POV'S SOPHIE

Eu não podia crer no que estava acontecendo. O Leonardo estava ali, parado, com um buquê de rosas na mão, me pedindo perdão.

 - Larga de ser idiota, Léo. – falei revirando os olhos – Eu já te perdoei. Nem eu conseguiria me aguentar se eu fosse você. Eu era insuportável. Na verdade, acho que eu deveria te pedir perdão.

 - Como é que é? – ele perguntou desconcertado – Você, me pedir perdão?

 - É. – confirmei e ri – Que tal a gente tomar um café? Eu ainda tenho tempo. – conferi o relógio e faltava uma hora para o trabalho.

 - Claro. – ele falou, estranhando.

 - Ah, qual é, cara! – falei sorrindo – Passaram oito anos e os meus pais morreram. Manera, vai. – falei e revirei os olhos, saindo na frente.

 - Manera? – ele falou e eu lembrei da nossa última saída de carro e ri – É, você mudou mesmo.

 - Claro. – revirei os olhos e olhei para ele – Vamos?

 - Vamos. – ele afirmou e andou até um carro que eu não sabia o modelo.

A viagem se seguiu em um bate-papo agradável, exceto na hora que ele resolveu tocar no assunto do seu manuscrito.

 - Você leu? – ele perguntou.

 - Ora, li, mas… – falei e olhei pela janela mordendo o lábio inferior – Não é nada excepcional. Ele é bom, mas eu só aprovo coisas extremamente boas. Desculpe.

 - Mas se você o aprovasse ele seria extremamente bom. – ele falou sorrindo de canto.

 - Acho que eu posso fazer algo por você. – falei olhando para ele – Vou passar seu manuscrito para a minha amiga e ela vai dar uma olhada.

 - Victória Mendes? – ele perguntou assustado.

 - Exato. – confirmei – Ela cuida melhor dessa parte de manuscritos e tal. – dei de ombros.

 - Seria um grande favor. – ele falou e sorriu – Em troca disso, eu pago o café.

 - Tudo bem. – eu falei sorrindo de volta – Mas eu já sei aonde podemos comer.

 - Eu não sei os lugares que você frequenta, mas, por favor, eu ainda não recebi pelo manuscrito. – ele pediu.

 - Eu fui a primeira a ler o seu manuscrito? – perguntei erguendo uma sobrancelha.

 - Sim. – ele confirmou – Eu não sabia que a minha Sophie era a Sophie Michaels. – ele esclareceu e eu ri alto.

 - Sua Sophie? – eu perguntei e ele corou – Terminamos, Léo, não se esqueça.

 - Eu sou muito burro. – ele falou e eu fiquei confusa.

 - Por quê? – perguntei.

 - Eu não acredito que dei um fora numa garota como você. – ele engoliu em seco – Em pensar que eu te dei o fora no dia da morte dos seus pais… Sophie, me desculpe, mesmo.

 - Não, está tudo bem. – eu dei de ombros – Eu terminaria comigo se fosse você. – eu sorri e nós paramos.

Paramos no meu lugar predileto no mundo todo: um pequeno café na beira de uma praia. Sorri e suspirei, fechando os olhos. Imagens passaram na minha mente. Eu e os meus pais num dos poucos momentos descontraídos, eu e a Victória rindo, meu melhor amigo que havia se mudado comendo de um jeito inaceitável e eu rindo. Ali era o lugar que eu só tinha lembranças boas.

Tudo bem que o lugar, com o passar do tempo, perdeu o charme, mas para mim, ali era o meu refúgio. Desci do carro e o cheiro da brisa marinha veio até mim e eu suspirei novamente, abrindo um sorriso.

POV'S LEO

Ainda não acreditava que a Sophie poderia mesmo ter mesmo, ontem ela havia sido tão fria comigo e hoje, até parecia outra pessoa.

Estávamos no café quando eu disse:

-Soph, você já gostou de mim de verdade?- e ela me olhou surpresa.

-Léo, sinceramente„ quando a gente namorava, você sabe, eu não ligava para sentimentos, você era bonito e super inteligente e perfeito para a imagem de uma garota que necessitava de uma reputação. Não eu não te amava. Mas…

“Cheguei ao ponto que queria” pensei.

-Mas…-tentei continuar a frase.

-Mas quando você me deixou no baile além de me sentir super humilhada- ela disse e eu dei um risinho- eu percebi que todos que ficaram falando de mim nunca gostaram como você gostou de mim,que você era a única pessoa que não se importava se eu era a Sophie Michael rica e blábláblá e sim com a Soph, sua namorada- então eu vi uma lagrima escorrer pelo seus olhos.

Pronto. Já estava de boca aberta. Como aquela menina mimada se transformara… nela?! Nunca imaginei que a Sophie ficaria daquele jeito, nunca.

-Mas e você, Léo- disse ela enxugando as lagrimas- gostava mesmo de mim?

Minha vontade era de falar se toca garota, eu sempre te amei e sempre vou te amar, mas eu só tive uma reação meio inesperada. A beijei.

-Ainda preciso responder?-disse com um sorrisinho.

E por incrível que pareça ela retribuiu o sorriso e rapidamente desviou o olhar para seu pulso e disse:

-É melhor nós irmos, não?

Logo o sorriso saiu de meu rosto.

-Vamos então. -disse ajudando-a a se levantar.

-Ficou cavalheiro com o tempo hein?- disse ela tentando disfarçar que havia corado.

Entramos no carro, a “viagem” inteira não nos falamos , mas algumas vezes trocamos sorrisos, Sophie estava cada vez mais tímida, diferente.

… Deixei-a em frente ao seu trabalho e disse:

-Posso passar na sua casa amanhã?

-Quem sabe…- ela me respondeu e saiu depois de me dar um beijo na bochecha.

Assim que cheguei em casa, Lucas praticamente me matou de susto me atacando e perguntando onde que eu tava.

Esqueci de falar que eu divido o AP com o Lucas.

-Calma, eu só fui dar uma volta com a Sophie, só isso beleza?

-SOPHIE? Sophie Michaels? –ele disse segurando o riso.

-Sophie. Apenas, Soph.

-Hum, e então?

-Então o que? –perguntei impaciente

-Ah, nada, esquece. - ele falou desapontado.

-Deixa de ser idiota- disse lhe dando um soco em seu braço.

-Calma só tava brincando!- e deu um risinho sínico.

-Luke, preciso contar um negocio..-mas ele me interrompeu.

-Vocês se beijaram e…

-Cala a boca! -garoto babaca-  Sim nos beijamos, mas você sabe, é ela quem vai avaliar meu manuscrito e…

-Cara, você vai dar o golpe?

-NÃO!Não-“não faria isso com ela, faria?” pensei- é só um tempo até ela var que meu manuscrito é bom….

-Aham sei, você tá caidinho MAIS UMA VEZ por ela!

-Não to, e para provar vou dar o golpe e nem vou ligar para o que ela ta sentindo!

“Eu teria mesmo coragem de fazer isso com ela?”