A Ilha De Circe: Fênix escrita por Daughter of Apollo


Capítulo 15
Nova equipe




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Dreah

Eu estou viva pessoal, não se preocupem, HAHAHAHA.

Não entendi bem o que aconteceu. De repente, aquela praia apareceu e eu me encontrava sentada na areia, com raiva, desorientada e sangrando. Eu queria muito voltar e chutar o traseiro agora peludo de Set, mas eu reconhecia a precária força que me restara. Uma mordida profunda e dolorida na coxa e talhos nos braços não pareciam boa coisa.

Levantei. Um jorro de dor inundou meu corpo. Eu não sabia quanto tempo aguentaria. Ainda segurava a tal Arma para um mago poderoso, como Set a chamara, e que deixava as fundações da caverna do tesouro instáveis. Só em tocá-lo eu sentia a energia que dele emanava, muito maior que a do meu antigo amuleto, o qual eu perdera.

Tinha de pensar, é claro, no que acontecera. Set soltara umas informações valiosas – aquele cachorro maldito filho de uma cadela. E havia Hona... Ou melhor, a deusa que eu não vi que ela era.

Olhei em volta. Uma minúscula e paradisíaca praia me cercava. O mar era liso como um espelho, grandes rochas o pontilhavam desde a areia, formando enormes poças e bancos naturais. Atrás de mim havia um pequeno morro rochoso com sua base coberta de pequenas árvores. A praia se estendia por meio quilômetro e então fazia uma curva, o mesmo para o lado esquerdo. Pude notar que havia mais rochas que plantas.

Convenci-me seriamente de que aquele local era habitado. As árvores eram podadas, pegadas marcavam a areia. Portanto, segui as pegadas e escolhi o caminho da direita. Manquei – amaldiçoada eternamente seja a esfinge que me mordeu – e cheguei à curva, me deparando com uma surpresa do outro lado: uma seria sentada numa das rochas perto da areia, e que olhava atentamente um colar de conchas em suas mãos.

Ela era linda. Devia ter por volta dos dezoito anos, as escamas negras e reluzentes de sua cauda refletiam a luz do sol, dando a ilusão de que brilhavam. Seus cabelos cascateavam pelas costas, parcialmente secos. Isso dizia que ela jazia ali há algum tempo. Estava de costas para mim, de modo que, quando cheguei perto, ela se assustou.

– Com licença – chamei da margem e a sereia pulou em sua rocha, quase caindo na água – Perdoa-me por isso – não ria, não ria, não ria – Poderia me dizer onde estou?

– Ah, sim – Ela se recompôs. Claro, nossa situação não era anormal. Uma menina machucada e maltrapilha falando com uma sereia. Todo mundo faz isso – Creta.

Assoviei. Aquele amuleto me mandara para longe mesmo!

A sereia me examinou dos pés a cabeça. Impedi que minhas bochechas corassem com o constrangimento. Eu estava descabelada, suja se sangue, mancando e ela me examinava com seu rosto bonito e lábios. É uma injustiça uma menina ficar nessa situação. A culpa é daquele cachorro maldito.

– Acho que você precisa de ajuda, mas, como vê, não posso fazer muito – ela disse e apontou sua cauda balançando placidamente de encontro a rocha.

– Ah, sim. Espera – Vi uma tatuagem que ela tinha no ombro esquerdo – Essa é a marca dos guerreiros especiais de Poseidon. O reino dele está sob ataque?

Ela assentiu, relutante, a expressão séria.

– És da equipe da Ilha de Circe?

Fiz que sim com a cabeça.

– Sou Dreah.

Ela continuou.

– Meu nome é Layla. Fui mandada para entregar uma mensagem para um de vocês. Um aviso. O Senhor Poseidon os alerta de que o reino do oceano está sendo atacado por forças poderosas, assim o Senhor dos Mares necessita direcionar seus poderes para combater as principais partes do exército inimigo, que se alastra cada vez mais. A Ilha de Circe, portanto, está sob a ameaça de ataque e sua localização pode ser perdida, o que os impede de enviar ou receber auxílio.

– O quê?!

– Isso que ouviu, infelizmente. Não podem contar com nenhum socorro vindo de sua ilha e nem enviar mensagens.

– Não pode contatá-los?

– Não. O caminho está bloqueado.

Alguns impropérios bem feios saíram da minha boca enquanto eu batia o pé, frustrada. Lembrei-me tarde demais que havia uma mordida naquela coxa e choraminguei com a dor.

– Desgraça – respirei fundo e despenquei pesadamente na areia. O amuleto balançou em meu pescoço.

– Olha – ela suspirou – Precisamos completar sua missão.

– Por que há um “nós” nisso?

– Porque Poseidon me mandou para ajudar. E, sem mim, você não conseguirá chegar até onde o segundo amuleto de Hécate está. No entanto, vamos fazer algo antes.

– O quê?

– Há um mensageiro esperando para nos encontrar aqui, em algum lugar da... Ilha. Eu sei que é vago, porém é tudo que tenho. Eu só preciso...

Ela olhou novamente seu colar de concha. Eu entendi. Era um objeto mágico utilizado pelos seres do mar para visitarem a terra durante um período específico. Ele concedia pernas.

Layla a abriu. Uma luz azul brilhante em forma de gota escapou da concha. Ela dançou em volta da cauda de Layla e deixou atrás de si um rastro de redemoinho azul. A coisa envolveu o membro cheio de escamas, logo eu não mais o via. Desde as barbatanas até a cintura, cada centímetro das escamas negras foi coberto. Subiu para seu abdômen e tórax. Layla levantou o rosto para que a coisa não respingasse. Um segundo depois, a luz começou a desaparecer lentamente em espiral. A cauda de Layla foi substituída por pernas. A magia trocara seu bustiê de conchas e pérolas por uma linda túnica longa, alva e brilhante, com certeza em condições muito melhores que a minha.

É, ego, não sofra.

Ela pulou na água sem dificuldades, veio para onde eu estava sentada e me ajudou a levantar. Em seu cinto carregava uma faca de bronze afiadíssima junto com uma pequena bolsa de couro.

– Vamos, eu a ajudo a chegar ao próximo vilarejo.

Ela me apoiou e, juntas, começamos a andar.

Eu pensei sobre o que aconteceu.

“Os deuses estão desaparecendo. Ontem, enquanto dormia, Hécate me proporcionou uma visão, na qual explicava que no Olimpo, oito deuses restavam apenas. Dionísio, Ares, Hefesto e Ártemis sumiram. O exército Macedônio atacou Tebas há poucos dias. Temo que a coisa que está nos atacando, esteja pegando-os separados. Muitas cidades já foram destruídas e sentimos o poder divino nelas. Se no final, apenas Zeus sobrar, então tudo estará perdido. Sua missão é resgatar os deuses, encontrar a fonte do poder inimigo e destruí-lo.”

Hona... Ela se transformara na pirâmide. Ela lutou contra Set sozinha e sabia o que eu estava fazendo. Avisou-me que o mal vinha das profundezas. Oh, deuses... Droga! Como eu não percebi? A garota é uma deusa! Que burra que eu sou. Eu devia ter confiado em meus instintos desde o princípio, quando a visão dela parecia uma ilusão e ela não possuía memória de pais. E, agora que analiso a situação, ela não falara comigo em egípcio em nenhum momento. Falara o idioma grego.

Arfei. Ela era uma deusa disfarçada. Ou melhor, que alguém disfarçara. Porém, quem seria tão poderoso a ponto de roubar de um deus a sua memória? Não, não apenas a memória. A essência. A verdadeira forma, aquilo que os fazia deuses. Quem teria tanto poder?

Fiquei terrivelmente frustrada. E qual é a verdadeira identidade da deusa?

Deusa da magia. Fora o que Set balbuciara.

NÃO! Não... Não pode ser...

Chutei-me por dentro e me desesperei. A deusa não era qualquer deusa. Era nossa ajuda. Hécate.

– Não há necessidade de recuperarmos o segundo amuleto – eu disse em tom monótono.

– Como assim? – Layla perguntou.

Relatei a ela minha aventura dentro das pirâmides, mostrei o amuleto e ela entendeu. Mesmo assim, não paramos a caminhada.

– Não vim aqui por nada – ela fungou. – Ainda vamos pegá-lo, porque existe mais um objetivo. Arranjaremos outro aliado divino e que seja mago para lutar. Bem, os deuses não estão lá muito aptos para uma batalha contra uma força indescritível, uma vez que estão envolvidos em suas próprias guerras ou desaparecidos ou são inúteis.

Suspirei. Frase muito incomum de uma guerreira especial de Poseidon.

A situação piorava cada vez mais.

Ficamos em silêncio. Layla nos guiou por uma trilha na orla da praia, que atravessava as poucas árvores e seguia através daquele lugar rochoso e acidentado, cheio de pedras pelo chão, o que nos forçava a prestar atenção onde pisávamos para que não caíssemos.

Voltei a pensar.

Um amuleto de Hécate se perdera em Atenas. O outro se localizava no norte o último em um reino oriental distante.

Eu não podia supor que a arma mágica que ganhara fosse o amuleto, afinal, não se encontrava no lugar correto e eu não morri ao tocá-lo. O brinquedinho emanava uma energia muito maior do que o meu antigo, e neste não havia trava de segurança para utilizá-lo só em casos de briga. Não. Aquele ali era energia pura.

Dreah, pegue a arma! Ela poderá tirá-la daqui! Apenas seu toque pode ativá-lo! O mal vem das profundezas!

Ela dissera exatamente estas palavras. E Set dissera se tratar de uma arma para um mago poderoso. Apenas seu toque pode ativá-lo!

Isso quer dizer que sou poderosa o suficiente para empunhá-lo. Qual será o motivo disso? E o mal... Forte o suficiente para arrancar a essência de um deus. Vem das profundezas. Profundo é escuro. Poderia este mal, que desencadeou uma guerra e arrancou a essência de deuses, ser Nyx, a deusa primordial da noite e patrona de feiticeiras?

– Finalmente – Layla suspirou. Chegamos a um pequeno vilarejo de casas baixas e simples, mas arrumadas e bem espaçadas. O solo de rochas cedera espaço à terra e algumas árvores. Cabras e vacas olhavam para o nada em um cercado próximo de nós.

Layla nos levou para uma estalagem limpa, de dois andares, feita de pedra cozida. Eu não quis ser mais burra ainda, por isso escondi o colar no cinto de minha roupa. Uma dor irritante lentamente despertou em minha cabeça. Tentei focar no fato de que eu poderia brincar com minha nova arma mais tarde. O que será que ela poderia fazer além de transportar-me?

A estalagem não estava cheia, na verdade, parecia bem vazia. Layla deixou que eu sentasse em um banco no canto da parede. O recinto era confortável, com poucas mesas e bancos e uma porta na lateral que levava às outras dependências. Raios de sol me atingiam por entre as janelas redondas.

Layla conversou com uma mulher franzina que servia vinho a um grupo de homens em uma mesa e apontou para mim algumas vezes. Não sei qual história inventou, mas a mulher convenceu-se. Layla entregou a ela uma moeda de sua bolsa de couro e se virou para mim enquanto a outra corria para a porta lateral.

Neste momento, uma menina adentrava a estalagem. Loira e mediana, com pose fechada e expressão séria. Uma gata cinzenta se enroscava em seus pés à medida que andava, aparentemente sem preocupar-se em pisar no animal.

Automaticamente ela se virou para mim e inspecionou minha perna e arranhões. Droga, minha visão está ficando embaçada...

Sacudi a cabeça e torci para que as toxinas das esfinges esperassem apenas mais um pouco para fazer efeito. Ainda havia o que pensar.

Não, Nyx é uma deusa feiticeira assim como Hécate. Não faria isso, ou faria? Ela tem poder, com certeza. Entretanto, existe muitas dúvidas sobre ela. É a pura magia, encantos e mistérios da noite. Será que ela tem se rebelado contra os deuses?

Coloquei a cabeça entre as mãos e ouvi quando a loira se aproximou.

– Você é da Ilha de Circe?

– Sou. – E por acaso você podia anunciar isso mais alto? Ainda não chamaram os guardas. – Fala mais baixo, os outros podem escutar.

Ela olhou em volta e disse:

– Dane-se.

Suspirei. Que feiticeira é ela, afinal? Fitei seus olhos castanho claros e me aprofundei, como se verificasse sua alma. Ela não se moveu. Eu soube: Elementalista da água. E uma elementalista difícil. A propósito, eu nunca a vira na Ilha.

Descobrir coisas através do olhar é uma técnica que aprendi logo no início, quando nos ensinaram sobre almas e espíritos.

Layla se juntou a nós.

– É a mensageira que mandaram?

– Logicamente – a loira respondeu. Ambas se encaram.

– Como te chamas?

– Jennyfer, contudo permito que me chamem de Jenny.

Permito. Argh.

Algo relampejou no olhar de Layla, contudo, fosse o que fosse, ela escondeu rapidamente e resistiu ao impulso de por as mãos nos quadris. Jennyfer não estava começando muito bem.

– Eu sou Layla e esta é Dreah. Ela iniciou a missão.

– E, ao meu ver, não o fez direito, não é mesmo?

Layla não ocultou sua irritação por aquele comentário, mesmo que não fosse para ela. Eu sentia, não importavam as poucas horas de convivência, que éramos amigas.

– Está pensando o quê?

Minha visão saiu de foco novamente e outra onda de dor espalhou-se por todo o meu corpo. A mordida em minha coxa latejou e ardeu simultaneamente, eu atingi um nível maior de agonia. Layla e Jennyfer voltaram sua atenção para mim, esquecidas de sua discussão. Layla esperou que eu me estabilizasse e novamente me apoiou para que levantasse.

– Consegui um quarto com três camas para nós e a moça trará algumas ervas medicinais para ajudar em teus ferimentos.

Sem forças para assentir, apenas fui levada para o cômodo e deitei com cuidado na pequena cama. Movimentos bruscos piorariam o sangramento parcamente contido pela atadura.

Jennyfer atirou-se ao leito e sua gata deitou em seu tórax. Layla pôs a mão em minha testa e a retirou em seguida, preocupada. Eu estava com febre, a julgar por sua expressão. Ela resmungou alguma coisa que eu não discerni por causa da tontura.

Minha visão tornava-se cada vez mais borrada, fechei os olhos, porém senti um beliscão no braço e os abri novamente.

– Não desmaia! – Layla ordenou. Eu lutei contra a inconsciência e ouvi quando alguém bateu na porta e esta foi aberta. Layla agradeceu e colocou algo no chão. Reprimi gemidos de dor quando ela retirou a bandagem ensanguentada da minha perna e passou alguma coisa lá.

– Então – tentei falar para continuar acordada – Como conseguiram se encontrar?

– Segui as instruções do homem que me mandou. Ele prometeu um bom pagamento e eu aceitei. Ele disse que eu deveria estar aqui. – Jennyfer respondeu.

– Poseidon instruiu-me que eu fosse com a corrente e a encontraria. Não achei muito confiável, para falar a verdade. Nem um pouco confiável. Seguir a corrente para qualquer? Mas é Poseidon, assim eu não poderia discordar. E não é que ele estava certo?

– Aliás – Jennyfer lembrou-se de algo – Vamos para o norte, não? – Layla assentiu e continuou a limpar meu ferimento.

Jennyfer perdeu o interesse na gata, levantou e se aproximou da cama onde eu estava.

– Nossa, isso aí está horrível. Que incrível! – Ela sorriu – Como conseguiu?

Contei novamente o que passei e todas as possibilidades que supunha. Layla não prestou muita atenção e continuou a mexer no machucado dolorosamente. Eu nem me esforcei para ver, imaginava como deveria estar terrível.

Por fim, quando falei sobre Hécate, Jennyfer simplesmente deu de ombros e disse:

– Acharemos outro. É possível que encontremos um dos deuses perdidos e o libertemos.

– Isso se conseguirmos encontrá-lo, libertá-lo e que ele fique do nosso lado. Todos aqui sabem como os deuses são. – Layla resmungou.

– Penso que... Com o mundo inteiro em risco... Eles precisam ser um pouco mais flexíveis. – Eu disse, entre golfadas de ar e arfadas de dor.

Jennyfer demonstrou surpresa e fitou meu rosto com seus olhos castanhos. Usava uma túnica branca longa, apesar de ao mesmo tempo marcar suas curvas e pernas. O cabelo cor de mel emoldurava sua face. Eu diria que ela possui 19 ou 18 anos. Tinha uma pele clara e maças do rosto altas, bochechas naturalmente coradas, nariz pequeno e reto.

– Como assim, mundo inteiro em risco?

– Não sabias disso? – Layla virou-se para ela, perplexa.

– Não... Ele não me contou isso. Falou apenas sobre a guerra.

Layla voltou-se para sua tarefa, obviamente exasperada. Mesmo que Layla parecesse irritada em ser obrigada a sair do mar para cumprir uma missão com risco de morte, sabia a grande importância daquilo. Eu sentia isso. Mas Jennyfer não notara. Ele não me contou isso. Ah, por favor.

– É verdade – O machucado deu uma fisgada dolorosa e então Layla passou para os talhos em meus braços. Continuei – Se não conseguirmos, não haverá a dominação apenas do Olimpo ou da Grécia. Será... Ai, Layla, não faça assim... Será em todo o mundo.

Jennyfer afundou-se em pensamentos. Layla chamou minha atenção.

– É necessário... Como chamam, aqui em terra? Ah, claro, costurar um dos cortes, Dreah.

Gemi de desgosto e respirei fundo. Péssima, péssima notícia. O azar grudou em mim.

– Sabes fazer isso?

– Sei – ela respondeu – Eu acho, ao menos...

Fechei os olhos e tentei não tremer. Set maldito! Esfinges malditas! Vão pagar por isso!

– E aquilo que precisamos recuperar? – Layla ponderou, ainda a conversar com Jennyfer, porém concentrada em mim.

Não prestei muita atenção. Xingava Set por toda aquela dor e pela situação desesperadora. Ele tinha razão quando disse que em meu coração havia desejo de vingança. Eu pretendia chutá-lo magicamente até o Tártaro.

– Quando ele me propôs, pensei tratar-se de um objeto de valor, e não do escalão de um exército.


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