A Ilha De Circe: Fênix escrita por Daughter of Apollo


Capítulo 5
Assalto a Atenas Parte II


Notas iniciais do capítulo

OI OI gente Aqui vai a roupa que Ariella está usando no capítulo.http://marquettejournal.org/wp-content/uploads/2013/03/Screen-Shot-2013-03-18-at-7.48.07-AM-248x300.png



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Há quanto tempo não via aquele lugar? Algo como doze anos? Não lembrava-se direito. A floresta parecia familiar enquanto Ariella a observava. De certo já andara por ali.

O grupo separou-se logo que entraram dentro dos muros de Atenas. Ao contrário de antes, agora as pessoas circulavam aos montes pela rua.

Kyros, Valentine e Caleliora seguiam distantes. Ariella e Dreah abriam caminho pela multidão. Agora não havia como saber onde os outros estavam. Os cinco conseguiram passar pelos guardas e encontravam-se fora do alcance da equipe de resgate.

Ariella viu com espanto a grande construção. O Partenon, templo da deusa Atena, erguia-se maravilhosamente. Realmente esplendoroso em suas colunas de mármore e adornos preciosos. Milhares de pessoas entravam e saíam de dentro do lugar. Cultuavam sua patrona, deusa da guerra, em busca de auxílio nestes tempos difíceis.

Embora a maioria ali usasse de suas vestimentas mais ricas, haviam muitos trapos à mostra. Os tempos não têm sido fáceis para ninguém.

A garota loira de repente sentiu-se ansiosa. Um tremor percorreu-lhe o corpo no instante em que pensava que havia algo errado. Não queria mais ficar parada ali, apenas contemplando o templo da deusa.

Eles teriam deixado algo passar? Alguém?

– Para quieta, Arella – repreendeu Dreah – As pessoas notarão.

– Dreah, não consigo evitar – admitiu a garota – Sinto que vamos falhar.

– Não diga asneiras, estamos em posição, nenhum inimigo à vista.

Ela não sabia explicar. Concordava com a irmã, era uma ideia idiota. Sempre fora uma curandeira, elementalista do fogo, seu elemento, ótima no arco e flecha e até influenciava certos animais.

Valentine não parava de olhar para os lados. Braseiros queimavam oferendas, mulheres e crianças rezavam por todo lado prostrados diante da estátua. A ruiva também venerava a deusa Atena, admirava que a divindade representasse a sabedoria, a estratégia e o raciocínio, sendo uma mulher.

Mesmo deslumbrada, focava em sua missão, mantendo o rosto impassível e sem demonstração de fraqueza. Os olhos da pessoa procurada logo se encontraram com os dela. Era velha, já, com cabelos grisalhos e longos, poucas rugas aqui e ali. Seu manto branco e imaculado demonstrava grande elegância. Não havia nada em sua expressão que desmerecesse sua superioridade.

A senhora de idade fitou os olhos verdes de Valentine, mexendo levemente a mão em seu pescoço, o que revelou parcialmente um lindo colar de ouro reluzente. Valentine então assentiu imperceptivelmente com a cabeça e logo após a mulher, dando passadas longas e rápidas, saiu do templo para encontrar-se com as outras duas feiticeiras.

Ela podia ser velha, mas os anos de exercício valeram à pena. A mulher, também sendo sábia, identificou sem dificuldade onde estavam as pessoas as quais deveria se dirigir. Qualquer um veria que se tratavam de bruxas se possuísse conhecimento sobre isso. E havia quanto tempo não participava de uma batalha! Eram demasiados seus anos, chegara a hora de passar seu fardo para a próxima feiticeira digna.

As pessoas em volta dela pareciam se afastar quando ela passava. Agora, faltava apenas o pátio a ser atravessado, e senhora poderia ser livre. Livre da sua maldição. Subitamente, ouviu ao seu redor sons de exclamação, passos ligeiros que iam para longe dela.

A senhora não entendeu, até que o ruído de um espada sendo desembainhada passou por seus ouvidos. Apenas teve tempo de contemplar os olhos arregalados dela, e perceber que ali estava seu destino. Sua missão se cumprira, ela achara a feiticeira.

Então, a lâmina perfurou seu peito, atravessando suas costas bem onde o coração segundos antes batia. O último ato de magia da anciã foi recorrer à sua chama interna. Sentiu o calor inundar-lhe o corpo com o seu resquício de vida restante, que logo causou uma explosão tão grande que poderia ser ouvida por todos os deuses.

A chama lhe consumiu, levou seu corpo para o seu local de descanso, com o qual a senhora sonhava havia tempos. Já se prepara, o leito de fogo era o ideal para ela. Então, a alma sábia e longínqua da anciã pôde, finalmente, descansar depois tantas e tantas vidas.


=/=

Quando tudo acabou, as duas encararam uma desvantagem. Com toda certeza, os quatro homens que vinham na direção delas não tinham a melhor expressão. As pessoas correndo de um lado para o outro os impediam de chegar mais perto, como também impossibilitava os soldados de Atenas de defender sua cidade.

Ariella só esperava que o resto da equipe ultrapassasse a multidão. O poder de ilusão de Bia se tornaria útil no momento.

Filhos de uma porca imunda pensou, desejando expressar isto àqueles homens, mas deveria manter-se neutra.

Ariella, antecipando-se à luta, retirou duas facas do interior de seu vestido e aproveitou para cortar-lhe a saia porque esta atrapalharia.

O primeiro soldado se aproximou, parecia o líder. Frio, seus olhos eram frios como gelo. Negros como ébano.

A menina não teve tempo de ver o que Dreah faria. Correu até o homem, que brandia sua espada de bronze ameaçadoramente. Leecher não esperava ver uma garota assim, ela mais parecia um anjo. Os olhos dela eram de um azul vivo, reluzentes. No entanto, vazios.

Ele investiu com a espada, o ataque mais óbvio, e logo se deu conta que a adversária não usava as facas para enfeite. Ela desviou a lâmina com uma delas e, com a outra, tentou acertar-lhe o peito.

O guerreiro recuou a tempo. Não usava escudo, apenas a sua típica cota de malha. Ouviu seus homens atrás de si lutando, e viu Rui tentando atacar a feiticeira de cabelo castanho.

Rapidamente, tentou acertar-lhe com várias estocadas, todas repelidas. Então, usou sua maior altura para desequilibrar a jovem e, quando esta caiu no chão, aproveitou e desceu a espada sobre sua cabeça.

Ariella arrepiou-se ao lembrar do dia em que, naquela cidade, fora vítima de um algo parecido.

Amparou a espada e resistiu com seus punhais de encontro à lâmina dele. Em seguida, rolou para o lado e utilizou o peso do soldado para desequilibrá-lo. Leecher cambaleou, e foi neste momento que sentiu uma queimação na dobra de sua armadura. Pouco sangue escorreu, no entanto foi o suficiente para deixar-lhe irado. Era orgulhoso quanto a isso, se o seu objetivo era matá-la, não seria parado.

Sua espada cortou o ar, quase cravando-se nas costas de Ariella, que teve que abaixar-se. A luta tornou-se quase em uma dança.

Não se tocavam, seus movimentos pareciam ritmados, cada um tentado acertar, sem sucesso, seu oponente.

Todavia, o guerreiro, em um momento, conseguiu prender as mãos dela atrás de suas costas, torcendo-as dolorosamente e a impedindo de usar suas facas. O corpo dela era esguio, o dele, musculoso.

Ela conseguia sentir a lâmina de bronze próxima de seu pescoço, muito perto de tirar-lhe a vida. Sem escapatória com suas armas mortais. E viu que, perto dali, sua equipe perdia. Havia muitos homens inimigos e nenhum guarda. Parte do Partenon estava em chamas, e a gritaria continuava incessantemente. O que a deixava nervosa, porém, era o modo como apenas estava consciente do homem que a imobilizara. Tenho que fazer algo antes que me mate pensou, os dentes trincados de fúria. Estranhamente, Leecher sentiu o calor que emanava do corpo dela.

Apenas um momento, até o calor tornar-se demasiado. Ele não aguentou, teve que soltá-la. Ariella não perdeu tempo, virou-se e chutou-lhe no peito. Foi o suficiente para fazê-lo se afastar, e ela correr.

Encontrou-se com Caeliora. Esta não via muita dificuldade, embora soubesse que logo seriam mortos. O fogo consumia a Acrópole e, com tantos homens atacando, eles não tinham como fugir.

Vários vieram na direção das duas, que conseguiam refutá-los. Os soldados se confundiam quando viam várias meninas iguais. Todas eram a mesma e, quando se aproximavam, elas sumiam. Ariella sorriu ao perceber o poder de Bia funcionando.

– Tentem recuar! – Bradou Valentine, mesmo sabendo que era impossível, eles perderiam logo na primeira batalha.

Então, o vento tornou-se gelado, desconfortável. O coração de Ariella parou por um momento, para recomeçar a bater mais rápido em seguida. Uma súbita escuridão pairou sobre eles.

O som os atingiu antes da visão. Um lamento animal. Todos os corpos mortos do campo de batalha se levantaram cambaleantes, como se fossem vivos, sem se importarem com o sangue escorrendo ou os membros mutilados. Andaram em direção aos guerreiros inimigos, dando a impressão que sabiam quem era quem.

Todos correram, menos a equipe de Valentine. Mesmo os soldados tentando atacá-los, desmembrá-los, eles não paravam.

O cerco ao redor dos feiticeiros foi se abrindo. Os mortos os atacavam com as próprias armas que ficaram cravadas em seus corpos. Às vezes com dentes e garras.

Corpos, corpos e mais corpos. Era a noite de Hades, da necromancia. Erguia-se um pandemônio ainda maior.

Ariella quis recuar quando um deles chegou perto dela, mas não o fez. Viu uma flecha acertar o corpo do ser, esta seria direcionada à ela.

E, com espanto, viu Aiden romper a multidão cercado pelos mortos-vivos, impassível, comandando-os como a um batalhão. A expressão determinada e séria, de um líder. Ele não podia ser tocado.

Os adversários todos fugiram aterrorizados com a visão. Nunca presenciaram algo parecido. Mesmo a jovialidade de Aiden os amedrontava.

Os corpos todos então se direcionaram ao seu general, curvando-se diante dele.

Ariella pensou rápido, pronta para dizer algo, gritar para ajudar a tirar as pessoas do local me chamas, quando outra explosão foi ouvida. Pensou que os soldados podiam ter voltado. Mas não era isso.

A menina se deparou com uma visão a qual ela não havia se preparado para ver.


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Notas finais do capítulo

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