Premonição: Diversão Macabra escrita por MV


Capítulo 3
Campo Minado


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo, gente! Bom, acho que a única coisa que tenho a dizer aqui neste capítulo é que as Wish List Casts das quatro fics foram lançadas!
Wish List Cast de Premonição: O Trem da Morte(fic 1)
http://marcioviniciusfanfictions.blogspot.com.br/2013/04/wish-list-cast-de-premonicao-o-trem-da.html
Wish List Cast de Premonição: Recomeço(fic 2)
http://marcioviniciusfanfictions.blogspot.com.br/2013/04/wish-list-cast-de-premonicao-recomeco.html
Wish List Cast de Premonição: Águas Mortais(fic 3)
http://marcioviniciusfanfictions.blogspot.com.br/2013/04/wish-list-cast-de-premonicao-aguas-da.htmlWish List Cast de Premonição: Diversão Macabra(fic 4)
http://marcioviniciusfanfictions.blogspot.com.br/2013/04/wish-list-cast-de-premonicao-diversao.html



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Luke abriu os olhos repentinamente. E olhou ao redor.

A boate estava totalmente inteira.

O que aconteceu? O que...

Ele estava ali inteiro. Carey e Sally estavam na sua frente. Derek estava ao seu lado. Tommy estava sentado no banco.

Neste momento, Lisa chegava.

– Carey, você viu o Matt? É urgente!

– Lisa, ele provavelmente deve estar por aí, acho que na pista eletrônica. Com alguma garota, aquele rebelde... Ah! - Ela suspirou. - Mas eu realmente não sei.

– Ah, droga. Eu preciso mesmo falar com ele e... - Lisa interrompeu colocando as mãos na barriga.

Droga, eu já vi isso.

– Lisa, você comeu alguma coisa? - Carey perguntou.

– Não. Nada. - Ela falou, dando as costas para Carey e indo em direção a pista eletrônica.

– E agora, Carey, você vai segui-la. - Luke falou, baixo, já tenso. A intenção era fazia ninguém escutar isso, mas Derek escutou.

– Droga. - Carey falou, seguindo Lisa.

Derek olhou para o amigo, que demonstrava preocupação. E medo.

– Luke, como você sabia que a Carey ia atrás da Lisa? - Ele perguntou, sentindo um arrepio passar em sua espinha.

– Eu... eu... - Luke começou a gaguejar.

– Luke, o que aconteceu? - Derek perguntou, já demonstrando tensão em sua voz, chamando a atenção de Sally e Tommy.

– Derek... Eu vi. - Luke falou.

– Viu o que? - Ele perguntou, já com medo. - Luke, o que você viu?

– Tudo isso aqui vai explodir! Vamos todos morrer, Derek! Morrer! Eu não sei... Eu vi. - Luke falou, desesperadamente.

– Luke, como assim? - Sally perguntou.

– Droga. - Derek falou.- Ai, meu Deus. Nós precisamos sair daqui.

– Agora! - Luke gritou, e como e no instinto, puxou a mão de Sally, que a seguiu. No meio do caminho, Luke quase bateu com Matt que saía da pista eletrônica.

– Luke, cuidado, idiota! - Matt falou.

– Leva ela pra fora! - Luke gritou.

– O que? Luke, não precisa. Deixa que eu cuido dela. - Matt falou.

– Matt, isso não é hora para falar isso. Isso aqui vai explodir.

– Luke, o que? Explodir? - Carey falou, quase rindo. - Eu acho que você tomou muita bebida.

Então começou a tocar. Burn It Down.

...

– Vem gente. Eu estou falando sério. Isso aqui vai explodir. O Luke viu. - Derek falou.

– Mas por que? Só porque o Luke teve uma visão? - Derek, isso é impossível. - Alejandro disse.

– Não é. Isso não é. Vem! - Derek gritou, novamente. - Quer saber, eu vou salvar a mim mesmo. Acho melhor vocês seguirem.

– Eu vou. Eu não quero morrer. Vai que é verdade... - Tommy falou.

– Então vem, porra! - Derek gritou, correndo em direção a saída.

...

– Vocês... - Luke falou, e então puxou Sally em direção a saída.

– Eu acho melhor nós levarmos a Lisa pra fora mesmo. - Ryan falou para Matt. - Lá tem mais ar, ela se recupera mais rápido.

– Eu acho melhor. - Hannah falou. - O ar é mais fresco.

Então eles foram interrompidos por Derek, Tommy e Alejandro, que seguiam Luke. Eles trombaram com Ryan, que acabou por soltar Lisa. E logo depois, trombaram com Jack e Clair, que saíam da pista.

– Cuidado! - Jack gritou. Mas a atenção de Clair estava desviada para outra coisa. Era Lisa.

– Nossa, olha a menina... - Clair falou para Jack. - Coitada...

– Acho que eles precisam de ajuda. - Jack falou.

Então sem que Clair pudesse fazer qualquer comentário a respeito do que Jack falara, ele foi em direção a Lisa.

– Vocês precisam de ajuda? - Jack perguntou.

– Acho que precisamos sim. Você pode nos ajudar? - Hannah perguntou.

– Tá. Claro. - Jack falou. - Acho melhor levá-la para fora.

Então assim aconteceu. Jack, Matt e Ryan começaram a levar Lisa para fora, sendo seguidas por Hannah, Carey e consequentemente, Clair.

...

– Luke, me explica, o que você viu? - Derek perguntou. O grupo finalmente saíra da boate.

– Eu vi... Tudo... Pegando fogo, fumaça... - Luke falou, enquanto lágrimas caíam desenfreadamente dos seus olhos.

– E nós estávamos lá dentro? Tipo, nós... morríamos? - Tommy perguntou, com receio da resposta.

Luke levantou os olhos para Tommy.

– Sim. - Ele respondeu.

– Droga, droga, droga! - Derek falou. - Isso não pode ser verdade, não pode.

– Como não pode, Derek? Você está negando o que você mesmo disse. - Alejandro falou.

...

Neste momento, o grupo formado por Jack, Matt, Ryan, Hannah, Carey e Clair saiu da boate. Os três homens deixaram Lisa encostada na parede externa da boate, enquanto tentavam reanimá-la.

– Ela está bem? - Hannah perguntou.

– Eu não sei. - Ryan falou. - Não sei mesmo.

– Ela vai ficar bem, relaxa fofa. - Carey falou. - Ela é assim mesmo, estou acostumada.

– Eu sei. - Hannah falou. - Eu sou a prima dela, e sei porque ela está assim. Ela não come.

Então a conversa foi interrompida.

– Vocês troxeram ela para cá? - Luke perguntou.

– Não, idiota, não tá vendo que ela é um holograma? - Matt falou. - É claro. Pensamos melhor e... - Matt então virou a cabeça para Luke. - Você não está pensando que isso aqui vai explodir, né?

– Tira ela daí. - Derek falou.

– Mas por que? - Ryan perguntou. - Eu posso saber?

Então a resposta veio.

Um estrondo foi ouvido vindo de dentro da boate. Olharam para cima. E viram uma coluna de fumaça saindo. Gritos abafados. Fogo.

Rapidamente, Matt e Ryan retiraram Lisa da parede, colocando-a na guia da calçada. E neste momento, ela acordou.

– O que...

Outro estrondo foi ouvido.

Todos olharam para Luke.

– Esse garoto é um paranormal... Um louco... - Jack falou para si mesmo.

– Oh, meu Deus... - Sally falou, depois tapou a boca. E olhou para Luke.

– Luke, o que você... - Tommy perguntou, muito nervoso.

– Eu não sei. Eu não sei. Eu... só vi. - Luke falou, enquanto chorava copiosamente. Ele estava de frente para boate, com uma coluna de fumaça saindo do local. Ao redor, juntavam centenas de pessoas. Então um terceiro estrondo acabou com tudo.

Uma bola de fogo surgiu de cima da boate. Vários gritos ecoaram.

– Aconteceu. - Derek falou, com lágrimas nos olhos. - E vai acontece tudo... novamente.

...

2 dias depois.

16 de abril de 2013.

13:00.

Luke estava sentado na escada da casa onde era a irmandade onde morava, dentro do campus. Agora totalmente vazia. A maioria das pessoas que moravam lá acabaram morrendo na boate. E só existiam cinco pessoas ali agora.

Ele, Derek, Matt, Tommy e Alejandro.

– Eu poderia... Eu poderia ter tirado todos dali... - Luke pensava. – Mas eu fui um covarde. Só pensei em mim mesmo. E em Sally.

Mas porque Sally?

Luke não entendia o instinto que fez ele puxar a mão de Sally. Talvez, ele somente queria proteger a garota, não sabia porque. Sally e Luke nunca foram próximos. Eles não eram grandes amigos, eram apenas conhecidos, e se pode dizer, um pouco amigos. Mas Luke nunca tentara obter uma proximidade com a garota. Então, ele voltava ao ponto de partida. Porque ele escolheu tirar Sally? E então se lembrou de sua visão.

Luke lembrava de que sempre tentara proteger Sally na visão. Várias pessoas morriam ao seu redor. Vários amigos. Mas ele sempre estava junto de Sally, não entendia porque. Algo havia acontecido na visão entre ele e Sally. E na vida real também.

Neste momento, Derek abriu a porta da frente. E se sentou ao lado de Luke.

– Tá melhor, parceiro? - Derek perguntou.

Luke abaixou a cabeça e começou a mexer em sua mão, enquanto fazia um sinal negativo com a cabeça.

– Eu não consigo me esquecer, Derek. Não consigo me esquecer de tudo o que aconteceu. Dos rostos de cada um. Do fogo, da fumaça. É algo... traumático.

– É, eu sei disso. - Derek falou.

Luke se virou para Derek e falou algo que estava preso em sua garganta, desde o dia do acidente:

– Derek, isso que aconteceu.... Foi o que aconteceu com você também, né? - Ele falou.

Derek suspirou.

– Foi, Luke. Foi. Você pediu para ter uma premonição. E teve. E viu o que eu vi naquele dia do barco, viu o quanto é horrível.

– Mas Derek... naquele dia, você tirou um grupo de pessoas do barco, mas depois você falou que essas pessoas... elas começaram a morrer...

Derek olhou para Luke.

– Foi, Luke. Eles começaram. - Derek falou. - Acho que sei onde você está querendo chegar.

– Será que todo mundo que eu salvei vai morrer, Derek? Será que o nosso destino é morrer? Nós ganhamos esse tempo de vida para nada?

Derek permaneceu quieto.

– Será que é isso, Derek? - Luke falou. - Me responde.

– Luke, tenha calma. Já se passaram dois dias desde o acidente. Se tivesse de acontecer algo já teria acontecido.

Derek tentava convencer Luke sobre isso, mas a si mesmo não convencia.

Ela quando menos esperar, vai começar a atacar. E ela pode já estar atacando. Por exemplo, aquele casal que saiu da boate. Ninguém conhece eles. Eles já podem estar... mortos.

– Eu não sei o que pensar, Derek. - Luke falou. - Todos pensam que estou louco, sou um paranormal, pirei de vez. Tenho medo dos meus próximos passos. Afinal, eu sei o que aconteceu com seus amigos, Derek.

Então ele suspirou profundamente.

...

Alejandro estava dentro do quarto do Tommy, que olhava pela janela. Os dois estavam conversando até pouco tempo sobre o acidente.

O latino estava pensando em sua família, que não via desde que entrara na faculdade. Não havia conseguido visitá-los desde o ingresso na faculdade, apenas ligado. E paralelamente, lembrava do México, seu país de origem. Então Alejandro lançou uma pergunta a Tommy que foi no mínimo inesperada.

– Tommy?

Tommy, distraído até o momento, se virou na direção de Alejandro.

– Oi, Ale. - Tommy falou. - Fala.

– Você acha que eu sou bonito?

– Hã? - Tommy perguntou, surpreso. - Oi, o que você perguntou?

– Eu sei que isso está soando muito gay...

Sim, isso soou muito gay. - Tommy pensou.

– ... mas eu não quero fazer soar assim. Eu fiz essa pergunta para saber se eu poderia ter algum dia chance com alguma garota...

– É... bem... ah, eu não sei, Ale. - Tommy falou. - Se você acha que é bonito, bem, assim seja. Ótimo. Agora, se você se acha feio, paciência. É isso que eu acho. - Ele falou, dando de ombros. - Por quê?

Alejandro, o que você tem na cabeça? Vai pedir conselho amoroso pro Tommy?

– Ah, por nada. Mas enfim, o que você acha que deu no Luke para ele surtar daquele jeito? Depois daquele dia, ele mudou muito...

– É claro, Ale. - Tommy falou. - Ele viu tudo antes de acontecer. Normal.

– Você fala com uma tranquilidade espantosa. - Ele respondeu.

– Depois que você vive em 20 anos de vida mais coisas que uma pessoa de 80 viveu... Fica tudo normal. Depois de você ver cada coisa na sua frente... Nada mais me surpreende. - Tommy falou, balançando a cabeça.

– É, eu vejo. - Alejandro respondeu.

...

Sally e Carey andavam pelo campus, na companhia de Lisa. As três meninas foram algumas das únicas da irmandade a conseguirem sair do incêndio na boate. A maioria morrera.

– Sally, o que você acha que aconteceu com o Luke? - Lisa perguntou. - Disseram que ele surtou.

– Eu não sei, Lisa. Ele simplesmente falou que tudo ia explodir, e resolveu me puxar. Eu não tive a mínima escolha. Deixei ser levada. E depois... Aconteceu tudo o que ele disse. Ele teve uma premonição, só pode ser.

– Sally, premonições não existem. - Carey falou. - Aquilo foi algo do subconsciente dele. Acho que isso.

– Carey, mas como ele sabia que nós íamos morrer? Por acaso o subconsciente dele falaria isso? Não, Carey. - Sally continuou. - Ele disse que viu todos nós morrendo...

– Aquilo foi algo muito estranho. Eu até pensei que o Luke estava sob efeito de álcool, ou até tinha mexido com ecstasy... - Carey falou.

– Você entende disso, né Carey? - Lisa falou, irônica.

– Lisa, meu bebê, eu posso ser assim, mas eu não chego a esse ponto, tá, fófis? - Carey respondeu.

– Engraçado como vocês conseguem ficar brigando com tanta tristeza em volta da cidade. É horrível. - Sally falou. - Disseram na TV que esse foi um dos maiores acidentes da história da região, foi pior até do que aquele que aconteceu perto de Nova York, uns anos atrás numa boate... acho que era Station...

– Pois é. A coisa tá tão feia... Tanto que minha prima não aguentou ficar por aqui. Ela resolveu passar uns tempos na casa de fazenda no namorado dela. Mesmo em reforma...

– Essa prima é aquela gordinha que saiu da boate, não é? - Sally perguntou.

– Uma ruiva? Sim, é ela. O nome dela é Hannah. E o namorado dela também estava naquele dia.

– Eu sei quem é. É aquele que ajudou o Matt a te levar pra fora. Um tal de Ryan. - Carey falou.

– Falando em Matt... é sério que ele fez aquilo? Ele me tirou de lá? Parece impossível, do jeito que ele é... Talvez ainda exista uma ponta de esperança nele...

– É, Lisa, talvez exista. - Carey falou. - Mas eu não acredito muito não, acho que ele fez isso porque deveria. Se ele deixasse você lá ia ser muita... eu sei lá, mas não ia pegar bem para ele. Mas pode ser que como você era a namorada dele, ele acabou sentindo uma pontada de amor no coração. E se lembrou dos tempos bons de que passaram juntos, e resolveu te ajudar.

...

15:00.

Hannah estava sentada na beira da piscina, com apenas seus pés para dentro da água, balançando-os. Ela vestia uma camisa preta regata e uma saia.

Ela estava totalmente distraída, e desconexa do mundo onde vivia. Depois do terrível acidente da boate, Hannah queria descansar sua cabeça. E foi assim que Ryan propôs que os dois fossem até a casa de fazenda de seu pai, Sr. Chavis. E ali, Hannah poderia descansar. O grande problema era que partes da estavam em reforma. Uma parte da casa estava trocando o forro, sendo essa parte equivalente a sala.

A própria piscina também estava sendo de certa forma reformada. A cobertura que tampava o ralo da piscina havia sido retirado, comprariam outro.

E Hannah olhou para o lugar onde o ralo estava. Sentiu um arrepio

Tudo normal.

Então, repentinamente, Ryan chegou por trás de Hannah, e a empurrou, segurando-a rapidamente.

Ela se virou para trás assustada, e encontrou Ryan, que sentou ao seu lado.

– Ryan, você tem um parafuso a menos, garoto? - Hannah perguntou, rindo.

– Porque? Você acha que eu tenho? - Ryan falou.

– Fica quieto, seu bobo. - Hannah falou, colocando o dedo na frente da boca de Ryan.

– Tira a mão, sua bobona. - Ryan falou, ao mesmo tempo jogando sua camiseta no chão. Logo depois, ele mergulhou na piscina, lançando um pouco de água em Hannah que soltou um gritinho. Ryan continuou jogando água nela.

– Para com isso! - Hannah disse, rindo da situação.

– Ah, dá um mergulho aí, Hannah. - Ryan disse, enquanto nadava na piscina.

– Você sabe que eu não sei nadar, Ryan. - Hannah falou.

– Aprende! - Ryan falou.

– Ai, Ryan, como você é bobo. Aprender a nadar agora, até parece...

– Se quiser eu te dou um empurrãozinho...

– Não, fofo, valeu mesmo. - Hannah falou, sorrindo.

Então Ryan saiu da piscina e sentou ao lado de Hannah. Logo depois, os dois se beijaram.

– Ai, Ryan... Já pensou se nós tivéssemos ficado na boate?

– Nem pensa nisso, Hannah. - Ryan falou. - Nós estamos vivos, isso é o que importa. E tem mais, nós não estamos aqui para esquecer disso? Então.

– É, Ryan, você está certo.

– Hannah, você não quer ir cavalgar um pouco, sair por aí. Eu vou ter que ir daqui a pouco, para cuidar da manada de cavalos do meu pai.

– Nossa, seu pai é tão rico...

– Mas ele não foi, Hannah. Ele ganhou isso com a vida, e com o suor dele. Quando eu era criança, eu morei aqui no campo, e nós não tínhamos nem metade do que temos hoje. A vida recompensou o trabalho duro que meu pai fez.

– E você é o herdeiro de tudo isso, afinal, é filho único. Já pensou, Ryan? Nós casados, morando aqui. Nossos filhos correndo pelo campo, brincando com os cavalos, aqui na piscina... Já imaginou?

– Ah, Hannah, já pensei nisso sim. Mas sabe o que eu acho? Você tem que viver mais o presente. Afinal, como dizem, o amanhã a Deus pertence. Você tem que viver bem o seu presente, viver com alegria. Você não sabe o que pode acontecer daqui a alguns minutos, algumas horas, alguns dias...

...

Tommy estava andando pelas ruas da cidade, totalmente paradas, chegando finalmente ao local onde ficava a antiga pensão onde morara. Ele parou e ficou olhando o local por alguns minutos. Ali agora era apenas um terreno baldio. E foi ali, onde hoje era um terreno baldio, que Tommy conhecera a felicidade.

Tommy estava ali apenas por uma razão. Ver o que poderia ter acontecido se ficasse na pensão. Ele teria morrido, a pensão desabou pouco tempo depois de ele sair. Algumas pessoas ainda morreram no local, inclusive a dona. E ele comparou isso a boate. Se não tivesse ouvido o aviso de Derek, Tommy teria morrido. Ele mesmo, em sã consciência não teria acreditado em Derek. Mas Tommy não estava em sã consciência naquele momento. Estava quase bêbado, ou estava bêbado de fato.

Mas o que mais fez Tommy gelar foi que Luke viu as mortes de todos, inclusive a dele.

Ele me viu morrendo. Como será que foi? Será que doeria? Como vai ser a minha morte?

Tommy balançou a cabeça, querendo se livrar daquele pensamento. Mas era inevitável. Tommy já esteve frente a frente com a morte em várias situações. Com as drogas, uma. Com algumas batalhas entre os usuários de drogas e a polícia, duas. Com o acidente da pensão, três. Com o acidente da boate, quatro.

Quatro vezes em que Tommy acabara por ficar próximo da morte.

Ele sentiu um vento gelado bater em sua nuca, gelando sua espinha, e sua alma.

...

Matt estava sentado na arquibancada do ginásio de basquete de campus, batendo na madeira do banco. Esperava pela chegada do técnico. E dos jogadores que sobraram, para uma reunião de emergência do time.

Matt sabia que o time tinha sido muito desfalcado após o incêndio na boate. Vários jogadores titulares e reservas haviam morrido no incêndio que destruiu a boate 13th Number. Inclusive Thomas, o seu maior companheiro no time, e seu maior rival. Mas Matt sabia que com a morte de Thomas, ele seria a figura principal daquele time.

Finalmente vão perceber que eu existo. Finalmente vão perceber que o Matt existe. Eu sou o melhor. E todos vão saber disso.

Querendo eles ou não.

Muitas vezes Matt parara pra pensar em sua obsessão em sempre ser o melhor. De onde vinha isso?, algumas vezes ele se perguntava. Mas ele recusava a buscar respostas. Ele estava satisfeito com a situação. Outra coisa que o impedia de buscar soluções é que o orgulho de Matt era maior do que tudo. Ele não aceitava perder, ele não aceitava ser o segundo. Ele era sempre o primeiro. Ele era obcecado por isso.

...

15:30.

Ryan estava dentro do celeiro, se preparando para sair com os cavalos. Já havia vestido uma roupas para poder cavalgar, e estava arrumando a sela em cima do cavalo. O cavalo então relinchou repentinamente, assustando Ryan.

– Calma, aí, baio. - Ryan falou, passando a mão sobre a cabeça do cavalo. Aquele cavalo era o favorito de Ryan, cavalgava nele desde quando tinha 14, 15 anos. E toda vez que levava a manada para passear, ele ia na frente, sendo comandado por Ryan.

Ryan logo terminou, e começou a levar o cavalo para fora. Então um vento gelado entrou no celeiro, fazendo alguns fenos voarem. Ele olhou para cima e viu que a lâmpada do celeiro estava acesa.

– Mas eu não deixei ela acesa...

Então, subitamente, a lâmpada piscou.

...

Luke estava sentado no sofá da casa da fraternidade, assistindo TV. Mudava os canais rapidamente, sem hesitar. Então ele parou num canal de campo. Nunca havia assistido.

Estava passando uma reportagem sobre cavalos.

Luke começou a prestar atenção no que a reportagem dizia, sem saber o porque. Luke nunca foi muito interessado com questões de campo. Então a televisão repentinamente piscou, e o canal saiu do ar.

Um vento gelado entrou pela porta da frente, assustando Luke. Ele se lembrou de algo que Derek havia dito a ele. As pistas.

Um vento gelado sombrio e macabro era uma pista, como Derek falava. Será que isso era uma pista? Uma pista de que alguém iria morrer?

Ele se levantou vagarosamente, e se dirigiu a cozinha. Quando chegou lá, abriu a porta do armário, e pegou um pote de biscoitos. Ouviu um barulho de algo caindo no chão. E ele se virou.

Um imã havia caído no chão. Luke se aproximou do imã e o pegou.

Era a letra R.

...

Hannah continuava sentada na beira da piscina, balançando seus pés como estava fazendo, antes de Ryan aparecer.

Onde Ryan havia jogado água, estava escorregadio, e Hannah não percebia isso.

Ai, o Ryan é um fofo. Pena que as vezes ele é bem chatinho... Não, ele não é. Ele é uma pessoa totalmente normal, eu é que sou uma chatinha mesmo.

Hannah sentiu o sol da tarde bater em seu rosto

Ai, que delícia. Seria bom se sempre fosse assim.

...

Sobre o cavalo, Ryan se afastava cada vez mais da propriedade. E a manada de cavalos vinha numa distância considerável dele. Ele então sentiu um estranho vento gelado passar em sua nuca, e olhou ao redor.

Terrível erro.

Ryan não viu o exato momento em que como um tranco, sua mão escapou da sela, após o cavalo dar um pulo. Ryan caiu em direção ao chão, mas, ao cair, seu pé ficou preso na sela, torcendo-o.

O cavalo continuou seu caminho, enquanto Ryan caído no chão, sentia uma forte dor vindo de seu pé esquerdo.

Ele ficou ali, tentando sair do lugar onde se encontrava, arrastando-se pela grama do chão. Foi quando ouviu um barulho.

Os cavalos.– Ele pensou. - Oh, droga.

A grande manada de cavalos começou a aparecer no horizonte. Ryan se desesperou. Ele tentou se arrastar pela relva, sem muito sucesso.

Ele tinha de sair do caminho.

O barulho estava cada vez mais perto dos ouvidos de Ryan. Ee ainda conseguiu tirar usa cabeça e seus ombros do caminho. Faltava pouco. Faltava.

O barulho dos cavalos que chegaram naquele lugar foi o bastante. Ryan virou a cabeça, na direção dos cavalos. Uma lágrima apareceu em seu olho, pronta para cair. E ele se lembrou do que dissera a Hannah, momentos antes.

...Você não sabe o que pode acontecer daqui a alguns minutos, algumas horas, alguns dias...

E era aquilo que iria acontecer a Ryan. Ele iria morrer.

O impacto da pata do cavalo no corpo de Ryan foi terrível. Ela entrou com toda a força e para Ryan, só restava gritar. A pata do cavalo provavelmente esmagara alguma parte interna de Ryan, algum órgão. E era somente a primeira pata. Do primeiro cavalo.

A manada passou por cima de Ryan, que foi esmagado, cortado, dilacerado. As patas entravam com toda a força dentro do corpo de Ryan, e todo o peso dos animais era canalizado para as patas. Ryan gritava de dor, e a lágrima ainda estava presa em seu olho. Ela resistia em cair. Todo o seu corpo era destruído, do ombro para baixo.

E então, em meio a tudo isso, Ryan expirou.

Não existia mais nenhum corpo ali, apenas um ombro desmembrado e a cabeça. Nem alma. Onde deveria estar o corpo, haviam apenas tripas espalhadas por toda a grama, tingindo-a de uma coloração rubra. Tudo estava acabado.

Então a lágrima finalmente caiu do olho de Ryan.

...

Hannah depois de sentada ali na beira da piscina, por um longo tempo, resolveu se levantar. Logo depois de se levantar, pegou seu fone de ouvido, e colocou na playlist. Então seu celular tocou. Ela o pegou, e atendeu.

– Lisa? É você?

– Oi, prima. Como é que estão as "férias" aí?

– Ai, tá ótimo. É bom para espairecer a cabeça depois de tudo aquilo que aconteceu, né? Aquele acidente... Argh! Mas fala, como você tá?

– Ah, eu estou me sentindo melhor. Naquele dia, eu realmente fiquei mal mesmo. Mas agora estou bem melhor. Sabe o que eu resolvi fazer? E vou começar hoje.

– O que é? Você pode falar?

– Depois de escapar com vida daquele acidente eu decidi, por conta própria, de que tentaria dar a volta por cima. Eu já tinha marcado uma consulta com o psicólogo, mas ela foi remarcada, daí... É muito difícil, mas eu tentarei...

– Isso é ótimo, prima. Mostra que você está evoluindo.

– Obrigado.

Enquanto Hannah falava ela acabou andando demais, até o local onde estava escorregadio. Logo depois da fala de Lisa, Hannah subitamente escorregou e caiu na piscina. O celular ficou no lugar onde estava mesmo. E o fone se soltou, fazendo uma música tocar.

(...)

Damn, damn, damn,

What I'd do to have you

Here, here, here

I wish you were here.

Damn, damn, damn

What I'd do to have you

Near, near, near

I wish you were here.

I love the way you are

It's who I am, don't have to try hard

We always say, say like it is

And the truth is that I really miss

All those crazy things you said

You left them riding through my head

You're always there, you're everywhere

But right now I wish you were here.

All those crazy things we did

Didn't think about it, just went with it

You're always there, you're everywhere

But right now I wish you were here

(...)

E essa música era a música do namoro entre Hannah e Ryan.

...

Jack estava esperando por sua consulta na sala de espera do consultório de seu psicólogo, Dr. Howard Watkins. Mesmo após os eventos do grande acidente na boate, o doutor não deixou de atender os pacientes, embora o movimento estivesse muito reduzido.

Jack pensava na chance que ganhara daquele jovem loiro no dia da boate. Não o conhecia, mas pelo jeito, conhecia aquela jovem que ajudou a retirar da boate. Aquela jovem, que foi, de certo modo, também responsável por fazê-lo viver mais. Para consertar tudo o que já havia feito. Jack sentia medo somente de estar dentro daquela boate no momento do incêndio. Sendo queimado vivo. Sufocado pelas chamas. E agradecia também por Clair ter saído de lá.

Mas Jack ainda não sabia como aquele jovem tinha tido aquela estranha visão, em que viu tudo explodindo. No primeiro momento, sentiu medo daquele garoto, achou-o louco. Mas agora entendia um pouco mais aquele jovem. Deveria ser um jovem normal, assustado com si próprio. Assustado com o que vira.

De repente, a porta do consultório abriu. E quem Jack viu não era quem esperava encontrar naquele local, naquela hora.

...

Hannah caíra na piscina, e logo seu pé foi preso no ralo. Ela tentava subir, sem sucesso. Ela não sabia nadar, então estava lentamente se afogando. A água entrava por sua boca e invadia seus pulmões com uma força retumbante. Ela tentava balançar seus braços, sem sucesso. Não adiantaria nada. Seu pé estava preso no ralo.

Hannah ia se desligando aos poucos, mas tentava se manter viva, enquanto a música continuava tocando.

Então visualizou uma sombra acima dela.

Parecia uma pessoa.

Parecia a salvação de Hannah.


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Notas finais do capítulo

Bom, espero que tenham gostado do capítulo, logo comentem.A música tocada foi Wish You Were Here - Avril Lavigne.CONTÉM SPOILERS!XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXJá avisando que teremos MUITAS músicas nessa fic. Porque originalmente as pistas das mortes dos personagens e a própria ordem da lista Luke descobriria através das músicas. Essa ideia caiu, mas as músicas ficaram, então selecionei algumas para entrar na fic.XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXSobre a cena entre Tommy e Alejandro, antes que me perguntem, NÃO. Eles não vão formar um casal homossexual. Não é isso que eu planejo para os personagensXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXE pra quem não entendeu o nome do capítulo, porque eu sei que está meio estranho, "Campo Minado" se refere que no campo ocorreu a morte de Ryan, e minado porque o corpo de Ryan depois da morte dele foi como se uma bomba o tivesse atingido. Daí, o nome "Campo Minado". XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXAté a próxima, gente! Continuem lendo! Comentem!



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