A Ilha De Circe: Fênix escrita por Daughter of Apollo


Capítulo 2
Inimigos


Notas iniciais do capítulo

Ooooi, mais um capítulo aqui!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/356048/chapter/2

Leecher

– Não me faça te encher de socos, Rui. – Avisei. Rui é muito irritante quando deseja e, neste momento, escolheu-me para importunar.

– Ora vamos, Leecher. Estou começando a pensar que você é afeminado. – Ele falou e soltou uma gargalhada estrondosa, pouco se importando com o restante dos soldados.

Não aguentei e desferi um soco em seu nariz, já um pouco torto de tantas pancadas.

– Eu já falai que não sou. Não preciso deitar-me com ninguém para provar.

Virei-me e fui para o lado oposto ao dele. Há tempos que ele me incomodava com este assunto. Rui vive atrás de mulheres diversas e, como eu não demonstro o mínimo interesse por tal coisa, ele me chama de afeminado. Ridículo.

Eu nasci para lutar e cumprir meus objetivos. Visualizo minha meta e o que preciso fazer para alcançá-la. Então o faço. Simples. As demais coisas não possuem importância.

O lado ruim é que aturo Rui todos os dias por ser eu o líder destes soldados e ele também sendo um dos melhores. Devo dizer, ele é meu melhor amigo.

Há mais de dezessete anos que nossos superiores buscam o poder. Eu mal conhecia o mundo quando tornei-me um de seus subordinados.

Meus soldados eram a Elite que eles possuíam, e nós cumpriremos nosso objetivo. Destruir o Olimpo.

Sentei-me debaixo de uma grande oliveira e contemplei o acampamento. Há uns vinte homens aqui, todos de confiança e sob meu comando. É uma sensação sublime que me domina quando vejo todos os homens que estão sob minhas ordens. E que sob minhas ordens vencerão esta guerra.

O plano é muito bem arquitetado. A guerra foi planejada. Os deuses irão cair, isto é certo. Só há um pequeno detalhe que pode vir a atrapalhar. Não falo em heróis. Não. Estes, vivendo sozinhos, logo serão mortos.

eles podem tornar-se um problema, afinal, trabalham unidos e possuem poder.

– Também preocupo-me com isso, amigo. Será uma luta dura. Não passaremos por eles despercebidos. – Rui disse depois de sentar-se ao meu lado. Agradeci aos céus por não provocar-me mais ainda. Ele sempre sabe o que se passa na minha cabeça.

– Vamos conseguir. Nada nos impedirá. Temos um plano, Rui..

– Imagino o que pode haver lá – ponderou ele – Seriam eles assim, tão ruins como pensamos? Um bando de loucos e assassinos?

– Devem ser. Lembra-te que não lutaremos contra qualquer deus, e sim contra toda a Ilha de Circe.

Ariella

Cinco anos atrás.

Maldição! Por que isso parece tão difícil ?

Corri para a praia e chutei a água com indignação. Eu não conseguira controlar minhas habilidades e acabei destruindo uma das estátuas de Hécate no templo Oriental. Simplesmente escapou de mim.

– Perdoa-me, mas vejo que precisas de ajuda. – Ouvi uma voz simpática e masculina atrás de mim.

– Não acho que possas ajudar-me no que eu necessito – respondi de forma rude. Eu já havia visto o homem no treino com facas e também soube que era Mestre de Poções. Mesmo assim não me agradava muito falar com as pessoas.

Eu apenas queria cumprir meu objetivo: Tornar-me forte. Uma guerreira. Embora eu veja que isso será um fracasso.

– A menina tem uma linguagem ferina. Por acaso seu empecilho não seria incapacidade em controlar os poderes e assim destruir o que está a sua volta?

Olhei-o atordoada. É muito inteligente o homem. Tinha cabelos cacheados das estátuas perfeitas, estava em boa forma para um senhor mais velho e seu sorriso era acalentador.

– A propósito, pode chamar-me Pólux. E a menina é Ariella, correto?

– Sim. – Respondi.

– Sabe, Ariella, como sendo mestre de poções, posso fazer algo por ti que irá te ajudar, aceitaria meu auxílio? – Perguntou Pólux.

– Sim, eu tentaria qualquer coisa para melhorar.

– Então venha, menina.

Ele guiou-me por dentro do palácio, até que chegamos à grande sala branca, semelhante ao local de preparo das refeições, mas em cima das mesas não havia comida e sim vasilhas com líquidos variados e diferentes funções e o lugar era escuro.

Pólux pegou dois pequenos objetos e colocou o seu conteúdo em uma taça de ouro. Logo depois proferiu algumas palavras e ofereceu o cálice à mim.

– O que é isso? – Questionei.

– Chama-se Vitra. É uma poção especial. Te ajudará a controlar sua energia e libertar sua essência mais pura.

Visualizei o cálice. Vitra aparentava ser ouro líquido e eu podia sentir o calor que emanava dela. O vapor esquentou meu rosto e o metal da taça, minhas mãos. No entanto, não provocava dor alguma. O cheiro era delicioso.

O homem lançou-me um sorriso, como se soubesse o que eu pensava, e incentivou-me a beber. Toquei a taça com os lábios e ingeri seu conteúdo.

O gosto? Como música, como a correnteza forte de um rio. Era doce e suave, ao mesmo tempo forte e consistente. Senti-me bem na hora. O Vitra penetrava por cada canto do meu corpo, queimava em cada veia. Minha mente ficou mais clara, nítida e definida. Meus corpo mais leve.

Então, senti uma queimação no peito, embora desta vez não saísse do meu controle. Pólux olhava-me com admiração e... Algo mais?

A queimação não me incomodava. Minhas mãos começaram a brilhar e eu as controlei.

– Ariella, está vendo aquela estátua? Mira nela e atira.

Olhei para onde o homem apontava, estendi meus braços e vi o fogo lamber minhas mãos, logo antes de disparar com intensidade delas, como um raio dourado. A estátua foi destruída e, mesmo assim, eu não me sentia descontrolada.

– Eu consegui! – Declarei com admiração – Obrigada.

– Não me agradeça, você é com certeza muito especial. Poucos conseguem beber Vitra. Ele apenas libera sua essência pura. Por acaso, sentes fome, cansaço ou sede?

– Não – respondi.

– É efeito do Vitra. Ele diminui seus desejos carnais, tornando-os insignificantes. Agora, poderia vir comigo? Presumo que terei que falar com Circe sobre isso.

– Por quê?

– Logo mais verá, menina.

Tempo Atual

Desde então Pólux é um grande amigo, pelo qual possuo muito apreço. Sempre me ajudara com tudo o que precisei. Parecia um... Pai? Rio com o pensamento. Eu nunca tive um.

– Senhora, o que desejas de nós? – Perguntou Dreah.

– Preciso passar alguns avisos. Ah, Caeliora, que bom que chegastes, esta conversa remete a ti também.

Circe olhou para a bela jovem de corpo curvilíneo e moreno, com traços fortes e atraentes que encantariam qualquer um. Os cabelos negros como a noite encontravam-se trançados e brilhosos.

– O que quer dizer, senhora?

– Sentem-se ali – ela apontou para a mesa onde antes Pólux alimentavas-se. – Não se vá, Pólux, pois terás coisas de seu interesse.

Sentamo-nos na mesa. Circe estava preocupada. Ela era brilhante como uma estrela, os cabelos longos e prateados como a lua. Suas feições eram imaculadamente jovens e maravilhosas.

– Os deuses estão desaparecendo. Ontem, enquanto dormia, Hécate me proporcionou uma visão, na qual explicava que o no Olimpo, oito deuses restavam apenas. Dionísio, Ares, Hefesto e Ártemis sumiram. O exército Macedônio atacou Tebas há poucos dias. Temo que a coisa que está nos atacando, esteja pegando-os separados. Muitas cidades já foram destruídas e sentimos o poder divino nelas. Se no final, apenas Zeus sobrar, então tudo estará perdido. Sua missão é resgatar os deuses, encontrar a fonte do poder inimigo e destruí-lo.

– Usando os amuletos sagrados. – Completou Pólux. Nós já havíamos escutado aquela parte do plano.

– Exatamente. Vós sabeis onde encontrá-los e também que possuem muito poder. Estão cientes de que nenhum mortal pode tocá-las, certo? – Assentimos – Levarão consigo armas, mantimentos e vestimentas. Ariella, não te esqueças onde precisas ir.

Um som de desgosto saiu da minha garganta ao lembrar para onde iremos. E quem eu reveria. Muitos no meu lugar estariam exultantes, mas eu não.

Viajaremos para Atenas. Lá mora a irmã de minha mãe. Ela é casada e possuí uma filhinha.

Não me recordo bem dela, apenas que a mulher agiu como se fosse minha mãe de verdade quando esta morreu. Eu repudiei o ato. A futilidade que minha tia emanava enjoava-me.

“- A fama e o poder que ganharíamos seriam grandes ao casarmos uma linda mulher com estes cabelos loiros e olhos azuis. Ela já encanta as pessoas agora, imagino quando crescer.”

Lembro-me de quando a ouvi dizer esta frase ao marido. Não demorou muito para eu sair de sua casa.

Porém agora precisaria voltar. Você não treinou a vida inteira para ser forte? Agora é hora de pôr à prova.

Leecher

Os homens levantaram acampamento e saímos em marcha até a próxima cidade: Atenas. Lá enfrentaríamos um grande poder. Seria o maior desafio, e não sabíamos o que esperar. Eu, agindo como o bom líder, apenas permaneci firme. Já sentia a expectativa de luta nas minhas veias.

Já conseguimos quatro vitórias e não foram fáceis.

– Fiquem atentos à retaguarda – anunciei e eles obedeceram. A sensação de poder era maravilhosa. Embora eu não conseguisse evitar preocupar-me com o que enfrentarei a seguir.

Você não se preparou a vida inteira para isso? Agora vá lá e vingue-se, é a sua hora. Prove sua força


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, deixem reviews