Quanto Vale Um Sonho ? escrita por ElaineBDQ


Capítulo 17
Presente x Passado.


Notas iniciais do capítulo

Espero que vocês gostem , pois a fic está chegando na reta final .



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Aquela semana foi bastante agitada, pois estava começando a conhecer as instalações da empresa e também os demais departamentos para começar a ter informações sobre as demonstrações contábeis que eram desenvolvidas pela empresa. Uma das coisas que ficou bem visível na primeira análise foi o fato de estarem ocorrendo desvios de dinheiro. Eram pagamentos autorizados pelos diretores, mas que nunca foram autorizados pelos sócios da empresa.

O ativo da empresa o imobilizado estava abaixo dos valores declarados e isso fazia com que algumas obrigações fossem quase impossíveis de serem liquidadas sem o investimento de capital de terceiros. O mercado brasileiro estava passando por grande atração do mercado exterior e o fato da construtora ser bem conhecida era de grande atração.

Após fazer análises em todas as demonstrações do ano anterior ela constatou que havia grandes desvios e era preciso intervenção urgente!

Daniele não percebeu a aproximação de Sergio, pois estava muito concentrada lendo alguns documentos.

_ Pelas análises é possível saber quem foi?

Ela virou o rosto para ver ele parado a sua frente lhe oferecendo uma xícara de café.

_ Obrigada.

Ela pegou a xícara da mão dele

_ Não é possível saber assim apenas com uma análise no primeiro ano, mas pelo que pude perceber a maioria das transferências foi feita por essa pessoa _ ela mostrou na tela do computador _ Mas é possível que tenha ocorrido desvios feitos com um grupo maior de funcionários.

Ele andou até a larga janela que dava de frente para a bela paisagem da cidade e ficou alguns segundos olhando o movimento das pessoas na rua e então comentou:

_ Eu me pergunto se isso começou a acontecer antes do papai morrer ou foi depois que comecei administrar?

_ O mais provável é que tenha sido de antes. Bem, em todo o caso é isso que está acontecendo.

_ Em quanto tempo você acha que pode me dar um relatório final?

_ Em três dias eu passo todas essas informações para você.

Sérgio ajeitou a roupa e se aproximou dela.

_ Você sabe não é, que isso é apenas entre nós?

Ele se referia a informação que ela estava analisando, mas o modo como ele a encarava era como se falassem de algo e por alguns segundos ela ficou presa àquele olhar fixo , então respondeu:

_ Compreendo.

_ Se algum deles descobrir o que está acontecendo... _ Sergio suspirou querendo afastar aquela possibilidade, pois queria pegar todos os criminosos juntos _ Eu quero reunir o grupo e lançar as provas. Quero ver algum deles ter alguma desculpa.

_ Eu providenciarei tudo para você.

_ Tudo bem, obrigado. Vou deixar você fazendo seu trabalho.

Antes de sair o interfone tocou e a secretária pediu para falar com ele para avisar que sua noiva estava o aguardando.

O olhar trocado entre eles foi rápido, mas passou uma mensagem silenciosa que apenas eles eram capazes de entender. Dentro do coração dela ainda existia sentimento por Sérgio e vê-lo cada vez mais próximo de sua noiva a deixava com uma grande tristeza.

Sergio tinha uma presença tão marcante que era impossível não sentir uma pressão em seu peito ao tê-lo tão próximo, “céus! Ainda amava demais aquele homem.”

Ela tentava manter o profissionalismo, porém sentia que em algum momento ia se deixar trair, pois queria voltar a sentir o sabor dos seus lábios, o seu toque suave e cheiro do seu corpo no dela... Ah! Aquilo a deixava sem concentração. Ela tentou afastar aqueles pensamentos da mente e voltou a se concentrar no trabalho e quase nem percebeu o celular vibrando em cima da mesa.

_ Oi.

_ Daniele?

_ Ela mesma, quem é?

_ Ah vai me dizer que não está reconhecendo minha voz?

Ela sabia que conhecia aquela voz de algum lugar, porém não conseguia lembrar-se de onde.

_ Acho que adivinhar não é comigo.

Ela riu.

_ Fala logo quem é.

_ Não mudou nadinha a minha bela Daniele, mas tudo bem, meu pobre coração aceita ser rejeitado _ Ele riu gracioso _ Tudo bem então, vou dar uma dica.

Um segundo de suspense e então ele disse:

_ Canadá te lembra alguém?

_ Michel?!

Ela ouviu a risada dele.

_ Onde você está?

_ Eu cheguei aqui no Brasil ontem e queria ver você. Vamos sair?

_ Claro. Vamos marcar alguma coisa para hoje? Você tem algum lugar em mente?

_Podemos descobrir algum.

_ Tudo bem. Então você me pega às sete horas.

Depois que marcaram o local, Daniele começou a recordar do dia em que havia conhecido Michel e riu ao lembrar-se de sua amiga do Canadá. Ele era uma pessoa super agradável e aos poucos a amizade entre eles foi se tornando mais forte. Uma das maiores paixões dele era viajar, sempre que podia vinha até o Brasil visitar a Amazônia e outros locais.

Após concluir que naquela noite não conseguiria terminar aquilo Dany fechou a máquina e estava arrumando suas coisas dentro da bolsa foi quando notou que Sergio havia entrado na sala.

A visão dele entrando tirou a sua concentração, pois a presença dele emitia uma presença muito forte no ambiente.

_ Oh, eu já estou de saída. _ Disse ela erguendo alguns relatórios para ele.

_ Eu também já estou saindo. Quer uma carona?

Ela pegou a bolsa e olhou para ele.

_ Obrigada, mas eu não estou indo para casa.

Sérgio a olhou de cima a baixo e pôde perceber que ela ainda era muito bela e sentiu um sentimento estranho em seu peito ao ouvi-la dizer que não estava indo para casa. Será que estaria indo se encontrar com alguém?

Ela percebeu o olhar dele que demonstrava o interesse em perguntar aonde ela iria, porém de seus lábios não saíram nada, então naquele momento o telefone tocou e ela atendeu.

_ Daniele tem uma pessoa aguardando por você na portaria.

_ Obrigada Marta, diga ao Michel que eu já estou descendo.

Após desligar o aparelho ela olhou para Sérgio.

_ Ainda vai precisar de mim para algo?

_ Não. Vamos, eu também estou descendo.

Ela seguiu Sérgio que ia à frente com passos firmes.

Ao olhá-lo de costas podia ver que seus cabelos agora estavam assumindo um tom loiro castanho e seus olhos continuavam com aquela intensidade que fazia seu corpo tremer.

Ele estava com vontade de ver o tal amigo de Daniele, mas segurou o impulso de perguntar algo quando viu o sorriso nos lábios dela ao ir a encontro do tal homem. Sérgio era o tipo que elogiava algo belo sempre que o via, porém naquele caso não elogiaria Michel apesar de admitir que fosse bonito.

_ Oi minha linda! _ Exclamou Michel ao vê-la e logo em seguida beijou seu rosto. _ Mas você continua a mesma mulher bela de sempre.

Daniele sentiu o rosto corar, pois havia ainda não conseguindo superar sua timidez de adolescência.

_ Você sempre um galanteador.

_ Apenas admiro o que é belo. _ Ele deu outro abraço nela _ Nossa, estava com saudades.

_ Eu também estava com saudades.

Ela percebeu o olhar intenso de Sérgio sobre eles.

_ Ah deixe eu te apresentar meu chefe.

“Meu chefe?” Sergio apenas ouviu as palavras que eram pronunciadas e ficou olhando o casal se abraçar e sentiu ciúmes por Daniele está nos braços daquele homem e não nos seus!

Sérgio cumprimentou Michel, porém não gostou da presença daquele homem, muito menos quando Daniele saiu com ele.

Enquanto dirigia o carro a mente dele estava apenas no sorriso nos lábios de Daniele quando tinha visto o tal de Michel. Uma pergunta vagava em sua mente: “Ele seria namorado dela?”

Porém seu outro lado dizia que ele não tinha nada sobre isso, afinal ela não era mais sua namorada.

Sérgio dirigia seu carro, mas sua mente estava tão distante que ele se desviou duas vezes dos carros que passavam na avenida movimentada. Era preciso respirar fundo, ou então acabaria se matando.

Ele parou o carro por um segundo e ficou com o olhar fixo no volante se perguntando de onde Daniele conhecia aquele tal sujeito? Ou então desde quando eles estavam juntos? Mas isso não era da sua conta, afinal ele estava junto com Laura e logo se casariam. Ao lembrar isso, recordou que teria que comprar um presente para Laura, já que no outro dia seria aniversário dela

Precisava esquecer Daniele o mais rápido possível!

Dany era só riso ao recordar das várias noites junto a Michel, durante aquela noite eles riram e conversaram como faziam antes nas noites de inverno no Canadá. Ele era um amor e não seria exagero dizer que era como um príncipe. Sempre suspeitou que ele tivesse certo interesse nela, porém isso ficava cada vez mais forte toda vez que ele era carinhoso e atencioso.

Sair com Michel foi ótimo, ela não esperaria menos de uma companhia tão agradável como a dele. Eles foram a um restaurante e conversaram bastante e se divertiram. A companhia de Michel era sempre sinal de alegria, pois ele sempre foi o mais palhaço no grupo de amigos e era quase impossível se manter séria na sua companhia.

_ Ai Michel, assim você me mata de tanto rir

Daniele sentia a boca doer de tanto que ria de algo engraçado que ele comentou e sua barriga

_ Menos mal porque eu a faço rir.

Ele afastou um fio de cabelo que estava fora do lugar

_ Fico feliz em ver seu rosto ser embelezado por um sorriso, coisa que faz com que você fique ainda mais bela. Lembro de quando nesse rosto tinham apenas um olhar perdido.

_ Você foi responsável por momentos de muita alegria na minha vida durante o período no Canadá, se não fosse meu grupo de amigos brasileiros eu acho que teria ficado muito perdida.

Ele acariciou de leve o rosto dela e logo em seguida beijou suas mãos com extremo carinho.

_ Acho que já está bom de mim por hoje, seu olhar parece cansado. Vou te liberar por hoje.

Ela de fato estava cansada, mas feliz e leve por está na companhia dele.

_ Fiquei muito contente de te encontrar novamente Michel.

_ Eu nem preciso falar por mim... Se pudesse permaneceria por mais tempo aqui no Brasil, mas você sabe como é minha vida.

_ Se sei... Boa noite Michel.

_ Boa noite minha Lady

Ele foi se despedir, mas o beijo que era para seu rosto acabou sendo na boca, pois ele tocou de leve em seus lábios, não em um beijo profundo, mas algo suave e rápido, tanto que ela não o afastou.

_ Eu te ligo.

_ Sempre que você quiser.

_ Olha que assim eu me iludo...

_ Michel!

_ Tudo bem, eu estava brincando. Vou indo tchau.

_ Tchau.

Ela ficou olhando ele se afastar rumo ao táxi que estava parava do outro lado da rua e logo em seguida ela adentrou na imensa casa e fez sua rotina habitual, cumprimentou o segurança e entrou pela porta lateral já que a ala dos empregados se encontrava fechada, enquanto entrava pela casa que estava com as luzes apagadas ia soltando o cabelo e rindo ao lembrar-se dos gracejos de Michel.

Definitivamente adorava a companhia daquele dom Juan às avessas! Estava distraída e não notou a figura alta de Sergio que estava parado no corredor e por isso quase trombou com ele.

_ Ai que susto Sergio!

_ Susto por quê? Será que eu sou tão assustador assim ou isso é outra coisa?

Ela olhou para Sergio que se encontrava em seu jeito despojado e ao mesmo tempo lindamente vestido em uma calça e blusa de moletom o que estava dando um ar sensual, porém seu olhar não tinha aquela mesma sobriedade e sim um ar de interrogação quase de inquisição.

Como se ele tivesse algum direito!”

Apesar de pensar assim ela sentiu vontade de responder a tudo, porém se viu nessa mesma situação há tempos atrás e já conhecia o final para aquilo, porém dessa vez seria diferente.

_ Afinal há alguns minutos você estava tão sorridente com teu amigo...

_O que é isso Sergio? Você estava me espionando?

_ Não diria que foi uma espionagem, mas vi sem querer, afinal vocês fizeram questão de demonstrar o carinho de vocês.

Ela não gostou do tom acusador dele e disse:

_ Isso é ridículo! _ não iria ficar ali ou aquilo terminaria muito ruim, então ela tentou se afastar, porém ele se interpôs no caminho.

_ Por favor, saia Sergio!

_ Vocês dois estão juntos?

Ela riu cínica e o olhou com fúria.

_ Porque eu teria que responder isso para você?

Ele permaneceu calado e ainda na frente dela impedindo-a de prosseguir.

_ Caso você tenha esquecido Sergio, há dois anos foi você que terminou tudo entre nos dois... Então creio que essa conversa não tem sentido!

Ela o afastou com seu corpo.

_ Boa noite!

Com o coração batendo acelerado ela seguiu rumo para o seu quarto ainda sentindo seu corpo tremer devido a adrenalina.

Em seu quarto ela sentou na beira da cama e olhou em volta e pensou que não queria mais permanecer naquela casa, pois ver Sergio todo dia e não poder ser como antes era uma coisa que machucava demais.

Antes que pudesse se conter sentiu uma lágrima escorrer pelo conto de seu rosto e parar salgada em seus lábios , rapidamente limpou com a costa da mão e pensou consigo mesma que seria muito difícil se manter firme por muito tempo.

“Esse amor é forte demais para eu simplesmente apagar tudo da minha mente”

Ela jogou o corpo contra a cama e deitou olhando para o teto enquanto pensava no que havia falado para Sergio, um riso tímido se formou em seus lábios ao recordar do ar assustado dele.

Sergio entrou no seu quarto batendo a porta com força repreendendo a si mesmo por sentir ciúmes de Daniele quando não tinha mais direito se sentir nada assim, mas era uma coisa que ele ainda precisava aprender a controlar! Aquela necessidade que sentia em ao menos poder olhar seu rosto, ouvir sua risada suave ou ao menos saber que ela estava perto.

Sentiu muita raiva quando a viu ser beijada por aquele sujeito, afinal aqueles lábios haviam pertencido somente a ele e queria que permanecesse assim, porém agora não era mais assim... Ele estava noivo e precisava afastar aquelas idéias da mente, primeiro porque tinha carinho por Laura e segundo porque tinha assumido um compromisso com ela.

Depois daquele dia Sergio decidiu manter o profissionalismo deixando de lado as questões pessoais e principalmente assuntos que já deveriam estar apagados!


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Notas finais do capítulo

:)



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