Eu tenho mais o que fazer. - Ele falou, saindo de perto dela, indo na direção do banheiro, do outro lado da recepção.

– Ás vezes eu não te entendo, Matt... - Lisa falou.

...

Matt enxaguava seu rosto com a água da pia do banheiro, e então olhou para seu reflexo no espelho.

Ele não entendia ás vezes o porquê de estar agindo daquela maneira, mas aquilo era totalmente natural para ele. Sabia que a morte tinha algum impacto sobre aquilo, mas não podia dizer sobre o quê exatamente. Ele quase matara Luke e Sally, e isso parecia já estar indo longe demais. Estava satisfeito com a morte de Tommy, e isso também o estranhava. Por mais que Tommy fosse seu inimigo, nunca deveria desejar sua morte, mas era isso que acontecia. Para ele, foi muito melhor Tommy ter partido desta vida.

Porém aquele evento foi apenas para unir o útil ao agradável. Matt agora supostamente estava livre da maldição da lista, após o pacto com a ceifadora, mas apenas lamentava pelos outros, que não tinham a mesma sorte. Mas parou para pensar novamente sobre a questão da lista, pois se ela continuasse, ele seria o próximo. Mas tentou acatar a ideia de Lisa de que a lista foi interrompida, e depois do que Sally dissera, sobre Luke a salvar, e aparentemente depois da queda, Luke ter sobrevivido, apesar de ninguém impedir sua morte, convenceu o rapaz.

Falaria para Lisa que a lista finalmente estava terminada. Pouco antes de sair, olhou seu reflexo no espelho, e viu seu rosto desconfigurado novamente, pouco a pouco se transformando em uma caveira.

...

Um mês depois.

24 de maio de 2013.

16:30.

As investigações sobre a morte de Tommy continuavam, mas até agora nenhum suspeito tinha sido pego. A casa onde ocorrera todo o incidente agora estava totalmente liberada, com Luke e Matt morando sozinhos naquele lugar. No caso das meninas, tanto Sally quanto Lisa optaram por não retornar para a casa delas. Estavam morando em outra fraternidade, com outras garotas.

No seu quarto, Luke se arrumava para uma festa que teriam mais tarde naquele dia, um grande baile. Sally seria seu par, e usariam essa festa para comemorar seu primeiro mês de namoro.

Ele estava feliz, principalmente por ter conseguido sobreviver a morte. Supostamente, após o incidente do caminhão, quando Luke tirou Sally do caminho, ele tinha quebrado a lista, já que Sally deveria morrer depois de Luke. Quando Sally foi ameaçada, Luke a tirou do caminho, e logo depois conseguiu sobreviver sozinho. Não sabia se tudo isso era verdade, mas presumia que sim. Derek realmente fazia falta, era saberia dizer se era verdade ou não. Luke era um novato, apesar de passar por tudo aquilo.

Olhou para a cama de Derek, ao lado da sua. Ainda estava da maneira como deixara no dia em que acordara Luke, no dia em que saíra para ir a cidade vizinha. Todas as suas coisas, deixadas ali. Luke começou a andar na direção do pequeno criado-mudo ao lado da cama de Derek. Ali havia uma foto, que Luke não se lembrara de ter visto.

Era ele, junto de uma garota loira, abraçados num lugar que achou que era um parque, enquanto o vento batia contra o rosto deles, levantando algumas folhas. Pareciam estar se divertindo.

Luke pensou no que aquela garota estaria passando pelos últimos meses, já que era provável que ela fosse a namorada de Derek. Subitamente, lembrou-se do funeral de Derek, onde viu uma garota loira chorando, enquanto outra olhava fixamente para ele. Era aquela garota que chorava. - Luke reconheceu.

Alguém bateu a porta do quarto, enquanto Luke deixava a fotografia no criado-mudo e mandava a pessoa entrar. Quando a porta foi aberta, Matt entrou acompanhado de um rapaz que Luke não reconhecia.

– Isso é tudo que ele tinha. - Matt falou.

– Ah, tudo bem. Obrigado...

– Matt. - Ele respondeu. - Qualquer coisa me chama.

Luke olhou para o estranho, que também olhava para ele, enquanto pegava algumas coisas de Derek. Ele tomou coragem, e perguntou ao rapaz:

– Desculpa a intromissão, mas... quem é você? É algum parente do Derek?

– Ah, desculpe. Meu nome é Irwin, irmão do Derek. - Ele falou, enquanto os dois se cumprimentavam com um aperto de mão. - Desculpa por ter atrapalhado você... Mas isso é rápido e urgente. Você era...

– Luke. Companheiro de quarto do Derek, e melhor amigo dele por aqui.

– Ah, Derek... - Irwin falou. - Eu sinto falta dele. Nós somente damos valor às coisas quando elas somem, no caso, quando morrem.

– Vocês não tinham uma boa relação? - Ele perguntou.

– Longe disso. O problema é que nós não nos víamos muito, entende? Eu faço faculdade do outro lado do país, e nunca fui de conversar muito com meu irmão. Mas eu praticamente vivia para ele, o protegia de tudo quando era criança... Tudo pra acabar assim, por causa daquela maldita asma. - Irwin abaixou a cabeça, enquanto escutou ele chorar baixo.

– Ei, tudo bem. Eu tenho certeza que seja onde Derek estiver agora, ele está mais feliz que aqui. Você sabe sobre aquilo da morte...

– Sei, sei. É isso que me mantém forte. E mantém Kristy também. - Irwin falou. - Ah, esqueci que não a conhece. Kristy é minha namorada.

Deve ter sido aquela garota que olhou para mim no funeral dele.

– Bom, no fim... Todos nós amávamos Derek.

– É. - Irwin falou. - Bem, eu acho que já peguei tudo o que tinha que pegar. Eu acho que nunca mais terei a chance de te ver na vida, Luke, então, até mais. Espero que você fique bem.

– Até mais, Irwin, certo?

Ele confirmou com a cabeça, enquanto saía do quarto.

...

18:00.

Sally estava radiante, enquanto falava com Lisa, sobre seu vestido branco.

– Ele está lindo. Você não acha?

– Eu acho que mais linda do que ele, só você. - Lisa falou. - Sally, você é linda, só não conseguia ver isso.

– Que isso, você também, Lisa. - Sally falou. - Ainda mais, quando se reeducou e começou a comer direito...

– Está sendo muito difícil, mas estou conseguindo... Mas confesso que algumas vezes isso volta, mas daí eu penso assim: Eu escapei da morte, uma coisa que é praticamente impossível, então por que eu não venceria a anorexia?

– É assim mesmo que se pensa. - Sally falou. - Minha autoestima também melhorou muito nesse último mês. Sinto-me mais forte para enfrentar as coisas. Tudo culpa da Carey. - Sally deu um sorriso.

– Ah, Carey... - Lisa falou. - Ás vezes ainda lembro quando ela mandava todo mundo se foder... É, era uma boa pessoa.

Sally riu.

– É, do seu modo. Eu tenho saudades dela.

– Somos duas, Sally. Somos duas.

...

19:50.

Matt estava sozinho na casa, Luke já tinha saído para ir á festa. Matt não convidara Lisa, mas esta nem fazia questão de ir. A relação entre os dois melhorou durante aqueles meses, embora ela sempre falasse que Matt estava diferente, o que era verdade, de certa forma.

Ele saiu da cozinha, indo na direção da sala, mas quando se virou na direção da sala, algo o assustou.

Uma pessoa estava olhando fixamente para ele, mas estava com a cabeça abaixada. Mesmo assim, poderia se ver sangue saindo de trás da cabeça.

Então, a figura levantou a cabeça, enquanto Matt ficava arrepiado. A figura era semelhante a Tommy. O mesmo Tommy que havia morrido um mês atrás.

Ele ficou olhando fixamente em Matt, até o momento que ele colocou a mão esquerda sobre seu olho direito, logo depois a tirando da frente. Agora ali não havia nenhum olho, apenas um buraco com sangue.

Esse foi somente o primeiro.

A figura se transformou, e se transformou em algo, com uma grande capa preta, que cobria todo o seu corpo. Uma voz sibilante saiu:

Você está preparado para o próximo, Matt?

– Você. Tudo acabou. Acabou, entendeu?

Tente discutir com o maior medo dos homens. Apenas tente. Se estou aqui não acabou, e nunca acabará até somente você ficar vivo. Esse era nosso trato.

Matt sentia seu coração pular. A figura dissera que somente ele ficaria vivo, o que implicaria em matar... Lisa.

Sim, ela é a próxima. Se quiser ficar vivo, terá de matá-la.

Agora, ele estava numa encruzilhada. Matt não sabia o que fazer, já que ele era o próximo. Se ele se recusasse, a morte em pessoa poderia fazer qualquer coisa com ele, naquele momento. Mas não podia matar Lisa. No fundo, ele realmente a amava.

Então? Sua vida ou ela? Você acha que ela vale por sua vida, Matt? Você acha que merece ela? Matt, você merece coisa muito melhor que ela.

Matt não conseguia falar, e sua respiração estava pesada. Com Tommy foi fácil, mas com Lisa... Matt não sabia se conseguiria.

Vamos lá. Você não irá fazer nada, somente enganá-la. Quem disse que você vai matá-la?

Matt suspirou.

– Que seja rápido. Apenas isso.

E abaixou a cabeça, enquanto a figura sumia. Repentinamente, Matt sentiu uma estranha vontade de matar, superior a tudo. A morte novamente demonstrava seu poder sobre Matt cuja identidade era lentamente destruída, até o fim.


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Notas finais do capítulo

Bom, terminei o capítulo ~feliz~ Espero que tenham gostado e mandem reviews!
Agora falta somente um capítulo para fechar a fic, e garanto que terminarei de forma ótima! Próximo capítulo terá MUITA ação!
É isso aí! Espero vocês no último capítulo!



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